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"Honra teu pai e tua mãe" (Bíblia do Rei Jaime), em essência o mesmo texto noutras versões (exceto no uso culto ou coloquial dos pronomes)[1] (BJ, WEB), (hebraico כבד את אביך ואת אמך., transliteração neolatina Kibud shelcha ab 'et shelcha ima' = "Honra teu pai e tua mãe"), é o "Quinto Mandamento da Lei de Javé Deus", na ordem original talmúdica, como ela foi dada a Moisés no Monte Sinai, em duas ocasiões (a primeira, relatada em Êxodo 20: 1–17,[2] e a segunda, em Deuteronômio 5: 4–21[3]), que estabelece a natureza exclusiva da relação entre a nação de Israel e Javé, O Deus de Israel,[4] que Ele iniciou, após libertar os israelitas da escravidão do Egito (Êxodo),[5] dando, pois, seguimento a "Os Dez Mandamentos", amplamente acolhidos como imperativos espirituais e morais por biblistas, estudiosos, historiadores e teólogos, cristãos e judeus, e que se consideram, em maioria, aplicáveis ao povo de Javé Deus também na "Era da Graça", colimados por Jesus Cristo nos Dois Mandamentos do Amor, que são Um Só[6][7][8].
Na Bíblia hebraica (e na ordem original talmúdica), para judeus e protestante, este é o Quinto Mandamento da Lei de Javé Deus na relação canônica dos Dez Mandamentos, e o "primeiro mandamento com promessa". Católicos, todavia, consideram-no como o Quarto Mandamento[9].
Sua nota de promessa vinculada distingue-o dos demais Mandamentos: "...a fim de que venhas a ter vida longa na terra que Javé, o teu Deus, te dá"[10]. Deuteronômio 5:16[11] amplia-o: "...a fim de que tenhas longa vida e tudo te vá bem na terra que Javé teu Deus te concede"[12]. Naturalmente, como um penhor de bênção é assegurado para sua obediência, há consequências negativas para sua desobediência, e tudo despende da escolha de conduta da pessoa:
O Apóstolo Paulo, em sua Carta aos Efésios, capítulo 6, versículos de 1 a 3, expressa de modo reeducativo esse Mandamento, realçando-lhe o penhor da promessa que ele contém:
O mandamento específico sobre "honrar pai e mãe", bem como a totalidade dos Dez Mandamentos da Antiga Aliança, foram usados como "estatuto da lei comum humana" em muitas jurisdições, e algumas ainda os aplicam
Diferentes tradições religiosas, não apenas judaicas ou só cristãs, apresentam os dezessete versículos de Êxodo 20: 1–17[19] e seus correspondentes versículos em Deuteronômio 5: 4–21[20] divididos e organizados em "dez mandamentos" ou "ditos" em modos diferentes, mostrados na tabela abaixo. Alguns sugerem que "o número dez" é uma opção para auxiliar a memorização, em vez de uma questão de teologia,[21] embora essa organização decenal mostre coesão interna, concordância e consistência temática a justificá-la.
Tradições:
- Todas as citações das escrituras acima são da Bíblia King James . Clique nos versos no topo das colunas para outras versões.
- LXX: versão Septuaginta ("versão dos VXX"), geralmente seguida por cristãos ortodoxos.
- FDA: versão de Filo de Alexandria, basicamente idêntica à Septuaginta, mas com os mandamentos de "não matar " e de "não adulterar" invertidos.
- SPT: versão do Pentateuco Samaritano ou Torá Samaritana, com um mandamento adicional sobre o Monte Gerizim como sendo o décimo.
- TAV: versão do Talmude judaico, faz do "prólogo" o primeiro "ditado" ou "matéria" e combina a proibição de adorar outras divindades além de Javé com a proibição da idolatria.
- AHV: versão de Agostinho, segue o Talmude, ao combinar os versículos 3–6, mas omite o prólogo como um mandamento e divide a proibição de cobiçar em dois e segue a ordem de palavras de Deuteronômio 5:21 em vez da de Êxodo 20:17.
- CRV: versão da Igreja Católica Romana, o Catecismo da Igreja Católica, em grande parte — mas, não em tudo — segue Agostinho.
- LTV: versão da Igreja Luterana, segue o Catecismo Maior de Lutero, que segue Agostinho, mas omite a proibição das imagens e usa a ordem das palavras de Êxodo 20:17, em vez das de Deuteronômio 5:21 para o nono e décimo mandamentos.
- PRC: visão da Igreja Calvinista, segue os Institutos da Religião Cristã de João Calvino, que segue a Septuaginta; esse sistema também é usado no Livro Anglicano de Oração Comum.[48]
- A passagem dos mandamentos no Êxodo contém mais de dez declarações, dezenove no total. Enquanto a própria Bíblia assina a contagem de "10", usando a frase hebraica aseret had'varim— traduzida com as 10 palavras, afirmações ou coisas, essa frase não aparece nas passagens usualmente apresentadas como sendo "os Dez Mandamentos". Várias religiões dividem os mandamentos de modo diferente. A tabela exibida aponta essas diferenças.
- [1] Jesus Cristo, em seu ministério, apresenta uma "releitura universal da Lei Mosaica", desde o Sermão da Montanha (Mt 5, 6 e 7[49]), bem como em várias outras ocasiões, em particular, o ensino sobre "O Maior Mandamento da Lei", ao qual foi arguido por um "juiz judeu, perito na Lei", conforme (Mt 22: 34-40[50]): " (34) Assim que os fariseus ouviram que Jesus havia deixado os saduceus sem palavras, reuniram-se em conselho. (35) E um deles, juiz perito na Lei, formulou uma questão para submeter Jesus à prova: (36) 'Mestre, qual é o Maior Mandamento da Lei?' (37) Asseverou-lhe Jesus: ' Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e com toda a tua inteligência. (38) Este é o primeiro e maior dos mandamentos. (39) O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (40) A estes dois mandamentos estão sujeitos toda a Lei e os Profetas. " (Mt 5, 6 e 7[51]). Alguns estudiosos e intérpretes bíblicos apressam-se a concluir que, com tal declaração, O Senhor Jesus Cristo houvesse abolido a Lei Antiga, o que, em verdade, nunca se deu. O que Ele fez foi uma "releitura unificadora e universalizante da Lei Antiga (também universal)", contudo sob um novo prisma — o prisma soberano do Amor". E, nesse sentido — pode-se dizer que Jesus Cristo "resumiu" a Antiga Lei de dez mandamentos para dois... e os dois tornou-os um só: O Grande e Universal Mandamento do Amor. O Apóstolo João, em seu evangelho remarca essa nota de modo extraordinário, por exemplo, em Jo 3:16-17[52]: " (16) Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (17) Portanto, Deus enviou o seu Filho ao mundo não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por meio dele. ". E, ainda mais, em suas Cartas (ou Epístolas), ele faz questão de aprofundar esse tema essencial, indispensável e universal. Por exemplo, em 1 Jo 3:16-17[53]:" (7) Amados, amemos uns aos outros, pois o Amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido e conhece a Deus. (8) Aquele que não ama não conhece a Deus, porquanto Deus é Amor. (9) Foi desse modo que se manifestou o Amor de Deus para conosco: em haver Deus enviado o Seu Filho Unigênito ao mundo, para vivermos por intermédio d'Ele. (10) Assim, nisto consiste o Amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. ". Algumas igrejas cristãs, entre as quais a Igreja Católica Romana, mas não apenas ela, reunem os mandamentos da seguinte forma: os mandamentos do Decálogo de números 1 a 4 são mandamentos de Amor a Deus; os de números 5 a 10 são mandamentos de Amor ao próximo.
- [2] O Cristianismo, em suas igrejas de modo geral (exceto as de confissão sabatista, como a Igreja Adventista do Sétimo Dia, entre outras) entende o dia de domingo como o dia do Senhor na Nova Aliança, pois foi o dia em que Jesus Cristo ressuscitou ("o terceiro dia")[54].
- [3] O Judaísmo afirma que essa é uma referência ao furto em geral, embora alguns, com base em Lv 19:11,[55] e na hermenêutica talmúdica (דבר הלמד מעניינו, Davar ha-lamed me-inyano ="O que ensina seu interesse",[56][57] sugiram ser apenas furto de propriedade.
- (4)/sab e (3 ou 4)/dom significam, respectivamente, os dias de sábado ou domingo, considerados de observância devida para o mandamento do shabbãth, por parte da confissão religiosa citada. O número "3" significa que a fé em causa considera-o como terceiro mandamento e o número "4", como o quarto mandamento.
A narrativa bíblica da revelação no Sinai começa em Êxodo 19:16,17[58] após a chegada dos filhos de Israel ao Monte Sinai (também chamado Monte Horebe). "(16) Ao alvorecer do terceiro dia, houve trovões, relâmpagos e uma espessa nuvem sobre a montanha, e um clangor muito forte de trombeta; e todas as pessoas que estavam no acampamento começaram a tremer de medo. (17) Então Moisés conduziu o povo para fora do acampamento, para encontrar-se com Deus, ao pé da montanha". Depois de "Javé Deus, o Senhor[59] descer sobre o Monte Sinai", Moisés subiu brevemente e voltou e preparou o povo, e, em seguida, em Êxodo 20,[60] "Deus falou" a todas as pessoas as palavras da Aliança, ou seja, os "Dez Mandamentos",[61] como está escrito. A erudição bíblica moderna diverge sobre se, em Êxodo 19-20, o povo de Israel ouviu diretamente todo o Decálogo, ou apenas parte dele, ou se o povo o recebeu por meio de Moisés.[62]
Como o povo estava com medo de ouvir mais e "distanciou-se", Moisés disse: "Não tenhais medo". Ele, porém, chegou-se à "escuridão espessa", onde "A Presença do SENHOR estava",[63] para ouvir os estatutos adicionais e "juízos"[64] os quais "escreveu" [65] na "Torá",[66] e que leu para o povo na manhã seguinte, e todo o povo concordou em obedecer e fazer tudo o que o SENHOR havia dito. Moisés escoltou um grupo seleto composto por Aarão, Nadabe e Abiú e "setenta dos anciãos de Israel" para um local no monte onde eles adoravam "de longe"e eles "viram O Deus de Israel" acima de um "pavimento trabalhado como pedra de safira clara".[67]
O monte ficou coberto pela nuvem durante seis dias, e no sétimo dia Moisés entrou no meio da nuvem e ficou "no monte quarenta dias e quarenta noites ".[69] E Moisés disse: "O SENHOR Javé entregou-me duas tábuas de pedra escritas com O Dedo de Deus, e nelas estava escrito de acordo com todas as Palavras, que o SENHOR Javé falou convosco no monte do meio do fogo no dia da assembléia "[70] Antes dos quarenta dias completos expirarem, os filhos de Israel decidiram coletivamente que algo havia acontecido a Moisés, e compeliram Arão a moldar um bezerro de ouro , e ele "construiu um altar diante dele"[71] e o povo "adorou".[72] Com essa conduta, o povo de Israel demonstrou que, apesar de ter saído e liberto do Egito em apenas um dia, todavia, o Egito ainda precisava sair dele, o que tomou muito mais tempo.[73][74][75]
Após quarenta dias, Moisés e Josué desceram do monte com as duas tábuas: "E aconteceu que, chegando ao arraial, viu o bezerro e a dança; e Moisés, ardendo em ira, tirou as tábuas das mãos e as quebrou no pé do monte.[76] Após os eventos nos capítulos 32 e 33, no capítulo 34: "Então Javé solicita a Moisés: 'Corta duas placas de pedra semelhantes às primeiras, sobe a mim na montanha, e Eu escreverei as mesmas palavras que escrevi nas primeiras tábuas, que quebraste'.".[77] "(27) Disse ainda Javé a Moisés: 'Escreve essas palavras; porquanto é de acordo com o teor dessas palavras que estabeleço aliança contigo e com Israel!' (28) Moisés ficou ali com o SENHOR quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão e sem beber água. E escreveu sobre as tábuas de pedra as palavras da aliança: os Dez Mandamentos".[78]
Conforme a tradição judaica, Êxodo 20: 1–17{[79] constitui a primeira dação de Deus dos Dez Mandamentos nas duas tábuas,[80] que Moisés quebrou em ira com sua nação rebelde. Mais tarde, foi reescrita em novas tábuas e depositada na Arca da Aliança.[81] Essas novas tábuas consistem na reedição por Deus dos Dez Mandamentos para a geração mais jovem que deveria entrar na Terra Prometida. As passagens em Êxodo 20 e Deuteronômio 5 contêm mais de dez declarações, totalizando dezenove ao todo.
Antigo Testamento[editar | editar código-fonte]
O relato da honra aos pais é abundantemente descrito em todo o Antigo Testamento, quer pelos exemplos edificantes e honoráveis, quer pelos acontecimentos que trouxeram desgraça ao povo de Israel, dentro da família e fora dela. O Livro de Rute traz o relato de uma história de migração, de Israel para Moabe, por parte da família de Noemi, em razão da fome que assolara sua terra natal, na ocasião. Mais de uma década depois, em circunstância adversa, ela retornaria a Israel. Mas, uma como que filha amorosa e reverente a acompanhava e dela zelava:
Pelo relato completo da história de Noemi, com todas as desventuras por que passou em terra estrangeira, por contingência alimentar, no retorno, acompanhada de uma estranha, a moabita Rute, esta a honrou qual mãe lhe fosse:
O Pastor Paulo R. R. Oliveira[84] e outros creem que, por ter o Rei Salomão provavelmente conhecido os rolos do Livro de Rute, nela (Rute, qual modelo de mulher virtuosa), teria-se inspirado para escrever o Louvor à Mulher Virtuosa, de Provérbios 31:10-31[85].
Honra semelhante dedica Ester a seu guardião e tutor Mardoqueu. Ester era filha de Avihail, Abigail, da tribo de Benjamim, uma das duas tribos que constituíam o Reino de Judá antes de sua destruição pelos babilônios e das deportações da elite do reino para as províncias do Império Persa (c.479 - c. 465 aC). Semelhantemente, Ester é retratada no relato bíblico como honrando reverentemente a Mardoqueu, qual uma filha honra o próprio pai, a quem ama e respeita:
Bíblia hebraica[editar | editar código-fonte]
Na Torá, guardar ou obedecer esse Mandamento estava associado ao benefício individual[90], bem como ao benefício nacional a Israel, em ficar na terra que Javé Deus lhes destinara[91][92]. A desonrar aos pais, por atacá-los ou xingá-los, era punida com a morte[93], e, assim, a cláusula "a fim de que venhas a ter vida longa na terra que Javé, o teu Deus, te dá" poderia ser interpretada como "a fim de que não sejas morto pela [desonra...]". No Talmude, o Mandamento de honrar os pais humanos é comparado a honrar a Javé Deus[94][95]. De acordo com o profeta Malaquias, Javé Deus faz a analogia con'Sigo Mesmo:
Visão judaica[editar | editar código-fonte]
O mandamento para honrar os pais humanos é, assim, comparado intensamente a honrar a'O Próprio Senhor Javé Deus, pois o ser humano deve, humanamente falando, sua existência a seu pai e a sua mãe, e, espiritualmente, a Javé Deus, O SENHOR.
O Talmude diz que, como há três parceiros na criação de uma pessoa (Javé Deus, pai e mãe), a honra dada aos pais é a honra dada a Javé Deus[98]. A Torá mostra claramente que a honra aos pais e a honra a Javé Deus são intencionalmente equiparadas:
Honrar os pais é honrar a Javé Deus, e o Mandamento (Mitzvá) independe da dignidade dos pais: "Mesmo se os pais for maus e pecadores, o filho tem o dever sagrado de reverenciá-los e temê-los... Um judeu não deve amaldiçoar ou desprezar os pais, ainda que não-judeus" (Kitzur Shulchan Aruch 143:13,25).
Essa conduta santa requer, também, necessariamente, a honra aos padrastos[100][101], aos irmãos mais velhos que sejam constituídos preceptores familiares[102], aos professores[103], pois tem absolutamente o mesmo e igual valor a obrigação de honrar ao pai e ao avô e aos que nos precedem em honra[104].
Esse extraordinário Quinto Mandamento ("honrar pai e mãe") é repetido várias vezes em toda a Bíblia Sagrada, ocorrendo pelo menos duas vezes diretamente no Antigo Testamento e também duas vezes, em ocorrência direta, no Novo Testamento.
HISTÓRICO
A guarda desse mandamento, para os israelitas conectava-se à capacidade de Israel permanecer na terra à qual Javé Deus os guiava[105]. Conforme a Torá, agredir ou amaldiçoar pai ou mãe punia-se com morte imediata[106][107][108][109]. Em Deuteronômio 21:18–21, ordena-se aos pais levarem o filho desobediente contumaz à presença dos anciãos para morte por apedrejamento[110][111]. A Torá crê que a honra aos pais e à Javé Deus equivalem-se[112]. De fato, Javé Deus refere-Se a Si Mesmo como um Pai para Israel[113], e tem a Israel como Seus filhos e Suas filhas[114], e reclama para Si igual honra[115].
A guarda desse mandamento, para os israelitas conectava-se à capacidade de Israel permanecer na terra à qual Javé Deus os guiava[105]. Conforme a Torá, agredir ou amaldiçoar pai ou mãe punia-se com morte imediata[106][107][108][109]. Em Deuteronômio 21:18–21, ordena-se aos pais levarem o filho desobediente contumaz à presença dos anciãos para morte por apedrejamento[110][111]. A Torá crê que a honra aos pais e à Javé Deus equivalem-se[112]. De fato, Javé Deus refere-Se a Si Mesmo como um Pai para Israel[113], e tem a Israel como Seus filhos e Suas filhas[114], e reclama para Si igual honra[115].
Conforme Jeremias, Javé Deus abençoou os descendentes recabitas[116] para obedecerem aos seus antepassados na ordenança de não beber vinho e usa sua família como um contra-exemplo para a falha de Israel em obedecer ao Seu comando de não adorar a outros deuses:
PRECEDÊNCIA
De acordo com a Mishneh Torah esse Mandamento exige honrar igualmente a ambos os pais; não há preferência para pai ou mãe. Enquanto em algumas partes da Escritura Sagrada, o pai é mencionado primeiro, noutras, a mãe vem em primeiro lugar. Isso mostra a honra igual devida a ambos[118][119].
De acordo com a Mishneh Torah esse Mandamento exige honrar igualmente a ambos os pais; não há preferência para pai ou mãe. Enquanto em algumas partes da Escritura Sagrada, o pai é mencionado primeiro, noutras, a mãe vem em primeiro lugar. Isso mostra a honra igual devida a ambos[118][119].
O ensinamento cultural, espiritual e social judaico sustenta que a mulher casada deve honrar precedente e prioritariamente a seu marido, o que, contudo, não a deve impedir jamais de honrar a seus pais:
REQUISITOS
O Mandamento exige do filho obediência aos pais em ordens admissíveis e razoáveis na lei judaica: Se um pai pede ao filho trazer-lhe água, ele/ela deve obedecer; como a honra a Javé Deus supera todas as mitzvot, se o pai pede ao filho que descumpra uma lei da Torá, ele deve recusar-se.
O Mandamento exige do filho obediência aos pais em ordens admissíveis e razoáveis na lei judaica: Se um pai pede ao filho trazer-lhe água, ele/ela deve obedecer; como a honra a Javé Deus supera todas as mitzvot, se o pai pede ao filho que descumpra uma lei da Torá, ele deve recusar-se.
Novo Testamento[editar | editar código-fonte]
Cristianismo[editar | editar código-fonte]
Jesus Cristo, ao dar o Sermão da Montanha (Mt 5-7 e Lc 6:17-36), anuncia, expõe, claramente , todo o teor da Antiga Aliança, revela-lhe a sua verdadeira significação espiritual.
Ao fazê-lo, Ele principia por dar esclarecimento sobre toda a estrutura mandamental da Lei Mosaica, e, no necessário, os Mitzvot. Esclarece toda a questão da honra.
Porque toda a honra humana, como é concebida, é, a um tempo, devida Javé Deus — e é um dos aspectos da expressão plena do Amor a Deus e ao próximo
Nesse particular — como em toda a Lei — O Senhor Jesus, com Toda a Autoridade, insere a Lei de Javé Deus no coração, no íntimo do ser humano.
Ao fazê-lo, Ele principia por dar esclarecimento sobre toda a estrutura mandamental da Lei Mosaica, e, no necessário, os Mitzvot. Esclarece toda a questão da honra.
Porque toda a honra humana, como é concebida, é, a um tempo, devida Javé Deus — e é um dos aspectos da expressão plena do Amor a Deus e ao próximo
Nesse particular — como em toda a Lei — O Senhor Jesus, com Toda a Autoridade, insere a Lei de Javé Deus no coração, no íntimo do ser humano.
Nos evangelhos, Jesus Cristo afirmou a importância de honrar pai e mãe (Mateus 15:1-9;19:17-19, Marcos 10:17-19, Lucas 18:18-21). Paulo Apóstolo cita o mandamento em sua Carta aos Efésios:
Na Carta aos Romanos e na Segunda Carta a Timóteo, o Apóstolo Paulo, em seu ensino, caracteriza a desobediência aos pais como sendo um grave pecado (Romanos 1:29-31[131], 2 Timóteo 3:2[132]).
As Palavras de Jesus Cristo e o ensino de Paulo Apóstolo indicam que tanto adultos como crianças permanecem obrigados a honrar seus pais, reverenciando-os, assistindo-os espiritual, emocional e fisicamente, e assim provendo-lhes as necessidades materiais. Nos evangelhos, Jesus mostra-se indignado com algumas pessoas [hipócritas] que usavam de "artifícios legais da Torá (segundo sua [deles] ardilosa compreensão)", para se subtraírem ao dever sagrado, instituído por Javé Deus, de materialmente sustentar seus pais, usando a falsa alegação de que "o dinheiro do sustento aos pais" tinha sido consagrado (era korban, já dedicado a Javé Deus) (Mateus 15:3-8, Marcos 7:9-12). Nessas passagens, Jesus citou Isaías 29:13. Segundo o Evangelho de João, quando Jesus estava na cruz, Ele, como bom filho que honra os pais, zelosamente confiou sua mãe aos cuidados do Apóstolo João, que prontamente o aceitou, como honra filial.
De acordo com o Evangelho de Mateus, a obrigação de honrar os pais é delimitada por uma obrigação superior, do homem para com Deus: "Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim [...]." (Mateus 10:37a[133]) Tais limites, e "a primazia do Primeiro Mandamento em si", levam os estudiosos a concluir que honrar os pais não pode significar desonra a Lei de Deus (isto é, o cometimento de um pecado) a mando de um dos pais[134][135].
Paulo oferece instruções a Timóteo sobre o cuidado amoroso e zeloso para com as viúvas realmente necessitadas, orientando-lhe o seguinte:
Visão católica[editar | editar código-fonte]
A importância de honrar pai e mãe é baseada na origem divina do papel parental:
Conforme os ensinamentos da Igreja Católica, o mandamento de honrar pai e mãe revela a ordem desejada de caridade da parte de Javé Deus — primeiro, Javé Deus, depois os pais, depois os demais[140]. Guardar o mandamento de honrar pai e mãe traz recompensas tanto espirituais quanto temporais de paz e prosperidade, enquanto o fracasso em honrar os pais prejudica tanto o indivíduo quanto a sociedade[141]. O efeito social generalizado de obediência ou desobediência a este comando é atribuído ao status da família como o bloco de construção fundamental da sociedade:
O Evangelho de Lucas observa que, quando criança, Jesus era obediente a seus pais terrenos. Para uma criança em casa, o mandamento de honrar os pais é abrangente, excluindo ações imorais. Crianças crescidas, embora não sejam obrigadas a obedecer da mesma forma, devem continuar a pagar o respeito pelos desejos, conselhos e ensinamentos dos pais[143]. "O respeito filial é demonstrado pela verdadeira docilidade e obediência. 'Meu filho, cumpra o mandamento de seu pai e não abandone o ensinamento de sua mãe. Quando você anda, eles o guiam; quando você deitar, eles observam sobre você ... '"(Provérbios 6: 20-22) [45]
A Igreja ensina que os filhos adultos têm o dever de honrar seus pais, fornecendo "apoio material e moral na velhice e em tempos de doença, solidão ou angústia"[144]. Essa honra deve fundar-se na gratidão do filho pela vida, amor e esforço dados pelos pais e, no possível, de coração[145]. O princípio do mandamento é estendido ao dever de honrar os outros em autoridade direta, como professores e empregadores[146]. O mandamento de honrar pai e mãe também constrói a identidade cristã da pessoa como "um filho ou filha d'Aquele que deseja ser chamado de NOSSO PAI"[147]. Assim, ações de caridade são extensões da honra devida ao Pai celestial.
Visão ortodoxa[editar | editar código-fonte]
O padre Serafim Stephens vê a "Honra" definida como "Amor e Respeito", e observa que esse mandamento está posicionado entre aqueles que se dirigem às obrigações de alguém para com Deus e aquelas que se relacionam com o modo como alguém trata os outros. "É claramente a base do nosso relacionamento com Deus e com todas as outras pessoas"[148]. Richard D. Andrews aponta que, "Toda vez que fazemos algo bom, justo, puro, santo, trazemos honra a nossos pais"[149].
Visão protestante[editar | editar código-fonte]
João Calvino descreve a origem sagrada do "ser pai humano" (que, portanto, exige honra). A analogia entre a honra aos pais e a honra a Javé Deus é ainda reforçada por esse entendimento de que a paternidade terrena é derivada da paternidade originária e soberana e universal de Javé Deus. Assim, o dever de honrar não depende de o pai ser necessaria ou particularmente digno. Calvino, porém, reconhece que alguns pais são totalmente perversos e enfatiza que não há desculpa para o pecado em nome da honra a tal pai, chamando a noção de "absurda"[150].
O comentário de John Wesley sobre o mandamento de honrar pai e mãe é consistente com a interpretação do Catecismo da Igreja Católica. Ele resume as ações que expressam a honra da seguinte forma:
- Uma estima interior delas, manifestada externamente,
- Obediência aos seus mandamentos legítimos (Efésios 6: 1-3),
- Submissão a suas repreensões, instruções e correções,
- Atuação com a consideração do conselho, orientação e consentimento dos pais,
- Oferta de conforto e suprimento de necessidades físicas dos pais idosos[152][153].
Como o Catecismo, Wesley também ensina que o mandamento inclui honrar os outros na legítima autoridade secular. Ele também encoraja as pessoas a honrarem os líderes espirituais com a pergunta: "Todos vocês obedeceram àqueles que cuidam de suas almas e os estimaram altamente apaixonados por sua obra?" Esta pergunta é uma reminiscência das declarações de Paulo à igreja na Galácia e a Timóteo[154].
Matthew Henry explica que o mandamento de homenagear pai e mãe aplica-se não apenas aos pais biológicos, mas também àqueles que cumprem o papel de mãe ou pai. Ele usa o exemplo de Ester honrando seu tutor e primo Mordecai: {{Quote|Mardoqueu, sendo o guardião de Ester ou seu pai, nos é dito ... Quão respeitosa ela era para ele. Embora em relação ela fosse sua igual, ainda, sendo em idade e dependência sua inferior, ela o honrou como seu pai - fez o seu mandamento, v. 20. Este é um exemplo para os órfãos; se caírem nas mãos daqueles que os amam e cuidarem deles, que façam retornos adequados de dever e afeição. Os menos obrigados que seus guardiões tinham o dever de provê-los, são os que mais se sentem gratos em honrar e obedecer aos seus guardiões[155].|Matthew Henry, Comentário sobre Ester 2
O próprio mandamento encoraja a obediência "para que você possa desfrutar de uma vida longa e que possa ir bem com você"[156]. Henrique, Wesley e Calvino afirmam a aplicabilidade desta promessa para todos os que guardam o mandamento, embora cada um observe que, para o cristão do Novo Testamento, a promessa pode ser cumprida como recompensas terrenas e / ou celestiais, conforme Deus sua sabedoria e amor pelo indivíduo.
Em seu comentário, Calvino observa as duras consequências exigidas em Êxodo e Levítico para falhas específicas em guardar o mandamento. Aqueles que atacaram ou amaldiçoaram um pai foram condenados à morte[157]. Filhos persistentemente desobedientes deviam ser levados perante os anciãos da cidade e apedrejados por toda a comunidade se o testemunho dos pais fosse considerado correto[158]. Calvino escreve que Deus sabia que a pena capital para essas ofensas pareceria dura e difícil de pronunciar, mesmo para os responsáveis por julgar a situação. É por isso que, argumenta ele, o texto especificamente atribui responsabilidade pelas conseqüências sobre o infrator. A severidade da sentença enfatizava a importância de remover tal comportamento da comunidade e dissuadir outros que pudessem imitá-lo[159].
Embora Calvino se refira principalmente aos pais em seu comentário sobre o mandamento de honrar pai e mãe, ele escreve quase no início que o mandamento menciona os dois pais de propósito[151]. Como descrito acima, Provérbios apoia o valor da orientação tanto do pai quanto da mãe[160], e Paulo especificou que as crianças deveriam prover suas próprias mães viúvas e avós, “o que é agradável a Deus”[161].
Assim como "honra" envolve oferecer profundo respeito, o oposto de honrar alguém é banalizá-lo, como se não tivesse importância[162].
Respeito não é algo baseado apenas em qualificações pessoais ou profissionais, mas também na posição que Deus deu a essa pessoa. Em 1 Samuel 26, Davi poupa a vida de Saul, mesmo correndo o risco de perder a sua, submetendo-se à autoridade que Deus colocara sobre ele como rei ungido.