segunda-feira, 18 de outubro de 2021

História de Noêmia!

 História de Noêmia!


Pode ser um close-up de 1 pessoa e cabelos longosVamos iniciar a história de Noêmia, que relata para a Médium:
Estou na Colônia Espiritual Rosa Branca há 20 anos.
Quando encarnada, era uma jovem linda , porém, ambiciosa.
Meus pais, simples. Papai construía casas e mamãe costurava e fazia bolos para vender, ela tinha uma mão boa para isso, era uma pessoa boa, tão honesta e foram trabalhando, assim que eu fui criada.
Sempre me ensinaram que a beleza está no caráter e na boa conduta, mas eu não ligava muito para isso.
As vezes tinha medo de fazer algo errado, mas pensava:
- Ah, não quero ter uma vida assim, tão simples!
A casa de meus pais era muito simples; fogão a lenha, mas confesso, muito capricho.
Meu pai construiu a casa e pintou de verde claro, tinha um quintal grande, tinha galinhas, patos, passarinhos.
Dentro de casa era muito organizado e limpo. Mamãe e papai eram muito caprichosos. Eu até admirava a vida deles, pareciam felizes.
Tinha ao lado de onde morávamos, uma fazenda, era imensa. E quando alguém me perguntava onde eu morava, respondia:
- Em uma casa de campo! É a fazenda de meus pais!
E essa mentira para mim se tornou uma verdade. Eu não conseguia falar para os meus amigos da faculdade de agronomia que eu morava naquela casinha simples.
Mentia porque o rapaz que eu gostava, além de lindo, seus pais tinham inúmeras fazendas.
E chegou um tempo que eu não sabia mais quem eu era para meus amigos, de tantas mentiras que eu contava...
Aos poucos fui me aproximando de Alex, esse era o nome dele e começamos um romance.
Ele me levou para conhecer suas fazendas e sua família. Quando entrei na casa, fiquei encantada com o bom gosto. A casa era lindíssima.
Namoramos por um tempo.
Tinha momentos que eu me arrependia de ter mentido tanto, mas não tinha como voltar atrás. A cada dia eu estava mais apaixonada por Alex.
Fui percebendo que apesar de Alex ter posses, ser rico, ele era simples, bondoso, tratava os empregados com gentileza e educação. E vendo as atitudes dele, mais ainda eu me arrependia de ter mentido sobre a minha vida e meus pais.
Estava para terminar a faculdade e a festa seria na fazenda de Alex com todos os amigos, toda a turma de formandos.
Eu continuei mentindo, dizendo que meus pais estavam em um Cruzeiro e não poderiam comparecer.
Então Alex resolveu construir no grande jardim da fazenda, um local para o evento da festa de formatura, o que eu não sabia, era que meu pai foi chamado para construir.
Como eu tinha dito ao Alex que meus pais estavam viajando, fiquei hospedada na casa dele até o dia da festa.
Estava me sentindo realizada naquela casa linda e empregados me servindo.
Pensava comigo:
- Essa é a vida que eu quero!
Começaram a construir o local do evento e Alex me levou para ver como estava. E como ele era amável com os empregados. Chegou para eles levando café e bolo. Eu ali próxima, quando ouvi um deles falar:
- Olha, a minha esposa faz bolos, mas esse aqui é muito bom!
A voz dele era familiar. E sem dar tempo de eu sair de perto, Alex falou:
- Querida, esse é Emanuel, o meu amigo construtor! Olha como está ficando bonito o local da festa!
Então, aquele homem simples, com as mãos calejadas, me olhou e antes que eu falasse algo, Alex falou:
- Essa é minha namorada, pena que os pais dela estão viajando e não vão comparecer na festa, mas Emanuel, quero que você venha com a sua esposa!
Papai me olhou no fundo dos meus olhos e sem falar uma só palavra, o silêncio dele me desmontou.
Respondeu para Alex:
- Obrigado meu filho pelo convite, fica para outro dia.
E sem falar nada, saiu do local.
Naquele momento me senti tão mal, eu podia ter parado por ali, mas como eu queria muito me casar com Alex e viver ali, continuei a mentir...
E depois da festa fui até a casa de meus pais e não tinha mais ninguém ali. Só o fogão a lenha, mas as roupas, os móveis simples, não tinha nada. Naquele momento pensei:
- Meus Deus, o que eu fiz com meus pais? Para onde eles foram?
Senti uma dor imensa na minha alma. Voltei para a casa de Alex, inventei mais uma mentira; que meus pais sofreram um acidente em alto mar e não foram encontrados.
Diante daquilo, Alex me confortou e casamos. Mas não saía da minha mente o olhar do meu pai, e a minha mãe, para onde foi?
Com a chegada do meu primeiro filho, nos mudamos para a cidade. Poucas vezes eu ia para a fazenda.
Levava uma vida confortável, nada me faltava. Meu filho tinha o mesmo jeito do pai.
Com 10 anos, ele tratava bem os empregados, comia com eles na cozinha. Era de uma simplicidade de que eu não tinha. Na adolescência ele tinha compaixão pelos pobres que viviam nas ruas. Ele fazia marmitas do que sobrava e alimentos que estavam guardados na despensa e levava para moradores de rua.
Um dia a cozinheira pediu para comprar alimentos, pois a despensa estava vazia. Pensei:
- Não é possível, vocês estão me roubando?
Falei com Alex, ele fez uma reunião com todos e descobrimos que o nosso filho doava todos os alimentos. Alex sorriu e disse:
- Está tudo bem, compramos mais!
Mas eu não aceitei e fui investigar onde meu filho ia entregar esses alimentos.
Segui meu filho e lá estava ele, sentado no chão com dois mendigos, desci do carro com muita raiva, quando me aproximei, minhas pernas tremeram...
Eram meus pais...
Reconheci pelo olhar dele. Sujo, roupas rasgadas, magro.
A minha mãe não me parecia bem de saúde.
Eles me reconheceram e quando a minha mãe foi falar algo, eu peguei o meu filho pelo braço e saí. Entrei no carro.
Cheguei em casa, entrei no meu quarto e chorei por horas.
Pensei:
- Eles me deram a vida, carinho, amor. Por que fiz isso com eles?
Dois dias depois fui no local, mas eles não estavam mais ali.
Se passaram quinze anos e eu acabei esquecendo.
Tive outro filho. A minha vida seguiu.
Os filhos cresceram, se formaram.
Eu envelheci e pensava muito em meus pais.
Senti um desconforto e fui ao médico.
O diagnóstico foi cruel.
Era um câncer de mama avançado.
E começou o tratamento.
Passava dias internada e dias em casa.
Até que fui desenganada pelo médico.
Voltei para casa.
Não tinha mais o que fazer.
Eu em meu quarto sozinha, sob forte medicação, vi meus pais ali na minha frente. Pensei:
- Deve ser um sonho, pois estão tão limpos e saudáveis!
Papai se aproximou e segurou a minha mão e falou:
- Minha querida, você não está sozinha, viemos te auxiliar.
Mas a minha preocupação era com Alex, estava distante de mim.
Um dia, ele sentou- se ao lado da cama e disse:
- Por que você mentiu pra mim a vida inteira? Por que deixou seus pais morrerem na necessidade, sendo que podíamos ajudar? Você não tem coração? Conhecia seu pai, um bom homem, trabalhador, honesto. Por que mentiu que seus pais eram ricos? Eu não me importaria de receber os seus pais do jeito que eles eram! Você consegue ao menos se arrepender?
Eu sentia que estava perdendo Alex e isso eu não ia admitir.
Dormi.
Quando acordei, tinha um movimento estranho na casa. Saí do meu quarto com dificuldades, fui até a sala e vi Alex com outra mulher.
Naquele momento senti muito ódio e fui bater na mulher, mas me senti fraca.
Então meu filho entrou na sala e falou:
- Sinto tanta falta da mamãe, fazem trinta dias que ela faleceu...
Pensei:
- Faleceu? Como assim se estou viva?
E fiquei com muita raiva de ver aquela mulher abraçando o meu filho e acalmando ele.
Então passei a viver entre eles todo o tempo.
Quanto mais raiva eu sentia dela e enviava essa energia para ela, percebi que ela ficava com dor de cabeça e enjoada. Não conseguia comer. Eu queria que ela ficasse doente, assim Alex deixava de gostar dela.
Me tornei um Espírito Obsessor para meu próprio marido.
Eu não aceitava a morte.
Eu ainda era jovem e todo o dinheiro, casa, roupas, jóias que eu possuía e não tinha usufruído de muitas coisas ainda.
Me revoltei.
De tempos em tempos, meu pai aparecia, ele e outros homens que usavam roupas claras. Me falavam do perdão e de Jesus, mas eu não aceitava.
Não aceitava sair da minha casa.
O tempo passou.
A minha energia era tão ruim que outros Espíritos iguais a mim revoltados e com ódio se uniram comigo. Eu não queria, mas eles vinham e eu não tinha controle sobre eles.
Percebi que aquela energia que esses Espíritos emanavam, fazia mal aos meus filhos.
O meu caçula que sempre foi calmo, amoroso, nunca ninguém na minha família tinha vícios, mas o meu pequeno, intuído por esses Espíritos sem Luz, começou a beber e ser agressivo. Percebia que o vapor da bebida era sugado por esses Espíritos que ficavam embriagados.
Eu não sabia o que fazer.
Eu não queria sair da minha casa, deixar o meu marido que eu amava tanto com outra mulher.
Eu fazia de tudo para separar o casal. Quando eles estavam juntos, fazia ela ter dor forte de cabeça e enjôos. O perfume de Alex dava enjôo nela. Alex começou a se incomodar e brigavam.
Ela não me via, mas me sentia, tinha medo e arrepios e pensava várias vezes em deixar a casa e Alex.
Eu não deixava ela em paz.
Quando um dia vendo a ação daqueles Espíritos obsessores sob o meu filho, vendo o meu caçula alcoolizado para alimentar aqueles espíritos ruins, caí em choro. Foi aí que pensei:
- Meu Deus, estou tão perdida! Me ajude a encontrar uma saída. Estou morta, mas estou viva. E os meus sentimentos são iguais de quando eu era viva.
Naquele momento, lembrei do meu pai. Pensei nele. Lembrei que antes de dormir ele me ensinava a orar. Todos os dias eu orava:
- Deus, quando eu, papai e mamãe e o meu cachorrinho e os patinhos do lago que eu gosto tanto estivermos em perigo, envia um anjo bem iluminado para nos salvar!
Naquele momento que eu esqueci do ódio, senti uma Luz vindo em meu encontro. Eram três homens iluminados e um deles era o meu pai que me estendeu a mão e eu caí em prantos. Disse ele:
- Minha querida, sua presença nesta casa não faz mais bem para sua família. Agora você está em outro plano. É um Espírito que precisa se iluminar e perdoar, por amor de seus filhos. Você desencarnou. Deixe seu marido ter paz e ser feliz com a mulher que ele escolheu. Se você não quer o mal de seu filho, aceite vir comigo!
Eu chorei tanto. Precisava deixar tudo pois não queria mais ver o meu filho sofrer.
Os outros Espíritos revoltados que me perseguiam também aceitaram ajuda dos Mentores de Luz. Eram cinco Espíritos que emanavam energias horríveis naquela casa. E com as orações desses amigos de Luz, todos aceitaram deixar a casa.
E fomos trazidos para a Enfermaria Espiritual, onde por um tempo fiquei recebendo passes energéticos e orientações até melhorar.
Sentia um remorso tão grande por tudo que fiz comigo mesma com tanta ganância a ponto de prejudicar outras pessoas, principalmente os meus pais.
Na Colônia Espiritual eu levei um tempo para me recuperar. Eu queria muito saber de meus pais, o que houve com eles, como desencararam? O meu Orientador me falou:
- Se saber como eles estão te faz bem... Então está na hora de você saber. Seus pais não tinham bens, somente a casinha simples onde vocês moravam, que foi herança de seu avô. Mas você nunca perguntou á eles como era pago sua faculdade? De onde você achava que vinha o dinheiro? Seus pais fizeram um empréstimo no banco e deram como garantia a casa. Quando estava perto de você se formar, trabalhar e ajudar os seus pais, você simplesmente ignorou a existência deles. Depois que seu pai viu que você tinha vergonha deles, mesmo sendo honesto, a tristeza abateu sobre eles e sua mãe adoeceu. Sem poder costurar e nem fazer bolos para vender. As prestações do empréstimo ficaram sem pagar e eles sem ter para onde ir.
Eu ouvi tudo aquilo e o remorso só aumentava.
- Você ainda teve a chance de ajudá-los, quando seu filho, sem saber que os mendigos eram os seus avós que ele dava comida. Você teve a oportunidade de vê-los ali, maltrapilhos, doentes e virou as costas para eles.
Eu respondi:
- Depois eu fui lá, mas eles não estavam mais!
O Orientador respondeu:
- Sua mãe desencarnou naquele dia, ali onde você viu ela, na rua, passando necessidades. Pessoas desconhecidas que passavam por ali, chamaram o socorro. Uma ambulância veio, mas era tarde. Seu pai foi para um abrigo e dias depois teve um infarto. Foi ajudado pelos irmãos de Luz, e seu pai e sua mãe estão aqui fazem muitos anos!
Meu orientador perguntou:
- Minha querida, o que você pretende fazer, diante de tantos desacertos?
- Eu não sei! Respondi. Estou arrependida, como posso mudar? Ser melhor? Reparar todo o mal que fiz? Passei a vida sem ser útil. Tive ao meu redor pessoas maravilhosas, honestas, boas e não aprendi nada!
O Orientador respondeu:
- Você colocou seu coração em bens materiais. Não é errado você ter conquistas, mas quando a ganância se torna obsessão e não importa quem você vai machucar, pelo poder e ganância, o que poderia ser uma benção, acabou sendo um martírio.
Ouvindo tudo aquilo, fui me lembrando de todas as coisas erradas que pratiquei, o quanto eu menti e magoei.
- Quero reparar tudo isso, tudo o que fiz, o que devo fazer agora?
O Orientador falou:
- Primeiro passo: aprender a ser humilde e útil aqui nas Colônias, há muito trabalho, as enfermarias precisam de auxílio, pois todo o tempo chegam irmãos desencarnados e exige amor e paciência.
Aquele momento pensei:
- Enfermaria? Sei bem em que condições chegam os desencarnados...
- Não quero! Posso fazer outra coisa? Olha pra mim, nunca precisei trabalhar, sou uma dama da sociedade, bem vista!!!
O meu Orientador me olhou:
- Lembre-se que você foi ajudada! O seu pai com todo amor foi até você! Outros irmãos aqui na Colônia com dedicação te ajudaram! Qual o problema em ajudar? Sem humildade você não chega a lugar algum! Você quer reparar o mal que cometeu? Só tem um caminho: Humildade e trabalho!
Passou o tempo.
Eu fui ajudar na enfermaria, mas como minha energia não estava boa, sentia muito forte o orgulho.
Ser humilde para mim era um sacrifício muito grande, mas eu ia todos os dias ajudar na enfermaria.
Só depois disso, de trabalhar muito, meu Orientador permitiu eu ver meus pais.
Estava envergonhada de olhar para eles.
A Colônia Espiritual onde eu estava é uma grande cidade, cercada de flores lindas e dependendo do estado emocional de cada morador que se encontrava na Colônia, era separado, como se fosse uma imensa cidade Espiritual e outras pequenas Colônias dentro dessa cidade. Há muitos moradores aqui, cada qual se prepara para reencarnar.
Chegou o dia de ver os meus pais.
Meu Orientador me levou, me deixou no jardim e eu fiquei esperando.
Quando vi mamãe, a aparência calma, como fazia tempo que ela estava sendo cuidada por Mentores, o semblante dela estava lindo, iluminado, aparência saudável. E o meu pai com aquele olhar.
Corri abracá-los. Pedi perdão e chorei muito. Quando me acalmei, mamãe falou:
- Minha filha, sei que tem se esforçado para melhorar, mas você sabe que só conseguimos evoluir as nossas fraquezas com os aprendizados lá na Terra, reencarnando. Nós estamos dispostos a te ajudar. Podemos reencarnar juntos. Precisamos conversar com os nossos Orientadores.
Naquele momento, senti de verdade o amor de meus pais. Se eu pudesse, gostaria também de reencarnar com Alex. Fiz muito mal á ele mentindo tanto.
Passou o tempo, eu me sentia bem e feliz por reencarnar com os meus pais e comecei junto com o meu Orientador a programar como seria a minha experiência lá na Terra.
Escolhi ser enfermeira, nascer num lar humildade.
Eu preciso aprender a amar o próximo e aqui na Colônia, cuidando dos doentes, os doentes da alma, aprendi muitas coisas.
Meus pais serão os meus filhos, preciso cuidar deles com amor e dedicação. Preciso reparar todo o mal que fiz á eles.
Não foi permitido eu reencontrar com Alex, talvez em uma próxima reencarnação.
Comentei com meu Orientador:
- Quando eu reencarnar, se eu não conseguir seguir o caminho que escolhi?
- Minha querida, você não estará sozinha, busque uma fé, seja qual for a religião que você frequentar lá na Terra. Lembre-se dos ensinamentos de Jesus: "Amar o próximo como a si mesmo". Sou seu Mentor aqui e serei lá na Terra. Vou ajudar você em seus caminhos, mas não posso interferir no seu livre arbítrio.
Então escolhi nascer em uma cidade do interior de Cuiabá e iniciar uma nova trajetória terrena!!!!

Pela Escritora da Espiritualidade Sônia Lopes.