quinta-feira, 20 de junho de 2019

Marcionismo

Os Marcionitas eram seguidores de Marcião do Ponto (ou Marcião de Sínope), considerado um dos cristãos mais influentes entre o tempo de São Paulo e Orígenes. Ele teria sido expulso da Igreja por “seduzir uma virgem”, mas essa acusação pode ter sido incitada por seus inimigos.
O que se sabe é que ele chegou a Roma e começou a ensinar suas doutrinas lá, atraindo um grande número de seguidores e ameaçando a própria existência da Igreja Romana, ainda no seu início. O bispo Policarpo de Esmirna chamou-o de “primogênito de Satanás”.
Marcião rejeitava o Deus judeu Javé como uma divindade tirânica, ensinando que o Deus de que fala as Escrituras Hebraicas não era o Pai de Jesus Cristo. Obviamente, ele rejeitou os escritos judaicos (que viriam a ser o Antigo Testamento), bem como compilou um novo cânone de livros sagrados. Para este fim, ele produziu um “Evangelho do Senhor” (uma versão inicial do Evangelho de Lucas) e recolheu as epístolas de Paulo, introduzindo assim a ideia de um “Novo” Testamento.
Marcião avaliou Paulo como o único apóstolo a entender verdadeiramente a mensagem de Jesus. Ele considerava os 12 originais, incluindo Pedro, idiotas. Marcião também proibiu o casamento e pediu o celibato entre seus seguidores (mesmo os já casados), uma vez que trazer mais crianças para o mundo significava trazer mais pessoas para o “cativeiro do despótico Javé”. Marcião foi também um docetista – ele acreditava que Jesus nunca tinha sido um ser humano de carne e sangue, apenas fingiu ser um.