PERGUNTA: Qual a vossa opinião sobre a poligamia e a monogamia? Qual seria a mais compatível com as leis da natureza?
RAMATÍS: É evidente ser objetivo do matrimônio legalizado no mundo estabelecer deveres e direitos entre ambos os esposos, no sentido de que a segurança do lar, para aconstituição das famílias, seja o sustentáculo de afeição dos filhos aos pais e dos pais aos filhos. A união conjugal deve ter a garantia afetiva, acima da pura sensualidade. Desse modo, na poligamia, predomina a sensação pura, na qual os parceiros se unem pela emoção erótica, enquanto, na monogamia, deve haver a afeição real, despertada e amplificada pela convivência de dois seres. Há mais compromissos no casamento monogâmico e menos sensualidade, enquanto, na poligamia, prepondera mais a satisfação carnal e menos responsabilidade mútua.
PERGUNTA: Poderíeis nos dar um resumo sobre o assunto?
RAMATÍS: Todos os resumos são insuficientes pela complexidade do assunto, entretanto, observando a natureza, vemos que as uniões dos seres têm por objetivo a perpetuação das espécies, portanto, procriativa, sendo essa a principal razão do relacionamento sexual. Porém o homem, pelo seu hedonismo, que talvez seja um erro da filogênese, transformou as emoções, os sentimentos, os instintos, em instrumentos do seu prazer e, daí, passaram a fazer parte de sua experiência milenária, que deve retornar à antiga finalidade; porém, até lá, aceitamo-la como normal, sem os excessos aviltantes, os quais não podemos nem denominar de animais, pois, estes cumprem, com fidelidade, as leis naturais.
Do livro: “Sob A Luz Do Espiritismo” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.