By Cler Barbiero
Antes de começar, vamos definir os que são “os Guias”. Neste post, para simplificar, me referi a estes preciosos mestres como “guias”, que é uma bonita palavra – um guia nos permite não perder o caminho. Nomenclaturas não interessam muito: podem ser chamados de Anjo de Guarda, Mestres Espirituais, Mentores, Anjos, Arcanjos… que significa tudo a mesma coisa: a estrutura espiritual de luz que lhe apoia.
Muitas pessoas me dizem: “você fala dos seus guias como se fossem amigos com quem você conversa no telefone, eu não consigo fazer isso!” Brincando, chamo essa comunicação de “internet intergaláctica”. Na verdade, todos nós temos capacidade neurológica para comunicações extra-psíquicas com outras dimensões. Alguns de nós nascem com esta capacidade já desenvolvida, outros podem desenvolvê-la ou amplia-la. A verdade é que podemos sim, ter uma comunicação muito próxima e precisa com nossos Guias. O problema maior é que queremos “receber ordens” e assim não nos responsabilizarmos por nossas escolhas. E isso um Guia não aceitará, pois autorresponsabilidade nos faz crescer. Guias que lhe dão ordens, centros espíritas de qualquer linha que, através de incorporação (isto é, falando em nome do Guia), ao invés de aconselhá-lo amorosamente, lhe dizem que você “tem que… senão…”, desconfie. É verdade, tem momentos na vida em que estamos tão confusos, tão perdidos, que precisamos de um Mestre. Porém, neste caso, é melhor buscar um Conselheiro de Valor ou um bom terapeuta, que lhe ajude a encontrar sua Sagrada Guiança Interna.
A verdade é que se você parar para pensar um pouco e se reportar a situações importantes do passado, você se lembrará claramente de ter tido a “intuição” do caminho certo ou do perigo a ser evitado e, conforme reagiu a este “aviso”, a resposta foi positiva ou negativa. Quantas vezes começamos uma frase com “eu estava sentindo que… eu intuí… eu pressinto…” – isso tudo pode ser o seu protetor ou guia, literalmente, “sussurrando” ao seu ouvido, prevenindo-o de qual é a escolha de crescimento, segurança e alegria.
Para ter seus guias mais perto de você, vou fazer uma listinha de “atitudes politicamente corretas”. Adapte ao seu estilo de vida e – sempre – pegue o que lhe serve e descarte o que não faz sentido, ok?
- Seja grato pelo que já está presente na sua vida – desde uma coisa pequena, como uma linda flor que abriu na sua sacada ou jardim, passando pelas grandes bênçãos afetivas, materiais e espirituais.
- Procure manter uma atitude aberta, não se feche, não se “encaixote”, não fique rígido em relação ao que acontece – deixe-se surpreender pela sua capacidade de fazer escolhas inusitadas.
- Manter a casa e o ambiente de trabalho em ordem, limpos, com espaços abertos para o Ch’í circular, isto é, sem atravancar de móveis. Nestes lugares tenha uma imagem de uma divindade a quem você é devoto ou um mestre iluminado que você tem especial ligação, um altar (que pode ser dentro de um armário) ou um “cantinho” onde você acende suas velinhas, faz suas orações e conecta com a espiritualidade. Sua casa é seu templo – vivifique o lugar onde você vive. E, se o detesta, atraia a moradia que deseja.
- Meditação, yôga, técnicas de relaxamento e outras atividades que ajudam a acalmar e silenciar a mente sempre ajudam para criar o “meio ambiente” onde a comunicação com o plano espiritual é mais fácil. Permitir momentos onde se estabelece um tempo mais orgânico, visceral, lento. Crie espaço interno para “ouvir” e “ver”.
- Regra básica: autodesenvolvimento. Quando você faz a Senda do Buscador e está tendo ajuda terapêutica, participando de grupos pró-desenvolvimento humano, aprendendo coisas importantes e, igualmente, realizando a missão de aprendizado que veio fazer, seus guias e orientadores estão por perto. Gaste tempo e invista em autodescoberta. Evolua.
- Contato com a natureza – a divindade respira na natureza. E você também!
- Prazer, alegria e orgasmo. No momento do prazer, geramos energia através da subida da kundalini (uma flecha de energia que é gerada lá no primeiro chakra e que, no momento do orgasmo, sobe passando por todos os chakras e purificando-os). Porém, estamos falando de Sexualidade Curativa e Geradora. Relações de opressão, violência e abuso não entram nesta categoria.
- Não considere falar com um guia o “bicho de sete cabeças”, que exige que você esteja num estado alterado de consciência de quase transe ou em “estado alfa”. Provavelmente, aquela voz que você “ouviu” no carro dizendo “acho melhor pegar outro caminho, aqui vai ter alguma coisa errada” naquele dia quente no centro da cidade, era o seu guia, que podia ver um acidente à frente, com um engarrafamento enorme. A comunicação acontece assim, do mesmo jeito que você fala com seus amigos ao telefone. Não complique.
- Comer comidas mais leves, sem a presença de carne ou sem excesso de açúcar pode ajudar nas fases iniciais do desenvolvimento da percepção, mas não faz diferença nos estágios mais avançados (a questão é que quando você chega nos “estágios mais avançados”, às vezes não se sintoniza mais com certos tipos de alimento). Quando a comunicação se estabelece, ela pode ficar mais ou menos clara, dependendo de nossos hábitos alimentares e de sono, mas não cessa. Eu, por exemplo, opto por uma alimentação vegetariana porque meu corpo já não aguenta alimentos muito densos e, no meu trabalho, não posso me dar ao luxo de ter uma comunicação de menos qualidade devido a hábitos que possam prejudicar a qualidade energética do meu corpo. Já o uso de drogas e álcool, enfim, alteradores de consciência, fora de um contexto religioso (xamanismo ou religiões que usam bebidas alteradoras), trazem total impossibilidade de confiança na comunicação, já que você está fora de sua consciência e, portanto, a mercê de “falsos guias”. O que não impede que você faça uso, se gosta. Prazer e alegria fazem parte da vida. Porém, deixe para fazer suas tentativas de contato com seus guias quando está em plena consciência. É bom observar que os seres chamados anjos de guarda, isto é, dedicados à proteção, dificilmente se afastam. Mesmo nas situações mais adversas, tendem a ficar ao nosso lado.
- Pare de choramingar. Guias se afastam com um muxoxo quando você começa a fazer o papel de vítima. “Coitado de mim” não é uma frase que se aplica ao Ser que o guia sabe que você é. Lembra? Você tem poder e faz escolhas.
- Crie tempo para estar em silêncio e ouvir. Se há um burburinho interno ou externo, como você vai ouvir a voz do seu guia?
- Faça “meditações de contato”. Fique num lugar quieto, use uma música calma e, se você gosta, use incenso e acenda uma vela branca. Relaxe o corpo, fazendo várias respirações profundas, identificando áreas de tensão e relaxando. Em seguida se imagine num lugar junto à natureza. Então imagine a chegada do seu guia. Assim que a visualização se estabelecer, como se “funcionasse sozinha”, faça-lhe perguntas, se desejar. E ouça as respostas que podem vir em forma de imagens, palavras ou cores. Não desanime se nas primeiras vezes não conseguir encontrar ninguém. Em algum nível, sua intenção será realizada.
- Porém, mais do que tudo, reconheça que você já tem se comunicado com seu Guia, de várias maneiras. E que você “sente” quando ele está por perto e “entende” quando ele quer lhe fazer compreender uma lição importante relacionada com algo que está lhe acontecendo. Talvez, o mais importante a dizer seja: continue fazendo o que você faz.
- Como dizia Osho, mestre indiano iluminado, “tudo está na barriga” – o que você precisa aprender já está dentro de você. Precisa apenas ser despertado.
Copyright: Essências da Deusa /Cler Barbiero
Cópias e reproduções são permitidas desde que a autoria seja informada.
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