O Ogan na Umbanda

A palavra OGàou OGAN vem do Yorubá - (grupos étnico-linguísticos da África Ocidental) e significa, pessoa superior, chefe - Senhor da Minha Casa.

O Ogan – médium responsável pelo canto e pelo toque - ocupa um cargo de suma importância e responsabilidade dentro dos rituais de Umbanda, conduzindo a Curimba, ajudando nos trabalhos espirituais para que possam ser fortes e bonitos.

Os toques e cantos, realizados pelo Ogan, são parte integrante e fundamental de um Centro de Umbanda.

Ogans são médiuns preparados e designados para a abertura e sustentação dos Trabalhos em uma gira, que através do toque dos atabaques e do canto, fazem a evocação dos → Orixás e Guias.

A principal característica dos Ogans é a capacidade mediúnica intuitiva, que permite, pela evocação, a entrada das falanges na composição do campo energético positivo e vibratório. Eles são parte fundamental para a formação da corrente de trabalho dentro de um Terreiro. Eles falam pelos Orixás e Guias, trabalhando como se fossem verdadeiros instrumentos de pura vibração.

Exercem a função ritualística que sustentam um trabalho espiritual, emitindo ondas energéticas positivas através do som dos atabaques e de seus cantos que diluem e desagregam as energias negativas. Os pontos cantados demandam uma magia de alto poder realizador, pois equilibra e positiva a corrente mediúnica.

Por isso, os Ogans devem ser profundos conhecedores dos cantos, rezas e fundamentos de cada Entidade e Orixá. São Médiuns preparados por → Zambi para servirem as Entidades, tendo o dom de movimentar a energia necessária durante o Trabalho, dando a este momento o entusiasmo, empolgação, bons fluidos, alegria e concentração, atraindo de forma vibrante a participação de todos, estimulando um maior sentimento de disciplina, solidariedade e colaboração. Eles filtram o ambiente!

É fundamental que todos dentro do Terreiro se concentrem e fiquem em silêncio. A atenção dos Ogans precisa ser exclusiva da Gira, dos médiuns e das energias por eles produzidas.

O QUE É CURIMBA:

É o conjunto de vozes associado ao toque dos atabaques. É formada pelos Ogans que tocam e cantam, e pelos demais Filhos de Santo encarregados da chamada dos cânticos, organizando a abertura e sequência dos trabalhos. Podem ser acompanhadas de palmas e mesmo das vozes da Assistência (Visitantes e frequentadores da Casa).

O Ogan precisa estar sempre em sintonia com a Mãe de Santo e atento a todo movimento da Gira e a tudo que transcorre na Corrente. Ele tem a capacidade de segurar qualquer energia mais densa que esteja no ambiente e resolver o problema com apenas alguns toques e cantos. Por isso é tão importante a concentração de todos dentro do Terreiro, para que a atenção do Ogan não disperse da Gira.

O ATABAQUE:

Todos precisam ter consciência de que o atabaque é sagrado, pois contém a força viva dos Orixás. Ninguém além do Ogan pode tocá-lo de nenhuma forma e nem dele se utilizar dentro ou fora do Terreiro. Cada Ogan foi preparado com o seu atabaque, é só dele aquela energia. 

O atabaque é um símbolo de grande importância e peça fundamental que deve ser tratado com muito respeito e reverência - Por isso os Filhos de Santo e até mesmo a Mãe de Santo batem cabeça para o Atabaque. Na umbanda, além dele ser peça fundamental da Gira, é também uma Entidade.

🔹 Veremos mais sobre atabaque e a feitura do Ogan em outro artigo, mais detalhado, aqui no Blog

🔹 Agora que você sabe a importância do Ogan, dentro e Fora de um Terreiro, dê a ele o respeito que é devido. Tome a sua bênção, e quando tiver oportunidade, bata cabeça para o atabaque também!

Axé!