Umbanda e a Androgenesia – A Gênese do Ser – Os sete planos da vida - Orixás -
Gênese significa origem e androgenesia é a Ciência do desenvolvimento físico e moral da espécie humana.
Todas as religiões, desde as mais antigas, explicam, a sua maneira, a Gênese.
Cada povo tem um determinado entendimento, momento evolutivo, capacidade de aceitar, ou não, o que lhe é revelado.
A necessidade de compreender a origem de tudo é a responsável pelas tantas lendas e mitos existentes na Bíblia e em outros livros Sagrados. O homem deseja saber como, e por qual razão tudo começou e porque está aqui, neste planeta.
Allan Ka rdec com suas obras aparece no cenário e busca, através da ciência e do contato com os espíritos, explicar o que antes era só alegoria e mito.
Surge então a Gênese Espírita, que é muito interessante. A fé raciocinada, como provavelmente dizia Ka rdec, traz mais luz ao tema e auxilia a compreensão mais ampla sobre o assunto antes encoberto por lendas e mitos.
Segundo Allan Ka rdec, o homem passou pelos reinos mineral, vegetal e animal. Isso quer dizer que o ser humano estagiou nesses reinos e não que um dia tenha sido pedra, planta ou bicho. É diferente ter pertencido a esses reinos e ser, literalmente, a matéria que o compõe.
A obra Gênese Espírita é uma boa indicação de leitura aos que se interessam pelo assunto.
A obra de Chico Xavier, com André Luiz, também é uma boa recomendação de leitura que aborda o tema em questão.
Nós, Umbandistas, cremos em Deus e cremos que Ele é a nossa origem, por isso somos Sua imagem e semelhança sem nos apegarmos à forma porque, para nós, Ele está em toda a natureza e criatura.
Somos a imagem do nosso criador, nossa origem está em Deus.
De onde viemos?
De Deus, essa é a origem.
Para onde vamos? Qual é o nosso fim? Ou o nosso destino final?
É Deus. Nós viemos de Deus e vamos voltar para Deus.
Qual é o objetivo de você sair de Deus e voltar para Deus?
É o que se chama de “Uroburus”, a cobra que morde o próprio rabo, ou seja, é como o símbolo do infinito no qual, infinitamente você tem uma origem e um destino e sua origem e o seu destino estão no mesmo lugar.
A origem é Deus, o destino é Deus.
Qual o sentido e o objetivo de sair de Deus e voltar para Deus?
O sentido é evoluir, crescer, aprender.
Saímos de Deus, mas, Deus não está em tudo? Deus não é o todo, o tudo? Ele é. Mas, há algo que nós chamamos o lado interno da criação, o âmago de Deus, o útero divino, lá está a nossa origem no lado interno da criação.
Saímos do lado interno da criação como centelhas divinas, lá nós éramos apenas seres inconscientes, aí está a nossa origem. Nós saímos desse útero ou somos criados nesse útero como seres inconscientes que vão entrar num período de gestação, de evolução, igual a um óvulo que é fecundado por um esperma e ali surge uma célula máter, um zigoto. E esse zigoto começa a se desenvolver, se tornando um embrião, depois vai se tornar um feto e vai se desenvolvendo.
Assim também é a nossa origem divina, a origem do nosso ser, da nossa alma em Deus, ela é criada pura como uma centelha, como uma célula máter e ela sai do útero divino sob o amparo de um pai e uma mãe Orixás, são nossos Orixás ancestrais que vão buscar essa centelha no útero divino.
Um pai e uma mãe ancestral se unem e geram uma célula máter, que vai começar a se desenvolver e assim que alcança certo estágio de desenvolvimento, é entregue a outro pai e outra mãe que acompanham para que continue se desenvolvendo, depois é entregue para outro pai e outra mãe.
Temos muitos pais e muitas mães que nos acompanham em cada fase do nosso desenvolvimento divino, muito antes de nos tornarmos seres humanos reencarnacionistas, nós passamos por outras realidades. Então, nós não éramos humanos quando estávamos em Deus éramos apenas uma centelha inconsciente, um pai ou uma mãe nos recebem fora, no ambiente externo, no lado externo de Deus.
Assim começamos a nos desenvolver até o momento que vamos tomando forma e começamos a nos tornar seres que tem instinto, depois vai nascendo a semiconsciência até nascer à consciência.
Vamos habitando em diferentes reinos como bebezinhos que vão para um berçário e vão crescendo, sendo amamentados pela mãe e sob os cuidados do pai, vai crescendo, crescendo e vai para a escola e depois vai para outra, entra num, passa por diferentes etapas do seu crescimento, da sua evolução, a alma tem um histórico de evolução e de crescimento que vai passando por diferentes realidades até chegar ao ponto em que nós estamos agora, que é num plano que chamamos de “Plano Natural”.
No Plano Natural estamos dentro de uma dimensão específica que é a dimensão humana.
Nesse momento nós somos seres aos quais é impossível não contar o tempo da existência, porque na nossa origem em diferentes realidades o tempo não conta da mesma maneira como é contado aqui.
O tempo tal qual nós o conhecemos é pertinente a esta realidade humana. E nós já passamos por muitas outras realidades que se do ponto de vista humano, formos olhar para essas outras realidades, é realmente uma eternidade até que a gente chegue nesse ponto humano reencarnacionista.
Nossa origem está lá atrás em Deus, quase infinita, nesse momento estamos encarnando e desencarnando. Isso o Espiritismo ensina, encarnamos e desencarnamos para evoluir, mas uma hora a gente alcança um estágio de evolução tal que não há mais a necessidade de encarnar.
No momento em que se alcança esse estágio de evolução, que dispensa a necessidade de encarnar, nós vamos evoluindo nas faixas vibratórias do mundo espiritual, que costuma ser identificado com sete faixas vibratórias para cima e sete faixas vibratórias para baixo.
Quando alcançamos as sete faixas vibratórias de luz, deixamos a realidade humana e passamos para outra realidade, que chamamos de “realidade celestial”, entramos para o plano celestial.
Ali estão aqueles que são considerados os mestres da humanidade, os grandes mestres ascensionados, todos eles estão para além do ciclo reencarnatório e alguns estão para além da realidade humana habitando uma realidade divina celestial.
O nosso objetivo é voltar para Deus. A questão é: voltar para Deus não é alcançar um lugar físico, voltar para Deus não é voltar para o útero de onde nós saímos, porque daquele útero nós saímos como centelhas, como seres inconscientes.
E na nossa escala evolutiva foram despertos os nossos instintos, foi desperta a nossa consciência. Nós ganhamos o livre arbítrio na realidade humana e agora estamos voltando para Deus.
O que é voltar para Deus? Voltar para Deus é sentir, muito mais do que sentir até, é alcançar o fato de que nos tornamos um com Deus. No momento em que nos tornamos um com Deus, voltamos para Deus. Mas, isso não é uma questão teórica e intelectual de dizer: “Eu sinto que sou um com Deus”. Eu sou cristão, eu e Deus somos um. “Eu sou um com Cris to”.
Não. É quando isso passa a ser uma verdade. Isso só é uma verdade de fato quando já não existe mais o ego, quando já não existe mais a individualidade da maneira como a conhecemos nesse mundo.
Tal estado não acontece no mundo que habitamos, nesse mundo nós apenas ouvimos falar que isso acontece com aqueles que alcançam a iluminação. No momento em que Jesus Cris to, na sua condição sob o nosso ponto de vista de Iluminado, quando ele diz:
“Eu e o Pai somos um”.
O que ele está dizendo é: a vontade Dele é a minha, a minha vontade é a Dele, essa é a ideia do retorno. Quando Buda alcança a iluminação, já não existe mais nada de ego no seu ser.
Essa é à volta ao Pai, o retorno.
Esse retorno, automaticamente demonstra que não existe mais o que fazer e resolver nesse mundo que é o mundo material, pois quando acaba o ego, acaba o apego e o que nos atrai a esse mundo material é o apego.
Esse é o retorno a Deus, é nos tornarmos seres ascensionados, unidos a Deus e voltarmos a expressar a nossa essência divina em consciência.
“Existem muitas moradas na casa do meu Pai”, disse Jesus.
Existem muitas formas de vida, existem muitos caminhos de evolução diferentes da evolução do ser humano.
A nossa soberba, a nossa vaidade, o nosso ego, nos faz crer que tudo o que Deus cria foi criado para o ser humano. Não. Tudo o que Deus cria foi criado para toda a sua criação e não apenas para nós, mas ao mesmo tempo porque Ele é Deus, porque Ele é o criador, nos ama na condição de que cada um de nós para Deus é um ser único em importância.
Ao mesmo tempo em que toda essa criação não é apenas para nós, a nossa relação com Deus é como se tudo fosse feito apenas para nós porque é a relação de um pai, de uma mãe, de um criador que nos tem como seres únicos. E de fato, cada um de nós é um ser único. Ao mesmo tempo, precisamos aprender que todos são únicos, ou seja, eu não sou único em detrimento dos outros, todos nós somos únicos e todos nós somos um. Se o objetivo é: “eu me tornar um com Deus”, o objetivo é: “que todos se tornem um com Deus”.
Eu só me torno um com Deus no momento que me torno um com os meus semelhantes e com tudo que existe, tudo está ligado pela mesma força.
O caminho é “ame ao próximo como a si mesmo”, o que é amar o próximo como a si mesmo? Se eu não consigo nem amar a mim mesmo, como é que eu vou amar o próximo como a mim mesmo? Amar o próximo como a mim mesmo é entender que o próximo sou eu.
Na nossa primeira realidade, que é o primeiro plano da vida chamado “Plano Fatoral”, há nele um pai e uma mãe que são Orixás ancestrais, são meu Pai e minha Mãe ancestrais, são Orixás fatorais, pode ser qualquer pai com qualquer mãe.
Quem são os pais e as mães que estão ali, os pais são: Oxalá Fatoral, Oxumaré Fatoral, Oxóssi Fatoral, Xangô Fatoral, Ogum Fatoral, Obaluaiyê Fatoral e Omulú Fatoral; as mães: Logunan Fatoral, Oxum Fatoral, Obá Fatoral, Egunitá Fatoral, Iansã Fatoral, Nanã Fatoral e Iemanjá Fatoral, são os pais Orixás, Orixás Fatorais.
Como assim Orixás Fatorais?
Orixá não é um só?
Não.
Só existe uma classe de Orixás? Não.
Orixás são divindades e existem Orixás para todas as realidades.
A primeira realidade, o primeiro plano da vida é o “Plano da Vida Fatoral” com sete dimensões, são as dimensões: cristalina, mineral, vegetal, ígnea, eólica, telúrica e aquática, que são as sete dimensões, dos sete elementos, dos sete sentidos que tem a ver com as sete vibrações, que existem no nosso corpo com as sete linhas de Umbanda, com o mistério do número 7 (sete).
Como centelhas, nós somos atraídos para o primeiro plano da vida, que é o Plano Fatoral por um Pai e uma Mãe Fatoral e ali nós vamos desenvolvendo, somos seres inconscientes nessa realidade, quando alcançamos certa maturidade, ainda inconscientes no Plano Fatoral, outro Pai e outra Mãe de uma outra realidade chamada “realidade essencial”, ou seja, do “Plano da Vida Essencial”, que também tem sete dimensões, outro Orixá Essencial Pai e outro Orixá Essencial Mãe nos atraem para a próxima realidade que é o segundo plano da vida que é o “Plano da Vida Essencial” e ali nós vamos alcançar certa maturidade.
Primeiro foi formado em torno da centelha um corpo fatoral, agora está sendo formado um corpo essencial.
É como se fosse só aumentar o que está sendo preparado para o seu desabrochar. E ali vai alcançar maturidade até ser atraído por um Pai e uma Mãe para a próxima realidade, que é a “realidade elemental”, também uma realidade de sete dimensões.
Somos atraídos para essa realidade elemental por Orixás Elementais e o nosso corpo fatoral que foi transformado num corpo Essencial, agora vai surgir num corpo Elemental, de elemento. Quais são os elementos? Os elementos são: cristal, mineral, vegetal, fogo, ar, terra e água, esses são os elementos, são sete dimensões.
Nós vamos para uma dessas sete dimensões amparados por um Pai e uma Mãe. E vamos ficar ali até alcançar certa maturidade e aqui a gente começa a tomar uma forma, começa a ter uma expressão até que somos atraídos para o “Plano Dual” com 32 (trinta e duas) dimensões.
Dual quer dizer: que cada dimensão é regida por dois elementos. São 32 (trinta e duas) e não 49 (quarenta e nove) porque há elementos que não formam dimensão, fogo e água não formam dimensão.
Vide livro “Doutrina e Teologia de Umbanda”.
Um Pai e uma Mãe nos atraem para o Plano Dual até que alcancemos a maturidade Dual de dois elementos com esse Pai e essa Mãe, depois somos atraídos para o “Plano Encantado ou Tri energético”. O Plano Encantado é o plano de três elementos, cada dimensão possui três elementos, então, aqui nós temos 49 (quarenta e nove) dimensões, de três elementos, de Encantados.
Esse Plano Encantado é o quinto plano, ou seja:
1º Plano Fatoral, 2º Plano Essencial, 3º Plano Elemental, 4º Plano Dual, 5º Plano Encantado.
No quinto plano da vida com 49 (quarenta e nove) dimensões que é o Plano Encantado serão despertos os nossos instintos.
No quinto plano da vida começamos a despertar como seres instintivos, algo que lembra algumas criaturas, algo que lembra alguns animais porque ainda não temos consciência, temos instinto.
No plano Dual já existe certo instinto, no Encantado temos o instinto completo e começa a surgir a semiconsciência.
Estamos nos preparando para entrar no “Plano Natural”, que é o sexto plano da vida.
No Encantado nós já temos o instinto do que surgiu no Dual e começa a surgir uma semiconsciência no Plano Encantado.
Começamos a ter ideia de identidade, de individualização.
Ainda estamos numa realidade anterior à realidade humana.
A realidade humana existe no próximo plano que é o sexto plano da vida, o sexto plano da vida é o Plano Natural que tem 77 (setenta e sete) dimensões, uma das 77 (setenta e sete) dimensões do Plano Natural é a dimensão humana.
Os seres encantados são semiconscientes, por isso o aspecto dos seres encantados é de crianças ou de seres muito jovens quando comparados com um adulto do Plano Natural.
Ao alcançar a maturidade no Plano Encantado, um Pai e uma Mãe nos atraem para o Plano Material. Nós fomos atraídos para a dimensão humana dentro do Plano Material, mas existem outras 76 (setenta e seis) dimensões.
Para nós que entramos na dimensão humana, nos tornamos seres humanos reencarnacionistas, vamos ficar encarnando e desencarnando até alcançar certa evolução quando não precisarmos mais encarnar vamos evoluir no mundo astral e quando alcançarmos a maturidade do Plano Natural – no nosso caso, na realidade humana, nas esferas superiores, sairemos do Plano Natural e entraremos no Plano Celestial no qual o número de dimensões é infinito e é praticamente indescritível o Plano Celestial, é um plano divino onde estão aqueles que ascenderam em todas as instâncias e já não são mais humanos.
No Plano Natural, plano em que nós estamos, uma das suas dimensões é a dimensão humana, é a nossa realidade, existem outras realidades, outras dimensões naturais onde os seres não humanos são tão conscientes quanto nós.
O objetivo do Plano Natural é desenvolver o livre arbítrio, nós estamos aqui para aprender a lidar com o livre arbítrio e vencer o ego. Nas realidades paralelas, também há outros seres naturais que não são humanos, mas são naturais.
Existem dimensões que são regidas por Ogum, por Oxum, por Oxóssi, por Xangô, por Obaluaiyê, dessas realidades paralelas é que vêm seres naturais que quando incorporam no Terreiro de Umbanda, nós dizemos que incorporou um Orixá.
A incorporação de um Xangô numa Gira de Umbanda é a incorporação de um ser natural de uma realidade paralela, ele não é um humano por isso que a gente diz que Xangô incorporou.
Não é o Pai Maior Xangô, é um Xangô. Por isso a gente diz essa Ninfa vem do reino de Iemanjá. O que é o reino de Iemanjá? É uma dimensão dentro do Plano Natural regida por Iemanjá, é uma natural de Iemanjá, mas também as Encantadas de Iemanjá. Algumas sereias são Encantadas de Iemanjá, algumas ondinas são Encantadas de Oxum, são muitas realidades.
O importante é entender, nós estamos na dimensão humana dentro do Plano Natural nos desenvolvendo, evoluindo. Há seres evoluindo igual a nós em outros mundos paralelos – esses mundos paralelos são outras dimensões – e que quando eles alcançam certo estágio nessas dimensões tem licença de vir aqui trabalhar na Umbanda.
A Umbanda, meus irmãos, não trabalha apenas com espíritos humanos e isso o Espiritismo não explica. Por isso nós precisamos ter e conhecer a nossa Teologia, os fundamentos da nossa religião. Quando eu incorporo Oxum, Iemanjá, Nanã, Obaluaiyê, quando incorpora Ogum – e não o Caboclo de Ogum, mas quando incorpora Ogum – é uma incorporação de Orixá, é um ser natural.
Qual a diferença em incorporar um ser natural e incorporar um espírito humano? O ser natural não fala, por isso que se diz:
“Ali é incorporação de Orixá” porque ele não fala, essa é a diferença.
Há de se compreender que existem divindades regentes de muitas realidades, na Umbanda, estamos acostumados a rezar e prestar culto apenas aos nossos Orixás, que podemos chamar de Orixás Naturais, mas, na androgenesia vemos que existem Orixás Fatorais, Orixás Essências, Orixás Elementais, Orixás Duais, Orixás Encantados e os Orixás Naturais, que são as divindades responsáveis pela evolução da espécie humana.
Existem ainda outras classes de divindades, podemos citar inclusive como classes de divindades: os Anjos, os Arcanjos, os Querubins, as Potestades, as Dominações, as Virtudes.
E nessa classificação os Orixás são “Tronos”.
Os Orixás estão numa classe de divindades que podem ser considerados e são, de fato, Tronos de Deus.
É importante entender que existem divindades regentes ou Tronos regentes de planetas, de galáxias, de estrelas, de universos, existe como uma hierarquia, onde temos: Tronos regentes de universos, Tronos regentes de galáxias, Tronos regentes de constelações, Tronos regentes de estrelas, Tronos regentes de planetas e Tronos regentes de dimensões, isso é uma hierarquia.
Dentro de uma galáxia há um Trono regente responsável por aquela galáxia e ali os Tronos regentes das constelações respondem ao Trono regente da galáxia.
Os tronos das estrelas, estelares, respondem aos Tronos de galáxias. Os Tronos dos planetas respondem aos Tronos de estrelas e os Tronos de dimensões respondem aos Tronos de planetas. O que isso quer dizer? Na prática, em síntese, isso quer dizer: nós vivemos, moramos, existimos como seres humanos no planeta Terra, então, há Orixás que comandam e que orientam e que acompanham a evolução nesse planeta, nessa realidade, nossos Pais e Mães Orixás.
Há um Trono responsável por todo o planeta, há um Trono responsável pelo planeta Terra, assim como há um Trono responsável pelo sol, um Trono responsável pelo sistema solar, um Trono responsável pela nossa galáxia, um Trono responsável por esse universo que a gente está.
Há um Trono do planeta Terra, chama-se:
“Trono das Sete Encruzilhadas”, justamente por quê?
Nesse planeta, nessa realidade vivemos sob o mistério do número 7 (sete), então, o Trono das Sete Encruzilhadas, é um Trono que em si possui uma coroa divina, nessa coroa se assentam os sete Tronos maiores por meio dos quais se manifestam os 14 (quatorze) Tronos individualizados, ou seja, nossos 14 (quatorze) pais e mães Orixás: Oxalá/ Logunan, Oxum/ Oxumaré, Oxóssi/ Obá, Xangô/ Egunitá, Ogum/ Iansã, Obaluaiyê/ Nanã, Iemanjá/ Omulú.
Esses quatorze Orixás fazem parte da coroa planetária, ou seja, são os quatorze Orixás com as quatorze divindades responsáveis pela evolução humana nesse planeta.
Isso não quer dizer que não existem outras divindades responsáveis por outras questões que não apenas a humana, mas esses Tronos que nós chamamos de Orixás são os mesmos para todas as culturas, todas as épocas e religiões, mas que mudam os seus nomes, as suas máscaras. Muda a cultura, muda a maneira de ver e interpretar, a mesma Oxum é Afrodite, a mesma Oxum é Lakshmi, é Kuan Yin, a mesma Oxum é Vestha e etc.
A gênese de Umbanda Sagrada nos ensina que acerca de 13 bilhões de anos que é quase algo infinito, o Trono das Sete Encruzilhadas se assentou no local onde hoje existe o planeta Terra.
O Trono das Sete Encruzilhadas estabeleceu o seu magnetismo e passou a atrair para si tudo que era necessário para a idealização e a criação de um novo planeta com todas as suas realidades paralelas, ou seja, o lado material, o lado espiritual e as dimensões paralelas que existem no nosso planeta Terra.
O (Trono) planeta Terra é em si o Trono das Sete Encruzilhadas é o todo, é o tudo, no qual os quatorze outros Tronos maiores se assentam e onde para cada um desses Tronos há mais sete Tronos menores e outros sete como uma hierarquia divina.
Há bilhões e bilhões de anos, o Trono das Sete Encruzilhadas se assentou e começou a atrair para si, pelo seu magnetismo, tudo que era necessário. E ao longo desses bilhões de anos foi se formando uma massa de matéria e essa massa formou uma bola incandescente, passou por processos de magnetismo, pela força do magnetismo, primeiro uma grande atração de massa quente, de lava, de fervor como uma panela fervendo e ficou ali.
Durante bilhões de anos foi passando por um resfriamento e ao longo do tempo foi surgindo toda uma realidade, toda uma geografia foi se constituindo, o lado material e o lado astral das dimensões desse planeta, até o momento que alcançou maturidade, alcançou estabilidade e nesse ponto de maturidade e estabilidade, o planeta Terra e as realidades paralelas desse planeta, começaram a receber os seres que deveriam e que devem evoluir.
O Trono das Sete Encruzilhadas se torna uma das moradas do divino Criador por meio do planeta Terra.
Isso também é evolução, ou seja, o planeta Terra tem uma origem, a origem do planeta Terra está no próprio Trono das Sete Encruzilhadas, essa é a gênese do planeta Terra.
Da mesma forma existe a gênese do sol, da galáxia, do universo em que cada Trono vai se estabelecendo pelo seu magnetismo, pela sua estrutura, o Trono vai atraindo, pela Física poderia ser explicado, geologicamente pode ser explicado, historicamente poderia se houvesse fatos que pudessem ser pesquisados e estudados como o próprio Big Bang.
Se você afirma o Big Bang, então, o que é o Big Bang?
A origem desse universo, o Big Bang é o momento que algum Trono se estabeleceu. O momento em que um Trono se estabelece a partir dele tudo começa a ser criado, começa a ser gerado. E esses Tronos são como vórtices onde existe um Trono, ali é um vórtice no qual, várias realidades paralelas se ligam e há uma troca de energias entre realidades onde alguns Tronos se estabelecem, Tronos menores como se fossem buracos negros que abrem de uma realidade para outra.
O Trono das Sete Encruzilhadas é a divindade regente do planeta. O Trono das Sete Encruzilhadas é em si a vida que existe em toda essa realidade e o Trono das Sete Encruzilhadas é um Trono que traz em si as sete qualidades do nosso divino Criador.
É como uma individualização de Deus das sete qualidades e no qual se assentam os 14 (quatorze) Orixás nos sete sentidos, nas sete vibrações da vida. Assim, surgem as dimensões, surge a realidade material e a contraparte espiritual, humana, fora as dimensões paralelas.
Nós, na qualidade de seres humanos, estamos no Plano Natural dentro da dimensão humana ou se preferir, estamos na dimensão humana que é uma das dimensões do Plano Natural habitando o planeta Terra do seu lado material.
A dimensão humana compreende o lado material e a contraparte espiritual.
Como funciona o processo de evolução nessa nossa realidade?
No lado material não há necessidade de explicar muitas coisas, nós encarnamos e desencarnamos com o objetivo de passar pela experiência da matéria e da carne.
No lado espiritual, no mundo astral, faixas de vibração positiva e negativa, atraem aqueles que desencarnam com o magnetismo ou numa energia positiva, que vão habitar faixa vibratória no astral positiva e aqueles que desencarnam em energia negativa, vão habitar faixa vibratória negativa, os mais apegados à matéria, os mais egoístas, aqueles que se entregaram mais aos seus vícios do que as suas virtudes, ao desencarnar vão para uma faixa espiritual negativa, podendo descer até uma escala de 7 (sete).
Nós dizemos: sete faixas vibratórias para baixo, sete faixas vibratórias para cima.
Ao desencarnar na primeira e segunda faixa vibratória espiritual para cima tudo é muito parecido com que existe na Terra, é algo como no filme “Nosso Lar” ou no livro “Nosso Lar” - que é sempre muito citado porque é um livro que boa parte das pessoas que passaram pelo Espiritismo já leu e mesmo nós, Umbandistas, devemos ler também para aprender - No “Nosso Lar” tudo é muito parecido com a Terra: é uma cidade com casas, bairros, tudo igualzinho a Terra.
Essa é a realidade da primeira e segunda faixa espiritual, as pessoas se alimentam se relacionam e elas têm que falar uma mesma língua.
Aí você tem as faixas vibratórias para cima: terceira, quarta, quinta, até a quinta faixa vibratória estão os espíritos que ainda encarnam e desencarnam, da quinta para cima estão espíritos que não encarnam mais e também não tem mais forma plasmada, nós dizemos: “É só luz”. Para baixo é o contrário, da quinta para baixo os espíritos não tem mais uma forma humana, eles passam a ter uma forma animalizada.
Tudo isso faz parte da dimensão humana, que tem faixas vibratórias para cima e para baixo porque é uma das dimensões do Plano Natural ou se preferir a dimensão humana é uma das 77 (setenta e sete) dimensões do Plano Natural.
É onde nós estamos essa é a nossa realidade.
Tudo isso existe ligado a esse planeta Terra que é, por mais que tenha dor, doença, morte, guerra, um planeta abençoado.
Por mais que a vida não seja tão boa e agradável a todos, a oportunidade de encarnar é divina porque passar pela experiência de nascer, crescer, envelhecer e morrer propicia a abertura de faculdades que no astral raras vezes se abrem.
Ter a mente adormecida é a oportunidade de crescer, é a oportunidade enorme de crescer e ninguém nasce por acaso. Nós nascemos geograficamente no local mais importante segundo as nossas necessidades, o nosso merecimento, o nosso histórico, naquela família na qual temos laços e vínculos de crescimento e aprendizagem. Encarnar é sempre uma oportunidade divina.
Mesmo sendo um espírito velho, a gente nasce criança e vive como criança dependendo dos pais e dos adultos para tudo.
Essa é uma oportunidade de humildade, a questão hormonal nos ajuda a lidar com as questões de relacionamentos, a maturidade nos leva ao ponto em que a gente deve aprender a usar o livre arbítrio e a melhor idade ou a velhice é que deve nos ensinar o amor mais desapegado.
A oportunidade de gerar filhos na carne é algo que não existe no astral, a oportunidade única de ter filhos é uma oportunidade de você conseguir amar alguém como a si mesmo porque se você não consegue amar o próximo como a si mesmo se o seu próximo é o seu vizinho, colega ou conhecido, talvez você consiga pelo menos amar os seus filhos como a si mesmo, porque um pai e uma mãe é capaz de dar a vida pelos filhos porque esse amor é o amor da carne, o amor do sangue, esse amor consangüíneo é o amor ideal que a gente deveria ter por todas as pessoas.
É a nossa oportunidade, por isso encarnamos, para aprender a usar o livre arbítrio, crescer e evoluir.
Anna Pon
(Texto baseado no Curso de Teologia de Umbanda Sagrada – Desenvolvido por Rubens Saraceni – Ministrado por Alexandre Cumino)