Oxalá
Orixá masculino de origem iorubá(nagô) bastante cultuado no Brasil, onde costuma ser considerado a divindade mais importante do panteão africano. Na África é cultuado com o nome de Ọbàtálá. Quando, porém, os negros vieram para cá, como mão de obra escrava na agricultura, trouzeram consigo, alêm do nome do orixá, uma outra forma de a ele se referirem, Orixalá, que significa orixá dos orixás. Numa versão contraída, o nome que acabou se popularizando é Òsàlà (no Almas e Angolas é conhecido como Oxalá).
A figura de Oxalá na Umbanda assumiu importância principal e Jesus Cristo no seio o Catolicismo.
Na identificação de Oxalá com o "Filho", segunda pessoa da Santíssima Trindade, fato aceito pela religião de Umbanda, observa-se que, ao culto externo, à veneração e ao conhecimento das divinas qualificações de Jesus, se soma toda uma série de observâncias, preceitos, ritos remanescentes da tradição religiosa africana e, com toda a religiosidade, praticados pelos umbandistas de todos os matizes, com pequenas diferenciações, decorrentes de influências regionalistas ou da maior ou menor parcela do afro na cultuação.
A imagem de Oxalá (Jesus Cristo) é figura obrigatoriamente em lugar de honra em todos os Centros, Terreiros ou Tendas de Umbanda, em local elevado, geralmente destacado com iluminação intencionalmente preparada, de modo a conformar uma espécie de aura de luz difusa à sua volta. Homenageia-se Oxalá na representação daquele que foi o "filho dileto de Deus entre os homens"; entretanto, permanece, no íntimo desse sincretismo, a herança da tradição africana: "Jesus foi um enviado; foi carne, nasceu, viveu e morreu entre os homens"; Oxalá coexistiu com a formação do mundo; Oxalá já era antes que Jesus o fosse.
Oxalá, assim como Jesus, proporciona aos filhos a melhor forma de praticar a caridade, isto é, dando com a direita para com a esquerda receberem na eternidade e assim poderem trilhar o caminho da luz que os conduzirá ao seu Divino Mestre. Oxalá é o Trono Natural da Fé e seu campo de atuação preferencial é a religiosidade dos seres, aos quais ele envia o tempo todo suas vibrações estimuladoras da fé individual e suas irradiações geradoras de sentimentos de religiosidade. Oxalá é sinônimo de fé que, assentado na Coroa Divina, irradia a fé em todos os sentidos e a todos os seres.
A Linha de Oxalá é a Linha Súplice, suprema condutora, porque nela se baseiam todas as outras linhas.
Oxalá, nome cabalístico formado através dos séculos, que teve do feixe de correntes formadoras da Grande Corrente Universal a força máxima, na qual os homens se suprem para se lançarem, através dos seus Guias, em busca da magna força.
"A Corrente Universal divide-se em vários setores, cabendo cada um destes setores a um Chefe, que trabalha nesta mesma corrente, tirando dela a força e a luz para conduzi-lo ao ponto que lhe é necessário para seus trabalhos espirituais; e sendo Oxaláo Supremo Chefe da Umbanda, a ele pertence um desses setores, buscando, na Corrente Universal, suprimento para as suas falanges"
As atribuições de Oxalá são as de não deixar um só ser sem o amparo religioso dos mistérios da Fé. Mas nem sempre o ser absorve suas irradiações quando está com a mente voltada para o materialismo desenfreado dos espíritos encarnados.
É uma pena que seja assim, porque os próprios seres se afastam da luminosa e cristalina irradiação do divino Oxalá...
Os guias:
Principais desta linha são: Caboclo Urubatão de Guia, Caboclo Ubirajara, Caboclo Aymoré, Caboclo Guaracy, Caboclo Guarany e Caboclo Tupy. Estes guias são os chefes de falanges, mais existem os demais guias que pertencem a esta linha e trabalham na caridade, são eles: Caboclo Pena Branca, Caboclo Águia Branca, Caboclo Tupã, Caboclo Rompe Nuvem, Caboclo Tamoio, Caboclo Gira Sol e outros. O astro que rege esta linha é o Sol e tem como anjo Gabriel.
O filho de Oxalá é pessoa normalmente tranqüila, de andar sereno, sem afobação, com tendência ao sofrimento, quando o busca. Gosta de transmitir seu gênio calmo, quer as coisas sem demonstrar, atingindo seus objetivos de forma bem natural. É teimoso. Na teimosia não gosta de impor suas idéias, mas não cede em seu ponto de vista. De todos os Orixás, o filho de Oxalá talvez seja o mais organizado, no dia a dia, escritórios e papéis.
Para Oxalá, a idéia e o verbo são sempre mais importantes que a ação, não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a linguagem (escrita ou falada) seja o ponto fundamental.
Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte majestoso ou no mínimo digno, principalmente na maneira de andar e não na constituição física; não é alto e magro como o filho de Ogum nem tão compacto e forte como os filhos de Xangô. Às vezes, porém, essa maneira de caminhar e se postar dá lugar a alguém com tendência a ficar curvado, como se o peso de toda uma longa vida caísse sobre seus ombros, mesmo em se tratando de alguém muito jovem.
Para que o filho de Oxalá tenha uma vida melhor, deve procurar despertar em seu interior a alegria pelas coisas que o cerca e tentar ceder à sua natural teimosia.
Qualidades Ou Tipos de Oxalá
Muito tempo depois que Odùdúwà chegou em Ilê Ifé e começaram a adorar o culto das Águas de Òṣàlà, aconteceu que, logo no primeiro ano, quando estava perto das festas Oxalá escolheu uma senhora das mais velhas do terreiro, chamada Omon Ọxum, para tomar conta de todo, ou melhor, de tôda sua roupa, adornos e apetrechos, depositando com tôda benevolência nas mãos dela aquele direito especial para tomar conta de tudo que lhe pertencesse, da corôa ao sapato.
Omon Ọxum por nunca ter tido nenhum filho, criava uma menina. Dessa data em diante ela e a menina ficaram sendo odiadas por algumas pessoas que faziam parte nesse terreiro e que por inveja de Omon Ọxum começaram a tramar novidades, procurando um meio qualquer para fazer Oxalá se zangar com ela e tomar o "Axé" entregue por Oxalá. Fizeram coisas que Deus duvida contra Omon Ọxum porém nada surtia efeito. Cada vez mais Oxalá ia aumentando a amizade e dedicação para Omon Ọxum. Ela era muito devotada ao cumprimento das suas obrigações e não dava margem alguma para ser por ele repreendida.
Como dizem que a água dá na pedra até que fura, aconteceu que, na vespera do dia da festa, as invejosas, já desiludidas por poderem fazer o que desejavam, de passagem pela casa de Omon Ọxum se depararam com a corôa de Oxalá que ela tinha areiado e colocado no sol para secar. Quando elas viram a corôa de Oxalá muito bonita e mais reluzente do que nunca, combinaram roubar a corôa e ir jogar no fundo do mar. E assim fizeram. Quando Omon Ọxum foi apanhar a corôa para guardar, não encontrou. Ficou doida. Procura daquí procura dalí, remexeram com tudo procurando em todos os cantos da casa e nada da corôa aparecer. As invejosas vendo a aflição que estava passando Omon Ọxum e sua filhinha, satisfeitas pelo mal que tinham causado, riam as gaiofadas dizendo: agora sim quero ver como ela vai se atá com Oxalá amanhã quando êle procurar a corôa e não encontrar.
A essa altura Omon Ọxum completamente aspirantada só pensava em se matar e já estava resolvida a fazer isso para não passar vergonha perante Oxalá. Foi quando a meninazinha, sua filha de criação disse: - Mamãe, porque a senhora não vai na feira amanhã de manhã bem cedinho e não compra o peixe mais bonito que tiver lá? A corôa de Oxalá deve estar na barriga desse peixe.
E assim a menina insistiu, insistiu tanto, até que Omon Ọxum se decidiu a aceitar o que a menina aconselhou, dizendo:- Fique tanquila minha filha, porque de madrugadinha eu vou acordar para ir à feira ver se encontro com esse peixe que voce imagina ter a corôa do nosso Rei Oxalá na barriga. A menina foi dormir tranquila. Omon Ọxum coitada, não pôde dormir tôda a noite preocupada que já amanhecesse o dia para ela ir a feira ver se conseguia encontrar o dito peixe que a menina julgava ter a corôa na barriga. Quando o dia mal tinha clareado, Omon Ọxum pulou da cama, se preparou e lá se foi. Quando ela chegou na feira foi diretamente no mercado de peixe e não encontrou nenhuma escama. Ainda éra muito cedo. Omon Ọxum deu uma volta pela feira e já bastante impaciente voltou ao mercado onde encontrou um senhor vendendo um peixe, cujo peixe, era o único que se encontrava no mercado.
Omon Ọxum comprou o peixe e foi voando para casa a fim de destrincha-lo. Queria ver se sua filha tinha aconselhado bem, para ela poder obter a paz e tranquilidade espiritual, encontrando a corôa de Oxalá. Assim que ela chegou em casa foi logo para a cosinha para abrir a barriga do peixe. Porém não conseguiu. Quando ela estava aí se acabando de chorar e labutando para abrir a barriga do peixe, a menina acordou e foi logo perguntando: - Mamãe já comprou o peixe? A senhora deixa que eu abra a barriga dele? - Omon Ọxum bastante chorosa respondeu:- Minha filha a barriga dele está muito dura. Eu não posso abrir quanto mais você.
A menina se levantou, chegou na cosinha, apanhou um cacumbú e puxou rasgando a barriga do peixe, esta se abriu em bandas deixando aparecer a corôa de Oxalá ainda mais bonita do que era antes. Omon Ọxum se abraçou com a menina e de tanto contentamento não sabia o que fazer com ela. Carregava, beijava, dançava, e por fim Omon Ọxum olhando para a menina e em seguida voltando as vistas para o céu, disse: - Ọlọ́run, Deus que lhe abençõe. Sua maesinha está sendo perseguida, porém com a fé que tem no seu Eledá, anjo da guarda, não ha de ser vencida. Limparam muito bem limpa, a corôa, e guardaram, muito bem guardada, juntamente com o resto das coisas pertencentes a Oxalá.
Em seguida Omon Ọxum cozinhou o peixe, fez um grande almoço e convidou a todos da casa para almoçar com ela dizendo que estava festejando o dia da festa do Pai Oxalá. Ao meio dia Omon Ọxum juntamente com seu, quero dizer, sua filhinha serviram o almoço acompanhado de Aluá ou Aruá, a bebida predileta de Oxalá a qual os Erê dão o nome de mijo do pai. Depois do almôço todos foram descansar para na hora determinada dar começo a festa das Águas de Oxalá. As invejosas quando viram todo aquele movimento, Omon Ọxum muito alegre como se nada tivesse acontecido a ponto de dar até um banquete em homenagem a Festa de Oxalá, ficaram malucas.
Uma delas perguntou:- Será que ela encontrou a corôa? - Outra respondeu:- Eu bem disse que queimasse. - E a outra mais danada ainda dizia:- Eu disse a vicês que o melhor era cavar um buraco bem fundo e enterrar. - A primeira procurando acalmar os animos, disse para a outra:- Vamos esperar até a hora que ela apresentar as roupas de Oxalá com todos os armamentos. Se a corôa estiver no meio o geito que temos é fazer um grande ebó e colocar na cadeira onde éla vai se sentar ao lado de Oxalá. - O ebó, sacrificio, póde ser empregado para o bem ou para o mal.
Quando estava perto da hora de começar a festa, Omon Ọxum apresentou a Oxalá tôda a roupa com todos os armamentos deixando as invejosas mais danadas e com mais desejo de vingança, a ponto de procurarem fazer o ebó por elas idealizado e colocar na cadeira onde Omon Ọxum era obrigada a sentar-se por ordem de Oxalá. Começou a festa com a maior alegria possível. Oxalá chegou acompanhado por Omon Ọxum e se sentou no trono. Omon Ọxum sem saber do que estava sendo feito contra ela, também se sentou na sua cadeira ao lado de Oxalá. Quando começaram as cerimônias e que Oxalá precisou de colocar a sua corôa, virou-se para Omon Ọxum e pediu para éla ir apanhar a corôa. Omon Ọxum quiz levantar e não pôde. Fez força para um lado, para o outro, e nada de poder levantar-se, até quando éla decidiu levantar-se de qualquer maneira. Devido a grande dor que sentiu, olhou para a cadeira e viu que estava tôda suja de sangue.
Alucinada de dor, e horrorisada por saber que Oxalá de fórma nenhuma podia ter nada de vermelho perto dêle porque era Ewó, proibição, saiu esbaforida pela porta afora, indo se esbarrar na casa de Exu. Quando Exu abriu a porta que viu Omon Ọxum tôda suja de vermelho, disse:- Você vindo dêsse geito da casa de meu pai? Infringiu o regulamento e eu não posso lhe abrigar,- e fechou a porta. Daí ela foi para a casa de Ogum, Ọxossi, de todos Orixás e sempre diziam a mesma coisa que disse Exu. Só restava a casa de Ọxum. Quando Omon Ọ̀ṣun chegou a casa de Ọxum, esta já tinha sabido do que estava acontecendo e estava a sua espera. Omon Ọxum se jogando nos pés dela disse:- Minha mãe me valha, estou perdida.
Oxalá não vai me querer mais em sua casa. Ọxum disse para ela que não se preocupasse, que um dia Oxalá ia buscar ela de volta. Depois Ọxum, usando de sua magia, fez com que, do lugar onde sangrava em Omon Ọxum saisse Ekodide, pena vermelha de papagaio da costa, até quando sare a ferida. Ọxum, depois de colocar todo aquêle Ekodidé numa grande igbá, cuia, reuniu todo seu pessoal e tôdas as noites faziam um xirê, festa, cantando
E assim Ọsum ricamente vestida, sentada no seu trono, com Omon Oxum ao seu lado, a cuia de Ekodidés e a vasilha para colocarem dinheiro em frente a elas, recebia as visitas de todos os Orixás que iam até lá para ver e saber porque Ọxum estava fazendo aquela festa tôdas as noites. Todos que lá chegavam e se enteiravam do acontecimento, si era homem dava dodóbálé, se estirava de peito no chão para Ọxum, depois apanhava um Ekodidé e colocava uma certa quantia na vasilha que estava ao lado para ser colocado o dinheiro, e se era mulher dava iká, quer dizer, se deitava no chão de um lado e do outro para Ọxum e em seguida apanhava um Ekodidé e colocava também o dinheiro na referida vasilha.
Tudo aquilo que estava acontecendo no palácio de Ọxum, ficou sendo muito propalado e as invejosas faziam todo possivel para que Oxalá não soubesse. Um dia, elas, sem observarem que Oxalá estava por perto, começaram a comentar o caso, onde uma delas disse:- Com ela não tem quem possa, depois de tudo o que nós fizemos, depois de ter acontecido o que aconteceu aqui no palácio de Oxalá e de ter sido enjeitada por todos Orixás, vocês não estão vendo que Ọxum abrigou ela? Curou, conseguindo que do lugar que sangrava saisse Ekodidé, fazendo uma grande fortuna e aumentando a sua riqueza.
Agora só nos resta é fazer com que o velho não saiba do que está acontecendo no palácio de Ọxum se não é bem capaz de querer ir até lá. Nisso o velho Oxalá pigarreou dando a entender que tinha ouvido tôda a conversação. Ordenou a elas que procurassem saber a hora que começava o xirê no palácio de Ọxum e que elas iam servir de companhia para ele poder ir apreciar o xirê e tomar conhecimento do que estava acontecendo. Quando elas ouviram Oxalá falar desta maneira bem pertinho delas a terra lhe faltaram nos pés e o remorso montou nos seus cangótes fazendo com que elas fugissem para nunca mais voltar ao palácio de Oxalá. A noite, depois do jantar, Oxalá cansado de esperar pelas tres invejosas e não vendo nenhuma delas aparecer, disse:- Fugiram com medo de que eu castigasse pela grande injustiça que cometeram, não sabendo de que o castigo será dado pelas mesmas. Assim Oxalá se dirigiu para o palácio de Ọxum afim de assistir o xirê e saber qual a causa do mesmo.
Quando Oxalá chegou no palácio de Ọxum mandou anunciar a sua chegada. Ọxum mais bonita do que nunca, coberta de ouro e muitas jóias dos pés a cabeça, sentada no seu rico trono, mandou que Oxalá entrasse, e continuou o xirê cantando
Quando Oxalá entrou ficou abismado de ver tanta riqueza e quando reparou bem para Ọxum, que viu a seu lado Omon Ọxum, a pessoa que cuidava dele e de tôdas suas coisas, a quem ele julgava ter perdido devido o que tinha acontecido, não se conteve, se jogou também no chão dando dodóbálé para Ọxum, apanhando um Ekodidé e colocando bastante dinheiro na vasilha. Ọxum quando viu o velho dar dodóbálé para ela, se levantou cantando
Quando Oxalá entrou ficou abismado de ver tanta riqueza e quando reparou bem para Ọxum, que viu a seu lado Omon Ọxum, a pessoa que cuidava dele e de tôdas suas coisas, a quem ele julgava ter perdido devido o que tinha acontecido, não se conteve, se jogou também no chão dando dodóbálé para Ọxum, apanhando um Ekodidé e colocando bastante dinheiro na vasilha. Ọxum quando viu o velho dar dodóbálé para ela, se levantou cantando
E foi ajudar a Oxalá a se levantarse levantar do chão. Depois que Oxalá se levantou Ọxum pegou Omon Ọxum pela mão e entregou à Oxalá dizendo:- Aqui está a vossa zeladora, sã e salva de todo mal que desejaram e fizeram para ela para que ela ficasse odiada por vós.Oxalá agradecendo a Ọxum disse:- Ọxum, em agradecimento a tudo o que fizestes de bem e para amenisar os sofrimentos de Omon Ọxum eu, Oxalá, prometo levar ela de volta para o meu palácio e de hoje em diante nunca hei de me separar desta pena vermelha que é o Ekodidé e que será o unico sinal desta côr que carregarei sôbre o meu corpo.
Para cada Orixás diferentes propõem respostas diferentes - e raramente há um acordo social no sentido de estabelecer uma das saídas como a correta e a outra não. A "jurisprudência" africana nesse sentido prefere conviver com os opostos, estabelecendo, no máximo, que, perante um impasse, "Ogum faz isso, Iansã faz aquilo", por exemplo.
Assim,Oxalá não tem mais poderes que os outros nem é hierarquicamente a eles superior, mas merece o respeito de todos por representar o patriarca, o chefe da família. Cada membro da família tem suas funções e o direito de se inter-relacionar de igual para igual com todos os outros membros, o que as lendas dos orixás confirmam através da independência que cada um mantém em relação aos outros. Oxalá, porêm, é o que traz consigo a memória de outros tempos, as soluções já encontradas no passado para casos semelhantes, merecendo, portanto, o respeito de todos numa sociedade que cultuava ativamente seus ancestrais. Ele representa o conhecimento empírico, neste caso colocado acima do conhecimento especializado que cada orixá pode representar:Oxossi, a caça e sabedoria ; Ogum, a metalúrgia; Ọxum, a maternidade; Iemanjá, a educação; Omolu, a medicina - e assim por diante.
É o Orixá da criação. Representa o mais alto na hierarquia dos Orixás, tendo como contraparte nosso Mestre Jesus, o médium supremo. É cultuado como o Senhor de todas as coisas e do universo, pois é Ele quem ordena aos Orixás que venham ajudar seus filhos por meio dos Guias e Mensageiros que vêm à Terra. Sua imagem é a de Jesus Cristo, sem a cruz e de braços abertos. (O titulo que recebe de estar como superior é sim um mérito, de ser Orixalá e não por que possui mais poderes que os outros).Nos altares de Umbanda é comum vermos a figura tranquilizadora do Cristo de braços abertos e não numa cruz, oferecendo seu amor e caridade indistintamente a todos. Sua cabeça aureolada emite a luz do conhecimento espiritual que esclarece questões e apazigua conflitos, abrandando o ardor dos espíritos inflamados. Paz na Terra às pessoas de boa vontade. É considerado um Oxalá muito velho e sábio, é a primeira forma de Orixá que foi criada por Olorun no início dos tempos, sendo assim associado ao ar que existia antes da criação da Terra e também à água do início da existência. Detém o axé da criação de todos os seres da Terra, representando a fer tilidade masculina.
Oxalá é o maior dos orixás, o Grande orixá FunFun (Orixá que veste branco), e o orixá encarregado da criação do mundo.Veste-se inteiramente de branco, sendo responsável pela manutenção da paz e da tranqüilidade entre os seres criados. Representa a matu ridade, a sabedoria e o equilíbrio. O raciocínio e a constante reflexão sobre todos os aspectos da sua existência é a grande contribuição desse Orixá para os seres humanos
Oxalá é o maior dos orixás, o Grande orixá FunFun (Orixá que veste branco), e o orixá encarregado da criação do mundo.Veste-se inteiramente de branco, sendo responsável pela manutenção da paz e da tranqüilidade entre os seres criados. Representa a matu ridade, a sabedoria e o equilíbrio. O raciocínio e a constante reflexão sobre todos os aspectos da sua existência é a grande contribuição desse Orixá para os seres humanos
Características:
Animais: Pomba Branca (Almas e Angola), Caramujo, Coruja Branca
Bebida: Champanhe Meio Doce Branco (Almas e Angola), Vinho Branco Doce, Água Mineral
Chakra: Coronário
Comida: Canjica Branca (Almas e Angola), Acaça , Inhame, Mungunzá.
Cor: Branco
Data Comemorativa: 25 de Dezembro.
Elemento: Ar
Essências: Aloés, Almíscar, Lírio, Flor de Laranjeira, Boldo (Almas e Angolas)
Guia: Contas Brancas Leitosas, Firmas Brancas.
Flores: Boldo (Almas e Angolas) Lírios Brancos.
Incompatibilidade: Vinho de Palma, Dendê, Carvão, Roupa Escura, Cor Vermelha, Bichos Escuros.
Instrumento: Opaxorô de Oxalufan, Adê, Impulsas para Oxaguian, alguns Oxaguian trazem espada ou mão de pilão, Pombo.
Metal: Prata (Platina, ouro branco, Níquel )
Pedras: Albita, Cristais Brancos, Opala, Calcita , Selenita, Dolomita Branca, Howlita Branca, Perolas Brancas.
Planeta: Sol
Pontos da Natureza: Praias Desertas, Colinas Descampadas, Campos, Montanhas etc..
Saudação: Epa babá, Choe pra Babá.
Saúde: Não tem área de saúde específica, pois abrange todo nosso corpo e espírito.
Símbolo: Estrela de 5 pontas. Em algumas casa, a Cruz.
Folhas:
- Aracaçazeiro
- Coco
- Fruta Pão
- Mamão
- Pêra
- Tâmara
- Uva Branca
- Cara Moela
- Macaxeira
- Mandioca
- Agapanto
- Agapanto Branco
- Agrião do Pará
- Alecrim
- Alecrim da Serra
- Alecrim e Caboclo
- Alecrim de Tabuleiro
- Alecrim do Campo
- Alfazema
- Alfavaca
- Angélica
- Aperta Ruão
- Baunilha Verdadeira
- Bétis Cheiroso
- Boldo
- Calistemo
- Camélia
- Camomila
- Campainha
- Carnaúba
- Caruru
- Erva Prata
- Folha da Costa
- Girassol
- Jasmim
- Hortelã
- Manjericão
- Obi
- Amendoeira
- Rosa Branca
Na identificação de Oxalá com o "Filho", segunda pessoa da Santíssima Trindade, fato aceito pela religião de Umbanda, observa-se que, ao culto externo, à veneração e ao conhecimento das divinas qualificações de Jesus, se soma toda uma série de observâncias, preceitos, ritos remanescentes da tradição religiosa africana e, com toda a religiosidade, praticados pelos umbandistas de todos os matizes, com pequenas diferenciações, decorrentes de influências regionalistas ou da maior ou menor parcela do afro na cultuação.
A imagem de Oxalá (Jesus Cristo) é figura obrigatoriamente em lugar de honra em todos os Centros, Terreiros ou Tendas de Umbanda, em local elevado, geralmente destacado com iluminação intencionalmente preparada, de modo a conformar uma espécie de aura de luz difusa à sua volta. Homenageia-se Oxalá na representação daquele que foi o "filho dileto de Deus entre os homens"; entretanto, permanece, no íntimo desse sincretismo, a herança da tradição africana: "Jesus foi um enviado; foi carne, nasceu, viveu e morreu entre os homens"; Oxalá coexistiu com a formação do mundo; Oxalá já era antes que Jesus o fosse.
Oxalá, assim como Jesus, proporciona aos filhos a melhor forma de praticar a caridade, isto é, dando com a direita para com a esquerda receberem na eternidade e assim poderem trilhar o caminho da luz que os conduzirá ao seu Divino Mestre. Oxalá é o Trono Natural da Fé e seu campo de atuação preferencial é a religiosidade dos seres, aos quais ele envia o tempo todo suas vibrações estimuladoras da fé individual e suas irradiações geradoras de sentimentos de religiosidade. Oxalá é sinônimo de fé que, assentado na Coroa Divina, irradia a fé em todos os sentidos e a todos os seres.
A Linha de Oxalá é a Linha Súplice, suprema condutora, porque nela se baseiam todas as outras linhas.
Oxalá, nome cabalístico formado através dos séculos, que teve do feixe de correntes formadoras da Grande Corrente Universal a força máxima, na qual os homens se suprem para se lançarem, através dos seus Guias, em busca da magna força.
As atribuições de Oxalá são as de não deixar um só ser sem o amparo religioso dos mistérios da Fé. Mas nem sempre o ser absorve suas irradiações quando está com a mente voltada para o materialismo desenfreado dos espíritos encarnados.
É uma pena que seja assim, porque os próprios seres se afastam da luminosa e cristalina irradiação do divino Oxalá...
Os guias:
Principais desta linha são: Caboclo Urubatão de Guia, Caboclo Ubirajara, Caboclo Aymoré, Caboclo Guaracy, Caboclo Guarany e Caboclo Tupy. Estes guias são os chefes de falanges, mais existem os demais guias que pertencem a esta linha e trabalham na caridade, são eles: Caboclo Pena Branca, Caboclo Águia Branca, Caboclo Tupã, Caboclo Rompe Nuvem, Caboclo Tamoio, Caboclo Gira Sol e outros. O astro que rege esta linha é o Sol e tem como anjo Gabriel.
Características dos filhos de Oxalá
Não é líder, mas não se submete facilmente a liderança de outro, ou seja, não manda e não gosta de ser mandado. Não é agressivo e quando agredido prefere demonstrar superioridade. Tem uma tendência muito forte para a solidão, buscando no isolamento um encontro com a harmonia universal.
São amáveis e pensativos, mas nunca de maneira subserviente. Às vezes chegam a ser autoritários, mas isso acontece com os que têm Orixás guerreiros ou autoritários como adjutores (dejuntós).
São muito dedicados, caprichosos, mantendo tudo sempre bonito, limpo, com beleza e carinho. Respeitam a todos mas exigem ser respeitados.
Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que impliquem em organização. Gostam de centralizar tudo em torno de si mesmos. São reservados, mas raramente orgulhosos.
Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm certeza de suas convicções; será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um problema.
No Oxalá mais velho (Oxalufan) a tendência se traduz em ranzinzice e intolerância, enquanto no Oxalá novo (Oxaguiã) tem um certo furor pelo debate e pela argumentação.São amáveis e pensativos, mas nunca de maneira subserviente. Às vezes chegam a ser autoritários, mas isso acontece com os que têm Orixás guerreiros ou autoritários como adjutores (dejuntós).
São muito dedicados, caprichosos, mantendo tudo sempre bonito, limpo, com beleza e carinho. Respeitam a todos mas exigem ser respeitados.
Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que impliquem em organização. Gostam de centralizar tudo em torno de si mesmos. São reservados, mas raramente orgulhosos.
Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm certeza de suas convicções; será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um problema.
Para Oxalá, a idéia e o verbo são sempre mais importantes que a ação, não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a linguagem (escrita ou falada) seja o ponto fundamental.
Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte majestoso ou no mínimo digno, principalmente na maneira de andar e não na constituição física; não é alto e magro como o filho de Ogum nem tão compacto e forte como os filhos de Xangô. Às vezes, porém, essa maneira de caminhar e se postar dá lugar a alguém com tendência a ficar curvado, como se o peso de toda uma longa vida caísse sobre seus ombros, mesmo em se tratando de alguém muito jovem.
Para que o filho de Oxalá tenha uma vida melhor, deve procurar despertar em seu interior a alegria pelas coisas que o cerca e tentar ceder à sua natural teimosia.
Qualidades Ou Tipos de Oxalá
- Oxalá Ajegemo: Para o qual durante sua festa anual em Edé, dança-se e representa-se com mímicas um combate entre ele e Oluniwi, no qual este último sai vencendo.
- Oxalá Ajalá: O Oleiro primordial. A parte de Oxalá responsável pela criação física dos homens, por seu corpo, sua cabeça (onde vive Ori). Ele representa o aspecto mais orgânico do ser humano; o tipo de barro, de maior ou menor qualidade, mais ou menos cozido (o que implica maior ou menor numero de problemas), mais claro ou escuro. Ajalá mistura ao barro folhas, frutas, minérios, sangues e uma série de materiais que determinam como será aquela pessoa, como Ori poderá agir nela. Estes ingredientes, com o tempo perdem o axé (energia) e precisam ser, de vez em quando, repostos, o que é feito nos rituais do candomblé, entre eles a iniciação. Diz um dos mitos que Ajalá foi incumbido de moldar as cabeças dos homens com a lama do fundo dos rios e outros elementos da natureza. Ele moldava as cabeças e as punha para assar em seu forno. Ajalá tinha, contudo, o hábito de embriagar-se enquanto cozia o barro e criou muitas cabeças defeituosas, queimando algumas e deixando outras com o barro cru. A causa dos problemas que muitas pessoas apresentam antes de serem iniciadas viria exatamente de um ori cru, ou queimado, ou mal proporcionado feito durante alguma bebedeira de Ajalá. Como os orixás não gostam de cabeças ruins, a pessoa ficaria desprotegida, sem a energia do orixá. Depois que Ajalá terminava de fazer os oris (cabeças) Ọbàtálá soprava nelas e lhes dava eni, a vida.
- Oxalá Akire ou Ikire: É um valente guerreiro muito rico que transformava em surdo e mudo a quem negligencia.
- Oxalá Alase ou Olúorugbo: Salvou o mundo fazendo chover num período de seca.
- Oxalá Lejugbe: É muito confundido com Oxalufan, por ser vagaroso e indeciso. Muito Chegado a Ayrá; come com Iemanjá e Oxalufan. Come também todo tipo de carne branca.
- Oxalá Obatalá:
É o mais velho dos orixás. O grande rei branco; raiz de todos os outros Oxalás. Ele não é feito, faz-se Ayrá ou Ọxum Opara. É o pai de Oxalufan que por sua vez é o pai de Oxaguiã. Por ser muito grande e poderoso, Ọbàtálá não se manifesta, sua palavra transforma-se imediatamente em realidade. Representa a massa, o ar, as águas frias e imóveis do começo do mundo, controla a formação dos novos seres, é o senhor dos vivos e dos mortos. - Oxalá Okó: Divindade da agricultura e colheita dos inhames novos e a fertilidade da terra. Orixá Nagô, pouco conhecido no Brasil. Na época da chegada dos escravos, não deram muita importância a este orixá, considerando como orixá da agricultura, em seu lugar Ogum e dos grãos Obaluaiyê. Quando se manifesta leva um cajado de madeira que revela sua relação com as árvores, traz uma flauta de osso que lembra sua relação com a sexualidade e a fertilidade. É confundido com Oxalá pois veste-se de branco. Seu Opaxoró, no Brasil, é confeccionado em madeira. Sendo um Orixá raro, tem poucas qualidades conhecidas. É um Orixá rico.
- Oxalá Orisanlá, Orixalá ou Obàtálá: É casado com a Iemanjá suas imagens são colocadas ao lado e cobertas com tracos e pontos desenhados com efum, no Ilésin , local de adoração, dizem que Iemanjá foi a unica mulher de Orixalá um caso excepcional de monogamia entre Orixás e eborás.
- Oxalá Oxalufan: Orixá velho e sábio, cujo templo é Ifón e pouco distante de Oxogbô, a cerimónia de saudações é de dezesseis em dezesseis dias. Orixá muito velho, de idade avançada, aleijado, lento, movendo-se com muita dificuldade. Dança apoiado no Apaxoró; Treme de frio e velhice; Detesta a violência, disputa de briga; não come sal e muito menos Dendê; Odeia cores fortes, principalmente o vermelho. A ele pertence os metais e substâncias brancas ; Não suporta Cavalo.
- Oxalá Oxaguian: Orixá jovem e guerreiro, cujo templo principal se encontra em Ejigbo. Tomou o título de Eleejigbô Rei de Ejigbô uma das suas características e o gosto pelo inhame pilado chamado Iyán, que lhe valeu o apelido de Orisa-Je -Iyán ou Orisájiyan (Orixá que come inhame pilado).A tradição exige que s habitantes de dois bairros Xolô e Oké Mapô lutem uns contra os outros a golpes de varas. É o único que tem autorização de enfeitar seus colares brancos com pedras azuis, chamadas Seguy. Está ligado ao culto de Iroko e dos espíritos , assim como a fertilidade e ao culto ao inhame. É o pai de Oxossi Inlé, come com Ogunjá, Oxossi Inlé, Airá, Exu, Oyé, e Oníra. Tem muito fundamento com Oyá pois, é o dono do Atori, fundamento que lhe foi dado por ela, motivo , pelo qual as pessoas de Guian devem agradar a Oyá. Vem pelos Caminhos de Onírá; tem ligação forte com Exu . Seus filhos devem evitar brigas e mentiras principalmente, não devem enganar a Ogum.
- Oxalá Ogiyan Ewúlee Jiigbo: Senhor de Ejigbô (conhecido pelo nome de Oxaguiã)
Lenda de Oxalá, por que ele usa Ekodide
Muito tempo depois que Odùdúwà chegou em Ilê Ifé e começaram a adorar o culto das Águas de Òṣàlà, aconteceu que, logo no primeiro ano, quando estava perto das festas Oxalá escolheu uma senhora das mais velhas do terreiro, chamada Omon Ọxum, para tomar conta de todo, ou melhor, de tôda sua roupa, adornos e apetrechos, depositando com tôda benevolência nas mãos dela aquele direito especial para tomar conta de tudo que lhe pertencesse, da corôa ao sapato.
Omon Ọxum por nunca ter tido nenhum filho, criava uma menina. Dessa data em diante ela e a menina ficaram sendo odiadas por algumas pessoas que faziam parte nesse terreiro e que por inveja de Omon Ọxum começaram a tramar novidades, procurando um meio qualquer para fazer Oxalá se zangar com ela e tomar o "Axé" entregue por Oxalá. Fizeram coisas que Deus duvida contra Omon Ọxum porém nada surtia efeito. Cada vez mais Oxalá ia aumentando a amizade e dedicação para Omon Ọxum. Ela era muito devotada ao cumprimento das suas obrigações e não dava margem alguma para ser por ele repreendida.
Como dizem que a água dá na pedra até que fura, aconteceu que, na vespera do dia da festa, as invejosas, já desiludidas por poderem fazer o que desejavam, de passagem pela casa de Omon Ọxum se depararam com a corôa de Oxalá que ela tinha areiado e colocado no sol para secar. Quando elas viram a corôa de Oxalá muito bonita e mais reluzente do que nunca, combinaram roubar a corôa e ir jogar no fundo do mar. E assim fizeram. Quando Omon Ọxum foi apanhar a corôa para guardar, não encontrou. Ficou doida. Procura daquí procura dalí, remexeram com tudo procurando em todos os cantos da casa e nada da corôa aparecer. As invejosas vendo a aflição que estava passando Omon Ọxum e sua filhinha, satisfeitas pelo mal que tinham causado, riam as gaiofadas dizendo: agora sim quero ver como ela vai se atá com Oxalá amanhã quando êle procurar a corôa e não encontrar.
A essa altura Omon Ọxum completamente aspirantada só pensava em se matar e já estava resolvida a fazer isso para não passar vergonha perante Oxalá. Foi quando a meninazinha, sua filha de criação disse: - Mamãe, porque a senhora não vai na feira amanhã de manhã bem cedinho e não compra o peixe mais bonito que tiver lá? A corôa de Oxalá deve estar na barriga desse peixe.
E assim a menina insistiu, insistiu tanto, até que Omon Ọxum se decidiu a aceitar o que a menina aconselhou, dizendo:- Fique tanquila minha filha, porque de madrugadinha eu vou acordar para ir à feira ver se encontro com esse peixe que voce imagina ter a corôa do nosso Rei Oxalá na barriga. A menina foi dormir tranquila. Omon Ọxum coitada, não pôde dormir tôda a noite preocupada que já amanhecesse o dia para ela ir a feira ver se conseguia encontrar o dito peixe que a menina julgava ter a corôa na barriga. Quando o dia mal tinha clareado, Omon Ọxum pulou da cama, se preparou e lá se foi. Quando ela chegou na feira foi diretamente no mercado de peixe e não encontrou nenhuma escama. Ainda éra muito cedo. Omon Ọxum deu uma volta pela feira e já bastante impaciente voltou ao mercado onde encontrou um senhor vendendo um peixe, cujo peixe, era o único que se encontrava no mercado.
Omon Ọxum comprou o peixe e foi voando para casa a fim de destrincha-lo. Queria ver se sua filha tinha aconselhado bem, para ela poder obter a paz e tranquilidade espiritual, encontrando a corôa de Oxalá. Assim que ela chegou em casa foi logo para a cosinha para abrir a barriga do peixe. Porém não conseguiu. Quando ela estava aí se acabando de chorar e labutando para abrir a barriga do peixe, a menina acordou e foi logo perguntando: - Mamãe já comprou o peixe? A senhora deixa que eu abra a barriga dele? - Omon Ọxum bastante chorosa respondeu:- Minha filha a barriga dele está muito dura. Eu não posso abrir quanto mais você.
A menina se levantou, chegou na cosinha, apanhou um cacumbú e puxou rasgando a barriga do peixe, esta se abriu em bandas deixando aparecer a corôa de Oxalá ainda mais bonita do que era antes. Omon Ọxum se abraçou com a menina e de tanto contentamento não sabia o que fazer com ela. Carregava, beijava, dançava, e por fim Omon Ọxum olhando para a menina e em seguida voltando as vistas para o céu, disse: - Ọlọ́run, Deus que lhe abençõe. Sua maesinha está sendo perseguida, porém com a fé que tem no seu Eledá, anjo da guarda, não ha de ser vencida. Limparam muito bem limpa, a corôa, e guardaram, muito bem guardada, juntamente com o resto das coisas pertencentes a Oxalá.
Em seguida Omon Ọxum cozinhou o peixe, fez um grande almoço e convidou a todos da casa para almoçar com ela dizendo que estava festejando o dia da festa do Pai Oxalá. Ao meio dia Omon Ọxum juntamente com seu, quero dizer, sua filhinha serviram o almoço acompanhado de Aluá ou Aruá, a bebida predileta de Oxalá a qual os Erê dão o nome de mijo do pai. Depois do almôço todos foram descansar para na hora determinada dar começo a festa das Águas de Oxalá. As invejosas quando viram todo aquele movimento, Omon Ọxum muito alegre como se nada tivesse acontecido a ponto de dar até um banquete em homenagem a Festa de Oxalá, ficaram malucas.
Uma delas perguntou:- Será que ela encontrou a corôa? - Outra respondeu:- Eu bem disse que queimasse. - E a outra mais danada ainda dizia:- Eu disse a vicês que o melhor era cavar um buraco bem fundo e enterrar. - A primeira procurando acalmar os animos, disse para a outra:- Vamos esperar até a hora que ela apresentar as roupas de Oxalá com todos os armamentos. Se a corôa estiver no meio o geito que temos é fazer um grande ebó e colocar na cadeira onde éla vai se sentar ao lado de Oxalá. - O ebó, sacrificio, póde ser empregado para o bem ou para o mal.
Quando estava perto da hora de começar a festa, Omon Ọxum apresentou a Oxalá tôda a roupa com todos os armamentos deixando as invejosas mais danadas e com mais desejo de vingança, a ponto de procurarem fazer o ebó por elas idealizado e colocar na cadeira onde Omon Ọxum era obrigada a sentar-se por ordem de Oxalá. Começou a festa com a maior alegria possível. Oxalá chegou acompanhado por Omon Ọxum e se sentou no trono. Omon Ọxum sem saber do que estava sendo feito contra ela, também se sentou na sua cadeira ao lado de Oxalá. Quando começaram as cerimônias e que Oxalá precisou de colocar a sua corôa, virou-se para Omon Ọxum e pediu para éla ir apanhar a corôa. Omon Ọxum quiz levantar e não pôde. Fez força para um lado, para o outro, e nada de poder levantar-se, até quando éla decidiu levantar-se de qualquer maneira. Devido a grande dor que sentiu, olhou para a cadeira e viu que estava tôda suja de sangue.
Alucinada de dor, e horrorisada por saber que Oxalá de fórma nenhuma podia ter nada de vermelho perto dêle porque era Ewó, proibição, saiu esbaforida pela porta afora, indo se esbarrar na casa de Exu. Quando Exu abriu a porta que viu Omon Ọxum tôda suja de vermelho, disse:- Você vindo dêsse geito da casa de meu pai? Infringiu o regulamento e eu não posso lhe abrigar,- e fechou a porta. Daí ela foi para a casa de Ogum, Ọxossi, de todos Orixás e sempre diziam a mesma coisa que disse Exu. Só restava a casa de Ọxum. Quando Omon Ọ̀ṣun chegou a casa de Ọxum, esta já tinha sabido do que estava acontecendo e estava a sua espera. Omon Ọxum se jogando nos pés dela disse:- Minha mãe me valha, estou perdida.
Oxalá não vai me querer mais em sua casa. Ọxum disse para ela que não se preocupasse, que um dia Oxalá ia buscar ela de volta. Depois Ọxum, usando de sua magia, fez com que, do lugar onde sangrava em Omon Ọxum saisse Ekodide, pena vermelha de papagaio da costa, até quando sare a ferida. Ọxum, depois de colocar todo aquêle Ekodidé numa grande igbá, cuia, reuniu todo seu pessoal e tôdas as noites faziam um xirê, festa, cantando
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E assim Ọsum ricamente vestida, sentada no seu trono, com Omon Oxum ao seu lado, a cuia de Ekodidés e a vasilha para colocarem dinheiro em frente a elas, recebia as visitas de todos os Orixás que iam até lá para ver e saber porque Ọxum estava fazendo aquela festa tôdas as noites. Todos que lá chegavam e se enteiravam do acontecimento, si era homem dava dodóbálé, se estirava de peito no chão para Ọxum, depois apanhava um Ekodidé e colocava uma certa quantia na vasilha que estava ao lado para ser colocado o dinheiro, e se era mulher dava iká, quer dizer, se deitava no chão de um lado e do outro para Ọxum e em seguida apanhava um Ekodidé e colocava também o dinheiro na referida vasilha.
Tudo aquilo que estava acontecendo no palácio de Ọxum, ficou sendo muito propalado e as invejosas faziam todo possivel para que Oxalá não soubesse. Um dia, elas, sem observarem que Oxalá estava por perto, começaram a comentar o caso, onde uma delas disse:- Com ela não tem quem possa, depois de tudo o que nós fizemos, depois de ter acontecido o que aconteceu aqui no palácio de Oxalá e de ter sido enjeitada por todos Orixás, vocês não estão vendo que Ọxum abrigou ela? Curou, conseguindo que do lugar que sangrava saisse Ekodidé, fazendo uma grande fortuna e aumentando a sua riqueza.
Agora só nos resta é fazer com que o velho não saiba do que está acontecendo no palácio de Ọxum se não é bem capaz de querer ir até lá. Nisso o velho Oxalá pigarreou dando a entender que tinha ouvido tôda a conversação. Ordenou a elas que procurassem saber a hora que começava o xirê no palácio de Ọxum e que elas iam servir de companhia para ele poder ir apreciar o xirê e tomar conhecimento do que estava acontecendo. Quando elas ouviram Oxalá falar desta maneira bem pertinho delas a terra lhe faltaram nos pés e o remorso montou nos seus cangótes fazendo com que elas fugissem para nunca mais voltar ao palácio de Oxalá. A noite, depois do jantar, Oxalá cansado de esperar pelas tres invejosas e não vendo nenhuma delas aparecer, disse:- Fugiram com medo de que eu castigasse pela grande injustiça que cometeram, não sabendo de que o castigo será dado pelas mesmas. Assim Oxalá se dirigiu para o palácio de Ọxum afim de assistir o xirê e saber qual a causa do mesmo.
Quando Oxalá chegou no palácio de Ọxum mandou anunciar a sua chegada. Ọxum mais bonita do que nunca, coberta de ouro e muitas jóias dos pés a cabeça, sentada no seu rico trono, mandou que Oxalá entrasse, e continuou o xirê cantando
Quando Oxalá entrou ficou abismado de ver tanta riqueza e quando reparou bem para Ọxum, que viu a seu lado Omon Ọxum, a pessoa que cuidava dele e de tôdas suas coisas, a quem ele julgava ter perdido devido o que tinha acontecido, não se conteve, se jogou também no chão dando dodóbálé para Ọxum, apanhando um Ekodidé e colocando bastante dinheiro na vasilha. Ọxum quando viu o velho dar dodóbálé para ela, se levantou cantando
Quando Oxalá entrou ficou abismado de ver tanta riqueza e quando reparou bem para Ọxum, que viu a seu lado Omon Ọxum, a pessoa que cuidava dele e de tôdas suas coisas, a quem ele julgava ter perdido devido o que tinha acontecido, não se conteve, se jogou também no chão dando dodóbálé para Ọxum, apanhando um Ekodidé e colocando bastante dinheiro na vasilha. Ọxum quando viu o velho dar dodóbálé para ela, se levantou cantando
E foi ajudar a Oxalá a se levantarse levantar do chão. Depois que Oxalá se levantou Ọxum pegou Omon Ọxum pela mão e entregou à Oxalá dizendo:- Aqui está a vossa zeladora, sã e salva de todo mal que desejaram e fizeram para ela para que ela ficasse odiada por vós.Oxalá agradecendo a Ọxum disse:- Ọxum, em agradecimento a tudo o que fizestes de bem e para amenisar os sofrimentos de Omon Ọxum eu, Oxalá, prometo levar ela de volta para o meu palácio e de hoje em diante nunca hei de me separar desta pena vermelha que é o Ekodidé e que será o unico sinal desta côr que carregarei sôbre o meu corpo.