Naquela noite ela entrou
Neste casa e se ajoelhou diante
de mim.
Os riscos pretos correndo
Pelas bochechas pela maquiagem
Desfeita de tanto chorar
Naquela noite ela entrou
Neste casa e se ajoelhou diante
de mim.
Os riscos pretos correndo
Pelas bochechas pela maquiagem
Desfeita de tanto chorar.
No desespero ela falou:
— Eu vendo minha alma se isso for pagar!
E minha paciência ja havia
A muito se esgotado.
— Não pode vender o que já não tem.
— Como não tenho?
— Você ja vendeu sua alma a alguém.
— A quem?
— A ele.
— Então eu sou o dele!
— Não é não, você pode ter dado sua alma para ele, mas o coitadinho já jogou na lata do lixo meu bem, com você ele não quer nada.
E ela grunhiu de raiva
E deu alguns socos no chão
Implorando que eu trouxesse
Aquele homem de volta
A vida dela,
Mas mais um vez eu disse não.
Neguei sim pois o homem em
Questão havia entrado em minha
Casa meses antes
E ajoelhado do mesmo modo
Como ela estava ali,
Ele também se ajoelhou
E me pediu proteção.
Pudera eu lutar contra mim mesma?
Pudera eu quebrar minha palavra
E minha promessa?
Mas aquela pobre desgraçada
Estava fora de si
E implorava que eu fizesse algo.
Um casamento que foi feito
em cima do Feitiço de amarração,
um casamento que durou sete anos
pois esse é o período de tempo
que a amarração dura,
mas assim que aquele homem
percebeu que havia sido amarrado
veio até mim implorou que eu
não permitisse que novamente
magia fosse lançada sobre ele.
Então eu aceitei protegê-lo
de todo o mal,
pois eu que sou nascida e criada
no fogo e na sombra sou aquela
que pode cortar o feitiço
como a madeira é cortada
pelo Machado.
Mas aquela mulher
teve de me desrespeitar.
Eu nunca me considerei
uma pessoa má,
por mais que o nome por qual
O povo me conhece seja
a Rainha do Inferno
eu estou muito longe de ser
um diabo,
e por mais que as pessoas digam
que eu sou impaciente e
intransigente a verdade é que os
meus níveis de tolerância
são altíssimos.
Mas ali ajoelhada na minha frente
a mulher ergueu o queixo e
com a expressão de Fúria
me insultou.
— você não vai fazer nada para me ajudar porque com certeza não sabe o que fazer... não acredito que eu estou aqui implorando ajuda de uma charlatã, um zombeteiro que só faz promessas e não cumpre nada! Quer o quê? quer mais dinheiro? Pois eu não vou pagar mais nada e nem quero nenhum tipo de feitiço estúpido e vazio para me da Paz! No fim das contas Dona Rainha do Inferno, eu vou buscar ajuda com Maria Padilha porque ela pode mais que você!
Ela ficou em pé e saiu pisando duro.
Imediatamente ali ainda
dentro do corpo de meu cavalo
fechei meus olhos e sussurrei
um breve aviso:
"Maria Padilha, que não exista motivo para lançarmos setas uma contra a outra."
Eu que tenho respeito por
todas essas que são jovenzinhas
tenho a graça de receber delas
o respeito em retorno.
Senti que Maria Padilha concordava
comigo e não iria ajudar
aquela fulana coisa alguma.
Quando eu vim para cá para
este país através do povo que
há muito tempo me cultuou no
meu local de origem,
me deparei com essas
outras mulheres saídas de um cabaré
ou das choupanas de Feiticeiras
espalhadas pela Mata,
todas essas que já eram mortas há
Duzentos ou trezentos anos
se diziam "Pombagiras".
E eu que existi antes mesmo
do magricela ser pregado na cruz?
Não tenho Duzentos ou Trezentos
anos de existência e sim
dez vezes isso,
mas ainda assim por mais que
a minha idade seja muita
e que a experiência seja grande,
um espírito só é completo
Quando tem contato com a vida,
quando tem contato com os vivos.
Desta forma de um modo inusitado
eu misturei com essas outras moças.
Quem bate o olho em minha imagem
logo vê que sou diferente,
não tenho uma pele branca leitosa
como aquelas que descendem
da Europa,
não tenho uma pele negra
como Ébano como aquelas que vem
do velho continente.
A minha pele é vermelha pelo fogo
que fui forjada,
pela magia do lugar de
onde eu venho.
Mas quando o povo começou
a vir a mim e com muita dificuldade
de dizer o meu nome passou
a me tratar por Rainha do Inferno.
Eu atendi e hoje é assim que sou
conhecida, ninguém mais se lembra
de uma jovem Feiticeira
que viveu a milênios atrás,
uma jovem princesa chamada Layla.
Aqui nessa terra eu sou apenas
Rainha do iIferno.
E por não ser mais uma
antiga princesa e sim uma
nova rainha eu não iria permitir
que uma mulher de carne e osso
me tratasse daquela forma.
O sol nasceu, o sol se pôs,
no dia seguinte aquela
mulherzinha estúpida
estava mais uma vez dirigindo
o seu carro rondando o bairro
onde o ex-marido agora morava,
feito uma louca ficava dando
voltas no quarteirão para ver
se conseguia vê-lo.
Mas naquela noite ela de fato o viu,
viu ele no portão da casa
que morava beijando uma
outra moça,
moça em questão que eu mesma
coloquei no caminho dele
para que fosse feliz.
Então aquela mulher odiosa
se enfureceu de forma
tão alucinada que afundou o
pé no acelerador e o carro
guinou para cima deles na calçada,
ela queria matar os dois, e quase conseguiu.
Ficou só no quase
pois no último segundo
os dois se encostaram no portão
e o carro deu uma guinada
para o lado voltando para a rua.
A doida gritou de ódio e começou
a tentar mover o volante para
o outro lado,
queria voltar e passar por cima
daquele homem que ela
dizia que amava,
mas ela não pôde fazer isso pois
o volante estava tão duro
que ela não conseguia virar e
logo o pânico tomou conta de si
quando percebeu que o pedal
do acelerador estava afundado
e não subia de jeito algum.
Tentou puxar o freio de mão
mas não conseguiu,
o carro estava agora desgovernado
indo adiante.
E eu sentada no banco do
carona gargalhava com
a minha mão segurando o volante
a outra prendendo o freio de mão
e meu pé pisando fundo
no acelerador.
Ela berrou de medo quando
viu o volante girando sozinho,
estava eu fazendo uma curva a
180 quilômetros por hora,
estava indo em direção a
Avenida mais longa do Bairro,
Avenida longa e totalmente vazia
naquela hora.
O susto maior daquela mulher
foi quando ela ouviu o click
do cinto de segurança soltando.
Ah eu como sou brincalhona
deslizei o meu dedo e com a ponta
da unha apertei aquele
botãozinho laranja que
desprende o cinto.
Ela aterrorizada enquanto
o carro zunia pela Avenida
agora a 250 quilômetros por hora.
No último segundo eu deixei,
permiti que ela me visse.
Ela não me viu como um
simples rapaz vestido com
uma roupa negra e um turbante
como me via quando eu
estava incorporada em meu médium,
naquele ultimo Segundo
ela me viu como eu sou,
ali cara a cara com ela
e eu sorri mostrando todos
os meus dentes.
O grito de horror foi suprimido
pela batida do carro na árvore
no canteiro central,
então o impacto forte e
um corpo sendo arremessado
contra o para-brisa
estilhaçando vidro e sendo jogado
para fora,
um corpo de mulher girando no ar
e batendo no asfalto.
A multidão se reuniu em volta
da cena,
uma mulher caída no asfalto
da avenida, um braço para
um lado o outro braço para o outro,
uma perna quebrada em uma posição estranha e um rosto que ainda
mantinha congelado em si
uma boca escancarada em
um grito de horror.
E assim as cortinas se fecharam
E o teatro da vida
Para aquela infeliz... acabou.
Como eu já disse,
não me considero uma mulher má,
Apenas me considero uma mulher
justa em excesso.
Eu nunca vou até as pessoas
pedir nada a elas,
mas quando elas vêm a mim
elas precisam ter respeito.
Precisam entender quando eu
digo sim e também respeitar
Quando eu digo não.
Jamais faria algo com alguém
que é inocente,
mas aquele que me provoca
ou me desrespeita carrega em si
a marca da culpa,
E é uma marca muito pesada.
Aqueles que quiserem andar
ao meu lado sejam muito bem-vindos
mas saibam que quem pisa
fora da linha às vezes perde o pé.
Mas não liguem para
as coisas que eu faço,
eu sou apenas uma mulher
muito brincalhona.
É uma pena que quando
eu dou risada
Geralmente eu rio sozinha
pois nem todos acham graça.
Eu sou a Rainha do Inferno.
Arte e texto por Felipe Caprini
Espero que tenham gostado!
Não copie o texto ou reposte a arte sem dar os créditos! Seja Honesto!
Quer saber sobre os mistérios da vida? Sobre sobre os seus caminhos?
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O jogo custa 35,00 e dá direito a 5 perguntas em até uma hora.
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Neste casa e se ajoelhou diante
de mim.
Os riscos pretos correndo
Pelas bochechas pela maquiagem
Desfeita de tanto chorar.
No desespero ela falou:
— Eu vendo minha alma se isso for pagar!E minha paciência ja havia
A muito se esgotado.
— Não pode vender o que já não tem.— Como não tenho?— Você ja vendeu sua alma a alguém.— A quem?— A ele.— Então eu sou o dele!— Não é não, você pode ter dado sua alma para ele, mas o coitadinho já jogou na lata do lixo meu bem, com você ele não quer nada.E ela grunhiu de raiva
E deu alguns socos no chão
Implorando que eu trouxesse
Aquele homem de volta
A vida dela,
Mas mais um vez eu disse não.
Neguei sim pois o homem em
Questão havia entrado em minha
Casa meses antes
E ajoelhado do mesmo modo
Como ela estava ali,
Ele também se ajoelhou
E me pediu proteção.
Pudera eu lutar contra mim mesma?
Pudera eu quebrar minha palavra
E minha promessa?
Mas aquela pobre desgraçada
Estava fora de si
E implorava que eu fizesse algo.
Um casamento que foi feito
em cima do Feitiço de amarração,
um casamento que durou sete anos
pois esse é o período de tempo
que a amarração dura,
mas assim que aquele homem
percebeu que havia sido amarrado
veio até mim implorou que eu
não permitisse que novamente
magia fosse lançada sobre ele.
Então eu aceitei protegê-lo
de todo o mal,
pois eu que sou nascida e criada
no fogo e na sombra sou aquela
que pode cortar o feitiço
como a madeira é cortada
pelo Machado.
Mas aquela mulher
teve de me desrespeitar.
Eu nunca me considerei
uma pessoa má,
por mais que o nome por qual
O povo me conhece seja
a Rainha do Inferno
eu estou muito longe de ser
um diabo,
e por mais que as pessoas digam
que eu sou impaciente e
intransigente a verdade é que os
meus níveis de tolerância
são altíssimos.
Mas ali ajoelhada na minha frente
a mulher ergueu o queixo e
com a expressão de Fúria
me insultou.
— você não vai fazer nada para me ajudar porque com certeza não sabe o que fazer... não acredito que eu estou aqui implorando ajuda de uma charlatã, um zombeteiro que só faz promessas e não cumpre nada! Quer o quê? quer mais dinheiro? Pois eu não vou pagar mais nada e nem quero nenhum tipo de feitiço estúpido e vazio para me da Paz! No fim das contas Dona Rainha do Inferno, eu vou buscar ajuda com Maria Padilha porque ela pode mais que você!Ela ficou em pé e saiu pisando duro.
Imediatamente ali ainda
dentro do corpo de meu cavalo
fechei meus olhos e sussurrei
um breve aviso:
"Maria Padilha, que não exista motivo para lançarmos setas uma contra a outra."
Eu que tenho respeito por
todas essas que são jovenzinhas
tenho a graça de receber delas
o respeito em retorno.
Senti que Maria Padilha concordava
comigo e não iria ajudar
aquela fulana coisa alguma.
Quando eu vim para cá para
este país através do povo que
há muito tempo me cultuou no
meu local de origem,
me deparei com essas
outras mulheres saídas de um cabaré
ou das choupanas de Feiticeiras
espalhadas pela Mata,
todas essas que já eram mortas há
Duzentos ou trezentos anos
se diziam "Pombagiras".
E eu que existi antes mesmo
do magricela ser pregado na cruz?
Não tenho Duzentos ou Trezentos
anos de existência e sim
dez vezes isso,
mas ainda assim por mais que
a minha idade seja muita
e que a experiência seja grande,
um espírito só é completo
Quando tem contato com a vida,
quando tem contato com os vivos.
Desta forma de um modo inusitado
eu misturei com essas outras moças.
Quem bate o olho em minha imagem
logo vê que sou diferente,
não tenho uma pele branca leitosa
como aquelas que descendem
da Europa,
não tenho uma pele negra
como Ébano como aquelas que vem
do velho continente.
A minha pele é vermelha pelo fogo
que fui forjada,
pela magia do lugar de
onde eu venho.
Mas quando o povo começou
a vir a mim e com muita dificuldade
de dizer o meu nome passou
a me tratar por Rainha do Inferno.
Eu atendi e hoje é assim que sou
conhecida, ninguém mais se lembra
de uma jovem Feiticeira
que viveu a milênios atrás,
uma jovem princesa chamada Layla.
Aqui nessa terra eu sou apenas
Rainha do iIferno.
E por não ser mais uma
antiga princesa e sim uma
nova rainha eu não iria permitir
que uma mulher de carne e osso
me tratasse daquela forma.
O sol nasceu, o sol se pôs,
no dia seguinte aquela
mulherzinha estúpida
estava mais uma vez dirigindo
o seu carro rondando o bairro
onde o ex-marido agora morava,
feito uma louca ficava dando
voltas no quarteirão para ver
se conseguia vê-lo.
Mas naquela noite ela de fato o viu,
viu ele no portão da casa
que morava beijando uma
outra moça,
moça em questão que eu mesma
coloquei no caminho dele
para que fosse feliz.
Então aquela mulher odiosa
se enfureceu de forma
tão alucinada que afundou o
pé no acelerador e o carro
guinou para cima deles na calçada,
ela queria matar os dois, e quase conseguiu.
Ficou só no quase
pois no último segundo
os dois se encostaram no portão
e o carro deu uma guinada
para o lado voltando para a rua.
A doida gritou de ódio e começou
a tentar mover o volante para
o outro lado,
queria voltar e passar por cima
daquele homem que ela
dizia que amava,
mas ela não pôde fazer isso pois
o volante estava tão duro
que ela não conseguia virar e
logo o pânico tomou conta de si
quando percebeu que o pedal
do acelerador estava afundado
e não subia de jeito algum.
Tentou puxar o freio de mão
mas não conseguiu,
o carro estava agora desgovernado
indo adiante.
E eu sentada no banco do
carona gargalhava com
a minha mão segurando o volante
a outra prendendo o freio de mão
e meu pé pisando fundo
no acelerador.
Ela berrou de medo quando
viu o volante girando sozinho,
estava eu fazendo uma curva a
180 quilômetros por hora,
estava indo em direção a
Avenida mais longa do Bairro,
Avenida longa e totalmente vazia
naquela hora.
O susto maior daquela mulher
foi quando ela ouviu o click
do cinto de segurança soltando.
Ah eu como sou brincalhona
deslizei o meu dedo e com a ponta
da unha apertei aquele
botãozinho laranja que
desprende o cinto.
Ela aterrorizada enquanto
o carro zunia pela Avenida
agora a 250 quilômetros por hora.
No último segundo eu deixei,
permiti que ela me visse.
Ela não me viu como um
simples rapaz vestido com
uma roupa negra e um turbante
como me via quando eu
estava incorporada em meu médium,
naquele ultimo Segundo
ela me viu como eu sou,
ali cara a cara com ela
e eu sorri mostrando todos
os meus dentes.
O grito de horror foi suprimido
pela batida do carro na árvore
no canteiro central,
então o impacto forte e
um corpo sendo arremessado
contra o para-brisa
estilhaçando vidro e sendo jogado
para fora,
um corpo de mulher girando no ar
e batendo no asfalto.
A multidão se reuniu em volta
da cena,
uma mulher caída no asfalto
da avenida, um braço para
um lado o outro braço para o outro,
uma perna quebrada em uma posição estranha e um rosto que ainda
mantinha congelado em si
uma boca escancarada em
um grito de horror.
E assim as cortinas se fecharam
E o teatro da vida
Para aquela infeliz... acabou.
Como eu já disse,
não me considero uma mulher má,
Apenas me considero uma mulher
justa em excesso.
Eu nunca vou até as pessoas
pedir nada a elas,
mas quando elas vêm a mim
elas precisam ter respeito.
Precisam entender quando eu
digo sim e também respeitar
Quando eu digo não.
Jamais faria algo com alguém
que é inocente,
mas aquele que me provoca
ou me desrespeita carrega em si
a marca da culpa,
E é uma marca muito pesada.
Aqueles que quiserem andar
ao meu lado sejam muito bem-vindos
mas saibam que quem pisa
fora da linha às vezes perde o pé.
Mas não liguem para
as coisas que eu faço,
eu sou apenas uma mulher
muito brincalhona.
É uma pena que quando
eu dou risada
Geralmente eu rio sozinha
pois nem todos acham graça.
Eu sou a Rainha do Inferno.
Arte e texto por Felipe Caprini
Espero que tenham gostado!
Não copie o texto ou reposte a arte sem dar os créditos! Seja Honesto!
Quer saber sobre os mistérios da vida? Sobre sobre os seus caminhos?
Ou descobrir quem são suas entidades?
Venha jogar Tarô comigo!
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