Vovô Chiquinho ou Vô Francisco, é um africano que trabalhava na lavoura de cana de açucar durante a época da escravidão. Devido a idade avançada foi obrigado a parar de trabalhar e ficar trancado durante muitos anos na senzala.
Por causa seu grande conhecimento com ervas e plantas de cura, passou então a cuidar de todos os escravos, escravas e crianças que necessitvam de cuidados. Ajudava também as escravas que estavam em trabalho de parto, a trazer o seus filhos ao mundo e fazia cirurgias aos que necessitavam.
Todas as vezes que os coronéis descobriam isso, amarravam o Vô Chiquinho em um tronco, e batiam nele com chicote, até que ele caisse insanguentado de dor.
Por muito apanhar, teve que começar a ajudar os outros escondido durante a noite, sentado aos pés de um cruzeiro, apenas com o auxilio de uma vela acesa para clarear e de suas plantas e ervas milagrosas.
Um dia, quando benzia as coluna de uma velha senhora que tinha apanhado no tronco, foi pego de surpresa e apanhou com chicote nas costas por seu “sinhozinho”, o coronel.
Indefeso e muito velho, o Vô Francisco infelizmente não suportou a dor e faleceu aos pés do cruzeiro.
Indefeso e muito velho, o Vô Francisco infelizmente não suportou a dor e faleceu aos pés do cruzeiro.
Nos dias de hoje, vem em giras de Pretos Velhos na linhagem de Oabaluaê, fazendo o que sempre fez quando vivo, ajuda a todos que o procuram, com fé e devoção, fazendo suas benzedeiras e cirurgias espirituais, e levando palavras de nosso pai Oxalá a todos que necessitam.