terça-feira, 19 de novembro de 2019

Pontos Riscados na Umbanda: importância e exemplos de grafias

Pontos Riscados na Umbanda: importância e exemplos de grafias

Pontos Riscados talvez seja uma das principais dúvidas tanto de médiuns quanto de consulentes na Umbanda.
Abaixo, reproduzimos um ótimo artigo produzido por Lara Lannes para o site Genuína Umbanda sobre este um tema, autorizado pela autora.
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Pontos Riscados são os símbolos gráficos dos quais as entidades de Umbanda se servem para determinar sua identificação.
Eles funcionam como verdadeira identidade da entidade que se manifesta, impedindo assim que algum espírito mal intencionado engane os demais componentes do templo onde se manifesta a entidade.
São traçados, geralmente, no chão ou em tábua de madeira, ou mármore, com uma pemba (giz).
Utilizam símbolos como sóis, estrelas, triângulos, lanças, flechas, folhas, raios, ondas, cruzes, etc.
Não pode existir um Terreiro ou mesmo um trabalho de magia sem o Ponto Riscado.
Assim, os Pontos Riscados são dos mais poderosos instrumentos da Umbanda.
Isso ocorre porque, uma vez que com ele, nada se poderia fazer com segurança, já que é a pemba que tem o poder de fechar, trancar ou abrir os Terreiros conforme exigir o trabalho a ser praticado.
Através dos Pontos Riscados as entidades mostram seus graus hierárquicos e movimentam toda uma falange de entidades que trabalham sob suas ordens para um determinado trabalho de auxílio a alguém.
É pela grafia, pelos símbolos utilizados, que podemos identificar a entidade como um Caboclo, um Preto Velho, qual Preto ou qual Caboclo e assim por diante.
Cada Ponto Riscado tem sua função específica.
Os Pontos Riscados são verdadeiros códigos registrados e sediados no plano espiritual.
Geralmente, só o Pai de Santo ou a entidade firmada sabe e pode identificar, com segurança, qual entidade riscou o Ponto, ou qual falangeiro de Orixá está ali incorporado trabalhando.
Através dele, identifica-se a falange da entidade, sua atividade e poderes.
Cada traço tem seu significado e sua importância no Ponto Riscado pela entidade.
Por isso mesmo, não podem ser riscados sem o devido conhecimento ou por alguém que não seja a entidade atuante.Isso acontece porque, em se tratando da magia das entidades de Umbanda, se não forem traçados por elas, não passam de simples rabiscos inócuos.Os Pontos Riscados nos Templos de Umbanda são feitos com a pemba, que consiste numa espécie de giz, confeccionado com calcário, de formato cônico-arredondado em diversas cores, sendo que conforme a cor utilizada nos Pontos Riscados pela entidade, identifica-se a Linha a que pertence a entidade, ou a Linha com a qual a entidade trabalhará naquele momento.
PONTOS OU REPRESENTAÇÕES DOS ORIXÁS NA UMBANDA
OXALÁ: Representação da presença de luz.
IANSÃ: A taça e o raio.
COSME E DAMIÃO: Carrinhos, pirulitos, brinquedos em geral, bonecos e palhaços, etc.
IEMANJÁ: A estrela, a âncora, as ondas, etc.
OXUM: A lua, o coração, etc.
OXÓSSI: A flecha e o arco.
OGUM: A espada, a lança, a bandeira usada pelos cavaleiros, vários instrumentos de combate.
XANGÔ: O machado.
NANÃ: O iberi ou uma chave.
OBALUAYÊ: O cruzeiro das almas.

OUTROS GRAFISMOS E SIGNIFICADOS DOS PONTOS
– Um Ponto – O Ser Supremo, a origem.
– Uma Linha Reta – O Mundo Material.
– Duas Linhas Retas – O Princípio, o Masculino e o Feminino.
– Uma Linha Curva – A Polaridade.
– Dois Traços Curvos – As duas polaridades – positiva e negativa.
– Um Triângulo de Lados Iguais – A Força Divina – Pai, Filho e Espírito Santo – Santíssima Trindade.
– Dois Triângulos (Hexagrama) – Estrela de seis pontas – todas as Forças do Espaço.
– Um Quadrado – Os 4 elementos (Água, Terra, Fogo e Ar).
– Um Pentagrama – A Estrela de Davi e o Signo de Salomão – a Linha do Oriente, Oxalá, a Luz de Deus.
– Três estrelas – Também representam os Velhos e Almas.
– Círculo – O Universo, a Perfeição.
– Um Círculo com Dois Diâmetros Entre Si – O Plano Divino, o Quaternário Espiritual.
– Círculos Menores e Semicírculos – As fases da lua (símbolo de Iemanjá), forças de luz, inclui Iansã.
– Círculo com Estrias Externas – Sol – Símbolo de Oxalá.
– Espiral – Para fora indica chamamento de força, retirando demanda ou irradiação de Boiadeiro. Seta Reta ou Curva e Bodoque – irradiação de Oxóssi (Caboclo).
– Balança, Machado ou Nuvem – Símbolos de Xangô e do Oriente.
– Raio (condições atmosféricas) – Símbolo de Iansã.
– Espada Curva reta ou inclinada – Símbolo de Ogum.
– Bandeira Branca com Cruz Grega Vermelha – Símbolo de Ogum.
– Flor ou Coração – Símbolos de Oxum.
– Coração com uma Cruz no Interior – Símbolo de Nanã.
– Traços Pequenos na Vertical (chuva) – Símbolo de Nanã.
– Folhas ou Plantas – Símbolos de Oxóssi ou Preto Velhos.
– Tridentes – Símbolos para Exu e Pombagira; garfos curvos para a Calunga e retos para a Rua. (Pode haver ou não caveira)
– Cruz Latina Branca – Cruz de Oxalá.
– Cruz Grega Negra – Com pedestal, símbolo de Omulu.
– Arco-íris – Símbolo de Oxumaré.
– Estrela Branca (Oriente) – Luz dos espíritos.
– Estrela Guia (com cauda) – Símbolo da capacidade de acompanhamento (Oriente).
– Um Oito Deitado (Lemniscata) – Símbolo do Infinito.
– Cordão com Nó ou um Pano – Símbolo das crianças.
– Conchas do Mar – Símbolo das crianças na irradiação de Iemanjá , Oxum, Nanã.
– Águas Embaixo do Ponto – Símbolo de Iemanjá (mar).
– Pequenos Traços de água – Símbolo de Oxum.
– Traço ou Linha Curva com Círculo nas Pontas – Símbolo de força e descarregos.
– Rosa dos Ventos – Chamada de força ou descarrego.
– Palmeiras ou Coqueiros – Força dos Velhos ou Baianos
– Traço com Três Semicírculos nas Pontas – Descarrego e força também.