quarta-feira, 17 de junho de 2015

Caboclo Cachoeira

Caboclo da Cachoeira, sisudo, rosto vincado, corpo esguio, falando pouco, é o legitimo representante da linha de Xangô.
Seu senso de justiça é dominante.
Cumpre todo ritual da Umbanda rigorosamente e é capaz de subir durante a gira se não lhe dispensarem respeito.
É intransigente e embora aparente mau humor, tem um coração imenso e é capaz de emocionar-se pela tristeza dos seus filhos.
Certa vez uma pessoa sentou-se à sua frente. Sem nada perguntar, o Caboclo da Cachoeira foi contando sua vida:
Eu era revoltado e não gostava dos meus semelhantes. Saí da tribo e fui viver sozinho. Minha casa ficava à margem de um bonito rio. A solidão foi minha companheira. Meus pensamentos giravam só pelas coisas que tinha deixado para trás. Meu amargo coração aumentava cada vez mais a mágoa que carregava. Descobri que ninguém pode viver sozinho. Quem se isola não consegue colher bons pensamentos.
Aí parou. Olhou fixamente para o rapaz à sua frente e perguntou-lhe o que queria. "Nada meu pai. Na verdade vinha lhe contar que ia sair da casa dos meus pais para viver sozinho..."
O Caboclo da Cachoeira representa a austeridade e a justiça.
Pontos Cantados
A mata virgen escureceu,
veio o luar e clareou foi quando ouvi a linda voz do senhor
cachoeirinha è quem chegou bis mas elè è rei, elè è rei, elè è rei
ele è um rei na mata virgen elè è rei bis.



Meu Pai Xangô é rei lá na pedreira
Também é rei, Caboclo da Cachoeira
Na sua aldeia tem os seu caboclos
Na sua mata tem a cachoeira
No seu saiote tem pena dourada
Seu capacete brilha na alvorada