"Já que você deu licença pra esse negro falar..."
- Anda engasgado fio? Que é esse nó no peito que suncê tem?
- Cansaço vô. De lutas em vão. Parece que minha ansiedade em ajudar só atrapalha. Parece que ninguém entende meu cansaço. Sobrecarregado.
- Cansaço vô. De lutas em vão. Parece que minha ansiedade em ajudar só atrapalha. Parece que ninguém entende meu cansaço. Sobrecarregado.
- E resolveu o que negro velho disse? Sobre a religião? Suncê tá feliz ou é mais uma coisa pra obrigação? Por obrigação ninguém é feliz fio. Negro velho já disse que suncê num tá de passagem. Veio pra ajudar. E pra ajudar num se deve seguir ninguém às vezes. É um caminho solitário. Muito povo à fingir que ajuda, só atrapalha.
- Tenho que seguir regras, normas, mesmo sendo contra e achando tudo errado.
- Então suncê é hoje o que negro velho foi fio meu: escravo. De outro jeito. Mas a chibata da mente corrói a alma. Nenhuma luta é em vão fio. Mas suncê veio pra lutar, guerrear contra as injustiça. E tá acorrentado pelo pensamento dos outro. Sofre e peito dói. Negro velho tá vendo e sente junto tua dor. Quanto tempo faz que o fio num serve um cafezinho pro velho? Tá sem rumo até pra prosear.
- Então suncê é hoje o que negro velho foi fio meu: escravo. De outro jeito. Mas a chibata da mente corrói a alma. Nenhuma luta é em vão fio. Mas suncê veio pra lutar, guerrear contra as injustiça. E tá acorrentado pelo pensamento dos outro. Sofre e peito dói. Negro velho tá vendo e sente junto tua dor. Quanto tempo faz que o fio num serve um cafezinho pro velho? Tá sem rumo até pra prosear.
- Como é difícil ser a gente mesmo em um mundo cheio de gente que sabe tudo vô.
- Fio meu. Se fosse fácil num tinha valor. O que é difícil fica fácil. Lembra do que eu falo pra suncê.
- Fio meu. Se fosse fácil num tinha valor. O que é difícil fica fácil. Lembra do que eu falo pra suncê.
- Tento explicar, falar. Sei que me ouvem só pra não me deixarem falando sozinho. Digo que as coisas vão no caminho errado e ninguém me ouve. Mostro outro caminho e ninguém me ouve. Tento reunir pessoas e ninguém me ouve. Haverá um tempo de paz vô? Haverá quem me escute?
- Fio: primeiro suncê crê, com fé. Depois suncê faz sem esperar nada nem ninguém. E depois de tudo feito, o povo vem. O povo acredita no que vê e não no que crê. Se perdeu a fé. Se pé dói o povo para de caminhar. O povo não quer mais ter trabalho. Caminhar na luz dói às vista e na escuridão dormem no costume. O que acostuma é o que acaba com o povo. Levanta fio. Descansa no tempo do velho. Que velho te acompanha na caminhada num é pra descansar. Respira, toma um gole com o velho. Firma no apoiador e vem com eu.
- Sempre que me perco o senhor vem e me firma. E eu ingrato que sou, esqueço até do agradinho do senhor.
- Quero te ver bem fio. Calmo. Esse desespero seu num leva a lugar nenhum. Só atrai o que num presta. Quem for pra tá te rodeando já tá. Pra ser feliz basta ser feliz. Se esperar alguém trazer num pote, vai que o pote quebra no caminho.
- Quero te ver bem fio. Calmo. Esse desespero seu num leva a lugar nenhum. Só atrai o que num presta. Quem for pra tá te rodeando já tá. Pra ser feliz basta ser feliz. Se esperar alguém trazer num pote, vai que o pote quebra no caminho.
- Gratidão vô. Te amo tá?
- E o velho tá aqui porquê sempre te amou. Antes mesmo de suncê vir pra essa tempada na terra. Saravá fio meu.
- E o velho tá aqui porquê sempre te amou. Antes mesmo de suncê vir pra essa tempada na terra. Saravá fio meu.
Escrito por Rascunhos do Fabio de Souza.