Texto extraído do livro "Chama Crística"
"Tivemos uma viagem astral acompanhada por Ramatís, que nos foi muitíssimo marcante. Apresentou-se-nos sem turbante ou qualquer alegoria na cabeça; ao natural, com os cabelos soltos às costas, negros, até a altura da cintura; de estatura mediana, tez mate como a dos indianos, aparentemente menor que os meus 1,78 metro. Estava com uma camisa branca, espécie de túnica, a tradicional corrente e o triângulo lilás-rosado com a cruz no centro a sobressair-lhe no peito. Vestia calças folgadas, em matiz verde-azulado, amarradas na altura dos tornozelos. Tinha nos pés um tipo de calçado que não encontro palavras para descrever e dos quais não me detive em detalhes. Levou-nos até um salão, em um templo hermético, no interior do qual participamos da elaboração do mapa elemental da psique humana, usado na avaliação dos aprendizes nas fraternidades iniciáticas de outrora, sentados em frente a uma mesa de pedra, conforme o ritual de magia branca. Depois, vimo-nos transportados, em corpo astral, por um veículo aéreo à semelhança de um avião, em grande turbulência, ao que tudo indica à uma região muito distante, em outro orbe no Cosmo. Num determinado momento da viagem, vimo-nos desprovidos do corpo astral, entendemos que fomos até aquele local em corpo mental, pela sua "distância" da Terra. Foi como se nos passassem um filme, numa espécie de visão tridimensional a nossa volta, colorido, com sons e sentimentos. Estávamos numa praia, de um mar branco e translúcido, maravilhosamente linda. O sol já tinha se posto e as pessoas brincavam tranqüilamente na areia. Eram altas para o nosso padrão, esguias, delicadas como aquarianas. Ramatís explicou-nos que todos eram magos, inclusive as "crianças", exímios transmutadores das energias ocultas e dos elementais da natureza. Eram como se fossem os atlantes que vieram para a Terra, no seu planeta original, em que o amor e os interesses altruísticos são um modo de ser. Pediu-nos para que observássemos a paz e o equilíbrio com os elementos da natureza ali presentes; a água no mar, a terra na areia, o ar que respiravam e o fogo do sol, que ainda mantinha sua irradiação. Chamou-nos atenção a motricidade, pelos movimentos ágeis e a cognição daquelas pessoas, muito além das que temos nestes corpos terrícolas. Na volta, Ramatís utilizou-se de uma bela ideoplastia para nos transmitir alguns ensinamentos. Nos vimos lado a lado, e ele empinava uma pipa – pandorga, papagaio – dando linha, e ela voando cada vez mais alto. Repentinamente, a linha terminava, passando entre os seus dedos como se tivesse arrebentado. Em desabalada correria, quase batendo em um muro que surgiu durante a perseguição ao fio, consegui pegar a linha e segurei a pipa para que não fosse embora. Voltei à presença de Ramatís e ele pediu-me para amarrar a linha num galho de árvore que estava próximo. Explicou-me que as três varetas que davam sustentação à pipa, simbolizava os três corpos: físico, etérico e astral. O papel que a fizera alçar vôo, era o espírito, centelha divina querendo retornar ao Todo cósmico, ao sei do Pai, diante da inexorabilidade do vento ascensional que a arrebatara. A linha, significava nossas amarras, nossos apegos à vida material. Mostrou-me que para libertarmo-nos, temos que deixar a pipa alçar-se a altitudes maiores. O muro em que quase bati, era a outra faixa vibratória, que pelo nosso atual estágio evolutivo, ainda não nos é permitido ultrapassar. Minha desesperada corrida para segurar a linha foi decorrência dos meus apegos, ainda presentes nessa encarnação, e dos quais devo libertar-me. Quando olhei para a árvore, não encontrei mais a linha presa, e a pipa a planar no céu. Perguntei a Ramatís o que houvera e ele me disse que aquela alma, ali simbolizada, tinha partido junto ao vento do Criador, retornando ao Todo cósmico como espírito angélico. Ramatís ainda passou-nos outras informações para melhorar o intercâmbio mediúnico, pertinentes aos trabalhos que iremos desenvolver juntos, e que não estamos autorizados a divulgar. Deixou-me suavemente no corpo físico; despertei no exato instante do acoplamento, lembrando perfeitamente de toda a experiência. Não tenho palavras para descrever a paz, a segurança e o amor ao lado de Ramatís. Fiquei com uma certa melancolia saudosista, pois não queria retornar."