PERGUNTA: O que dizeis dessa violenta modificação dos usos e costumes sociais,liberando, completamente, a conduta sexual? Estaremos regredindo aos estados primitivos da evolução?
RAMATÍS: Sem querermos parodiar os profetas populares, diríamos ser isso um sinal dos tempos. Não nos alongaremos no tema ventilado, porque, em diversas obras, tratamos do assunto profético de "Tempos Chegados", "Juízo Final" e "Besta do Apocalipse". Expusemos, alhures, que o Planeta Terra está em acelerada metamorfose, de um educandário espiritual de almas primárias para um símile ginásio secundário de alunos com média responsabilidade, confirmando, então, essa terminologia de "Tempos Chegados" ou "Fim de Tempos", em que a humanidade terrícola está sendo submetida a rigoroso exame espiritual, após milhares de anos de vivência reencarnatória, graduando-se os "bons alunos" à direita de Cristo e os "maus alunos" à sua esquerda, e conseqüente emigração para um orbe inferior e adequado a cada grau espiritual.
Por analogia, o Alto cogitou em chamar de "Juízo Final", por ser semelhante aos usados na própria Terra, nos exames escolares, onde os alunos devem ser submetidos a respostas e "testes" sobre um "ponto sorteado" de um tema escolhido, para comprovar o seu aproveitamento educativo ou a negligencia escolar. A Administração Sideral da Terra, portanto, conforme as predições dos mais abalizados profetas bíblicos ou profanos, e mesmo por Jesus, há dois milênios, vem advertindo a humanidade dos tempos chegados, juízo final, e, consequentemente, do tema sorteado para o terrível Juízo Final, que é, então, a "Besta", do Apocalipse de João, ou seja, o domínio da carne, eclosão do sexo, e o ensejo definitivo de santificação ou degradação. Diríamos que a energia telúrica sexual, como expressão criadora, tomou-se incontrolável a toda a humanidade, causando enormes distúrbios, com as manifestações mais variadas, cabendo ao espírito escolher entre a luz e as trevas. Ademais, todos os processos e atividades do mundo profano, principalmente os meios de comunicação, concorrem, atualmente, para a difusão e a desmistificação da hipocrisia sexual dos antigos.
Ninguém poderá alegar ignorância. Pode-se escolher entre o Céu e o Inferno, pois, há um clima de máxima liberalidade na lascívia humana, como o sexo grupal, terapêutica sexológica, onde o erotismo se confunde com a técnica de aspecto criativo. Existe todo um clima indisciplinado de satisfação até exaustão dos desejos, das paixões, como solução dos problemas humanos. Hoje, no seio da humanidade terrícola, o sexo é produto de primeira necessidade, e é plenamente justificado por si mesmo, derrubando tabus, restrições, pudores e contenções, os quais passam a ser artificialismos, ou falsa moral. Os seres se buscam, atraídos na mesma faixa de satisfação erótica. Fervilham obras em que a pornografia e a exposição científica fundiram-se na linha divisória e, dificilmente, podem ser identificadas as verdadeiras mensagens, e transformam-se em "best-sellers" mundiais. Escritores desavisados da realidade espiritual, da função educativa do orbe e da finalidade dos renascimentos carnais despejam toneladas de tinta sobre o papel pregando a lascívia, como absoluta liberdade de expressão oral ou gestual, dando nova feição psicológica para as práticas sexuais, como meio de sublimação superior. Na realidade, a "Besta ri cinicamente", porque, sob a cortina da falsa erudição, ou desconhecimento científico sexual, os vassalos da Besta usufruem, tão somente, os ricos proventos das edições incessantes.
Eis, assim, a violenta e absoluta metamorfose da conduta sexual nos dias de hoje. Sob a justificativa de abolir os "tabus", contenções, falsa moralidade, creem os estudiosos no surgimento de uma nova moral mais sincera e sensata, por força da própria saturação sexual. Jesus previu muito bem essa hora a controvérsia da humanidade e, assim, advertiu: "E o sujo ficará mais sujo, e o santo mais santo".
PERGUNTA: Que nos dizeis sobre "amor livre", o qual parece a norma de vida em planetas superiores? (vide Marte)
RAMATÍS: Não vemos razões lógicas para comprovar ser a satisfação genésica promovida à guisa de "afinidade" na busca masculina e feminina, como se faz na gravidade entre os astros, coesão entre as substâncias e o próprio amor entre os homens. A simples conjunção carnal não é prova de afeição, mas, apenas, uma transitória satisfação, dispensando qualquer dever ou responsabilidade recíproca. Nas relações sexuais fundamentalmente procriativas, já deve existir o planejamento da responsabilidade mútua com referência ao futuro, porquanto, a Terra não é simples palco de diversões ou troca de sensações sem motivos superiores.
O homem terrícola ainda não se encontra satisfatoriamente imbuído dos compromissos do "amor livre", porquanto, no campo dos interesses humanos, tanto o homem como a mulher, agem separadamente no tocante aos seus interesses pessoais e, bem pouco, no sentido da afeição e fidelidade mútua. Disso poderia resultar a licenciosidade e devassidão, numa simples troca sensual e de experimento erótico, pela variedade e falta de um nexo afetivo. Sob qualquer condição, não é a relação sexual que deve predominar como motivo responsável pela união entre o homem e a mulher, mas, acima de tudo, o vínculo do amor, da afeição, da amizade e, depois, a satisfação decorrente da ação normal das leis da natureza.
Do livro: “Sob A Luz Do Espiritismo” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.