PERGUNTA: E o que tem a dizer sobre alguns adeptos umbandistas que negam abertamente a relação de culto com os ritos africanistas, afirmando a origem "cabocla" dessa religião em solo pátrio e que não teria nenhuma ligação com os negros da África?
VOVÓ MARIA CONGA: Que esses filhos são movidos por preconceito e consideram os cultos africanistas inferiores. Realmente há uma predominância de caboclos nas manifestações mediúnicas e nos prepostos dos Orixás. Mas o ser negro ou vermelho tem relação somente com uma existência na carne. Todos estamos constantemente evoluindo e já passamos muitas vezes no vaso da matéria. Não discutiremos profundamente as nuanças da magia etéreo-física envolvida em cada culto ou raça que já pisou na Terra. Preocupemo-nos com questões maiores e constituídas de amor fraterno e solidário para o exercício da verdadeira caridade. Como diz o bugre rude do interior, "cavalo ganho não se olha os dentes, não se pergunta a idade nem o tipo de pêlo, pois nos apraz é a serventia do préstimo que o bichano vai dar". Tratemos a Umbanda como um cavalo ganho pelo grande senhor das almas, nosso Pai Oxalá.
Do livro ELUCIDAÇÕES DE UMBANDA