É no convívio com a coletividade encarnada que o homem aprende a relacionar-se harmonicamente, mobilizando os próprios valores morais, aprimorando-se no exercício da solidariedade cristã e no respeito devido a seu próximo. À medida que ele amplia a sua capacidade de amar e de bem-servir, conquista paulatinamente os degraus da escalada evolutiva, aspirando a integração definitiva no círculo daqueles que se caracterizam pela beleza do Amor Crístico irradiado.
Contudo, apesar dos bons propósitos e da vontade de progredir, nem sempre o espírito no decorrer de uma reencarnação atinge a totalidade dos objetivos moralizantes. As imperfeições milenares que o aprisionam às manifestações egoísticas impedem-no de ascender verticalmente com a rapidez desejada e, por vezes, enreda-se nas malhas de seus múltiplos defeitos, retardando deliberadamente a caminhada terrena em busca da luz.
Na vivência das paixões descontroladas, o indivíduo menos vigilante atenta contra as Leis Morais da Vida e, deixando-se arrastar por ímpetos de violência, termina por prejudicar, de forma contundente, um ou vários companheiros de jornada evolutiva.
Todo procedimento anti-ético, que redunda no mal, produz complexa desarmonia psíquica, gerando como vimos, um morbo fluídico de energia densifícada que se enraíza no perispírito só se exteriorizando mais tarde, sob a forma de deficiências ou enfermidades complexas no transcorrer das reencarnações sucessivas.
Na verdade, a presença de um estigma cármico revela aos olhos atentos a extensão, o valor de uma dívida moral, indicando a necessidade de ressarcimento e trabalho reconstrutivo no campo do bem, em benefício do próprio reequilíbrio espiritual.
É assim que elevado número de distúrbios físicos e mentais marca, indelevelmente, desde o nascimento, expressiva amostragem da comunidade planetária ainda tão divorciada das verdades evangélicas.
Como exemplos de tais situações, citamos as deficiências físicas congénitas de um modo em geral: ausência de membros, cardiopatias congénitas, surdez, cegueira etc, além de todos os casos de manifestações mentais patológicas, entre elas, a esquizofrenia, grave enfermidade responsável pela restrição da atividade consciencial da criatura, a comprometer por toda uma existência a sua vida de relação.
Por outro lado, os neurologistas defrontam-se seguidamente com alguns casos desconcertantes de estigmas retificadores, — as epilepsias essenciais —, assim denominadas por conta dos acessos convulsivos na ausência de alterações eletroencefalográficas.
São quadros sofridos, difíceis e nem sempre bem controlados com os anti-convulsivantes específicos. Boa parte desses enfermos costuma evoluir para a cronicidade sem que a Medicina atine com as verdadeiras causas do mal.
Os Estigmas Cármicos, quando analisados pelo prisma espírita, podem ser considerados recursos do mais elevado valor terapêutico, requeridos pelo espírito moralmente enfermo, visando o reajuste perante a sua própria consciência culpada.
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