sábado, 3 de dezembro de 2022

SOMOS SERVOS DA LUZ OU DAS TREVAS?

 

SOMOS SERVOS DA LUZ OU DAS TREVAS?



  No outro dia, estive trocando idéias sobre se somos servos da Luz ou servos das Trevas. Como é que sabemos, mesmo, lá dentro de nós, para onde vamos quando estamos dormindo, se não temos plena consciência do lugar para onde vamos! E o nosso companheiro de batalhas ao nosso lado, a qual banda pertence?
Quando estamos encarnados, torna-se difícil entender se estamos de um lado, de outro ou de nenhum lado, em cima do muro. Estamos todos caminhando lado a lado, disputando dia a dia, não uns contra os outros, mas disputando conosco mesmos. Eu estou disputando comigo mesmo, tentando definir de qual lado eu estou. É uma tarefa muito difícil, pois os obstáculos surgem no cotidiano, a todos os momentos, todos os dias.
As situações surgem, a ocasião faz o ladrão, dizem. São armadilhas que nos pregam, são testes aos quais somos submetidos, em todos os momentos. E lá está, quando menos esperamos.
Como encarnados, somos desatentos, acreditamos que todos os pensamentos que vêm à nossa mente são nossos. Grande erro! Boa parte deles pode ser, na verdade, sugestões externas, provindos de espíritos que nos acompanham. – Dos dois lados! Abaixo os maus pensamentos. Dê atenção somente às boas sugestões.
O espírito, quando desencarnado, não muda, se foi bom, continuará bom e seguirá para esferas mais elevadas. Se foi ruim, continuará ruim, com um agravante: ficará na crosta do planeta ou irá para o Umbral, ou para as trevas. Ele agora terá mais tempo para exercer a sua tendência.
ORAI E VIGIAI!
Dizem os mentores, que nos locais onde nos reunimos para trabalhos espirituais, metade são de um lado, metade são do outro. Quando sai um das trevas, entra outro. Quando entra um da luz, acaba entrando outro das trevas. Assim, o equilíbrio se mantém. Os da Luz são provados, os das Trevas são provados. Então todos nós estamos sendo provados. Acredito que eles fazem referência às nossas tendências mais profundas, aquelas que nem nós mesmos fazemos questão de examinar.
Vai ser difícil mesmo é para quem fica em cima do muro. Nenhum dos lados vai querer ficar com estes. Mas fica difícil definirmos se nós estamos em cima do muro.
Em Mateus, Capítulo 22, Versículos 28 a 32, Jesus contou a parábola dos dois filhos, um era malcriado e respondão, mas depois entendia, voltava atrás, e fazia como o pai havia pedido, com a maior boa vontade. O outro era bonzinho, educado, respondia direitinho ao pai, só que não fazia nada conforme havia dito que faria.
No mundo em que vivemos, nem sempre a coisa aparece tão nítida assim, pois acontecem devagarinho, passo a passo. De repente, o filho que se fazia de bonzinho, começa a fingir que faz como o pai desejava. Arruma intriga com um, prega peças num outro, magoa um terceiro, desmancha o serviço de um quarto, a um quinto dá ordens erradas, e por aí afora. Às vezes, ele apronta só uma de cada vez, dá um tempo, apronta outra. E por aí vai.
Isso já me cansei de ver em centro espírita. Um médium trabalha bem, mas quando outro vai ajudá-lo, maltrata e magoa o ajudante. Se esse segundo é de boa índole, sofre em silêncio a humilhação e faz conforme deseja o primeiro. Quando chega em casa, sente uma dor no peito e chora. Pensa em largar tudo. Talvez o ideal fosse que ele bronqueasse logo de cara, assim as coisas se acertariam sem demora. Mas provas são provas. Por quais delas estamos passando?
Tem o outro que dirige trabalhos, incorpora espíritos de cura, orienta pessoas, lê o evangelho, mas quando dorme, apenas põe a cabeça no travesseiro, o seu corpo astral sai todo lépido para mais uma noitada na casa de massagem, senão para lugar pior. Acorda cansado, nem se recorda do que fez.
Outra ainda, por inveja, ciúme ou sei lá o que, dirige palavras ásperas à vidente que conta o que se passava com o paciente. A vidente engole em seco e a partir daí deixa de esclarecer a todos os participantes. E assim por diante.
Nós vivemos em um mundo de ilusões, quem somos nós realmente? O que acontece conosco quando estamos libertos do corpo físico? Aí sim, no Astral, somos quem realmente somos, com todos os nossos defeitos e qualidades. Com certeza, ajudará bastante se quando formos dormir, orarmos e pedirmos que sejamos levados a lugares de estudos ou de auxílio, para que finalmente sejamos afastados dos males, vícios e más companhias.
Quando voltamos a vestir de novo o corpo carnal e acordamos, voltamos anestesiados, nos esquecemos da nossa verdadeira personalidade e vivemos um papel, uma ilusão. E nem sabemos mais de qual lado do muro nós estamos. Talvez estejamos todos em cima do muro.
Qual a resposta para tudo isso? Se, quando nós estivermos despertos no mundo físico, lutarmos contra os nossos sentimentos mesquinhos como a intriga, o orgulho, a inveja, a crítica mordaz, o ciúme e tantos outros vícios de postura, estaremos sim trabalhando na nossa reforma íntima. Não só parecendo bonzinhos, mas sendo realmente bonzinhos, obedecendo ao Pai, ou ainda, sendo menos agressivos como o primeiro filho, da historia acima, mas ainda assim, em obediência.
Pois então, se nós, estamos todos trabalhando para a Luz, de um jeito ou de outro, vamos tentar, ao menos, harmonizar aquilo que somos, tanto dormindo como acordados. É necessário ser vigilante, fazer o bem, coisas construtivas, pois a Lei de Causa e Efeitos é clara: Se você fizer o bem, receberá coisas boas. Colheremos aquilo que semearmos.
Jesus ainda nos deixou os dois maiores mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
E que a Paz do Senhor esteja sempre conosco.
Escrito por: Ricardo Placa-Lar Assistencial Rubataiana