segunda-feira, 5 de agosto de 2019

FORTALEZAS DE SOCORRO NO UMBRAL

É comum encontrar em planos inferiores como no Umbral uma casa de socorro, uma espécie de hospital ou pronto-socorro espiritual. Tais construções astrais foram descritas em vários livros espíritas, temos um exemplo muito bem relatado no livro “Aruanda”, escrito pelo médium Robson Pinheiro e ditado pelo espírito de Ângelo Inácio.
Nesta passagem, o espírito Ângelo descreve um pouco da sua aparência e do funcionamento interno de um desses locais:
“Aproximamo-nos de uma soberba construção. Erguia-se diante de nós extensas muralhas, que se assemelhavam às de antigos castelos medievais. Dentro daquelas paredes imponentes, avistavam-se torres muito altas e prédios inteiros que desafiavam o ambiente sombrio, abrindo luz ao redor era como se eles próprios fossem estruturados em luz astral. De fato, o material com que eram construídos parecia uma espécie de luz coagulada ou congelada, se assim posso me expressar. Toda a construção fluídica dava a impressão de irradiar uma suave luminosidade em seu derredor.”
Próximo às muralhas já podíamos avistar alguma vegetação rasteira, semelhante a pequenas heras e trepadeiras, que formavam caramanchões coloridos ao redor da fortaleza. Ensaiei alguma surpresa ao ver a soberba edificação do lado de cá da vida. O preto-velho acudiu-me, esclarecendo logo:
— Aqui, nesta região de vibrações mais densas, temos refúgios de paz. Funcionam como verdadeiros hospitais-escola. Ao mesmo tempo em que são utilizados para refúgio e auxílio das almas doentes, necessitadas de socorro imediato, existem postos de socorro que atuam igualmente como campo abençoado de trabalho para aqueles espíritos que já despertaram para a espiritualidade.
A aparência da construção fluídica impressionava-me. Perguntei-me por que tanta imponência na construção espiritual, se a finalidade era apenas abrigar e socorrer as almas em sofrimento. Dessa vez foi Wallace que, tocando-me de leve, asseverou:
— Cada caso é um caso, Ângelo. Você não ignora que se encontram aqui irmãos nossos distanciados do bem imortal. Estas regiões do mundo espiritual são habitadas por companheiros nossos que estão em intenso desequilíbrio. Precisamos impor respeito a essas almas dementadas e, frequentemente, maldosas. Para isso, a aparência de fortaleza espiritual cumpre seu objetivo, além de proporcionar uma imagem de segurança para os que se sentem amedrontados.
— Mas não é só isso. Vez ou outra este abençoado oásis de socorro e paz é atacado por espíritos vândalos, que tentam a todo custo impedir que a tarefa seja levada a efeito. As muralhas que você observa, semelhantes às edificações terrestres da era medieval, atuam como escudo energético: além de proteger e resguardar o posto de socorro, isolam o ambiente interior das irradiações mentais negativas dos companheiros mais desajustados, na região externa.
Grandes portões se abriram, e pudemos observar com antecedência a intensa movimentação em seu interior. Por dentro das muralhas pude observar com mais detalhes os grandes edifícios que se erguiam, cheios de vida e com intensa atividade.
Adentramos algo semelhante a um pavilhão, onde pude ver mais de mil leitos, como uma enfermaria. Diversos espíritos, que aparentavam graves enfermidades, estavam estendidos sobre as camas e eram assistidos por outros companheiros, que lhes ministravam medicamentos.
Enquanto isso, eu observava o que ocorria ao redor. Espíritos dementados, desequilibrados e que apresentavam visível sofrimento estavam deitados por todo lado. O ambiente parecia-se muito com um hospital da Terra. Era como uma enfermaria de proporções gigantescas.
— Aqui se encontram alojados muitos espíritos que se especializaram na magia negra. Resgatados das regiões infelizes, foram para cá transferidos a fim de receber tratamento emergencial. Estagiaram por tanto tempo nas vibrações grosseiras e perniciosas que suas mentes afetaram-se seriamente, comprometendo seu presente estágio evolutivo.
— Você falou magia negra? — perguntei ao preto-velho.
— Exato, Ângelo. Ou você ignora que todos utilizamos dos recursos da natureza, colocados à nossa disposição pela divina sabedoria, de acordo com a ética que nos é peculiar? À manipulação desses recursos mentais, fluídicos, verbais ou energéticos é que denominamos magia. E, quando alguém se utiliza de maneira desequilibrada ou maldosa do depositário de forças sublimes, dizemos então que se concretiza a magia negra. São companheiros que se especializaram no mal, e pelo mal.
Fonte: Livro Aruanda de Robson Pinheiro