terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

MECANISMO DE INCORPORAÇÃO - DIFERENTES FORMAS DE MEDIUNIDADE:

Poderíamos classificar o homem quanto ser vivo, como uma tríade que compreenderia: Corpo - Mente – Espírito.
Porem não é tão simples assim, na espiritualidade este ser é composto de um corpo físico a qual chamamos de matéria, e toda uma estrutura extra física que o reveste, então poderíamos denomina-los como os sete corpos espirituais, que são:
01- Alma ou Espírito – Esfera Multifacetada
02- Corpo Buddhi ou Búdico – {Alma Consciencial, Alma Intuitiva, Alma Moral}
03- Corpo Mental Superior
04- Corpo Mental Inferior – Perispirito
05- Corpo Astral – Forma Humana
06- Duplo Etérico – Forma Humana
07- Corpo Físico
Fizemos esta pequena introdução para entrarmos em outras questões também não menos complexas.
Evidentemente para uma pessoa comum quando entra na Umbanda ou qualquer outra religião espírita, irá se defrontar com todo um universo de coisas novas que terá que aprender e assimilar.
Para o aspirante da Umbanda, além de toda a parte teórica, também a parte pratica, os rituais, e é justamente ai que começam os porquês e as dúvidas, até aqui tudo bem.
Mas a grande dificuldade e o maior receceio de um médium iniciante é a incorporação de suas entidades, pois a grande maioria tem uma ideia errada sobre o Mecanismo de incorporação, achando que irão perder o controle total e que outro espírito ira tomar conta de seu corpo, é compreensível, porem não é nada disso que acontece.
Para ajudarmos numa melhor compreensão do que acontece, vamos então explicar alguns pontos que certamente facilitarão o entendimento.
Origem da palavra Médium:
A palavra médium, passou a existir a partir do fim do século XVIII começo do século XIX, antes disto os termos usados para as pessoas que se comunicavam com os mortos como diziam ou com o plano espiritual era conhecidas como "Necromantes" ou "Ob"...
Então podemos entender que médium é aquela pessoa que consegue sentir as vibrações e perceber as frequências extra físicas, ondas eletromagnéticas, sutis dos planos paralelos ou das dimensões paralelas, invisíveis aos olhos de um ser humano comum...
Os médiuns são como um elo, uma ponte, uma ligação extra mundos multidimensionais, são preparados e providos quanticamente pelo Plano Astral, pela Lei Maior, para realizarem este trabalho...
Os Médiuns quanto aos Níveis de Consciência podem ser: consciente, semi consciente, inconscientes...
Por que algumas pessoas são médiuns e outras não?
Na verdade todo ser vivo é médium, em algum grau, mas quando ouvimos isto ficamos na mesma!
Quando afirmamos que todos são médiuns, estamos falando uma realidade, ainda assim suas perguntas e dúvidas não estarão respondidas...
Vamos explicar as diferença entre o médium operacional e as pessoas comuns, ou médiuns não operacionais...
Por que algumas pessoas captam o que está no plano extra físico (etéreo) e outras não?
Para evitarmos divagações, vamos usar duas maneira diferentes para cada situação de pessoa médium, médium operacional ( médium pronto), e médium não operacional (ou em preparação)...
Os médiuns operacionais, quando comparados aos demais seres humanos de nosso mundo, não são muitos...
Médium Operacional:
São pessoas que no decorrer de suas vidas pretéritas, foram sendo preparadas e doutrinadas no Plano Astral, para reencarnarem neste plano e realizarem suas missões, pagando seus débitos de suas existências passadas...
Médium Não Operacional:
São pessoas comuns, mas que pelo fato de existirem como seres humanos, estão ligadas ao plano espiritual, possuindo uma ponte de ligação particular de suas matérias com o etéreo...
Porem são desprovidas de qualquer dom ou missão neste plano em que estão vivendo...
Falaremos agora sobre os diferentes tipos de médiuns, já mencionamos os níveis de consciência dos Médiuns que não devem ser confundidos aqui.
Tipos e características de um Médium, pode ser:
- Médium de efeito físico: Telecinese ou Efeitos Paranormais
- Médium Sensitivo: Sentir, Ouvir ou Ver...
- Médium Impressionáveis: Sentir a presença dos espíritos...
- Médium Auditivo
- Médium Vidente
- Médium Sonâmbulos: Durante o sono, sono R.E.M. (movimento rápido dos olhos), momento onde ocorrem os sonhos...
- Médium de Cura: Apometria, Reiki, Ervas e florais, terapia Holística, regressão de memória, hipnose, Barras de acesso, passes, benzimentos, rezas,etc...
- Médium Pneumatógrafos: Os que obtêm escrita direta, muito raros...
- Médium Psicografia
- Médium Psicopictograficos: Pinturas em telas e desenhos...
- Médium Intuitivo: Intuições conscientes...
- Médium Desobsessores: Encaminhamento e orientação aos espíritos...
- Médium de Incorporação ou Rodantes
MEDIUNIDADE DE INCORPORAÇÃO:
Como funciona o mecanismo de incorporação na mediunidade?
Muitos de nós imaginamos que quando da incorporação exista uma entrada de um espírito em um corpo em substituição a outra espírito.
De acordo com os ensinamentos da Filosofia Kardecista em O livro dos Espíritos, sabemos que isto não seria possível.
Sabemos que o espírito seria uma partícula individual, inteligente acoplado a um corpo material.
Sem este acoplamento o corpo material padeceria.
Entre o espírito e a matéria existe o perispirito, corpo fluídico-energetico que se amolda ao corpo material e é como uma ligação entre o espírito e o corpo material.
Os videntes vêm o perispirito dos desencarnados que tomaram a forma do corpo material, não vêem o espírito que é uma energia sem forma especifica.
Os ditos fantasmas ou assombrações são tão somente os perisipiritos de pessoas já desencarnadas que estão na erraticidade e muitos deles ainda não encontraram seu caminho espiritual.
Diante disto, entendemos que não é possível um espírito entrar dentro de um corpo já habitado por um outro espírito.
O que acontece na mediunidade de incorporação é uma interação entre o perispirito da entidade e o perispirito do médium.
A entidade através do pensamento comanda movimentos, pensamentos e palavras dos médiuns, (psicosoma).
Sabemos que as entidades, quanto mais evoluídas são mais difíceis de incorporar em um médium encarnado.
Para espíritos de alto grau de evolução isto seria totalmente impossível., pois a matéria densa do nosso corpo físico impediria este tipo de contato.
O processo de incorporação em muito se assemelha a um radio.
O médium seria o radio e as vibrações fluídicas emanadas das entidades seriam as ondas eletromagnéticas, a modulação e frequência vibratória.
As ondas mentais emanadas pelos espíritos ou entidades contactantes chegam ao cérebro do médium para que sejam processadas e resultem em atividade motora e em pensamentos.
Podemos também imaginar cada linha espiritual da Umbanda como uma radio de nosso dial.
As rádios de maior potência seriam as mais fáceis de captar, assim como as rádios de menor potência ou ondas curtas seriam as mais difíceis de captar.
A maioria dos médiuns de Umbanda quando iniciantes tem a mediunidade de incorporação de forma consciente.
Existe a presença de um grande nível de consciência do médium que esta recebendo vibrações cerebrais da entidade, isto causa uma certa preocupação e duvida nos médiuns iniciantes.
Será que existe mesmo a entidade?
Será que não sou eu que estou mistificando!
Mistificação ou animismo é o fato do médium acreditar que esta incorporado, mas não esta.
Ele atua através apenas de seu nível psicológico.
Porem quando o médium consciente começa a ter respostas durante o trabalho mediúnico, tais como ver ou ouvir coisas pertinentes a pessoa consulente que nunca havia encontrado antes.
Outro exemplo seria o de proferir palavras ou discursos com terminologia bem diferentes das de uso casual do médium em suas conversas habituais.
Quando estas peculiaridades aliadas a vidências e atitudes pouco habituais do médium, começam a aparecer no momento do trabalho mediúnico, principalmente nas consultas, daí temos a certeza de que não somos nós que estamos falando, e sim servimos de ponte para a manifestação das entidades.
Este tipo de afinidade entre o médium de incorporação e as entidades que trabalham com o médium é lento e gradativo.
As vidências, sonhos premonitivos, intuições são prodromos deste processo de acoplamento energético entre o perispirito do médium e o das entidades.
È muito importante que o Médium entenda que nós não somos donos das entidades, Elas não são nossas, é exatamente ao contrario, somos delas.
Temos um compromisso traçado no plano espiritual desde muito tempo atrás com estas entidades, é nosso histórico espiritual, nossa ancestralidade, nosso DNA.
Um contrato que assinamos com a Lei Maior, a nível moral e ético no plano espiritual antes de nossa reencarnação.

PORQUE NÃO INCORPORAR EM CASA?

Muitas vezes nos deparamos com pessoas que recebem os exus, caboclos, pretos velhos e crianças em casa.
Eles conversam, algumas vezes dão consultas e passam remédios que por vezes funcionam tão bem quanto os passados nos templos.
Mas então porque não é recomendável fazer isso em casa, se funciona?
Há vários motivos, mas gostaria de comentar os 3 que são em minha opinião, os principais:
1.) As complicações para SUA casa: Muitos umbandistas não sabem, mas o templo de umbanda, possui vários pontos de força chamados de firmezas onde todas as energias negativas (que chamaremos de “carrego”, usado no linguajar da Umbanda) podem ser enviadas para seu descarrego.
Sua casa não possui firmeza e se o médium não for bem firme pode piorar tudo.
Cada templo possui diferentes tipos de instrumentos para descarrego, ligado principalmente à linha da entidade que dirige o templo.
Sua casa não tem essa preparação, e portanto todo o carrego que a entidade tira seja do ambiente, seja de você ou seja daqueles que você ama ou que atende acaba ficando depositado na sua casa.
Obviamente que parte dele a entidade transforma e elimina, mas a parte mais “pesada” dele e que não pode ser transformada acaba sendo deixada no lugar onde o trabalho é executado e outra parte com quem o executou. Você pode imaginar que uma simples conversa não faria mal, mas os espíritos estão em trabalho constante mesmo quando aparentemente apenas conversando e funcionam como uma espécie de imã para o carrego que permeia o ambiente e as pessoas. Então mesmo numa simples conversa o espírito deixará sua casa com esta energia; isso afetará a todos de forma sutil no início, causando desentendimentos, desânimo, falta de vontade e com o tempo (e acúmulo) evoluindo para brigas, tristeza e até doenças.
2.) SUA preparação: É a segunda face do motivo acima; parte do carrego é processado pelo espírito, parte por quem recebe o espírito e parte fica no ambiente.
O trabalho constante e os diversos graus de iniciação que existem na Umbanda (coroa de firmeza, pai pequeno, babá) preparam o corpo do médium para receber uma carga maior de carrego, para que possa suportar os trabalhos mais pesados realizados pelo templo. Se você não tem preparação e recebe uma carga muito pesada você prejudica a si mesmo, com sintomas inclusive semelhantes aos de sua casa, mas que se aplicam apenas a você.
Uma coisa importante aqui: trabalhos pesados não significam trabalhos para prejudicar outra pessoa: desmanchar um “feitiço” que provocou uma doença em alguém, por exemplo, é um trabalho bastante pesado, mas benéfico.
Afastar um espírito ruim que está influenciando uma família a brigar também costuma ser bastante pesado (e muitas vezes sutil) e benéfico, apenas para citar alguns exemplos.
3.) Presença de espíritos zombadores: Exceto pelos médiuns mais desenvolvidos, é muito difícil saber quando o espírito incorporado é sério ou apenas um zombeteiro se fazendo passar por outro espírito.
O templo é energeticamente preparado por pessoas preparadas antes dos trabalhos para evitar que estes espíritos possam se manifestar, se utilizando inclusive das ferramentas que existem no templo.
Em casa, como vimos no primeiro ponto estas ferramentas não existem, e não temos como preparar o local de forma adequada, muitas vezes não tendo nós mesmos esta preparação.
Além disso, muitas pessoas que recebem os espíritos em sua casa tem pouco conhecimento e portanto menos condições de perceber a condição dos zombeteiros.
Esse tipo de espírito pode até ajudar a pessoa que você atender, mas com certeza não vai transformar ou levar nenhuma carga com ele, deixando o carrego todo para você, ou se for mais inteligente, para sua casa, onde você não perceberá imediatamente.
Afinal, se você vomitar ou se sentir mal após a desincorporação, provavelmente vai procurar o templo que freqüenta (ou algum templo se não freqüenta nenhum), mas se daqui a uma semana começarem brigas freqüentes você dificilmente relacionará isso ao atendimento que realizou.
Existem ainda as questões legais que regularizam a prática de cultos no Brasil.
Outra questão importante:
Existem ainda as incorporações “involuntárias”, e elas são bastante comuns.
Se isso está acontecendo, procure um templo de sua confiança, vá até lá e converse com um espírito incorporado nas correntes explicando o que está acontecendo.
Se é um espírito benéfico que o está chamando a trabalhar ele com certeza se manifestará no templo, em condições adequadas e explicará o que deseja e porque está se manifestando de forma inadequada.
Se for um espírito que deseja atrapalhar, ele será conduzido pelos espíritos do templo para ser educado, e provavelmente deixará de se manifestar. Não há motivo para desespero ou medo, apesar de saber que as pessoas que sofrem com as incorporações involuntárias sentem um medo justificado, muitas vezes por desconhecimento.
Mas como vimos neste tópico, incorporar em casa é, de muitas formas, muito prejudicial. Respeite as leis de Umbanda, um médico não faria uma cirurgia fora do hospital , tudo tem seu lugar e sua hora.
Fonte: Mensagem copiada da página Umbandistas...

A SUSPENSÃO DA MEDIUNIDADE

Hoje vamos tratar de um assunto pouco falado e desconhecido por muitos
"A SUSPENSÃO DA MEDIUNIDADE", temos certeza que ajudará na compreensão de alguns fatos e acontecimentos que muitos médiuns já observaram em algum ponto de suas jornadas na senda espiritual da Umbanda...
TODOS SÃO MÉDIUNS...
A faculdade mediúnica é inerente ao ser humano...
Todas as criaturas a possuem, em maior ou menor grau...
Todos somos médiuns, mas costuma-se chamar de médium a pessoa através da qual ocorrem, consciente ou inconscientemente, manifestações evidentes, ostensivas, sejam de natureza física ou intelectual...
Tanto isso é verdade que mesmo aqueles que nada conhecem e até contrários ao Espiritismo a possuem e por seu intermédio ocorrem fenômenos sem saberem que são deles a causa...
FINALIDADE DA MEDIUNIDADE...
Para alguns é uma missão de que se incumbiram e cujo desempenho os faz ditosos...
Para outros a Mediunidade lhes é concedida, porque precisam dela para se melhorarem, para ficarem em condições de receberem bons ensinamentos, de praticarem mais o amor ao próximo e a caridade...
A mediunidade seja ela missão ou necessidade deve ser encarada como uma oportunidade que Deus oferece à criatura...
MEDIUNIDADE NÃO É PRIVILÉGIO...
A mediunidade não e um privilégio, por isso, geralmente, os que mais necessitam são os que a possuem...
Não devem, pois, os médiuns se considerarem melhores que outras pessoas, nem tampouco a mediunidade ser motivo de vaidade e orgulho, mas sim, encará-la no sentido de tarefa, de serviço, de missão a ser cumprida, com alegria e desinteresse...
MÉDIUNS IMPERFEITOS...
Entretanto, há médiuns que manifestam repugnância ao uso de suas faculdades...
São médiuns imperfeitos, desconhecem o valor da graça que receberam...
MEDIUNIDADE – INSTRUMENTO...
Como vemos, a mediunidade pode ser considerada como verdadeiro instrumento de redenção da criatura humana, que, ao usá-la com dignidade e correção, tem oportunidade de exercitar as virtudes cristãs como:
A humildade, o perdão, o amor e a caridade...
Sendo uma faculdade como as outras que possuímos, pode de uma hora para outra sofrer interrupções, sendo suspensa temporariamente ou não mais funcionar...
A SUSPENSÃO DA MEDIUNIDADE É MOTIVADA POR TRÊS CAUSAS...
ADVERTÊNCIA...
1ª Advertência:
MOSTRAR AO MÉDIUM QUE ELE É APENAS INSTRUMENTO...
Quando os Espíritos que sempre se comunicam por um determinado médium deixam de o fazer, o fazem para provar ao médium e a todos que eles são indispensáveis, e que, sem o seu concurso simpático, nada se obterá...
Objetiva provar ao médium que ele é um simples instrumento e que sem o concurso dos Espíritos nada faria...
2ª Advertência:
PELA FORMA DE CONDUTA DO MÉDIUM...
Na maioria das vezes, a suspensão da mediunidade se prende à forma pela qual o médium vem se conduzindo, deixando a desejar sob o ponto de vista moral e doutrinário...
Ocorre quando o médium não está correspondendo às instruções dos Espíritos Superiores do ponto de vista moral e doutrinário...
Se o Espírito verifica que o médium já não corresponde às suas visitas e já não aproveita das instruções nem dos conselhos que lhe dá, afasta-se, em busca de um protegido mais digno... (LM, 2ª parte, cap. 17, item 220, 3ª Questão)...
3ª Advertência:
QUANDO A MEDIUNIDADE É TRANSFORMADA EM PROFISSÃO...
Os chamados "profissionais da mediunidade" não se agastam em receber pagamentos, quer sob a forma de dinheiro, presentes, favores, privilégios ou até mesmo dependência afetiva ou emocional...
4ª Advertência:
QUANDO A MEDIUNIDADE SERVE AO MÉDIUM COMO FRIVOLIDADE...
Ocorre quando o médium se serve da faculdade mediúnica para atender a coisas frívolas ou com propósitos ambiciosos e desvirtuados...
Como coisas frívolas, citamos a prática dos "ledores da sorte"...
Infelizmente, este desvirtuamento da verdadeira prática mediúnica existe em larga escala, e, mais cedo ou mais tarde, tais médiuns terão que prestar contas ao Senhor da aplicação feita dos talentos recebidos...
FIM DA ADVERTÊNCIA...
Geralmente, a suspensão por advertência é por algum tempo e a faculdade volta a funcionar, cessada a causa que motivou a suspensão...
BENEVOLÊNCIA...
1ª Benevolência:
MOTIVADA POR DOENÇA OU ESGOTAMENTO FÍSICO DO MÉDIUM...
Ocorre como um verdadeiro benefício ao médium por que evita que ele, quando debilitado por doença física, fique a mercê das entidades inferiores...
Quando as forças do médium estão esgotadas e seu poder de defesa fica reduzido, para que não caia como presa fácil nas mãos de obsessores, sua faculdade é suspensa, temporariamente, até que volte aos seu estado normal e possa exercitar com eficiência...
Os mentores espirituais não abandonam o médium que tem a sua faculdade suspensa, o médium se encontra então na situação de uma pessoa que perdesse temporariamente a vista, a qual, por isso, não deixaria de estar rodeada de seus amigos, embora impossibilitada de os ver...
(LM, 2ª parte, cap. 17, item 220, 8ª Questão)...
FIM DA BENEVOLÊNCIA...
Assim que volte ao seu estado normal e possa exercitá-la com eficiência a mediunidade retornará...
Sendo assim, a interrupção da faculdade nem sempre é uma punição porque demonstra a afeição e solicitude do Espírito para com o médium...
(LM, 2ª parte, cap. 17, item 220, 4ª Questão)...
PROVAÇÃO...
1ª Provação:
Quando o médium, apesar de se conduzir com acerto, ter o merecimento por boa conduta moral e não necessitar de descanso, tem suas possibilidades mediúnicas diminuídas ou interrompidas, com que fim isto ocorre?
O objetivo é o de desenvolver a paciência, a resignação, experimentar a perseverança e forçar o médium a meditar sobre o conteúdo das comunicações recebidas...
Meditar, significa ler com atenção; procurar entender o verdadeiro significado do que lê, pensar cuidadosamente sobre o que aprendeu e buscar aplicar o aprendido...
FIM DA PROVAÇÃO...
Geralmente, este tipo de suspensão é por algum tempo e a faculdade volta a funcionar, cessada a causa que motivou a suspensão...
MECANISMO DE AUMENTAR E DIMINUIR A PERCEPÇÃO MEDIÚNICA...
O desenvolvimento e o aceleramento dos CHACRAS está ligado diretamente com a mediunidade...
Para que o médium assimile ou perceba mais o plano espiritual é necessário acelerar a velocidade do chacra correspondente a sua mediunidade...
Ao organizar nossa encarnação nossos chacras são preparados com a velocidade compatível com a mediunidade que vamos ter...
O aceleramento também pode se dar durante a encarnação, com a entrada de mais energia espiritual através do chacra coronário e ou de mais energia física através do chacra básico...
O movimento giratório vorticoso dos chacras resulta do choque ou contato turbilhonante das energias espirituais sutilíssimas descidas do Alto, com forças físicas primárias, agressivas e vigorosas que sobem da Terra carregadas de impurezas próprias do mundo...
Esse fenômeno é algo semelhante às correntes de ar frio que descem de nuvens carregadas de água e entram em choque com as correntes de ar quente que sobem da crosta terrestre, resultando nos conhecidos fenômenos atmosféricos dos ciclones, tufões ou redemoinhos de vento...
A quantidade de giro é proporcional, quanto mais elevada maior é a absorção de energias...
O aceleramento dos chacras deve se dar de forma natural e progressiva à medida que o homem promover o seu próprio crescimento espiritual...
Ao despertar o chacra coronário através da nossa espiritualização, de forma natural, irrigaremos com mais intensidade os demais chacras com energia espiritual, ativando nossas percepções espirituais de cima para baixo, dessa forma não correremos risco algum...
Para acelerar nossos chacras os espíritos superiores dependem da nossa reforma moral, porque se eles permitirem que entrem somente energia espiritual, certamente irá acelerar os chacras e haverá mais percepção espiritual, mas a pessoa não terá condições morais suficientes para administrar este dom...
A medida que formos melhorando a nossa moral os Mentores Espirituais alteram as telas de proteção dos chacras permitindo que entrem mais energias espirituais e físicas, dessa forma ocorre o aceleramento e em consequência aumentam as percepções espirituais, mas de maneira equilibrada...
Portanto, Dependendo da nossa conduta durante a encarnação, principalmente a moral, os chacras podem:
- ser acelerados para aproveitarmos mais a oportunidade que nos foi dada;
- ser desacelerados para evitarmos complicações por mau uso das percepções,
- ou sua velocidade ser mantida para que as percepções fiquem estacionadas enquanto tivermos algum problema de ordem moral a ser resolvido...
Este é o caso de médiuns que passam anos sem ter avanço nas suas percepções...
QUESTIONAMENTOS E CONSIDERAÇÕES SOBRE A SUSPENSÃO OU PERDA DA MEDIUNIDADE...
Por que sinal se pode reconhecer a censura na interrupção da mediunidade?
Que interrogue o médium a sua consciência e pergunte a si mesmo que uso tem feito da sua faculdade, que benefícios têm resultado para os outros, que proveito tem tirado dos conselhos que lhe deram, e terá a resposta...
(LM, 2ª parte, cap. 17, item 220, 10ª Questão)...
Quando a suspensão se torna definitiva?
No caso de não mais funcionar a faculdade mediúnica, isto jamais se deve ao fato de o médium ter encerrado a sua missão, como se costuma dizer, porque toda missão encerrada com sucesso é prenúncio de nova tarefa que logo se lhe segue, e assim,
sucessivamente...
O que ocorre nestes caso é a perda por abuso da mediunidade ou por doença grave...
O Médium com uma idade avançada perde a mediunidade?
Quando orientada para o bem pode fazer com que trabalhemos junto dela até uma idade avançada...
Temos o exemplo de Chico Xavier...
Não teremos a mesma energia ou a mesma quantidade de fluidos, porém, a sintonia permanece permitindo que continuemos a ser instrumentos dos bons espíritos...
Há algum impedimento de mulheres grávidas participarem de reuniões mediúnicas?
Não é aconselhável...
O processo reencarnatório do Espírito é uma experiência delicada que envolve muitos aspectos energéticos e psíquicos...
Um deles é o estado psicológico da mãe que, sem sombra de dúvidas, se altera por alguns meses, enquanto aguarda a chegada do Espírito que lhe foi encaminhado como filho...
Ela necessita de tranquilidade, descanso e não deve se submeter a atividades que lhe exijam grandes perdas de energias de qualquer natureza...
Sabe-se que, nas atividades de intercâmbio espiritual, há toda uma movimentação de fluidos energizados, podendo haver gastos que poderá ser prejudicial para a mulher em estado de gravidez...
Além disso, há o aspecto do reencarnante...
É sabido pela ciência oficial da extrema importância do equilíbrio e interação mãe-filho desde o ventre...
Por conta disso é prudente que se isente a mulher grávida das tarefas da mediunidade...
O melhor que ela poderá fazer será cuidar de ter seu bebê em paz...
Ao fazê-lo, estará praticando a caridade maior, que é a de dar vida a um novo ser...
Quando puder, retornará às suas atividades mediúnicas normalmente...
Quando a suspensão da Mediunidade pode ser cessada?
Quando cessar as causas que motivaram a suspensão...
Situação mais comum onde ocorre a perda irreversível da Mediunidade?
O mal uso é uma das causas da perda da mediunidade...
As características de quem abusa do exercício mediúnico são:
- Acreditar-se privilegiado por possuir a faculdade;
- Não atender às solicitações de estudo da Doutrina;
- Achar que o Guia Espiritual ensina tudo;
- Não ter horário para trabalhar mediunicamente, entregando-se à prática a qualquer hora, ocasião e local;
- Fazer trabalhos mediúnicos habitualmente em casa domiciliar;
- Cobrar monetária ou moralmente pelos bens que eventualmente possa obter pela faculdade mediúnica...
O médium que emprega mal a sua faculdade está se candidatando:
- A ser veículo de comunicações falsas;
- A ser vítima dos maus Espíritos;
- À obsessão;
- A se constituir em veículo de ideias fantasiosas nascidas de seu próprio espírito orgulhoso e pretensioso;
- À perda ou suspensão da faculdade mediúnica.
PARA NÃO TERMOS A MEDIUNIDADE SUSPENSA INTERROGUEMOS A NOSSA CONSCIÊNCIA...
Qual o uso que temos feito da faculdade Mediúnica?
Qual o bem que dela tem resultado para os outros?
Que proveito tem tirado dos conselhos que obtém das comunicações?
Façamos então nossas reflexões!

VOCÊ ESTÁ NO LUGAR CERTO?

Quando um "Guia espiritual" é grosseiro, xingando o consulente ou os médiuns da corrente, humilhando com repreensões públicas generalizadas, e até usando palavras de baixo calão...
Está na hora do médium da corrente rever sua posição...
Será que está no lugar certo?
É realmente necessário passar por humilhações para pertencer a uma casa de Umbanda?
Esse "dirigente" ou "médium" que humilha e reprende publicamente está de fato transferindo seu ego e recalques para a "pseuda manifestação"...
Me parece que em uma situação desta natureza, seria mais coerente entendermos como mistificação do médium em detrimento a seu egoísmo, a sua vaidade, para demonstrar poder...
É lamentável, mas infelizmente está cheio deste tipo nos terreiros da vida!
Outra questão que deve ser avaliada:
Uma egrégora (terreiro), pode ser visto e compreendido como um verdadeiro hospital de tratamento dos desencarnados e encarnados que ali buscam ajuda...
Os médiuns prestam serviços nos trabalhos e isto demanda um desgaste muito grande de suas energias, esses se doam integramente e em algumas casas são proibidos de serem atendidos e ajudados durante os trabalhos de gira ou até mesmo nos trabalhos de cura...
Vamos entender que um médium é também assima de tudo um ser humano e deve sim ser atendido em suas necessidades quando necessário...
Questões peculiares e particulares sim devem ser tratadas em outro momento fora da gira ou da cura, então vale o alerta a você médium que está se dedicando...
Suas necessidades estão sendo atendidas, você realmente está no lugar certo?
Abraço, muito axé a todos...
Pai Jonathas de Ogum.

PREPARANDO O MÉDIUM PARA A INCORPORAÇÃO, MECÂNICA DE INCORPORAÇÃO

Vamos entender alguns aspectos das características da “mediunidade de atração”, os desconfortos e inseguranças que sentem os médiuns no inicio de seu desenvolvimento e o que acontece ao longo do processo de educação mediúnica, e também qual a importância e serventia deste preparo para os Guias...
O que é um médium Esponja?
O médium esponja no contexto da Umbanda, é aquele médium que é neófito, o iniciante, ou muitas vezes um médium mal doutrinado, que já deveria ter passado desta etapa porem permanece sofrendo por seu despreparo e imaturidade mediúnica...
No caso do médium iniciante, ele esta começando seu desenvolvimento, e por obvio ele ainda não está firme com suas entidades no aspecto do transe mediúnico, não domina os meandros da manifestação, e por esta razão absorve as energias, cargas, fluidos negativos da assistência, é isto mesmo da consulência e de seus encostos ou obsessores...
São exatamente nestas situações que o médium ainda não preparado acaba se sentindo mal, e por vezes sai dos trabalhos muito ruim ou com dores no corpo, pois ele esta catalisando energias e funcionando como um verdadeiro para raios, uma esponja por definição...
E como já comentamos em outras doutrinas um médium é como uma antena parabólica aberta a captação de vibrações e energias oriundas das diferentes dimensões extra físicas...
Então quando este médium ainda esta em processo de aprendizagem, e não tem controle sobre si mesmo, e esta na condição de médium esponja, ele acaba atraindo tudo para si, pois não sabe transmutar e dissipar energias...
E por que isto acontece?
Porque os Guias permitem que isto aconteça?
Isto acontece justamente para preparar o médium e faz parte do seu processo de educação mediúnica...
O primeiro passo antes de perceber a mecânica de incorporação, é perceber os fluidos e vibrações de cada Guia, obvio por suas linhas vibratórias e suas falanges, e por seus Orixá...
É muito importante que o médium maneje adequadamente os fluidos negativos, doentes que estão no seu meio ambiente, que estão presentes no seu dia a dia, que então em seu trabalho, e nos diferentes lugares que são oriundos das emanações psíquicas, mentais e emocionais próprias dos seres humanos e também de desencarnados que habitam a crosta...
Então o processo de aprendizado mediúnico passa pela percepção de fluidos e das vibrações sensíveis e sutis...
Esses fluidos sejam densos, enfermos, negativos, mórbidos ou deletérios, o que é importante realmente é que o médium se mantenha equilibrado e saiba descarregar estes fluidos nocivos até o final dos trabalhos espirituais...
Até que o médium se fortaleça e saiba de fato lidar com este mecanismo de atração, do puxar destes fluidos e saiba descarregar, para que este não sofra por estas consequências tanto quanto sofria no inicio de seus aprendizados...
Certamente este domínio terá no médium um impacto positivo em sua vida lá fora, porque se ele dominar os fluidos negativos que ele atrai da assistência como médium iniciante “esponja”, lá no seu dia a dia profano, fora do espaço sagrado, ele terá mais firmeza, mais controle, mais equilíbrio no manejo destes fluidos enfermos que sempre estarão a nossa volta...
A mediunidade de atração, daquele médium que puxa estes fluidos com mais facilidade que outros médiuns, se ela for bem direcionada, acompanhada e doutrinada, terá muita serventia e aplicação no amparo de espíritos sofredores e no encaminhamento destes espíritos para os locais de atendimento no plano espiritual...
Estas habilidades serão muito bem usadas nos trabalhos de cura e também nos trabalhos de giras que envolvam desobsessões e trabalhos de limpeza...

O ÊXITO NA COMUNICAÇÃO MEDIÚNICA DE INCORPORAÇÃO

Em transe completo, depende muito do conhecimento e da possibilidade do próprio espírito comunicante, guia ou falangeiro comandar o organismo físico do médium, que é o seu verdadeiro dono, mas "adormecido", encontra-se inconciencia ou semi conciencia...
A mediunidade de incorporação tal como a mecânica, também se presta melhor para as identificações corretas dos espíritos comunicantes que, podendo atuar sem interferência do médium, podem revelar com êxito as suas características psicológicas, e outras particularidades íntimas de sua vida na Terra, bem como revelar seu ponto ricado...
Embora os espíritos comunicantes tenham de se submeter às exigências instintivas do corpo físico do médium de incorporação, o qual conserva os ascendentes biológicos e os hábitos particulares estigmatizados na sua vida em comum, eles assim mesmo conseguem manifestar-se de modo a comprovarem sua identidade...
Embora em casa alheia ou dispondo de outro instrumento vivo de manifestação no cenário impuro da materia, através da face do sensitivo e de sua voz não deixam de estampar as suas principais qualidades ou defeitos conhecidos pelos vivos...
A severidade, a malícia, o humorismo, a capciosidade, a ternura, a sisudez ou a humildade retratam-se perfeitamente através do médium de incorporação, porque ele goza da faculdade de poder plastificar em suas faces as expressões pessoais dos seus comunicantes...
Lembra o caso do inquilino que, embora mudando-se para uma residência já mobiliada pelo seu antigo proprietário, modifica de tal modo a disposição comum dos móveis ali encontrados, que revela nessa arrumação o seu próprio gosto artístico e a sua preferência emotiva...
Servindo-se do médium de incorporação, o espírito comunicante já encontra nele certos hábitos biológicos e condicionamentos psicológicos que foram "arrumados" a seu gosto; mas durante a comunicação consegue interferir no seu intermediário e deixa transparecer algo de sua própria índole e temperamento espiritual, a qual costumamos denominar na umbanda como o árquetipo, que é a maneira de se apresentar e se portar de cada entidade...
Em virtude do espírito do médium se manter "adormecido" do seu organismo físico, juntamente, se a comunicação mediúnica flui-lhe de modo inconsciente e ele "desperta do transe mediúnico sem nada recordar, recordar parcialmente ou de modo integral daquilo que foi transmitido pelo seu cérebro físico"...
Se ele tiver sua conciencia bloqueada por um determinado tempo, mais tarde, ira surpreende-se quando alguém descreve-lhe certos assuntos, conceitos filosóficos ou argumentação científica, que ele proferiu mas de que não teve conhecimento pessoal...
Fonte: do livro MEDIUNISMO...
Pai Jonathas de Ogum

sábado, 17 de fevereiro de 2018

CANDOMBLÉ KETU

Candomblé Ketu é a maior e a mais popular "nação" do Candomblé.

No início do século XIX, as etnias africanas eram separadas por confrarias da Igreja Católica na região de Salvador, Bahia. Dentre os escravos pertencentes ao grupo dos Nagôs estavam os Yorubá (Ioruba). Suas crenças e rituais são parecidos com os de outras nações do Candomblé em termos gerais, mas diferentes em quase todos os detalhes.

Teve inicio em Salvador, Bahia, de acordo com as lendas contadas pelos mais velhos, que algumas princesas vindas de Oyó e Ketu, na condição de escravas, fundaram um terreiro num engenho de cana. Posteriormente, passaram a reunir-se num local denominado Barroquinha, onde fundaram uma comunidade Jeje-Nagô pretextando a construção e manutenção da primitiva Capela da Confraria de Nossa Senhora da Barroquinha, atual Igreja de Nossa Senhora da Barroquinha que, segundo historiadores, efetivamente conta com cerca de três séculos de existência.

No Brasil Colônia e depois, já com o país independente mas ainda escravocrata, proliferaram irmandades. "Para cada categoria ocupacional, raça, nação, porque os escravos africanos e seus descendentes procediam de diferentes locais com diferentes culturas. Dos ricos, dos pobres, dos músicos, dos pretos, dos brancos, etc. Quase nenhuma de mulheres, e elas, nas irmandades dos homens, entraram sempre como dependentes para assegurarem benefícios corporativos advindos com a morte do esposo. Para que uma irmandade funcionasse, diz o historiador João José Reis, precisava encontrar uma igreja que a acolhesse e ter aprovados os seus estatutos por uma autoridade eclesiástica".

Muitas conseguiram construir a sua própria Igreja como a Igreja do Rosário da Barroquinha, com a qual a Irmandade da Boa Morte manteve estreito contato. O que ficou conhecido como devoção do povo de candomblé. O historiador cachoeirano Luiz Cláudio Dias Nascimento afirma que os atos litúrgicos originais da Irmandade de cor da Boa Morte eram realizados na Igreja da Ordem Terceira do Carmo, templo tradicionalmente freqüentado pelas elites locais. Posteriormente as irmãs transferiram-se para a Igreja de Santa Bárbara, da Santa Casa da Misericórdia, onde existem imagens de Nossa Senhora da Glória e da Nossa Senhora da Boa Morte. Desta, mudaram-se para a bela Igreja do Amparo desgraçadamente demolida em 1946 e onde hoje encontram-se moradias de classe média, de gosto duvidoso. Saindo para a Igreja Matriz, sede da freguesia, indo depois para a Igreja da Ajuda.

O fato é que não se sabe ao certo precisar a data exata da origem da Irmandade da Boa Morte. Odorico Tavares arrisca uma opinião: a devoção teria começado mesmo em 1820, na Igreja da Barroquinha, tendo sido os Jejes, deslocando-se até Cachoeira, os responsáveis pela sua organização. Outros ressaltam a mesma época, divergindo quanto à nação das pioneiras, que seriam alforriadas Ketu. Parece que o “corpus” da irmandade continha variada procedência étnica, já que, fala-se: mais de uma centena de adeptas nos seus primeiros anos de vida.

Essas confrarias eram os locais onde se reuniam as sacerdotisas africanas já libertas (alforriadas) de várias nações, que foram se separando conforme foram abrindo os terreiros. Na comunidade existente atrás da capela da confraria foi construído o Candomblé da Barroquinha pelas sacerdotisas de Ketu que depois se transferiram para o Engenho Velho, ao passo que algumas sacerdotisas de Jeje deslocaram-se para o Recôncavo Baiano para Cachoeira e São Félix para onde transferiram a Irmandade da Boa Morte e fundaram vários terreiros de candomblé jeje sendo o primeiro Kwé Cejá Hundé ou, Roça do Ventura.


O Candomblé Ketu ficou concentrado em Salvador. Depois da transferência do Candomblé da Barroquinha para o Engenho Velho passou a se chamar Ilê Axé Iyá Nassô mais conhecido como Casa Branca do Engenho Velho, sendo a primeira casa da nação Ketu no Brasil, de onde saíram as Iyalorixás que fundaram o Ilê Axé Opô Afonjá e o Ilê Iya Omin Axé Iyamassé, o Terreiro do Gantois.

Casa Branca do Engenho Velho


Ilê Axé Opô Afonjá



Ilê Iya Omin Axé Iyamassé, o Terreiro do Gantois

As Diferenças entre algumas nações no Candomblé



Como se sabe, muitas são as formas existentes de culto no Brasil que se utilizam da denominação Candomblé. Isto se dá pela grande variedade de etnias de negros, que reduzidos a condição de escravos, chegaram ao nosso país. Cada grupo/etnia que aqui aportou pertencia a locais distintos na África, tendo assim, costumes e culturas diferenciadas.

Assim, portanto, chegaram daometanos, yorubás, congolenses, angolanos, malês e inúmeros outros grupos, que em terras brasileiras procuraram manter seus hábitos, sua cultura e também seus ritos religiosos.

Daí surgiram as nações de candomblé, ou seja, a prática do candomblé conforme ritos específicos da origem do povo praticante, como a nação de Ketu, a nação Jêje, a nação Efon, Angola e Kongo ( atualmente, estas duas últimas, consideram-se fundidas dada a grande semelhança das práticas religiosas e a proximidade das línguas utilizadas, que são respectivamente, o Kimbundo e o Kikongo). Portanto, cada nação de candomblé possui características próprias, que a diferencia das demais.


Estas diferenças se encontram na língua utilizada, nas divindades cultuadas, em determinadas práticas de caráter sigiloso ( fundamento ), no modo de se enxergar determinadas questões, enfim, numa série de fatores distintivos.

Faço abaixo algumas distinções entre a Nação Angola e outras denominações de candomblé, como a Nação Jêje e Ketu ( no meu ponto de vista, as mais conhecidas/difundidas), para um maior esclarecimento.
A primeira (e primordial) diferença entre as citadas nações de candomblé se encontra com relação as divindades, objeto do culto.

Assim:

Mukixes para os Angolanos:
Inkices para os Congolenses;
Orixás para os Yorubás ( Nação Ketu );
Voduns para os Daometanos ( Nação Jêje ).

Outra diferença encontrada, dentre muitas, é a variação do idioma/língua/dialeto utilizado em cada vertente, assim:

Kimbundo para os Angolanos;
Kikongo para os Congolenses;
Yorubá para os Yorubás;
Ewe-fon para os Daometanos.


Distinguem-se ainda pelo próprio rítmo dos atabaques, pelas denominações que cada nação dá a estes, ou mesmo pela maneira de tocá-los, assim teremos:
Kongo de Ouro, Barra Vento e Kabula para as tradições Bantu (Angola e Kongo), ritmos estes, obtidos através do toque com as mãos.

Sendo denominados, os atabaques, simplesmente de engomas ou "ngomas". Ijexá, Igbin, Aguere, Bravum, Opanijé, Alujá, Adahun e Avamunha para as tradições Yorubás e Daometanas.

As denominações dos atabaques para os últimos ( Jêjes ) são: rum, rumpi e lé (os atabaques nesta cultura diferem-se das demais até mesmo no formato, pois são acomodados em suportes na posição horizontal, diferentemente das demais tradições).

Para os primeiros ( Yorubás ), os atabaques são chamados genericamente de ilus, sendo tocados com a ajuda de varetas e não diretamente com as mãos (exceto o Ijexá, que se utiliza também do toque com as mãos ).

Como todos podem ter observado, as diferenças aqui elencadas são superficiais devido ao breve espaço que disponho, mas creio, já servem de alguma forma de ajuda aos mais leigos. Então, gostaria que ficasse registrado que as diferenças não se esgotam apenas nesses poucos quesitos, pois existem inúmeras outras, talvez possa-se até arriscar dizer que existem em maior quantidade que as semelhanças.

Como já disse num parêntese acima, o termo Nação Angola hoje em dia é empregado de forma a designar não somente o rito Angola, mas também o rito originário do Kongo. Porém, as duas expressões do candomblé bantu também guardam diferenças, pois enquanto a primeira cultua os mukixes (termo derivado Kimbundo que designa as divindades cultuadas em Angola, assim como orixá, vodum e inkice) a segunda cultua os inkices (termo derivado do Kikongo ).

Acho de estrema importância salientar este tópico, ainda que em observação, pois poucos sabem estabelecer tal distinção. Digo aqui simplesmente engoma ou "ngoma", por ser o mais utilizado nas casas Angola/Kongo, porém existem denominações específicas para cada atabaque

AS FESTAS DE OBRIGAÇÃO DENTRO DO CANDOMBLÉ

Obrigações 


Iyawo São os novos iniciados de Orixá da Casa de Candomblé, durante o período de sete anos, e serão subordinados pelas pessoas de Cargos/Posto da casa. E deve obediência aos seus mais velhos. E deverão concluir suas obrigações de 1, 3 e 7 anos. 

Ser Iyawo, além de outros preceitos, é permanecer recolhido por um período de 21 dias, passando por doutrinas e fundamentos, para conceber a força do Orixá. Saem da vida material e nascem na vida espiritual com um novo nome orùnkò. O Mòócan e os Delègún são os comprovantes e o diploma do iniciado. 

OBRIGAÇÃO DE UM ANO 


(Oduetá) ou (odú Kíní) São obrigações muito importantes é considerada como fim do resguardo do Iyawo após sua iniciação. Somente esta obrigação dará ao iniciado à liberdade de viver materialmente sem restrições na sociedade e no seu convívio familiar e pessoal. 

Até fazer um ano de feitura ou pagar sua obrigação de um ano (odú Kíní), ainda terá algumas restrições (ewo temporário. como cortar cabelo, tomar banho de mar e outros). Será feita na obrigação de um ano de feitura, uma nova festa para comemorar a data onde serão oferecidas: comida ritual, frutas e flores. 

OBRIGAÇÃO DE TRÊS ANOS 


(Oduetá) Esta obrigação é considerada a confirmação da continuidade do iniciado no Axé, e já está autorizado a conceber o seu ajuntó, e a começar ser liberado e graduado pelo seu Babalorixá, a usar fios com Seguis e Bràjà dependendo do Orixá, e poderá deixar de usar Mòócan e Delègún, (conforme orientação do Babalorixá)

Outra obrigação é feita aos três anos de feitura (odú kétà), algumas casas ou nações fazem também uma de cinco anos, mas no candomblé Ketu considera-se um ano, três e sete anos. Ele ou ela permanecerá como Iaô até completar os sete anos de feitura e fazer a obrigação de sete anos (odu ejé)

OBRIGAÇÃO DE SETE ANOS
 

(Oduijé) ou Odu ejé (a pronúncia do acento é fechada) É uma das maiores obrigações de uma casa de Candomblé, que todos os iniciados serão obrigados a tomar sem exceção. Com essa obrigação o iniciado poderá receber posto, cargo, titulo e direitos de independência do seu Babalorixá. 

Só quando fizer a obrigação de sete anos Odu ejé é que será considerado um Egbomi. 

A obrigação de sete anos é tão grande e importante quanto a feitura, nessa obrigação é que será definido se o Egbomi irá abrir uma casa ou não. A Iyalorixá entregará para o Egbomi no ato da festa seus pertences (jogo de búzios, pembas, favas, sementes, tesoura, navalha, tudo que vai precisar para iniciar Iaôs) no Ketu é chamado Odu Ijê com Oyê, em outras nações é chamado de Deká, Peneira, Cuia, etc. 

Caso o Orixá da pessoa não queira abrir uma casa e queira continuar na roça da Iyalorixá, o Orixá depositará os objetos recebidos nos pés da Iyalorixá e sua filha não abrirá uma casa, continuará na roça onde normalmente receberá um posto para ajudar a Iyalorixá. 

Quando o Orixá aceita, a Egbomi receberá todas as homenagens dos presentes pois está sendo consagrada como uma nova Iyalorixá; se for homem Babalorixá. Nesse caso terá que providenciar uma casa para onde será levado seu Orixá e iniciar um novo Ilê axé. 

OIYE - quer dizer titulo de independência, são pessoas que já tomaram seus sete anos e necessitam de um TITULO dado pelo seu Babalorixá, para ser independente e Zelador(a) de Orixás, sacerdócio. Esse Oiye pode ser também um cargo na casa do Babalorixá onde fez a obrigação. 


DEKA - é autorização (direitos) de conduzir a sua própria casa de Candomblé, atendimento de seus adeptos e consulentes, jogar búzios, tirar ebós e iniciar pessoas no Orixá, etc.. Na nação Jeje receberá um Húnjèbé é o Titulo de sacerdócio exclusivo da nação Jeje e um amuleto do Egbomi, é o diploma dado pelo Babalorixá para dar continuidade do aprendizado dos fundamentos dos Orixás.