domingo, 25 de julho de 2021

EPILEPSIA, DISTÚRBIO NEUROLÓGICO OU ESPIRITUAL?

 EPILEPSIA, DISTÚRBIO NEUROLÓGICO OU ESPIRITUAL?

Pode ser uma imagem de textoA epilepsia é um distúrbio neurológico causado por atividade anormal de células nervosas do cérebro.
Os sintomas dependem da localização do foco (descarga neuronal elétrica). A sensação de aura é sempre vaga e não descritível, levando a extremo medo. Sensações epigástricas estranhas, sensação de estar sonhando acordado, cheiro desagradável, etc. pode ocorrer. O paciente lembra-se da aura muito bem.

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EPILEPSIA, DISTÚRBIO NEUROLÓGICO OU ESPIRITUAL?
2016-10-13 | Moysés Araújo - Terapeuta

Milhões de pessoas no mundo são atingidas pela epilepsia, mas além do componente neurológico, haverão componentes espirituais? Leia mais...

A Epilepsia foi colocada pela primeira vez na agenda da OMS (Genebra, Janeiro de 2015) como doença prioritária necessitando de uma ação coordenada a nível de cada país, dirigida aos seus aspectos médicos, sociais e conhecimento público. A doença já atinge 5% da população mundial.

Vários mitos envolvem a doença desde os primórdios da humanidade; por muitas vezes foi considerada como possessão demoníaca ou como doença infectocontagiosa pela “baba” do epiléptico. Vamos conhecer um pouco a evolução histórica e a visão atual da doença sobre os aspectos científicos e espirituais.

Evolução Histórica

A palavra epilepsia é de origem grega, eplmen - epi = em cima e lepsem = abater, significando fulminar, abater com surpresa, ser atacado, algo que vem de cima e abate o indivíduo. A epilepsia é uma doença conhecida desde épocas muito remotas da humanidade. Há relatos completos de uma crise secundariamente generalizada datados de 3.000 anos atrás, em linguagem acadiana. Outros relatos de casos foram descritos no Egito (1.600 a.C.), China (1.700 a.C.), índia (1.000 a.C.) e Babilônia (500 a.C.).

A correlação com o biótipo atlético levou a ÆTIUS(500 anos A. C.) a descrever a epilepsia como morbus herculeus, mas outros atribuem este termo ao fato de que Hércules teria sido epiléptico.

Antigamente se falava de epilepsia ou de ataque de epilepsia cada vez que um indivíduo perdia sua consciência de forma imprevista. Como as verdadeiras causas foram ignoradas durante muito tempo, por vezes era atribuída a forças mágicas ou foi reconhecida como de origem divina.

Clique aqui para saber mais sobre outros termos usados na antiguidade para a epilepsia. 1

As manifestações físicas convulsivas desta doença eram as únicas conhecidas na antiguidade, ignorando-se por completo as manifestações psíquicas. ESQUIROL, psiquiatra francês, foi o primeiro a chamar a atenção sobre as manifestações psíquicas da epilepsia, sob a forma de delírios, que considerava como estados de alienação associados à doença. Outros psiquiatras renomados, FALRET, em 1861 e MOREL, em 1863, assinalaram que a irritabilidade constitui um traço dominante do caráter habitual dos epilépticos.

Os aspectos psiquiátricos das epilepsias foram enfatizados com vigor, e os psiquiatras lidam com problemas epilépticos mais frequentemente que os neurologistas. As razões para esta ligação entre as epilepsias e a psiquiatria têm muitas causas. As epilepsias ainda estavam encobertas por um véu de misticismo nebuloso, mesmo na mente do médico com orientação cientifica no início do século XX. Pensava-se que a epilepsia fosse uma doença incurável, progredindo para um estado de demência, numa evolução marcada por episódios psicóticos. Costumava-se fazer generalizações a partir das formas severas para todos os casos, enquanto as formas leves não eram reconhecidas como tal ou são mantidas em segredo pela família do paciente. Além disso, os princípios do tratamento anticonvulsivo não eram largamente conhecidos e as drogas antiepilépticas com pouca ação sedativa ainda eram desconhecidas. O esclarecimento do substrato neurofisiológico da atividade epiléptica através do eletroencefalograma começou somente no inicio do terço médio do século XX.



A visão atual da ciência



A epilepsia é um distúrbio neurológico causado por atividade anormal de células nervosas do cérebro. Cada ano, centenas de milhares de pessoas no mundo são diagnosticados com o distúrbio do sistema nervoso central que provoca convulsões. Ao longo da vida, uma em cada 26 pessoas serão diagnosticados com ele.



Fases da crise epiléptica

Prodrômica

Esta fase começa poucas horas ou alguns dias antes da crise real e não deve ser confundida com a AURA. Sintomas prodrômicos incluem: cefaleia (dor de cabeça), irritabilidade, insônia, transtorno do humor (depressão) e agitação.



Aura

Uma aura precede uma crise em segundos ou minutos. É o início de uma crise e sinais focais da crise. Os sintomas dependem da localização do foco (descarga neuronal elétrica). A sensação de aura é sempre vaga e não descritível, levando a extremo medo. Sensações epigástricas estranhas, sensação de estar sonhando acordado, cheiro desagradável, etc. pode ocorrer. O paciente lembra-se da aura muito bem. Embora nem sempre é capaz de relatá-la com clareza o doente pode afirmar com certeza sobre sua presença (antes de perder a consciência).



Crise (Ictus)

Na maioria das crises há perda de consciência e o paciente não é capaz de relatar qualquer característica do ataque. Para isso, o médico depende do relato de familiares ou pessoas que presenciaram a crise. O paciente não possui a crise em sua memória.



Pós-crise (pós-ictal)

Esta fase pode estar ausente, pode ser breve ou pode durar várias horas, mesmo dias. Há usualmente um sono profundo, evoluindo com cefaleia, cansaço, irritabilidade, vômito, confusão, dores musculares e ataxia (dificuldade para andar). Paralisia transitória de parte do corpo, conhecida como “Paresia de Todd” pode ocorrer durante poucas horas ou dias. Fala alterada ou afasia pode ocorrer quando o hemisfério cerebral dominante do cérebro tiver sido envolvido. Comportamento alterado e crises emocionais podem ocorrer e se o paciente for contido pode se tornar violento.

A Aura epiléptica

A aura epiléptica é a parte das crises que ocorre antes da perda de consciência e para a qual se mantém uma recordação.
As auras somatossensoriais incluem sensações de adormecimento ou entorpecimento, sensação elétrica ou, muito ocasionalmente, dor.

As convulsões

As convulsões podem causar uma série de sintomas, desde momentaneamente olhando fixamente à perda de consciência e espasmos incontroláveis. Algumas desordens convulsivas podem ser mais suaves do que outras, mas mesmo as pequenas convulsões podem ser perigosas se ocorrerem durante atividades como natação ou de condução.

Os sintomas

Pelo fato da epilepsia ser causado por atividade anormal nas células cerebrais, convulsões pode afetar qualquer processo coordena seu cérebro. Sinais e sintomas de convulsão podem incluir:

Confusão mental temporária

Olhar enfeitiçado (olhar fixo perdido)

Movimentos espasmódicos incontroláveis ​​dos braços e pernas

Perda de consciência ou consciente

Sintomas psíquicos.

A Epilepsia na visão Espírita

Na bíblia, encontramos a passagem do “menino epiléptico”, narrada por Mateus (17: 14 a 19)
No livro A Gênese, Allan Kardec explica que a “imensa superioridade do Cristo lhe dava tal autoridade sobre os Espíritos imperfeitos, chamados então de demônios, que lhe bastava ordenar que se retirassem para que não pudessem resistir a essa injunção”.
... a própria ciência não fecha questão.
Manoel Philomeno de Miranda, no livro "Grilhões Partidos", psicografado por Divaldo Pereira Franco, afirma que, “nesses casos, temos que levar em conta os fatores cármicos incidentes para imporem ao devedor o precioso reajuste com as leis divinas, utilizando-se do recurso da enfermidade-resgate, expiação purgadora de elevado benefício para todos nós”.
... quanto a ser sintoma mediúnico, convém considerar que, antes de qualquer esforço externo, há que se predispor o paciente à renovação íntima, intransferível, ao esclarecimento, à educação espiritual, a fim de que se conscientize das responsabilidades que lhe dizem respeito, dando início ao tratamento que melhor lhe convém, partindo de dentro para fora.
... nos casos mais graves, conforme as palavras de Manoel Philomeno, “ocorrência mais comum se dá quando o epiléptico sofre a carga obsessiva simultaneamente, graças aos gravames do passado, em que sua antiga vítima se investe da posição de cobrador.