domingo, 8 de fevereiro de 2015
Exú do Lodo.
Essa entidade de origem afro-brasileira normalmente apresenta-se representado na forma de um homem calvo sentado à beira de lagos e pântanos, usa roupa cinza, marrom, preta e principalmente vermelha. Geralmente pode-se notar que ele apresenta um casco (como o de um cavalo) no lugar de um dos pés.Quando esse Exu se manifesta (por intermédio de um médium), ele está agachado como se tivesse dificuldade para se levantar, mas na realidade se locomove com rapidez. Os espíritos desta linha se apresentam curvos pois segundo os praticantes da da religião, a sua energia é pesada e todos possuem aparência de velhos. A maioria desses espíritos desta linha foram em vida Padres, Bispos, Bruxos, Magos e Feiticeiros. Exu do Lodo é um dos sentinelas das almas, enviado direto de Omulu (Omulu é uma entidade superior aos Exus) que trabalha na transmutação de energias, transformando o lado negativo em positivo. Motivo de usar muito a cor preta que representa a transformação.Ainda segundo os umbandistas quase sempre que é marcado algum trabalho para essa entidade começa uma garoa (chuva). É a resposta que ele está atento e presente.Boa parte dos terreiros de Umbanda se negam a trabalhar com essa entidade, pois, associam ela a energias negativas e a maldade. Muitos acreditam ser uma entidade que afunda a sua vida no lodo, leva para a “lama” os que com ela se comunicam. Já outros religiosos partem em sua defesa e explicam que existe um engano sério que algumas pessoas da própria religião costumam cometer contra essa entidade. Seus defensores dizem que o lodo é formado em ambientes úmidos que represam impurezas, ou seja numa cachoeira onde a água corre livremente não há lodo, só há lodo onde à infiltração e umidade constante que não é limpo (tais como lugares com energias negativas, essas energias se assemelhariam ao lodo). O Exu do lodo entraria nesses lugares "carregados" (como os próprios religiosos se referem) e fazem a limpeza dessas energias, tirando o lodo ruim (energia ruim) e restaurando o lodo bom e limpo (energia positiva). Mas é certo afirmar que existe bastante polêmica a respeito dessa entidade, não há um consenso sobre a bondade ou maldade desse ser entre os praticantes da religião.O Exu do lodo está intimamente ligado a Nanã e a Iemanjá, pois sua energia telúrica se funde coma energia aquosa (pertencente a essas outras entidades). Por essas razões ele pode ser muito visto em praias, rios e lagos.Sobre a sua origem conta-se que ele teria sido um médico pesquisador muito conceituado em Amsterdã durante o século XVIII. Salvou a vida de muitas pessoas ricas e importantes mas sempre se recusou a tratar qualquer pessoa pobre que não tivesse dinheiro. Nunca fez caridade a pessoa alguma e só se importava com a fama e o status. Ele chegou a construir dois hospitais mas apesar da insistência de sua mãe em que ele começasse a ajudar também os mais necessitados, em momento algum dispensou qualquer atenção aos doentes que não lhe trouxessem algum benefício financeiro. Sua mãe acabou falecendo e o seu coração continuou sendo guiado pela arrogância e pelo interesse. Depois de muitos anos ele próprio veio a falecer e para sua surpresa ele acabou indo para as profundezas das regiões umbralinas (umbral corresponde ao inferno para os espíritas). Chafurdou no lodo das regiões infernais em grande sofrimento. Pois desperdiçou sua vida em interesses egoístas e mesquinhos. Mas após algum tempo de sofrimento sua mãe o socorreu e resgatou dessas regiões de sofrimento. Ele reconheceu seu erro e se arrependeu profundamente. Assim foi lhe dada nova chance de redenção e ele voltou a reencarnar. Dessa vez renasceu no Brasil, em uma família indígena. Mas veio a falecer cedo, com apenas 8 anos de idade foi mordido por uma cobra venenosa e veio a desencarnar. Novamente sua mãe o socorreu e no Plano espiritual retomou sua forma adulta (de sua antiga vida), estudou e pediu para cumprir sua missão como médico dos espíritos imundos. Dessa vez não reencarnaria, mas assumiria a forma de um Guardião do Lodo e recolheria todos aqueles que caíssem nas ilusões (todos que caíssem na lama) da vida assim como ele próprio havia caído. Assim se tornou a entidade.