EXU ORIXÁ E EXU ENTIDADE. QUAL A DIFERENÇA?
EXU ORIXÁ:
VOVÓ MARIA CONGA: – “Na concepção original do termo (EXU ORIXÁ), não se classifica Exu em um tipo de entidade. É um princípio vibratório que obrigatoriamente participa de tudo. É dinâmico e está em tudo que existe. É a força que impõe o equilíbrio às criaturas que ainda têm carmas negativos a saldar.Em sendo assim, abrange uma enorme parcela no Cosmo imensurável. (Obs.: exu entidade é diferente exu de Nação – candomblé: ver religiões africanas; cultura Yorubá).
Ramatis: Exu é o princípio do movimento, aquele que tudo transforma, que não respeita limites, pois atua no ilimitado, liberto da temporalidade humana e da transitoriedade da matéria, interferindo em todos os entrecruzamentos vibratórios existentes entre os diversos planos do Universo. Por isso, exu é considerado o mensageiro dos planos ocultos, dos orixás, sendo o que leva e traz, o que abre e fecha, nada se fazendo sem ele na magia. Cada um dos filhos tem seu exu individual. Cada orixá com seus correspondentes vibratórios tem seus exus. É o exu o executor das Leis Cósmicas. Não é nem bom nem ruim, nem positivo nem negativo. Sendo neutro, é justo. A função de exu consiste em solucionar, resolver todos os trabalhos, encontrar os “caminhos” apropriados, “abri-los” ou “fechá-los” e fornecer a sua ajuda e poder a fim de mobilizar e desenvolver junto à existência de cada indivíduo a sua situação cármica, bem como as tarefas específicas atribuídas e delegadas a cada um dos Guias e Protetores.
EXU ENTIDADE: Aqui trataremos de Exu na Umbanda, como entidade que trabalha na caridade. São os genuínos exus da Umbanda que garantem a segurança dos trabalhos, mantêm a organização e a disciplina e são grandes “combatentes” quando em atividades socorristas e de resgates nas organizações malévolas do Umbral Inferior. Exu não é o diabo. Exu respeita o carma de cada cidadão e não faz nada que contrarie o livre-arbítrio e o merecimento de cada criatura
Obs.: Os espíritos que “baixam” em alguns terreiros ‘dizendo’ serem exus, galhofeiros, imorais, deselegantes, de vocabulário impróprio, ‘xingando’, enfim, tumultuando o ambiente, não são exus, mas espíritos doentes, kiumbas obsessores, que comparecem ou por invigilância do médium e consulente, ou pela baixa moralidade do grupo mediúnico. Mas essas invasões também ocorrem fingindo-se de caboclos e pretos velhos, pois esses espíritos são mistificadores e tentam fingir o que não são, em processo de assédio para conturbar os trabalhos. É fruto da ignorância dos homens, das suas ambições e vaidades mesquinhas, a exploração desses irmãos doentes, os kiumbas, que, em escambos ilícitos moralmente, fazem-se presentes nas vampirizações fluídicas, tornando alguns terreiros balcão que a tudo resolve por meio dos despachos pagos e rituais macabros e em total discordância com as Leis Divinas e de merecimento individual de cada um.
EXUS: agentes de reajustamentos cármicos e o socorro nas zonas umbralinas do planeta
As entidades que atuam como exus são como guardiões de nossos caminhos (nossas encruzilhadas cármicas). A vibração dessa linha atua numa faixa de retificação evolutiva, fazendo com que muitas vezes sua atuação seja confundida com o mal, o que não é de forma alguma verdadeiro. Se um exu atua numa faixa de correção, muitas vezes no escopo de seu trabalho, alguém vai sofrer alguma mazela por puro efeito de justo retorno. Por exemplo: pessoas que foram muito ricas e despóticas em vidas passadas, na atual encarnação vão encontrar dificuldades para o ganho financeiro. Nesses casos, então exu não irá facilitar em nada essa situação, agindo dentro de uma linha justa de intercessão. E se a criatura fizer um trabalho de magia negativa para conseguir um emprego e prejudicar alguém, e o prejudicado procurar um terreiro de umbanda, pode-se ter certeza de que o contratante do trabalho terá como retorno todo o manancial cármico que distorceu intensificado, por um justo mecanismo de compensação cósmica, que foge ao nosso controle. Então, o que acontecerá depois cabe a Xangô (a justiça) determinar; cabe a exu apenas executar à risca. Parece duro, mas aprendemos com o tempo que as coisas funcionam desse modo, independentemente do que se entende como exu ou não.
Os espíritos que manejam e atuam na vibração de exu são calejados nas lides e psicologia da vida, e desprovidos de sentimentalismos na aplicação da lei cármica. Entendemos que, sem essa vibratória, o planeta seria uma barafunda, e os magos do Astral inferior já teriam instalado o caos na Terra.
Há de se ter bem claro que exu não faz mal a ninguém, ao menos os verdadeiros. Quanto a espíritos embusteiros e mistificadores que estão por aí, encontram sintonia em mentes desavisadas e sedentas por facilidades de todas as ordens.
Os exus atuam diretamente em nosso lado-sombra e são os grandes agentes de assepsia das zonas umbralinas. Em seus trabalhos, cortam demandas, desfazem feitiçarias e magias negativas feitas por espíritos malignos, em conluio com encarnados que usam a mediunidade para fins nefastos. Auxiliam nas descargas, retirando os espíritos obsessores e encaminhando-os para entrepostos socorristas nas zonas de luz no Astral, a fim de que possa cumprir suas etapas evolutivas em lugares de menos sofrimento.
Assim é exu: por vezes incompreendido, outras temido, tantas amado, mas sempre honesto, alegre, feliz, direto no que tem a nos dizer, e incansável combatente da maldade que o próprio homem alimenta no mundo.
Trecho retirado dos Livros: 1-Umbanda Pé no Chão, Norberto Peixoto; 2- Umbanda Sagrada: Rubens Saraceni.