Energia, Matéria e Consciência (V)
“Disse-lhe Jesus: Eu Sou o caminho a verdade e a vida: ninguém vem ao Pai, senão por mim.” – João 14:6
Quando Jesus disse “Eu Sou o caminho,” ele estava falando sobre Cristo, que é energia. Ele não falava sobre um homem. Ele se referia a uma força [energia]. Quando aquela energia nasce ela pode transformar-nos, porém aquela energia somente poderá vir ao nosso íntimo se já estivermos devidamente preparados.
Aquela energia, Cristo, é a mesma força ou vibração de um raio, como relâmpago, que produz morte. Jesus disse: “Eu Sou a vida”. Vida e morte são duas partes de uma mesma coisa. Se recebêssemos aquele raio ou luz [energia] como somos neste momento, apagaríamos. Precisamos estar preparados para a luz. A preparação é começar a libertar Ishtar, eliminar o ego, submeter estas forças e começar a criar a Alma.
Alma é um significado bem específico. Não é algo vago. Não é qualquer coisa que esteja livre a interpretações. Esta palavra refere-se a um veículo, um vaso ou, em outras palavras, a um transformador de energia. Nosso corpo físico é um transformador de energia. Isto é bastante óbvio. Nós comemos, bebemos, respiramos. Detemos impressões. Estamos constantemente transformando energia. É isso o que sustenta nossas vidas. Se parássemos com estas atividades, morreríamos. O corpo físico somente pode transformar uma pequena lista de elementos. Não podemos comer pedras. Podemos somente comer, beber e respirar de uma pequena lista de elementos. A alma é, do mesmo modo, um transformador de energia espiritual, de muitos tipos de energia, porém não manipulamos com ela ainda. Foi por isso que Jesus disse: “Com paciência vós possuireis a alma.” – Lucas 21:19.
Jesus nunca disse que nós temos uma alma. Ele disse que temos de nascer de novo; ou seja, criar uma Alma.
“Jesus respondeu dizendo-lhe: em verdade, em verdade, lhe digo, a menos que um homem venha nascer de novo ele não poderá ver o reino de Deus.”
“Nicodemus perguntou-lhe: Como pode um homem nascer de novo sendo ele já velho? Pode ele entrar de novo no ventre de sua mãe, e renascer?”
“Jesus respondeu: em verdade, em verdade, lhe digo, a menos que um homem nasça da água [sexo] e do [Sagrado] Espírito, ele não poderá entrar no reino de Deus.”
“Aquilo que é nascido da carne [através do sexo comum] é carne; e aquilo que é nascido do Espírito [através da sexualidade imaculada, conforme requerido em Levítico 15] é Espírito.”
Não te maravilhes de que eu te tenha dito: Necessário vos é nascer de novo [pois tudo o que existe é nascido do sexo; do mesmo modo deve ser a Alma]. João 3.
A Alma é a Carruagem de Ezequiel, a Merkabah, a Arca de Noé, a Arca de Moisés, a Carruagem de Apolo, a Carruagem de Hélios, as Asas de Moisés, o maravilhoso armamento que Aenas recebeu da deusa, a armadura dourada para o guerreiro que combaterá o dragão. Esta é a Alma. A Alma está relacionada ao desenvolvimento de todos os corpos do Ser, especialmente sete, relativos aos sete tipos de energia aqui tratados:
A Alma é uma criação bem específica relacionada especialmente com o coração, mente e vontade. Estes são transformadores de energia. São corpos, não ainda físicos. São corpos em outros níveis.
Quando vocês sonham usam um corpo daquele mundo, que não é seu corpo físico. Aquele corpo do sonho é o corpo emocional. Da mesma maneira que possuímos um corpo físico, também possuímos um corpo emocional. Nosso corpo emocional é lunar. É um presente da natureza. Não nos pertence. A natureza o levará de volta. Quando sonhamos usamos aquele corpo. Se estamos voando em torno, em nossos sonhos, envoltos em nossos desejos, sofrendo com nossos medos, estamos em nosso corpo lunar. Ao escaparmos do corpo físico fazendo uso de exercícios do sonho pela yoga, por projeção astral ou meditação, estamos em nosso corpo astral lunar. É lunar, não solar. A fim de criarmos o corpo emocional solar, é necessário seguirmos uma ciência muito precisa para transformarmos matéria e energia relacionadas a Yesod, chamada tantra ou alquimia. Ela detem muitos nomes. A ciência é extremamente específica. Envolve o mobilizar da energia do corpo físico, do corpo emocional, do corpo mental e do corpo causal.
Eu coloquei anteriormente que energia vital sozinha não pode unir-nos a Deus. É uma parte do quebra-cabeça. Há muitas pessoas que praticam exercícios de transmutação, tantra, alquimia, aproveitamento de energia, com a idéia de que estarão criando o corpo astral, mas eles permanecem sonolentos. Continuam se comportando do mesmo modo tolo como sempre se comportaram, competindo-se, brigando uns com outros, fofocando, ofendendo, sendo invejosos e ciumentos, não controlando suas energias. Desta maneira aproveitam suas energias condicionadas através de seus exercícios tântricos. Na verdade, eles estão aproveitando suas raivas, invejas e ciúmes tentando criar o corpo astral. “O que estarão criando?”. “O que acontecerá se vocês usarem suas raivas tentando fazer alguma coisa com elas?”. “O que acontecerá se vocês usarem suas luxúrias tentando fazer algo a partir delas?”. “Pode a luxúria criar beleza?”; “Pode a raiva criar alguma coisa que tenha algo a ver com Deus?”. Nunca! Eles se tornarão demônios, eis tudo...
A elevação do espírito, a elevação da alma, e a criação do homem solar em nosso interior somente podem acontecer quando estivermos operando com pura energia, energia livre, consciente: energia que não seja condicionada pela raiva, orgulho, medo, preguiça, glutonaria; por todos estes obstáculos que possuímos em abundância. Este é um trabalho bastante difícil.
Muitas pessoas ao entrarem nesta tradição e em outras semelhantes imaginam que o trabalho será fácil. Pensam que é como fazer pão. “Tudo que se deva fazer é misturar a farinha, a água, o sal e pronto: tem-se a Alma.” Muitos, hoje em dia, garantem que em duas semanas vocês podem ter o seu corpo astral. Dizem: “É só me dar $1000 e lhes mostrarei!” Há muitas pretensões e promessas, mas são todas mentiras.
Deus respeita a lei. Deus é a lei. A lei é: o ego pertence ao que pertence. Nenhum ego pode entrar no paraíso. Raiva é energia modificada e matéria pertencente ao seu próprio nível. Ciúme, inveja, medo, glutonaria, orgulho, preguiça são matéria e energia que aprisionam a consciência. Eis o motivo porque todos os que tenhamos estudado religião e espiritualismo inquirimos: “Por que eu não tenho nenhuma experiência com Deus?” “Por que Deus não me ensinará face a face?”– “A resposta não é óbvia?” “Quem ou o quê está falando?” “Será nosso orgulho exigindo que Deus desça para falar-nos?” “Pensamos que Deus responderá ao nosso orgulho?” “Ou então quando sentimos que somos tais horríveis pessoas que praticaram tantas coisas ruins e assim Deus não nos falará?” “Não seria nossa vergonha exatamente a outra face de nosso orgulho?” O divino não pode mesmo misturar-se com o ego.
É um trabalho muito difícil estabelecermos equilíbrio psicológico, sermos conscientes e conhecedores de nós mesmos, sermos incondicionados, presentes, ativos e vigilantes: um mestre em nossas próprias casas. Todos que entram na espiritualidade e na religião querem ser “um mestre.” Há muitos pretendendo a ser “mestres”. Eles têm muitos belos títulos, mas observem suas imprecações quando dão topadas e como esbravejam suas raivas contra aqueles que deles discordam. Isto não é maestria. Observem como eles buscam atenções e amam ser amados. Isto não é maestria, é vaidade.
O autêntico mestre nunca se vangloria em ser um mestre. O verdadeiro mestre é despercebido. Ele se veste como um cidadão comum e caminha anônimo sem chamar a atenção.... Um autêntico guru não anda pelos lugares se vangloriando sobre isto. O autêntico guru é o Cristo Interno. Um verdadeiro mestre vai a todos os lugares anonimamente e desconhecidamente. Ele não exibe seus títulos ou poderes; ele é envolto pela modéstia. Um verdadeiro mestre é, antes de tudo, um cidadão correto. O autêntico mestre nunca é um intelectual, uma vez que o intelecto é uma função animal do “Eu” humano. O verdadeiro mestre é como uma criança: puro, santo, simples e natural. O verdadeiro mestre é o Cristo Interno “Aquele que é a verdadeira Luz que ilumina cada homem que vem adentrar ao mundo”. [João 1:9] – Samael Aun Weor
Necessitamos aprender sobre nós mesmos, a dirigirmos nossa casa, a limpá-la e purificá-la. Vez por outra encontramos manchas de poeira, uma sombra de orgulho, um ligeiro olfato de luxúria e não devemos hesitar em acusar, observar, aprender sobre isto, ver como funciona. “Como isto entrou aqui?” “Quem deixou isto aqui?” “Como eu criei isto?”
Todas as coisas que detemos interiormente, tudo o que experimentamos: gosto, tato e sensação são um produto de nossas próprias mãos. Por conseguinte, os verdadeiros e sinceros devotos de qualquer religião nunca culpam alguém que não sejam eles próprios, conhecendo bem a lei do karma. Todas as coisas são transformações de energia. Se passamos por sofrimento é porque criamos a causa. Se desejarmos parar o sofrimento devemos remover a causa. Aquelas causas são íntimas e não externas. As causas do sofrimento estão em nossos corações e mentes.
Nesta revolução psicológica, pela limpeza das partes mais inferiores de nossas mentes, libertando nossas consciências de seus condicionamentos, as leis da natureza, naturalmente, inevitavelmente, nos elevam. É isto o que a lei da física parcialmente estabelece. Lembrem-se: matéria e energia não podem ser destruídas, elas somente podem mudar a forma. Nossas consciências nunca morrem, elas mudam a forma. Exatamente agora nossas consciências estão aprisionadas no sofrimento. Nossas consciências estão aprisionadas na ignorância. Estamos prisioneiros de toda a sorte de crenças e teorias; de politicas, jogos e futilidades, acreditando que somos “isto e aquilo” quando não somos. A esperança é que aprendendo sobre estes fatos e em vendo a nós mesmos naquilo que de fato somos, possamos nos libertar de tudo. Uma vez livres aquelas consciências podem agir numa via de positividades e criar consequências e ações positivas. Tudo está em nossas mãos.
Fundamentalmente, precisamos começar por economizar energia. Podemos lançar mão de muitas práticas a fim de dar base a este esforço. A única coisa mais importante é auto-conhecimento.
É bom aprender sobre transmutação; necessitamos disto. É bom aprender sobre meditação e como eliminar o ego; saber sobre práticas rúnicas, pranayama, exercícios rejuvenecedores, exercícios iogues; há milhares de exercícios, de vocalizações, de mantras – necessitamos deles, são importantes. Entretanto, se não nos lembrarmos de nós mesmos, se não nos mantivermos conhecedores, todas estas práticas serão inúteis, e podem se tornar de fato perigosas.
Por isto que Samael Aum Weor disse haver muitas pessoas mal orientadas dentro do movimento Gnóstico que, ao invés de estarem se tornando anjos, estão se tornando demônios, porque não estão eliminando seus egos, nem se lembrando de si mesmos e nem despertando as consciências. Eles estão, efetivamente, realizando quantidades de transmutações, mas continuam as mesmas pessoas tolas que sempre foram, e os resultados são: demônios. O problema é que estão piores do que eram antes, porque tem agora mais energia, porém direcionada para o lado demoníaco. Eles estão manipulando mais forças negativas. Este é o problema, e porque estamos sendo bastante explícitos sobre isto.
A religião real não é um caminho fácil, prazeroso, coberto com flores. Religião real é um caminho difícil, bem distante de facilidades.
“Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lo também vós, porque esta é alei e os profetas. Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que conduz à perdição e muitos os que entram por ela.” “E porque estreita é a porta e apertado é o caminho que leva à vida [Cristo] e poucos há que a encontram.” Jesus, Mateus 7.
A religião real não surge de um livro ou da crença em alguma coisa. Vem de uma grande batalha interna que solitariamente travamos conosco, e nenhum de nós deseja morrer como ego, ainda que morrer seja o caminho. Jesus na cruz, João com a cabeça numa bandeja, Osiris morto, Belen morto, Quetzalcoatl morto, Odin morto. Todos os grandes deuses demonstram em suas histórias que devemos morrer. O ego, nosso orgulho, nosso amor próprio, nossa auto-estima; tudo sobre nós que pensamos de nós tem de morrer. Este é o grande postulado em Gnose: a fim de ascender a um novo nível do ser, tudo sobre o antigo nível do ser precisa cessar.
Olhem para vocês próprios. “Você veem o que vocês são agora?” Tudo disto precisa ir-se. Tudo o que permanecer serão suas consciências e suas energias, porém modificadas numa nova estrutura. Esta é a diferença. A lei da física estabelece que energia não pode ser destruída, somente pode ser modificada. Consciência é energia de um nível muito alto, grandemente refinada em seu Zenith. Na sua profundidade [no "Nadir" R/R] é da maior escuridão. Se quisermos elevar nossas consciências, precisaremos nos descartar de todas as coisas que envolvem a consciência naquele nível de que desejamos escapar.
Não podemos reter nada. Esta é a imagem do espelho do mito de Ishtar. Aquele mito detem muitos significados, e há outro significado oculto. Nossa Ishtar interna ficou de novo vestida, mas no submundo. Nós vestimos nossa Ishtar como uma prostituta. Nossa Ishtar interna é Jezebel, a grande meretriz da Bíblia que se adornou com orgulho, inveja, luxúria, glutonaria, etc. A fim de que retornemos a nossos mananciais, despertos, iluminados, purificados, todas estas coisas precisam ser descartadas. Ishtar precisa retorna pura, vestindo as vestes solares.
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Parte (II) : Energia, Matéria e Consciência (II)
Parte (VI) : Energia, Matéria e Consciência (VI) - Final
[Segue Parte VI]
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Energy, Matter and Consciousness
Fonte:
Tradução Inglês/Português: Rayom Ra
Rayom Ra
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