QUAL O REAL SIGNIFICADO DA BESTA DO APOCALIPSE?
O QUE É A BESTA?
A figura da besta, descrita por João Evangelista no Apocalipse, é um simbolismo do instinto animal, do desregramento que há de atingir o vosso mundo, conjugando-se a todas as paixões inferiores.
Os vossos espíritos já se condicionaram de tal modo ao vocábulo “besta” como identificador do instinto animal, que considerais as mais baixas paixões e taras como sendo consequentes da bestialidade humana. A “besta humana” tem sido o qualificativo máximo que aplicais aos autores de crimes monstruosos ou aos que demonstram perversidade sem propósito. Assim que o homem demarcou as fronteiras entre o animal e o espírito, escolheu a palavra “besta” para sinônimo de brutalidade.
O reinado da Besta significa a agressividade do instinto inferior que, no fim dos tempos, chegará a “tomar o freio”, subvertendo o comando do espírito. O simbolismo da Besta alicerça-se exclusivamente no instinto humano desregrado.
CARACTERÍSTICAS
A sua presença no vosso mundo é indubitável, cumprindo a profecia: “O que está em cima ficará em baixo, e o que está em baixo ficará em cima”.
É o momento em que os costumes que demarcam o pudor e a honestidade se invertem, levados à conta de concepções obsoletas e preconceitos tolos. Sob rótulos pitorescos e terminologias brilhantes, as maiores discrepâncias de ordem moral são aceitas como libertação filosófica ou nova compreensão da vida!
Para os realistas do século atômico, emancipação significa libertação do instinto inferior, com o cortejo de sensações animais que se disfarçam sob o fascínio do traje e dos cenários da civilização moderna.
Multiplicam-se então os antros do prazer fescenino e do jogo aviltante; proliferam as indústrias alcoólicas; desbraga-se a carne moça recém saída da escola primária; proliferam os costureiros especialistas em ressaltar os contornos anatômicos femininos; enriquecem-se os fotógrafos dos ângulos lascivos da mulher; o mundo se povoa de cassinos, boates, antros de tolerância; surgem os estádios faraônicos, mas apodrece o vigamento do hospital edificado à custa de esmolas; aumenta o comércio do livro obsceno e negocia-se a carne da mulher seduzida pela vida fácil.
A verdadeira beleza do espírito perde o controle; aumentam os frigoríficos, charqueadas e açougues para matança organizada do irmão inferior; aumenta a carga dos prostíbulos e pede--se a construção de mais penitenciárias. Enquanto isso, propalam, sob precioso tecnicismo de fascinação dos incautos, que estamos na época da emancipação do homem e de sua libertação dos preconceitos.
Essas coisas sempre existiram na Terra, mas foram acontecimentos locais; atualmente convergem para um acontecimento geral, atingindo toda a humanidade. A Besta apocalíptica, que representa um desregramento geral, continua a endereçar o seu convite à vossa humanidade e prevê com êxito a corrupção total dos costumes.
UM SINTOMA CARACTERÍSTICO
Um dos mais característicos sinais de que a Besta começa a agir é a volúpia das criaturas em se desnudarem. Iludidas, confundem a subjetiva ansiedade de desregramento psíquico com a nudez inocente do selvagem e a naturalidade da criança. Quando a nudez começou a imperar desbragadamente em Sodoma, Gomorra, Babilônia e Roma, a Técnica Sideral sabia que isso significava o fim de uma civilização. Sob o fascínio da Besta, os seres cultuam as maiores aberrações e as elevam à categoria de conceitos de emancipação superior. Infelizmente, as recordações do passado têm-nos provado que “a história sempre se repete”.
O afrouxamento dos costumes não deve ser confundido com “falsos pudores”, pois deforma a estesia do espírito, arrasa os conceitos evolutivos da moral e os substitui pela imoralidade disfarçada em burlesca filosofia.
INVERSÃO DOS VALORES
Antigamente, a desonestidade não encontrava, sob nenhum aspecto, justificativa moral. Entretanto, a influência continuada da Besta já vos fez localizar aspectos morais dentro da própria imoralidade, e a prova está em que, quando os administradores do patrimônio público são acusados de se locupletarem com os bens da nação, vós os defendeis de um modo extravagante, dizendo que eles “roubam mas produzem”. Dentro da imoralidade que é o roubo, introduzis uma nova moral que justifica o próprio roubo, demonstrando qual é a vossa mentalidade atual.
Esse é um dos clássicos exemplos da inversão de valores que identifica a sorrateira influência da Besta. A Besta exerce tal fascínio que as coisas mais aberrantes são praticados como sensatas, valiosas e justas.
POR TRÁS, NOS BASTIDORES DO INVISÍVEL
As forças inferiores buscam, sorrateiramente, a modificação interior do homem, mas sem golpeá-lo com violência; evitam que ele identifique, de súbito, a nova moral que lhe inculcam.
Os homens ainda desconhecem o terrível comando psíquico e disciplinado que se esconde atrás de seus atos desregrados, assim como ignoram a trama mefistofélica dos grandes gênios das sombras. Cerebrações maquiavélicas, de intelecto requintado e coração endurecido, que se retardam propositadamente na evolução, esperançados do domínio absoluto do mundo físico, elaboram os mais execreáveis projetos de desregramento, para construírem a ligação definitiva entre si. Esses infelizes agentes das trevas são vezeiros em subverter a aparência dos seus objetivos, lançando a confusão e operando a inversão dos valores no mundo da carne.
À medida que se estende a hipnose coletiva, sob o magnetismo invisível dos espíritos das trevas, aumenta o número do seres invigilantes que se tornam verdadeiras “marionetes” ou fantoches movidos grotescamente pelos fios comandados pelo cinismo do além.
Os conceitos salutares são enfraquecidos, passando a ser considerados princípios ridículos e ingênuos. Então o psiquismo coletivo, escravo das sensações inferiores da Besta dominante, torna-se o meio satisfatório para que os comandos das sombras possam agir.
RAMATÍS - MENSAGENS DO ASTRAL
HERCÍLIO MAES
EDITORA DO CONHECIMENTO.
Fonte: AFRAM - Associação Mundial das Fraternidades Ramatis