O que é Constelação Familiar Sistêmica
A Constelação Familiar ou Constelação Sistêmica é um método terapêutico que favorece encontrar soluções para problemas recorrentes, que emergem na vida das pessoas. Para o criador da técnica, Bert Hellinger, um contemporâneo filósofo e psicoterapeuta alemão, tudo tem início na família. Ele descreve as relações familiares como uma rede, onde cada indivíduo é um fio, que se interliga através de laços históricos familiares profundos e duradouros.
O trabalho, que utiliza o método, identifica rapidamente como são produzidos os problemas no sistema familiar, mostrando os padrões de conduta que se repetem e perduram ao longo das gerações, mas de forma inconsciente.
Pode acontecer de um indivíduo ocupar inconscientemente alguns lugares e destinos de outras pessoas dentro de sua história familiar, o que acaba gerando dificuldades diversas, em vários níveis, que se manifestam como disfunções físicas, mentais e/ou emocionais. Existem casos onde há uma grande dificuldade em prosperar e alcançar a auto realização, ou em concluir uma meta em algum setor de sua vida, que é difícil de ser explicada somente por sua história pessoal. Provavelmente, deve existir algo mais, que deva ser trabalhado, em sua história familiar.
Em seus estudos e vivências, Bert Hellinger determinou que o sistema familiar opera baseado em certas ordens, o que denominou de Ordens do Amor, que na verdade são princípios reguladores que direcionam o fluxo evolutivo dentro desses sistemas.
Desse modo, é preciso conhecer, respeitar e agir de acordo com essas ordens, propiciando a fluidez da vida, em todos os setores, para que não haja desvios que levem ao sofrimento, aos ciclos repetitivos de doença e dificuldades ou, até mesmo, à morte.
Dentro do trabalho com a Constelação Familiar, pode ser revelada a origem de um determinado sofrimento, dificuldade ou doença, como também, uma forma de lidar com a questão, libertar e trazer a solução, permitindo assim recuperar alguma ordem que, por ventura, esteja desajustada ou tenha sido interrompida. Desse modo, acontece a reconexão com o fluxo evolutivo do sistema familiar que está sendo trabalhado, com o auxílio da forma Suprema, que conduz para as possíveis soluções, curando as feridas da alma tanto pessoal quanto familiar.
“Quando uma sensação de vazio nos invade, muitas vezes, neste caso, é benéfico imaginar-se com as próprias raízes se estendendo para baixo, até que alcancem as águas que correm ocultas, ali, e podem nos transmitir a plenitude do Todo.” (Bert Hellinger)
A origem das Constelações Familiares de Bert Hellinger
O alemão Bert Hellinger realizou um trabalho durante dezesseis anos como membro de uma ordem missionária católica, entre os zulus, na África do Sul. Nesse tempo, foi padre, educador e diretor de uma escola. Tem formação em Filosofia, Teologia e Pedagogia.
Como sacerdote, vivenciou de perto os costumes, a execução de rituais, as festas, a música e dança dos nativos. Isso lhe trouxe uma visão ecumênica, juntamente, à prática dialógica diária, à experiência humana e à fenomenologia, que construíram um marco na vida de Bert Hellinger. Tudo isso, foi decisivo para que buscasse aprofundar os estudos para desenvolver o seu método terapêutico.
Depois de alguns anos como padre, deixou a congregação religiosa, voltou para a Alemanha e dedicou-se à formação em Psicanálise. Ele, ainda, buscou formação e dedicou-se à atividades terapêuticas com as seguintes abordagens: Programação Neurolinguística, Dinâmica de Grupo, Análise do Script, Terapia do Grito Primal, Hipnoterapia, Gestalt-terapia, Terapia do Abraço, Terapia Corporal, Análise Transacional e Terapia Familiar Sistêmica.
Nessa ótica, todos esses estudos contribuíram para que desenvolvesse o trabalho de Constelações Familiares. Mas, Hellinger sempre afirmou que seus pais e sua infância foram a principal influência em seu trabalho atual.
Bert Hellinger nomeia seu método de fenomenológico, sendo que, é enormemente empírico, e que através dos estudos experimentais conseguiu descobrir diversas leis que governam a vida e o destino dos seres humanos. Porém, mesmo o seu descobridor, não quer ser categórico quanto a essas leis, uma vez que são colocadas à prova por todos os que praticam as constelações. Essas leis são validadas, adaptadas e, inclusive, podem ser revogadas por seu método fenomenológico.
O trabalho de Hellinger com as Constelações familiares e as suas observações quanto aos emaranhamentos sistêmicos com as possibilidades de encontrar as soluções, com certeza transformou a vida de muitas pessoas. Assim como, trouxe uma nova visão na condução do trabalho de muitos profissionais.
Breve história de Bert Hellinger
Anton Suibert Hellinger nasceu em dezembro de 1925, em Leimen, Alemanha. Mas, morou em Cologne, na Itália. Aos 10 anos, foi enviado a um Monastério Católico para estudar. Sua família não compartilhava das ideias distorcidas do nacional-socialismo e, por não querer participar de reuniões da “juventude hitleriana”, mas sim de um grupo católico ilegal na época, era visado pela Gestapo, que o considerava suspeito e possível inimigo do povo.
Em 1942, aos dezessete anos, foi para a guerra, combateu os nazistas e acabou como prisioneiro em um campo de concentração na Bélgica. Conseguiu escapar e voltou para a Alemanha, onde ingressou em uma ordem de jesuítas, que o levou para a África do Sul, a fim de ser missionário nas tribos Zulus.
Nessa época, participou de trabalhos de dinâmicas de grupos com bases inter-raciais e ecumênicas, conduzidos por clérigos anglicanos, que trouxe-lhe muitas experiências e influências para formatar o seu próprio trabalho. Trabalhou com grupos que valorizavam o diálogo, a experiência humana individual e a fenomenologia.
Ficou na África por dezesseis anos, onde se formou em Educação pela Universidade da África do Sul. Foi o administrador responsável de pelo menos cento e cinquenta escolas da diocese, enquanto esteve nesse país.
Em 1951, formou-se em Filosofia e Teologia pela Universidade de Würzburgo.
Começou a ter contato com a fenomenologia como fonte de conhecimento nos anos 60, quando já não trabalhava mais como padre. Já, no início dos anos 70, estudou psicanálise em Viena, onde conheceu sua primeira esposa, Herta (psicoterapeuta), e, depois, complementou os estudos em Munique.
Foi para a Califórnia nos EUA, em 1973, estudar Terapia Primal com Arthur Janov e, também, teve contato com a Análise Transacional, juntamente a Eric Berne. Concluiu a formação em Terapia Familiar com Ruth McClendon e Leslie Kadis, além de trabalhar com Milton H. Erickson e outros.
Divorciou-se e casou-se, depois, com Marie Sophie, com quem até hoje aplica cursos, oficinas e seminários em vários países do mundo.
Todos esses estudos fizeram emergir os insigths para a Constelação Familiar. Somou abordagens poderosas e eficazes de diversas áreas e criou uma abordagem curativa eficiente e única. Isso com mérito de que a força dominante de seu trabalho advém de sua própria competência em ouvir e entender a alma humana.
Hellinger denominou a Terapia Sistêmica e Familiar como Familienaufstellen (“Colocação do Familiar”, traduzido no Brasil como “Constelações Familiares”).
Através de um convite do psiquiatra alemão Gunthard Weber, gravou e transcreveu uma série de workshops que se transformaram em seu primeiro livro.
Bert Hellinger escreveu, segundo as últimas informações, mais de oitenta livros traduzidos em, pelo menos, trinta idiomas. e seu trabalho encontra-se documentado em inúmeros CDs e DVDs.
Por fim, sem dúvida alguma, no panorama europeu e no mundial, Bert Hellinger é um dos terapeutas mais impressionantes e desafiantes, assim como, um dos autores mais lidos, dentro do meio da psicoterapia.
Abordagem fenomenológica de Hellinger
A fenomenologia veio como inspiração dos filósofos gregos pré-socráticos de VI a.C.
Esse método implica em uma atitude de reflexão de um determinado fenômeno, que emerge em algum momento ou situação, nas relações que os indivíduos estabelecem com os outros e com o mundo. Nesse sentido, objetiva desvendar os fenômenos subentendidos nas relações intencionais que os indivíduos vivem.
Entende-se que o processo terapêutico é uma das formas onde o sujeito vai expressar o que está sentindo, pensando e a forma de se comunicar com o mundo. Onde o terapeuta tem a tarefa de analisar com o indivíduo as variadas formas de falar e de se expressar, auxiliando na montagem de seu quebra-cabeça pessoal, inserido no meio em que vive, juntamente com suas escolhas e ações no mundo. É um processo de análise mais profunda, onde emerge todas as possibilidades que há e, também, quais as limitações que o impedem de obter relações melhores com o outro e com o mundo. Geralmente, é um novo aprendizado, com o resgate do seu “eu verdadeiro”, onde depara-se com as infinitas possibilidades da vida, de escolhas, de conhecimentos e de ações que direcionam à mudança.
Bert Hellinger, em seu trabalho como missionário e educador na África do Sul, vivendo entre os Zulus, teve a oportunidade de observar e aprender como os grupos se comportavam e se expressavam em seu meio. Agregado a isso, tem as formações obtidas em Filosofia, Teologia, Pedagogia, Psicanálise e em diversas outras terapias já citadas anteriormente. Essas experiências e os estudos foram a base para o seu entendimento e os insigths sobre as relações sistêmicas.
Para Hellinger, o trabalho com o método científico, que se fundamenta na verificação das hipóteses a serem testadas e confirmadas pelos pesquisadores, é extremamente útil na observação de objetos. Porém, é difícil de aplicar esse conceito em pessoas, que podem mostrar reações diversas para determinadas situações.
Nesse sentido, Hellinger opta por uma abordagem fenomenológica sistêmica, ou seja, passa a reunir as inúmeras observações a respeito do comportamento das diferentes pessoas analisadas, procurando as similaridades e as categorias comuns para elaborar conceitos. Bert não se fixa nas interpretações, mas sim, nas soluções, ultrapassando a fase dos “por quês” e salientando o modo como o caso se elucida, resguardando o fato de que aquele indivíduo é único e singular.
A partir das investigações e observações do que se apresenta na prática, verificou padrões de comportamento que se repetem nos sistemas familiares por diversas gerações. Através desses estudos, Hellinger chegou a três Princípios que permeiam as relações humanas: Pertencimento, Ordem e Equilíbrio ou Compensação.
Os 3 princípios de Bert Hellinger nas relações familiares
Os três Princípios que norteiam as relações familiares, segundo Bert, também chamados de Leis do Amor são: o Princípio do Pertencimento, o da Ordem e o do Equilíbrio ou Compensação.
1. Pertencimento
Onde todos os membros de um sistema possuem o direito de pertencer, sendo que esta ligação transcende a moral e o merecimento. Assim, não é uma situação de ser concedido ou não o direito de pertencer. O indivíduo pertence ao grupo independente de suas ações. Aqui incluem-se os filhos abortados de maneira provocada ou espontânea, parentes ou ancestrais com doenças mentais ou outra doença séria etc. E, pelo menos duas consequências desse Princípio são marcantes:
- A exclusão de um membro da família (como um tio alcoólatra, um parente criminoso etc) pode reverter em uma compensação, onde os vínculos familiares e sistêmicos acabam atuando em algum membro da família na geração atual.
- Homens que podem ter uma relação amigável em uma mesa de bar ou em um jogo de futebol, mas caso sejam alistados para uma guerra, sendo de países inimigos, nesse contexto de combate, são capazes de matar uns aos outros em nome do país.
2. Ordem
Refere-se à hierarquia, onde quem já faz parte do sistema há mais tempo tem precedência (e não preferência) sobre os indivíduos que chegam depois. Expressa a necessidade de respeitar os que vieram antes como pais, avós, bisavós, enfim, toda a ascendência do sujeito), que são chamados de “grandes” por Hellinger. E, os que vieram depois como filhos, netos e descendência, são chamados de “pequenos”. Aqui não se fala em estudo ou conhecimento, mas sabiamente, em respeito pelo outro e suas experiências de vida. Trata-se de postura perante a ascendência, de como devemos nos portar diante daqueles que vieram antes de nós.
“O passo decisivo para o crescimento é quando alguém se encontra diante de sua impotência, olho no olho, e assume: aqui sou pequeno.” (Bert Hellinger)
3. Equilíbrio (compensação)
Quando fala-se em relacionamentos amorosos e de amizades, não existe precedência, todos chegam juntos. Existe o equilíbrio das relações, entre o dar e o receber (tomar). Aqui entra a necessidade de retribuir uma gentileza, por exemplo, de um amigo ou do cônjuge. Essas trocas são as ligações entre as pessoas, onde que mesmo em “outra moeda”, as trocas continuam a acontecer; aquele que recebeu algo sente a necessidade de retribuir. Isso também acontece com as trocas negativas, quando alguém faz algo que possa prejudicar outro, ou outra família, e surge a vingança. Existe, no entanto, a consciência dos sujeitos, que traz a possibilidade de reverter situações e atuar para aumentar os vínculos positivos e reduzir os negativos.
É primordial conhecer, respeitar e atuar de acordo com esses Princípios, para que haja fluidez na vida e na saúde dos seres humanos. Os diversos conflitos familiares surgem quando algum desses Princípios são violados, onde emergem os problemas familiares, as doenças, dependências, dificuldades e crises. Ou seja, o fluxo evolutivo tende a se desviar, levando ao sofrimento repetitivo e até à morte.
O método criado por Bert Hellinger, a Constelação Familiar Sistêmica, favorece o alinhamento e a visualização de qual ou quais desses Princípios estão sendo desrespeitados. A partir daí, o sujeito enxerga e passa a entender questões antes nebulosas.
“Muita gente julga que o amor tem o poder de superar tudo, que é preciso apenas amar bastante e tudo ficará bem. (…) Para que o amor dê certo, é preciso que exista alguma coisa ao lado dele. É necessário que haja o conhecimento e o reconhecimento de uma ordem oculta do amor.” (Bert Hellinger)
Família – Herança Genética – Campo de Energia
A família é um campo de energia, mergulhada no manancial cósmico universal, onde o indivíduo vai viver e evoluir. E, desde o nascimento, cada pessoa ocupa um lugar único, além do que, não herda somente um patrimônio genético, mas também, todo um sistema de crenças e formas de comportamentos.
Quanto a esse campo de energia, a sua natureza é determinada pela história da família do sujeito, principalmente, pela religião e crenças desse núcleo familiar, assim como, o país em que está inserido.
Desse modo, cada indivíduo mantém-se em seu campo familiar e individual em determinado nível, que pode tanto direcionar para uma disposição para que seja feliz, produtivo, livre para suas escolhas, com êxito nas relações, com saúde etc. Ou com uma vida que paralisa, com situações de conflitos, doenças, brigas, onde tudo pode ir contra suas expectativas etc.
As constelações familiares propiciam a compreensão dos esquemas em seus níveis mais profundos, segundo Hellinger. Permitem que o indivíduo se liberte, simultaneamente, que encontre a paz e a felicidade.
A natureza do campo de energia familiar é plasmada por acontecimentos importantes do sujeito, relacionados à história dos relacionamentos dos pais e dos avós, adoção, parto prematuro, incesto, mudança de religião, suicídio, guerra, exílio forçado, morte prematura de uma criança, traição, antepassado vítima ou agressor, aborto (espontâneo ou forçado) entre outros.
As conclusões de Bert chegaram à descoberta que as ações altruístas e/ou generosas dos pais e dos antepassados são saudáveis ao indivíduo, em contrapartida, as más ações contaminam e alteram o campo energético familiar, levando as gerações posteriores a sofrerem as consequências disso. Quando fala-se em más ações, incluem-se atitudes como: diferentes formas de violência, acidentes que terminam em morte, internação psiquiátrica e/ou prisão de membros de família, aquisição de bens materiais de forma duvidosa, ações que envolve trapaça ou roubo, envolvimento com instituições onde têm a função de matar (como o exército), rejeitar a religião ou país de origem.
Engloba-se nesse contexto o comportamento e as atitudes dos antepassados em relação às mulheres e aos homens, o que pode influenciar diretamente na criação ou não de bons relacionamentos. Assim como, também altera o campo energético familiar, a presença ou ausência de gratidão, respeito, julgamento, compaixão, bondade. As gerações seguintes acabam sofrendo as influências dos comportamentos citados anteriormente, o que pode ser confirmado nas Constelações Familiares Sistêmicas.
O sujeito está imerso no campo energético familiar, mas ignora a nível consciente a influência de seu sistema familiar. Vive uma vida de aprisionamento, ligado a comportamentos e atitudes que prejudicam o andamento de sua vida, favorecendo ações errôneas e atos incompreendidos, onde muitas vezes, ocorre o arrependimento. E a vida permanece paralisada ou caminha por vias tortuosas.
Resumindo:
O trabalho com Constelações Familiares mostra que a família de cada um é seu destino ou desígnio. Porém, não necessita ficar preso a tal sorte, uma vez que pode-se alcançar a cura desse processo.
O intuito é conhecer e compreender os mecanismos desse processo, para então, apropriar-se do seu livre-arbítrio onde poderá escolher controlar e mudar comportamentos, romper padrões, evitando o sofrimento de gerações futuras.
Uma pessoa só está em paz, quando todas as pessoas que pertencem a sua família têm um lugar em seu coração. (Bert Hellinger)
Metodologia usada nas Constelações Familiares Sistêmicas
O trabalho com Constelação Familiar Sistêmica pode ser realizado em grupo (na forma de workshop) ou, ainda, individualmente. O terapeuta especializado (constelador) tem que se alinhar com o que se apresenta, colocando de lado suas crenças e valores pessoais.
No trabalho em grupo, o cliente (paciente) escolhe representantes neutros presentes ali, que não devem ter nenhuma intenção, nem informação, para representar os membros de sua família, do grupo social ou da situação que vai ser constelada.
Iniciado o trabalho, após uma conexão energética entre os envolvidos, os representantes começam a apresentar sentimentos, sensações, estados anímicos e movimentos espontâneos, que emergem do próprio campo de informações do sistema familiar trabalhado.
Importante explicitar que “sistema familiar” relaciona-se ao termo sistema, onde todos fazem parte, através de uma interligação e só é considerado completo quando todos os membros podem ser incluídos. Nesse sentido, salienta-se a importância da ancestralidade, onde todos que vieram antes de determinado indivíduo, pertencem, mesmo que não sejam conhecidos conscientemente. Todos os avós, bisavós, triavós devem ser incluídos, até os que nasceram em outros países, sem exclusão ou distinção. A família é um sistema, um campo de energia onde nós crescemos e evoluímos.
O representante vai sentir exatamente o mesmo que o membro a quem está representando está sentindo. Esse fenômeno pode ser explicado pela Teoria dos Campos Mórficos de Rupert Sheldrake.
Todas as emoções, sentimentos e possíveis ações surgem sem a intenção dos representantes e revelam fatos, sensações ou sentimentos que estavam ocultos na consciência desse sistema familiar consultado.
Desponta como um diagnóstico de imagens do que apresenta-se como emaranhados familiares, quase sempre, repetindo-se por diversas gerações no inconsciente familiar.
É importante salientar que os representantes estão ali à disposição do sistema que está sendo consultado, atuando como um espelho de qualquer situação evidenciada, que será mostrada a todos os integrantes do grupo.
Muitas vezes, sem a interferência do terapeuta, com as informações que vão emergindo no trabalho, o cliente vai tendo percepções e compreendendo muitas situações antes obscuras em sua vida.
Através do conhecimentos sistêmicos baseados nas Leis do Amor e de suas percepções, o terapeuta utiliza frases de efeito através de comandos de movimentos que podem levar à cura e ao apaziguamento de uma dada situação ou trauma. Consegue restabelecer vínculos interrompidos e, até mesmo, propiciar reconciliações, uma vez que o cliente é direcionado a ver a alma do membro com quem tem um conflito.
Emergem, frequentemente, as dinâmicas ocultas das relações e o motivo que levou ao conflito, assim como, o padrão que está se repetindo naquele sistema.
Com isso, o sujeito pode ter as percepções necessárias para respeitar as Leis do Amor, os Princípios determinados por Bert Hellinger. E, a partir daí, enxergar o caminho que favoreça a solução das questões que o incomoda, conduzindo para uma forma mais leve de olhar e viver a vida e ampliando a visão de mundo.
Hellinger diz que há de se encarar “a realidade nua e crua, (…) subsistindo nela.”
O trabalho, também, pode se dar individualmente, com o próprio cliente dentro da constelação, dependendo do caso. O terapeuta, contudo, deve manter uma postura fenomenológica, acolhendo e aceitando a realidade do constelado, sem interferências racionais e permitindo a expressão dos sentimentos e emoções.
No trabalho individual são utilizados bonecos ou outros objetos para que sejam os representantes do sistema.
A aprendizagem do trabalho em questão é para todos os envolvidos, não só para quem constela (cliente).
“O que está em vida é inacabado. Os mortos são complementos. A ânsia por perfeição é, na verdade, na profundeza, uma ânsia pela morte. Para que fiquemos em vida, temos que respeitar o inacabado.” (Bert Hellinger)
Questões trabalhadas na Constelação Sistêmica Familiar
Para Bert Hellinger, 50% dos problemas das pessoas são de origem sistêmicas. Assim, a Constelação Sistêmica Familiar traz a oportunidade de descobrir os enredamentos dentro do sistema familiar, a origem de um sofrimento e os papéis que os sujeitos assumem inconscientemente.
E é encontrando o seu verdadeiro papel dentro da família, que o indivíduo pode se sentir livre e partir para o resgate de sua vida na totalidade e com dignidade. É a libertação e a possível solução da questão, que permite recuperar alguma ordem interrompida. O trabalho envolve a fluidez da energia da vida, assim, pode-se trabalhar tudo o que esteja relacionado à vida do sujeito e lhe traga um importante benefício, reconectando o fluxo evolutivo do sistema familiar trabalhado.
Trata-se da cura das feridas da alma pessoal e familiar.
Alguns temas trabalhados em uma Constelação Sistêmica Familiar
- Problemas de saúde, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico etc;
- Conflitos familiares (pais, filhos, irmãos, tios, avós);
- Dificuldade em lidar com a perda de parentes, pessoas queridas ou parceiros;
- Conflitos entre casais;
- Dificuldade em relacionar-se de uma forma geral;
- Dificuldade em expressar-se e comunicar-se;
- Dificuldade em tomar decisões;
- Problemas financeiros ou com os negócios;
- Conflitos entre sócios, funcionários e clientes dentro de uma empresa;
- Questões jurídicas que envolve cônjuges, companheiros, filhos entre outros;
- Qualquer questão que leve ao sofrimento e não estejam sendo encontrados caminhos para a solução.
O trabalho com Constelações Familiares pode ser aplicado em psicoterapia, aconselhamento de casais, dramaturgia (teatro), pedagogia, consultoria de empresas, política, soluções de conflitos jurídicos, culturais e sociais, entre outros.
A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens e sim em ter novos olhos. (Marcel Proust)
Benefícios da Constelação Sistêmica Familiar
O método criado por Bert Hellinger tem um caráter universal e pode ser praticado em todas as áreas dos relacionamentos humanos, como por exemplo, relacionamentos, saúde, família, desenvolvimento pessoal e profissional. Por esse motivo, hoje o termo Constelação Sistêmica é muito usado.
Colabora para que o sujeito encontre a paz em sua história familiar, principalmente, quando envolve uma história confusa. Também, ajuda na superação de traumas e bloqueios ao longo do desenvolvimento de sua personalidade.
Descortina situações trazendo esclarecimento e favorecendo as relações entre pais e filhos, entre os casais, entre os irmãos e os demais familiares vivos ou mortos do sistema familiar em questão.
Pode trabalhar, também, a vida profissional da pessoa, facilitando percepções e auxiliando na tomada de decisões.
Outro aspecto em destaque nas Constelações são as conexões entre as doenças físicas e emocionais e os acontecimentos da história familiar do indivíduo, trazendo esclarecimentos e novos caminhos para a cura, com grande alívio ao indivíduo.
Quando aplicado em alguns tribunais, o método contribui para que as pessoas identifiquem e tenham a percepção de seus reais problemas e, consequentemente,
consigam resolvê-los de forma amigável e o mais satisfatoriamente possível a todos os envolvidos.Favorece a melhora das relações familiares, assim como, a resolução mais rápida das questões eminentes, diminuindo a intervenção do Sistema Judiciário, especialmente, quanto ao Direito de Família.
“Somente quando estamos em sintonia com nosso destino, com nossos pais, com nossa origem e tomamos o nosso lugar, temos força.” (Bert Hellinger)
O Despertar na Constelação Sistêmica Familiar
A terapia de Constelação Sistêmica Familiar procura desenvolver a consciência e o esclarecimento sobre os fatores internos e sistêmicos, que estão interferindo sobre determinada questão e que está causando os desequilíbrios evidenciados, no indivíduo que está constelando.
Através dessa percepção e aprofundamento, emerge uma nova forma de enxergar e se posicionar na vida.
O trabalho propicia, ainda, a limpeza do campo energético do sistema familiar em relação ao assunto ou área abordada pelo sujeito. O processo se dá por intermédio de ferramentas e recursos oriundos da Física Quântica, de harmonização e cura, como, por exemplo, a Terapia de Alinhamento Energético.
Toda pessoa que lamenta, não quer agir. Todo consolo para alguém que se lamenta apóia a sua não-ação. (Bert Hellinger)A reconciliação começa em nossa alma. Quando o que quer que seja que rejeitamos, ou do qual temos vergonha é reconhecido e mesmo amado, então, nós podemos nos tornar mais completos e em paz. (Bert Hellinger)