Por Maísa Intelisano (1ª parte) e Wagner Borges (Esclarecimento e 2ª parte)
Esclarecimento feito por Wagner Borges:
Esse texto surgiu da seguinte maneira: em agosto de 2003 a Maísa respondeu a algumas perguntas de um participante da lista Voadores na Internet (www.voadores.com.br) sobre duplo etérico e psicossoma. Daí eu selecionei as perguntas do rapaz e as respostas dela para postar oportunamente em sua coluna da revista on line de nosso site.
Hoje, enquanto preparava esses escritos para postagem em sua coluna, resolvi acrescentar alguns detalhes adicionais como notas ao fim do texto. Contudo, acabei escrevendo bem mais do que previa, e percebi que seria legal formatar um texto em conjunto com o da Maísa.
O resultado é esse material bem esclarecedor sobre os veículos de manifestação da consciência, com toques adicionais sobre outros temas correlacionados. Penso que os projetores e estudantes espiritualistas de um modo geral se beneficiarão com esse material.
* * *
1ª PARTE
Pergunta:
É o psicossoma ou o duplo etérico que se desintegra após a morte?
Nesse caso, o desencarnado se manifestaria por qual corpo energético?
Nesse caso, o desencarnado se manifestaria por qual corpo energético?
Resposta:
Olá. Tudo bem?
Eu não conheço o livro, mas me parece estar havendo aí uma mistura de conceitos. Só não sei se do autor ou de você mesmo. Vamos tentar esclarecer?
Eu não conheço o livro, mas me parece estar havendo aí uma mistura de conceitos. Só não sei se do autor ou de você mesmo. Vamos tentar esclarecer?
Duplo etérico (2) é uma coisa, e perispírito (ou psicossoma) é outra. O duplo é uma camada energética mais sutil que o corpo físico e mais denso que o perispírito, composta de uma modificação do fluido cósmico universal (energia cósmica), a qual tem a função de servir de "combustível vibracional" para o corpo físico durante a encarnação. É essa camada que liga e mantém em contato o corpo físico e o perispírito, já que esses dois têm densidades energéticas muito diferentes.
Para você ter uma idéia (bem grosseira), imagine um aparelho de ultra-som. Para que haja a perfeita integração entre as ondas que o aparelho emite (muito sutis) e o corpo físico do paciente (muito denso em relação às ondas), o médico usa um gel de contato, para garantir que não haverá falhas na transmissão das ondas, para garantir que as ondas chegarão inteiras ao corpo e serão captadas de volta com perfeição pelo aparelho. Bom, o duplo etérico seria o gel de contato entre o perispírito (muito sutil) e o corpo físico (muito denso em relação ao perispírito), funcionando como uma zona de contato perfeito entre os dois, garantindo perfeita transmissão de energias... (esse é um exemplo meia-boca, mas foi o único modo que encontrei de fazer os meus alunos entenderem mais ou menos "onde" ficava o duplo etérico!)
Muita gente considera o duplo como um corpo, outros preferem dizer que é apenas a camada energética que emana do corpo físico, e por aí vai.
Pessoalmente, pelo que tenho estudado e visto até aqui, não considero o duplo etérico como um corpo propriamente, mas apenas um elo energético de ligação (em FORMATO vaporoso-energético de corpo físico), entre o corpo físico e o perispírito durante a encarnação, funcionando também como uma "bateria" de onde o corpo físico tira as energias mais sutis para o seu funcionamento e onde estão também os chacras ou centros de força de que tanto falamos.
Já o perispírito é o corpo com que nos manifestamos no plano espiritual ou astral. É também composto de uma variação do fluido cósmico universal, mas numa "versão mais light", ou seja, numa constituição mais sutil, de densidade bem menor que a do corpo físico e menor também que a do duplo etérico. Segundo o Espiritismo, é o perispírito que funciona como molde para a formação de cada novo corpo físico e é nele também que ficariam gravadas todas as nossas experiências encarnatórias e também aquelas vividas entre uma encarnação e outra, como se fosse uma fita cassete ou, pra ser mais moderna, um CD-R (Compact-Disc Regravável).
E é com o perispírito que os encarnados se projetam durante o sono, com o cordão de prata fazendo a "ponte" entre os dois nesse desprendimento parcial e temporário.
Outras correntes informam que o perispírito tem ainda os seus próprios centros de força, em correlação com os do duplo etérico, mas com funções mais sutis, digamos assim.
Quando o corpo físico morre, o perispírito se desprende e, com ele, a consciência que animava aquele corpo. Já o duplo permanece com o corpo físico e se desintegra lentamente num período de algumas horas (em alguns casos esse processo poderá levar mais tempo) após o desencarne.
O tempo para que o duplo se desintegre pode variar muito de acordo com o tipo de morte, a idade do corpo físico, o nível de esclarecimento espiritual da pessoa, ou os "créditos espirituais" que ela tenha.
Por exemplo, sabemos que o duplo de um suicida pode demorar até anos para se desfazer completamente, por se tratar de morte violenta, com interrupção da encarnação antes da hora e em completo desacordo com as leis universais. Já uma pessoa idosa que esteja muito doente, terá seu duplo bem desgastado pela idade e a doença, tornando o processo de desintegração do mesmo mais rápido, pelo menos em teoria.
Quanto mais "carga" houver no duplo do desencarnante, mais difícil será o desligamento do seu perispírito e, consequentemente, mais penoso será também para a consciência/espírito.
Portanto, o duplo realmente se decompõe após a morte do corpo físico, mas o perispírito ainda se mantém por várias encarnações, até que o espírito evolua o suficiente para não precisar nem desse corpo sutil, o que seria a chamada "Segunda morte", quando o espírito passaria a se manifestar só em corpo mental (3)
Pergunta: Ainda segundo o autor do livro, para a nova encarnação seria formado (sem mesóclise) um novo psicossoma, feito por elementais (espíritos da natureza) e tal... hum... Isso procede?
- Resposta: Não, na verdade, o que se forma novo é o duplo etérico, baseado no molde físico e mental oferecido pelo perispírito ou psicossoma. Quanto a ser feito por elementais, não sei, mas me parece estranho que uma tarefa tão importante e "especializada" seja confiada a consciências ainda num estágio mais primitivo. Parece-me mais lógico que outros espíritos ajudem nessa tarefa (provavelmente em parceria com os elementais apropriados para essa tarefa), ou até que o processo ocorra de forma automática, na medida em que o perispírito do reencarnante se liga ao novo corpo físico em formação a partir da fecundação.
Pergunta:
Então, conservamos o perispírito no período extrafísico... É isso mesmo?
Resposta:
Agora você já pode relaxar. Conservamos, sim, o perispírito e "largamos" o corpo físico com o duplo etérico para trás, ok?
- Maísa Intelisano -
São Paulo, 07 de agosto de 2003.
(Maísa é paulistana, neta de italianos, tem 41 anos, taurina com ascendente em Aquário se interessa por assuntos espirituais desde que se entende por gente, como diz.Aos 14 anos foi para a Umbanda, levada por seu pai, onde ficou por 13 anos trabalhando como médium de incorporação em todas as linhas.Aos 27 anos passou para o Espiritismo Kardecista, onde fez os cursos Básico, Mediúnico e Evangélico, além dos cursos de Expositores (palestrantes), Orientação a Desencarnados, e Reflexões Evangélicas, todos na Seara Bendita Instituição Espírita.
Nessa mesma casa, atuou como médium de passes, clarividência e psicofonia nos trabalhos de desobsessão e choque anímico, além de ter dado palestras públicas em vários trabalhos de assistência, reuniões e de colaborar com o informativo da casa, Jornal O Seareiro, com pequenas crônicas e mensagens. Em 93 tornou-se instrutora no curso Evangélico da mesma casa, onde ministrou aulas por quase seis anos.
Em 99, deixou a Seara Bendita e acompanhou o grupo de Orientação a Desencarnados, que passou a trabalhar no Lar Espírita Servas de Maria.
Nessa casa, participa até hoje das reuniões semanais e dá aulas desde o início de 2002 no Curso Básico e Mediúnico. Ministra palestras para assistidos e participa esporadicamente dos trabalhos de desobsessão e passes, quando solicitada pelos dirigentes.
É participante do grupo de estudos e assistência espiritual do IPPB.
Para maiores detalhes sobre o seu trabalho, ver sua coluna na revista on line de nosso site - www.ippb.org.br
2ª PARTE
(Comentários e notas do texto por Wagner Borges, em 24 de fevereiro de 2004):
Peço permissão a Maísa para acrescentar algumas explicações adicionais em cima do tema que ela respondeu. Essas explicações se fazem necessárias para clarear um pouco sobre alguns enfoques diferentes em cima do tema, por causa das diversas classificações e nomenclaturas utilizadas por projetores e pesquisadores das projeções da consciência e dos veículos de manifestação e planos conscienciais. Vamos lá!
1. Psicossoma (do grego): Corpo psíquico; Corpo astral (Teosofia); Perispírito (Espiritismo); Corpo de luz (Ocultismo); Corpo espiritual (Coríntios I, cap. 15, vers. 44).
2. Duplo etérico: O duplo etérico é um campo energético bastante densificado através do qual o psicossoma se une ao corpo físico. É uma zona intermediária pela qual passam as correntes energéticas que mantém o corpo humano vivo. Sem essa zona intermediária, a consciência não poderia utilizar as células de seu cérebro físico, pois as emanações do pensamento, oriundas de seu corpo mental, e as emanações emocionais, oriundas de seu psicossoma, não teriam acesso à matéria física.
Esse corpo energético tem recebido diversas nomenclaturas: Duplo Etérico (Teosofia), Corpo Vital (Ordem Rosacruz), Holochacra (Conscienciologia), Corpo Bioplasmático (Parapsicologia), Corpo Energético (Ocultismo), Pranamâyakosha (Hinduísmo).
O cordão de prata, a aura, os chacras e o ectoplasma são componentes deste complexo energético.
O duplo etérico é observado pelos clarividentes como uma distinta massa de neblina cinza-violeta, debilmente luminosa, que interpenetra a parte densa do corpo físico e que se estende um pouco mais além deste.
Segundo o parapsicólogo brasileiro Hernani G. Andrade, o duplo etérico parece ser mais uma matriz energética do que propriamente um corpo. É um campo de força vital que permeia cada parte do corpo físico. Ele é o pano de fundo, a verdadeira substância de base para a matéria física. É constituído de uma trama, ou rede de nádis de energia, os quais, em suas dezenas de milhares, são entrelaçados e formam, em certas localizações, vários pontos focais, dos quais os mais importantes receberam dos hindus o nome de "chacras".
Sendo o duplo etérico a matriz energética do cordão de prata, ele é um elemento de importância vital nos processos projetivos. Dependendo da quantidade de duplo etérico que acompanhar o cordão de prata na projeção, o psicossoma projetado pode ter maior ou menor densidade.
Esse corpo energético tem recebido diversas nomenclaturas: Duplo Etérico (Teosofia), Corpo Vital (Ordem Rosacruz), Holochacra (Conscienciologia), Corpo Bioplasmático (Parapsicologia), Corpo Energético (Ocultismo), Pranamâyakosha (Hinduísmo).
O cordão de prata, a aura, os chacras e o ectoplasma são componentes deste complexo energético.
O duplo etérico é observado pelos clarividentes como uma distinta massa de neblina cinza-violeta, debilmente luminosa, que interpenetra a parte densa do corpo físico e que se estende um pouco mais além deste.
Segundo o parapsicólogo brasileiro Hernani G. Andrade, o duplo etérico parece ser mais uma matriz energética do que propriamente um corpo. É um campo de força vital que permeia cada parte do corpo físico. Ele é o pano de fundo, a verdadeira substância de base para a matéria física. É constituído de uma trama, ou rede de nádis de energia, os quais, em suas dezenas de milhares, são entrelaçados e formam, em certas localizações, vários pontos focais, dos quais os mais importantes receberam dos hindus o nome de "chacras".
Sendo o duplo etérico a matriz energética do cordão de prata, ele é um elemento de importância vital nos processos projetivos. Dependendo da quantidade de duplo etérico que acompanhar o cordão de prata na projeção, o psicossoma projetado pode ter maior ou menor densidade.
3. Há um momento na evolução do espírito em que ele não precisa mais reencarnar em orbe algum. Nesse caso torna-se desnecessária para ele a utilização de um veículo de manifestação como o psicossoma, apropriado apenas para movimentação psíquica no plano astral. Então ocorre o descarte final do veículo psíquico, e o espírito passa a se manifestar apenas de corpo mental (corpo dos pensamentos, mentalssoma, mente) no plano mental, além das emoções e manifestações psíquicas convencionais, naqueles planos de pura consciência.
Tal manifestação livre do espírito é conhecida por vários nomes: Condição de espírito puro, sem perispírito (Allan Kardec - Espiritismo); Moksha (do sânscrito: "Libertação"); Nirvana ("A extinção dos desejos e a manifestação pura" - Budismo); Samadhi definitivo (do sânscrito: "Consciência cósmica").
Em alguns casos, o espírito pode adiar por bastante tempo essa mudança para o plano mental, para permanecer ajudando no plano astral a partir de seus níveis avançados, mediante inspirações, ensinamentos e direcionamentos sutis às humanidades física e extrafísica. No entanto, tal condição é temporária, e oportunamente ele passará para o plano mental definitivamente. No momento do descarte final do psicossoma, dissolve-se a ligação energética (cordão de ouro) que o interligava vibracionalmente ao corpo mental, deixando esse último livre das amarras que o condicionavam aos planos densos, e liberando-o para a vivência transcendental nos planos superiores não limitados pelas formas ou pelo tempo. Nas escolas esotéricas e espiritualistas esse momento de descarte final é denominado de "Segunda Morte" (já que a primeira morte é a desativação final do corpo físico com o duplo etérico, sendo que esse último não é considerado como um veículo de manifestação independente, mas apenas um elemento vibracional intermediário entre o físico e o astral. Logo, o seu descarte não passa de um estágio secundário da primeira morte, pois o duplo etérico é apenas uma interface energética entre dois corpos).
No entanto, o inglês Robert Crookall (1890-1982), um dos pesquisadores mais importantes das projeções da consciência e autor de vários livros sérios sobre o tema (livros ótimos, que infelizmente ainda não foram traduzidos para o Português), durante a década de 1960, formulou a teoria de que o descarte do duplo etérico na hora final seria equivalente a uma morte, e daí passou a chamar isso de segunda morte. Anos depois, na década de 1980, Waldo Vieira (1932-) pegou carona na idéia de Crookall e passou a chamar o descarte do duplo também de segunda morte, e obviamente, por repercussão direta, chamou o descarte final do psicossoma de terceira morte. Hoje, vários seguidores desses dois grandes pesquisadores das projeções também chamam assim.
Logo, como observa o pesquisador mais atento, há uma certa confusão nessa questão: nos sistemas espiritualistas tradicionais há um enfoque que desconsidera o duplo etérico como um veículo de manifestação da consciência, pois o mesmo não porta a consciência, sendo apenas uma interface energética entre o psicossoma e o corpo denso. Algo assim: 1. Corpo físico - 1,5. Duplo etérico - 2. Psicossoma.
No sistema de Crookall e Vieira o duplo é considerado como um elemento à parte, e, portanto é mencionado como um das mortes, no caso a segunda. E daí o descarte do psicossoma seria chamado de terceira morte.
Estou esclarecendo isso aqui justamente para tirar a confusão de muitos estudantes do tema. Por uma questão de lógica, se o duplo etérico não é um veículo de manifestação independente, pois não porta a consciência diretamente, é óbvio que o seu descarte não pode ser considerado como uma morte, mas apenas como a segunda parte ou segundo estágio da primeira morte.
E daí o descarte do psicossoma seria chamado naturalmente de segunda morte, o que está de acordo com as tradições espiritualistas.
Na verdade, tanto Crookall quanto Vieira (dois excelentes pesquisadores das projeções da consciência, aos quais todos os pesquisadores e projetores atuais devem muito, pelos muitos livros e esclarecimentos projetivos coletados e disponibilizados em aberto numa época em que a abordagem em cima do tema era muito fechada e cheia de mitos) tentaram especificar demais e modernizar essa temática dos descartes dos corpos, e isso com a melhor das intenções de facilitar o estudo, mas acabaram, sem se dar conta, por aumentar a confusão em cima disso.
Tal manifestação livre do espírito é conhecida por vários nomes: Condição de espírito puro, sem perispírito (Allan Kardec - Espiritismo); Moksha (do sânscrito: "Libertação"); Nirvana ("A extinção dos desejos e a manifestação pura" - Budismo); Samadhi definitivo (do sânscrito: "Consciência cósmica").
Em alguns casos, o espírito pode adiar por bastante tempo essa mudança para o plano mental, para permanecer ajudando no plano astral a partir de seus níveis avançados, mediante inspirações, ensinamentos e direcionamentos sutis às humanidades física e extrafísica. No entanto, tal condição é temporária, e oportunamente ele passará para o plano mental definitivamente. No momento do descarte final do psicossoma, dissolve-se a ligação energética (cordão de ouro) que o interligava vibracionalmente ao corpo mental, deixando esse último livre das amarras que o condicionavam aos planos densos, e liberando-o para a vivência transcendental nos planos superiores não limitados pelas formas ou pelo tempo. Nas escolas esotéricas e espiritualistas esse momento de descarte final é denominado de "Segunda Morte" (já que a primeira morte é a desativação final do corpo físico com o duplo etérico, sendo que esse último não é considerado como um veículo de manifestação independente, mas apenas um elemento vibracional intermediário entre o físico e o astral. Logo, o seu descarte não passa de um estágio secundário da primeira morte, pois o duplo etérico é apenas uma interface energética entre dois corpos).
No entanto, o inglês Robert Crookall (1890-1982), um dos pesquisadores mais importantes das projeções da consciência e autor de vários livros sérios sobre o tema (livros ótimos, que infelizmente ainda não foram traduzidos para o Português), durante a década de 1960, formulou a teoria de que o descarte do duplo etérico na hora final seria equivalente a uma morte, e daí passou a chamar isso de segunda morte. Anos depois, na década de 1980, Waldo Vieira (1932-) pegou carona na idéia de Crookall e passou a chamar o descarte do duplo também de segunda morte, e obviamente, por repercussão direta, chamou o descarte final do psicossoma de terceira morte. Hoje, vários seguidores desses dois grandes pesquisadores das projeções também chamam assim.
Logo, como observa o pesquisador mais atento, há uma certa confusão nessa questão: nos sistemas espiritualistas tradicionais há um enfoque que desconsidera o duplo etérico como um veículo de manifestação da consciência, pois o mesmo não porta a consciência, sendo apenas uma interface energética entre o psicossoma e o corpo denso. Algo assim: 1. Corpo físico - 1,5. Duplo etérico - 2. Psicossoma.
No sistema de Crookall e Vieira o duplo é considerado como um elemento à parte, e, portanto é mencionado como um das mortes, no caso a segunda. E daí o descarte do psicossoma seria chamado de terceira morte.
Estou esclarecendo isso aqui justamente para tirar a confusão de muitos estudantes do tema. Por uma questão de lógica, se o duplo etérico não é um veículo de manifestação independente, pois não porta a consciência diretamente, é óbvio que o seu descarte não pode ser considerado como uma morte, mas apenas como a segunda parte ou segundo estágio da primeira morte.
E daí o descarte do psicossoma seria chamado naturalmente de segunda morte, o que está de acordo com as tradições espiritualistas.
Na verdade, tanto Crookall quanto Vieira (dois excelentes pesquisadores das projeções da consciência, aos quais todos os pesquisadores e projetores atuais devem muito, pelos muitos livros e esclarecimentos projetivos coletados e disponibilizados em aberto numa época em que a abordagem em cima do tema era muito fechada e cheia de mitos) tentaram especificar demais e modernizar essa temática dos descartes dos corpos, e isso com a melhor das intenções de facilitar o estudo, mas acabaram, sem se dar conta, por aumentar a confusão em cima disso.
Para os leitores que desejarem pesquisar mais sobre esse tema em especial, sugiro a leitura dos seguintes livros:
Obs.: Essa é uma lista bem resumida, apenas com livros que tocam no tema dos veículos de manifestação da consciência e das projeções e repercussões bioenergéticas e conscienciais.
- Projeciologia - Waldo Vieira - Ed. IIPC.
- Viagem Espiritual II - Wagner Borges - Ed. Universalista.
- O Duplo Etérico - Major Arthur Powell - Ed. Pensamento.
- O Corpo Astral - Major Arthur Powell - Ed. Pensamento.
- O Corpo Mental - Major Arthur Powell - Ed. Pensamento.
- Espírito, Perispírito e Alma - Hernani Guimarães Andrade - Ed. Pensamento.
- Elucidações do Além - Ramatis/Hercílio Maes - Ed. do Conhecimento.
- A Transição Chamada Morte - Charles Hampton - Ed. Pensamento.
- O Homem e Seus Corpos - Annie Wood Besant - Ed. Pensamento.
- O Homem Visível e Invisível - Annie Wood Besant e Charles Webster Leadbeater - Ed. Pensamento.
- A Crise da Morte - Ernesto Bozzano - Ed. Maltese.
- Fenômenos de Bilocação: Desdobramento - Ernesto Bozzano - Ed. Correio Fraterno do ABC.
- O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - Ed. da Fed. Espírita Brasileira - FEB.
- A Viagem de Uma Alma - Peter Richelieu - Ed. Pensamento.
- The Techiniques of Astral Projection - Robert Crookall - Ed. Aquarian Press - London. - OBS. Há uma tradução desse livro para o Castelhano editada na Argentina na década de 1980: "Las Técnicas de la Proyeccion Astral" - Ed.Lidiun - Buenos Aires.
- The Study and Practice of Astral Projection - Rober Crookall - Ed. Citadel Press - USA.
- Out of the Body - Robert Crookall - Ed. Citadel Press - USA.
- More Astral Projection - Robert Crookall - Ed. Aquarian Press - London.
- The Supreme Adventure - Robert Crookall - Ed. Aticc Press - Great Britain.
- As Provas da Vida Após a Morte - Martin Ebon - Ed. Pensamento.
- Morte: A Grande Aventura - Alice A. Bailey - Ed. Fundação Avatar.
- Pratical Astral Projection - Yram - Ed. Samuel Weiser - USA. OBS. Esse ótimo livro de relatos projetivos do Yram (pseudônimo do projetor francês Marcel Louis Fohan) em inglês é uma tradução adaptada do original francês "Le Medecin de L´âme" - Há uma tradução para o Castelhano editada na Argentina na década de 1980: "El Medico Del Alma" - Ed. Kier - Buenos Aires.
- Em diversas obras da série de livros "Nosso Lar" do espírito André Luiz, passadas espiritualmente a Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, há diversos lances esclarecedores sobre o duplo etérico, o psicossoma, as projeções da consciência, os chacras, o corpo mental, a mediunidade e as narrativas de vida após a morte.
- Da mesma forma, há diversos lances esclarecedores nas obras do teosofista e clarividente inglês Charles Webster Leadbeater (livros: O Que Há Além da Morte, Clarividência, O Plano Astral, O Plano Mental, Auxiliares Invisíveis, Os Sonhos, O lado Oculto das Coisas, e outros. Todos editados em Português pela Editora Pensamento).
- Há uma matéria excelente de Edvaldo Kulchesk sobre o duplo etérico publicada na Revista Cristã de Espiritismo (Edição Especial n. 6). A mesma pode ser acessada na coluna da Vivência Editorial (editora da revista) em nosso site.
Para enriquecer mais ainda esses esclarecimentos, reproduzo na seqüência um texto já postado no site há alguns anos. Sua leitura poderá aportar vários detalhes adicionais a esses escritos de agora.
ENVOLTÓRIOS E VIAJANTES ESPIRITUAIS
"Na tradição hinduísta, costuma-se dizer que aqueles que são tocados pela Mãe Divina ficam loucos de amor pelo divino. Sob Sua inspiração, os corações dançam em uma freqüência desconhecida dos homens e seus sentidos sutis captam uma canção que quase ninguém escuta.
Movimento é vida. Dançar é viver. Ou, viver é dançar na luz."
Movimento é vida. Dançar é viver. Ou, viver é dançar na luz."
* * *
Cada criatura movimenta-se ao sabor das aragens divinas cheias de vida e amor, respirando a essência sutil que lhe dá a subsistência vital. Viver é respirar essa luz!
Se a criatura é encarnada ou desencarnada, qual é a diferença?
Excluindo-se o corpo denso, a essência espiritual é a mesma. Revestida de envoltórios densos ou sutis, o espírito provém da mesma essência eterna.
O corpo espiritual também respira, por intermédio de seus poros espirituais e chacras específicos. Apenas não depende do oxigênio, elemento vital somente para a sua vestimenta corpórea. Veículo quintessenciado, nutre-se vibracionalmente na luz sutil de forma automática.
Mesmo enredado na matéria densa, o corpo sutil está sintonizado nas aragens espirituais que lhe são peculiares e naturais. Ele respira luz, mas não da mesma maneira que o corpo denso. Sua natureza extrafísica lhe confere condições vibráteis de difícil descrição para o plano físico. É dotado de um dinamismo incessante e seu padrão vibracional é leve. Veículo preparado milenarmente para o trânsito do espírito pelas dimensões astrais durante a ascese evolutiva, o psicossoma* detém recursos energéticos apropriados para sua tarefa de intermediário entre a mente superior e o corpo carnal.
Ele respira luz, mas para o observador externo, essa atividade é imperceptível. No entanto, seus centros de força pulsam na freqüência extrafísica correspondente.
O corpo físico respira o ar para extrair a vida, o sopro vital. O psicossoma respira o sopro vital direto, sem limitações. Por este motivo, determinadas práticas respiratórias são excelentes para o equilíbrio psicofísico, pois harmonizam as vibrações, tanto do veículo denso quanto do veículo sutil.
Uma das chaves da projeção consciente é a harmonização dessas vibrações, onde o corpo denso nutre-se de uma vitalidade calma enquanto o corpo sutil pulsa os seus chacras com leveza e aspira às aragens extrafísicas correspondentes.
O estudante espiritual deve atentar para esses detalhes em suas práticas energéticas, projetivas, meditativas ou mediúnicas.
Meditando nesses aspectos, talvez consiga perceber o imenso manancial de luz a seu dispor. Talvez descubra o tesouro luminoso enterrado que andava procurando e que sempre esteve ao seu alcance.
É essencial saber harmonizar as próprias energias.
Durante uma prática espiritual, sentado ou deitado, tornar-se quieto, corpo e alma harmonizados na luz. Os pensamentos voltados para O Alto, mas sem tensões. Que seja espontâneo, natural e sem pressões mentais.
Pensar no psicossoma como um corpo de luz que respira por todos os poros e gradativamente nutre-se de leveza e contentamento. Respirar a luz e agradecer pela vida.
Dançar com a vida, na Terra ou no Astral, é viver.
A sabedoria está nisso!
"Quem quer viajar na luz, que se nutra de luz!"
* * *
Há muitos incautos querendo viajar espiritualmente, mas portando trevas em seus anseios. Como querem chegar aos reinos angelicais se seus propósitos são obscuros?
A LUZ não cede aos impulsos violentos e nem aos rompantes de ego. Atitudes espalhafatosas, lamentos descabidos, manifestações histriônicas e posturas incongruentes fecham os acessos aos portais diamantinos**.
Pretender viajar na LUZ com o coração cheio de mágoas e a consciência repleta de dardos vingativos é o mesmo que arremeter deliberadamente a cabeça em uma parede de granito. No entanto, há hordas de tolos arremetendo-se cegamente a todo instante em direção às paredes de suas próprias trevas conscienciais.
Falando diretamente e sem deixar margem a qualquer outra interpretação, podemos dizer que tais pessoas são viajantes trevosos em si mesmos. São incapazes de perdoar, mas querem viajar na LUZ com toda sua arrogância.
Tolos! A LUZ não tolera viajantes orgulhosos e maldosos.
Porém, ela esperará que eles se cansem de bater a cabeça nos muros de suas confusões. Até lá, os guardiões dos portais diamantinos continuarão repelindo suas investidas inglórias. Em seus fracassos constantes, estarão os germes da vitória da LUZ sobre suas trevas egóicas.
São tolos, mas a LUZ esperará o momento certo para auxiliá-los.
Quando eles romperem o manto de trevas que envolve seus objetivos, ela se manifestará em seus corações.
São viajantes das trevas, mas estão com dor de cabeça! Essa dor os perseguirá, vida após vida, como paredes cármicas precisas.
É paradoxal e poético ao mesmo tempo:
- Sua dor será sua cura.
- Suas paredes serão suas professoras.
- Na dor, a esperança de alívio é a necessidade de descobrir novos rumos.
- Aguardando no fundo dessa dor e em meio às paredes, está a LUZ.
Atualmente, os seus propósitos são doentios, mas ela os esperará. A dor os incomodará e abrirá os seus horizontes. Então, respirarão a LUZ e dançarão com a vida.
Serão viajantes espirituais luminosos portando corpos extrafísicos diamantinos, semelhantes aos portais que levam aos rumos da paz imperecível.
Concluindo esses escritos, conclamamos aos leitores que ponderem lucidamente sobre o que aqui está exposto. Que aproveitem o que lhes parecer favorável ao seu progresso consciencial e que seja digno dos melhores valores do discernimento real.
Se algo lhes parecer incorreto ao escrutínio do bom senso, que respirem a LUZ e deixem-na evidenciar o que seja correto e de acordo com os parâmetros superiores de manifestação.
Quem quer mais luz, que seja LUZ!
Quem quer respostas, que respire a LUZ!
Quem quer viajar espiritualmente, que dance com a LUZ!
Quem quer curar a "dor de cabeça" e derrubar os muros cármicos, que liquide seus propósitos obscuros e entre na LUZ!
Agradecemos ao Alto pela oportunidade de mais um intercurso de esclarecimento espiritual e também aos leitores pela atenção e paciência.
- Ramatis e Os Iniciados*** -
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges - São Paulo, 07 de novembro de 2002.)****
- Notas:
*Psicossoma (do grego): Corpo espiritual; Corpo astral; Perispírito.
*Psicossoma (do grego): Corpo espiritual; Corpo astral; Perispírito.
** Portais diamantinos: Expressão esotérica para portais luminosos, passagens interdimensionais que permitem o acesso às dimensões sutis.
*** Os Iniciados: Grupo extrafísico de espíritos orientais que opera nos planos invisíveis do Ocidente passando as informações espirituais oriundas da sabedoria antiga adaptadas aos tempos modernos e direcionadas aos estudantes espirituais do presente. O grupo é composto por amparadores hindus, chineses, egípcios, tibetanos, japoneses e alguns gregos. Eles têm o compromisso de ventilar os antigos valores espirituais do oriente nos modernos caminhos do Ocidente, fazendo disso uma síntese universalista. Estão ligados aos espíritos da Fraternidade da Cruz e do Triângulo. Segundo eles, são "iniciados" em fazer o bem sem olhar a quem.
**** Segue na seqüência um texto sobre os veículos de manifestação da consciência extraído de um clássico da literatura hermética: Obs. Nesse texto o corpo mental é o intelecto; o corpo espiritual é a alma; o sopro é o duplo etérico; e o sangue representa o corpo físico.
CORPOS HERMETICUM
...A mesma coisa acontece àqueles que saem do corpo. A alma tendo retornado a seu verdadeiro ser, o sopro se contrai no sangue, a alma no sopro, e o intelecto após ter se purificado de seus envoltórios, pois é divino por natureza, e após ter recebido um corpo de fogo (de daimon), percorre todo o espaço, abandonando a alma ao julgamento e veredicto que merece.
- Como dizes, ó pai? Pretendes que o intelecto se separe da alma e a alma do sopro, quando dizes que a alma é o envoltório do intelecto e o sopro o envoltório da alma?
- Aquele que escuta, meu filho, deve manter uma mesma inteligência e sopro que aquele que fala, deve ter um ouvido mais pronto do que a voz daquele que fala. A conjunção desses envoltórios, minha criança, produz-se num corpo de terra. Pois é impossível para o intelecto instalar-se nu, como é na sua essência, em um corpo de terra; pois nem o corpo de terra é capaz de portar uma imortalidade tão grande, nem uma virtude tão possante permitir que se lhe prenda, pouco a pouco, um corpo passivo. O intelecto tomou então a alma como envoltório, e a alma que também é de algum modo divina, utilizou por sua vez o sopro como servidor, enquanto que o sopro governa o vivente.
Quando o intelecto se separa do corpo de terra, reveste-se rapidamente da túnica que lhe é própria, a túnica de fogo, que não pode usar quando veio se estabelecer no corpo terrestre (pois a terra não pode conter o fogo: basta uma pequena faísca para fazê-la arder, e eis porque a água se expande em torno da terra, como barreira e muro de defesa contra o fogo flamígero). O intelecto então sendo o mais penetrante dos conceitos divinos, possui como corpo o mais penetrante de todos os elementos, o fogo. E como o intelecto é o fautor de todos os seres, é o fogo que toma como instrumento para esta fabricação.
O intelecto do Todo é o fautor de todos os seres, o intelecto do homem faz tão-somente, os da terra. Pois, desprovido de sua vestimenta ígnea, o intelecto que habita nos homens é incapaz de perfazer os seres divinos, pois sua habitação lhe impõe a condição humana.
Quanto à alma humana, não toda alma para dizer a verdade, mas a piedosa, é de alguma forma daimoníaca (de daimon) e divina. - Essa alma, então, quando se separa do corpo após ter percorrido o curso da piedade (curso que consiste em conhecer o divino e não fazer mal a nenhum dos homens), torna-se totalmente intelecto.
Contrariamente, a alma ímpia permanece no nível de sua própria natureza, torturando a si própria e procurando um novo corpo de terra no qual possa penetrar, mas um corpo humano, pois nenhum outro corpo saberia conter uma alma humana, e a ordem divina interdita à alma humana o cair num corpo animal sem razão. É com efeito uma lei de Deus, que a alma humana seja protegida de um tão grande ultraje.
- Hermes Trismegisto -