sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Os olhos opacos de Maria fitavam o rosto do irmão, as mãos dele firmes em volta do pescoço dela

 Os olhos opacos de Maria fitavam o rosto do irmão, as mãos dele firmes em volta do pescoço dela


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Os olhos opacos de Maria fitavam o rosto do irmão, as mãos dele firmes em volta do pescoço dela.
Maria achou estranho que seu rosto estivesse molhado, ela nunca chorava mas percebeu que aquelas lágrimas não eram suas e sim dele, as lágrimas do irmão que pingavam sobre seu rosto.
Isso teve que acontecer, foi a pior coisa do mundo mas teve de ser feito.

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Muitos anos antes uma índia que remava sua Canoa pelo rio congelou de medo quando viu a água se mover de forma sinuosa.
Todo o povo de Aldeia sabe que quando água de rio se move daquele jeito é porque embaixo tem sucuri, mas não há nada que se fazer pois aquele que entra na água é para se molhar não é mesmo? A Índia continua remando lentamente para não chamar atenção da serpente mesmo sabendo que pelo movimento da água a cobra vinha em sua direção. Um grito de susto saiu da boca da Índia quando a cobra deu bote e o susto foi tão grande não porque era cobra mas sim que no bote surgiram duas mãos de homem agarrando a borda da Canoa.
Mãos bonitas de homem forte.
A Índia ficou ao mesmo tempo aliviada e muito confusa, como era possível que um homem nadasse daquele jeito sobre as águas? Aquele movimento era característica das cobras do Rio, mas o homem que agora colocava a cabeça por cima da borda da Canoa sorria para ela de modo Galante.
Cabelos negros molhados sobre a testa, olhos amendoados e labios fartos.
A Índia engoliu em seco admirada pela beleza daquele rapaz e perguntou quem era ele e o que queria com ela.
Engoliu em seco novamente quando o rapaz pronunciou o próprio nome.

💚— Eu? Eu sou Boiúna.

A jovem índia já sabia o que aquilo era.
Desde muito pequena sua avó que vinha do Povo Tupinambá contava para ela a história de um Deus muito antigo entre os índios, um dos deuses da família boi. Para os índios a palavra boi não significa aqueles animais grandes que comem capim, boi para os índios significa cobra.
A velha avó alertou muitas vezes a jovem índia de que nunca aceitasse conversar com homem bonito na beira do rio, porque havia o naquelas bandas Deus Boiúna que era cobra grande na maior parte do tempo mas quando queria se engraçar com as moças se tornava em homem bonito.
A jovem índia mesmo tendo a história de sua avó repassada em sua mente enquanto olhava para o rosto do homem que encarava com um sorriso simpático, acabou por balançar a cabeça em aceitação quando ele perguntou se podia subir na Canoa.
Nem ela mesmo entendeu porque deixou ele subir porém ao contemplar aqueles olhos, olhos amarelos de cobra no rosto de homem de queixo quadrado Ela acabou fazendo tudo o que ele queria.
O homem sorria e dizia coisas agradáveis elogiando os cabelos sedosos da Índia ou os pequenos pés dela que com destreza se colocavam juntos no meio da Canoa para balancear o peso. A Índia não dizia nada apenas remava sem compreender como era possível aquela sensação que sentia nas palavras dele, às vezes ele só falava mas ela sentia como se fosse uma ladainha ou uma cantiga penetrando em seus ouvidos.
Já diziam os índios antigos "dentro da Mata ouvi uma Coral piár", e agora a jovem índia finalmente entendia o que era aquela história de cobra piando, não era som igual o que faz galinha, era o Feitiço da serpente que prende as almas dos humanos.
Não se sabe muito bem como aconteceu mas poucas horas depois ela estava abraçada com aquele rapaz na beira do rio, haviam namorado a tarde inteira e ele então se levantava sorrindo para ela novamente dizendo o quanto era bonita.
A Índia sentou e observou o homem desnudo ir para dentro da água e achou que ele iria se lavar nas Águas Limpas do Rio Amazonas, mas depois que o homem entrou na água ele não tornou a se levantar.
Ela preocupada foi para o rio temendo que ele houvesse prendido o pé no fundo do leito e não estivesse conseguindo voltar à tona após o mergulho. Mas quando ela entrou na água sua perna esbarrou em algo gelado e o corpo inteiro da índia se arrepiou quando uma gigantesca Serpente Negra demais de quinze metros colocou a cabeça para fora da água.
A Índia com os olhos arregalados ficou paralisada mas a serpente apenas moveu a boca e com voz humana disse:

💚— Eu sou Boiúna.

Então a água do rio se tornou sinuosa novamente quando a cobra grande saiu nadando e sumiu na escuridão do entardecer.
Um mês se passou e a jovem e mulher começou a sentir os enjoos e as tonturas. Já não morava em Aldeia colocada no meio do mato, agora seu povo era ribeirinho e trabalhava com pesca vendendo os peixes para os brancos que passavam por ali. Mas ainda era povo da Mata e quem mandava na aldeia de ribeirinhos era o cacique que logo percebeu que a mais bela moça de seu povo estava gestante.
Com os índios é assim, lá não se faz teste de gravidez, se o índio mais velho olha para moça ele sabe se está grávida ou não apenas pelo brilho da pele dela.
Mas aquela jovem não tinha marido, e também não tinha namorado, então o cacique mandou o pajé e investigar.
Se a moça estivesse esperando um filho de algum dos rapazes da Aldeia não teria problema algum, mas eles ficariam muito aborrecidos se o filho dela fosse fruto de alguma violência que ela houvesse sofrido dos homens brancos, que era homens muito maus que tinham por hábito forçar as moças quando as pegavam sozinhas.
Quando a moça foi levada até a Cabana do Pajé e ele perguntou a ela quem era o pai, a Moça por um bom tempo ficou calada até que o pajé com o seu conhecimento, soprando sobre ela na fumaça do Cachimbo viu que quando a fumaça batia sobre a jovem ela desviava dela de forma sinuosa, era fumaça se desfazendo no ar em formato de cobra.

⏳— Cunhã, sei que vocês que são bem jovens não acreditam nas verdades que os velhos falam. Mas diga a mim, foi a cobra grande na beira do rio?

E a Índia confirmou muito constrangida pois na realidade não tinha coragem de falar o que tinha acontecido pois sempre pensava que estava ficando meio doida com aquela história toda.
O Pajé a obrigou a ficar morando junto com ele na cabana e ficava rezando sobre a barriga dela enquanto crescia, dizia ele que ainda dava jeito de salvar as almas ali dentro pois era conhecido que os filhos de Boiúna eram sempre maldições na terra mas que ainda assim seria possível salvá-las com a força dos ancestrais.
E assim o tempo passou, e assim chegou o dia das dores onde deitada em uma esteira apoiada pelas anciãs da Aldeia o Pajé se colocou entre as pernas da Índia já esperando que uma nova vida viesse ao mundo.
Um grito desesperado da índia pela dor nas contrações seguido de um grito de pavor do Pajé que se afastou da esteira caindo para trás. A parturiente ficou desesperada pois pensou que seus bebês haviam caído no chão já que o pajé não estava ali para aparar. Levantou a cabeça para ver o corpo de seu filho que agora descia diante de si e todas as anciãs ali dentro gritaram desesperadas junto com a própria mãe Quando viram entrelaçadas Diante da esteira duas cobras, duas cobras úmidas e que juntas mordiam um cordão umbilical.
Gritaram desesperadas mas ninguém se mexeu mas não sabiam o que fazer. O Pajé se recuperou do susto e apanhando o seu Maracá começou a sacudir por cima das cobras enquanto dizia palavras muito antigas da feitiçaria da Floresta.
De repente se ouviu o choro de criança e quando todos ali piscaram os olhos viram deitadinhos na esteira dois bebês pequenos, as cobras agora eram crianças gêmeas que acabaram de nascer.
O cacique quando soube daquilo se recusou a dar nome de índio aos dois novos membros da Comunidade.
É o cacique que dá o nome reconhecendo a criança como parte do Povo, mas aquelas duas não eram reconhecidas como parte de nada, então foi a própria mãe que batizou os dois com nome de homem branco.
O menino se chamou Honorato e a menina se chamava Maria.
E o cacique disse que mesmo confiando nas palavras do Pajé ele próprio não havia visto criança algumas se tornar cobra mas se ele visse ele seria o primeiro a cortar a cabeça das duas pois não iria admitir filho de espírito ruim no meio de sua gente.
Passado um tempo o cacique se arrependeu das palavras duras que havia dito para jovem índia Pois aquela menina era muito querida por todo o povo, então decidiu ir até a Cabana dela para se desculpar. Mas quando entrou na cabana dela viu a jovem índia deitada em uma rede Adormecida enquanto na esteira diante de si estavam duas serpentes enroladas em paninhos de criança.
O cacique gritou apavorado e quando ainda abriu os olhos e ficou em pé viu que diante de si estavam seus dois filhos agora em forma de gente novamente.
O cacique saiu correndo dizendo que iria voltar com o facão para cortar o mal pela raiz, então a Índia desesperada agarrou seus dois bebês que mal haviam completado um mês de vida e correu para dentro da Mata, correu muito até chegar na beira do rio.
Ouvir os passos do Cacique e dos outros índios que vinham pela floresta atrás dela e por isso teve de fazer tudo com muita pressa, colocou as crianças dentro da água e gritou bem alto o nome de Boiúna.
Parecia Até que a cobra grande estava esperando pois lá no meio do rio a água se agitou de forma sinuosa.
A Índia chorou muito quando os dois bebês que estavam em seus braços diminuíram de tamanho e sumiram, diante dela deixando apenas dois rastros de água se movendo com duas serpentes pequenas em direção a grande.

💓— Você é pai! Você tem que cuidar deles!

A serpente Negra colocou sua cabeça enorme para fora e olhou para a Índia então abriu a boca e falou com voz humana

💚— fique em paz Cunhã, fique em paz.

E assim através dos anos os gêmeos foram vigiados pelo pai que lhes trazia a comida e garantia a proteção.
Porém a serpente Boiúna nunca deu aos filhos qualquer noção de educação ou formação pessoal e desse modo cada um cresceu segundo sua própria índole.
E essa índole se mostrava sempre nas noites de lua cheia.
Nestas noites Honorato e Maria que já naquela altura haviam se tornando serpente tão grandes quanto o pai e que tinham os mesmos poderes que ele, nas noites de lua cheia as duas serpentes gigantescas se encaminhavam até a margem do rio e ficavam ali adormecidas enquanto de suas enormes bocas surgiam dois corpos humanos, Honorato mais conhecido apenas como Norato Cobra Grande quando tinha forma de homem se transformava num rapaz muito bonito e muito Galante que gostava de ir para as festas nas aldeias para namorar as moças e dançar até o sol raiar.
Norato nunca teve um pingo de maldade no coração porém sua irmã Maria Caninana, que também se transformava em uma mulher muito bonita nas noites de lua cheia, era Má e cruel e gostava de fazer uma brincadeira muito perversa que era atrair homens para margem do rio e quando eles estavam ali encantados por sua beleza ela se transformava novamente em cobra e os devorava, mas não era simplesmente se alimentar do corpo de carne do homem, não, o que Maria Fazia era torturado por horas quebrando seus ossos e arrancando os seus membros até que por fim os engolisse por inteiro. Norato sempre foi horrorizado com isso porém Nunca interferiu na vida da irmã, mesmo eles sendo daquela maneira os dois se amavam.
Certa vez em uma noite de lua cheia Norato não foi para o baile e sim foi visitar sua mãe que era coisa que ele sempre gostava de fazer pelo menos uma vez ao ano, mas naquela noite quando chegou lá a mãe estava aflita e foi logo perguntando se ele sabia se era Maria que havia matado as crianças da Aldeia.
Norato imediatamente negou, Maria sempre dizia que gostava de devorar os homens porque aqueles homens que ela escolhia como vítima eram pessoas ruins e perversas e que mereciam justiça, por isso ele defendeu a irmã dizendo que ela Jamais seria capaz de tal coisa.
Mas a mãe ainda assim pediu que Norato tivesse certeza daquilo e ele a pedido dela voltou para margem do rio antes da hora, antes do raiar do sol e ali viu a cena mais grotesca que jamais imaginou ver.
Maria já transformado em uma grande serpente arrastava uma menininha para dentro do Rio a mordendo pela perna então a sacudia no ar com grande força Até que nitidamente os ossos da menina esfarelavam, e a criança gritava plenos pulmões de horror e de dor.
Maria ria enquanto fazia aquilo.
Norato observando ao longe sentiu o coração afundar dentro do peito porque percebeu que a irmã não era como ele, a irmã era um verdadeiro demônio.
Então voltou para Aldeia e foi se consultar com o Pajé que era homem sábio das coisas da espiritualidade e da vida.
O pajé disse a ele que os dois gêmeos serpentes só conseguiam entrar e sair do formato de cobra porque estavam puramente na espiritualidade da cobra, porém se houvesse um toque de humanidade Maria não conseguiria se tornar serpente e seria mulher humana, em forma de mulher humana ela poderia ser parada.
O Pajé já explicou melhor a situação e marcou o com Norato de que na próxima Lua cheia ele o ajudaria a dar cabo de Maria Caninana.
E assim foi, um mês se passou e novamente Norato e Maria deixaram seus corpos de serpente dormentes na margem do rio e caminharam sobre a terra com duas pernas feito gente, Norato disse que iria para um baile e Maria não desconfiou Pois disse também que iria se divertir por aí.
Mas Norato correu até a casa do Pajé e o velho homem já o esperava com uma cuia de coco repleta de um líquido branco.

⏳— Isso é leite de mulher, uma das moças da Aldeia teve filho recente e pedi a ela um pouco do leite do peito. Coloque isso na boca do corpo dormente da serpente de Maria e quando ela retornar e tentar entrar na forma de serpente ela não conseguirá.

Norato pegou aquilo e voltou correndo para margem imediatamente abriu a boca da grande serpente de Maria que dormia ali tranquila e jogou goela dentro o leite.
Não passou muito tempo e Maria voltou para margem do rio de mãos dadas com duas criancinhas que tinha os olhos vidrados presos no feitiço que ela fazia.
Quando viu o Norato ali ela Se surpreendeu e rapidamente expulsou as crianças do local, então sem dizer nada e sem olhar para o irmão ela correu até seu corpo de serpente e tocou na cabeça da grande cobra e Ficou assustada quando nada aconteceu.
Era magia de costume voltar para margem do rio e tocar na cabeça da serpente para tornar a ser ela, porém tinha coisa errada e Maria olhou para Norato com os olhos arregalados.

Ele que estava sentado na beira do rio se levantou e não respondeu nenhuma das perguntas da irmã que questionava o que tinha acontecido com seu corpo de cobra.
Ela em forma de mulher era menor do que ele em forma de homem, e essa foi a vantagem para rapidamente as mãos de Norato envolverem o pescoço de Maria. Os dois caíram no chão ele por cima dela com o aperto forte enquanto ela se debatia em relutava. Ela murmurando maldições e ele com uma cachoeira de água salgada saltando pelos olhos.
A coisa tinha que ser assim e ele sabia que tinha.
Os olhos opacos de Maria fitavam o rosto do irmão, as mãos dele firmes em volta do pescoço dela. Maria achou estranho que seu rosto estivesse molhado, ela nunca chorava mas percebeu que aquelas lágrimas não eram suas e sim dele, As Lágrimas do irmão que pingavam sobre seu rosto.
Isso teve que acontecer, foi a pior coisa do mundo mas teve de ser feito.
Então os braços de Maria ficaram moles e caíram na terra úmida na margem do rio. Norato Soltou as mãos do pescoço da irmã que agora já não era mais viva.

Porém algo que ele não imaginava que aconteceria aconteceu pois a grande serpente Boiúna, que era seu pai, elevou sua cabeça do meio das Águas, e assim quando Norato olhou nos olhos dele soube que o pai estava dividido pois sabia que a atitude do filho havia sido necessária mas ainda assim estava muito triste por ter perdido a filha.
Então a serpente Boiúna não aceitou perdê-la.
Do outro lado da margem do rio Norato viu Maria, só que agora ela já não era mais gente de carne e osso e nem cobra dentro da água, ela era aquilo que os ribeirinhos costumam chamar de Encantado, Maria era espírito, era a Entidade.
Norato voltou para dentro de sua serpente e viveu por mais muitos anos nos rios dessa terra até o dia que envelheceu tanto e também morreu e também se encantou.

Durante muitos e muitas décadas o povo do Amazonas e do Pará continuaram a saber da existência de Norato Cobra grande e de Maria Caninana que agora eram almas que perambulavam dentro da floresta dentro do Rio e dentro das Comunidades no meio do povo.
Porém há pouco tempo atrás, por mais que dizer cinquenta, sessenta e setenta anos pareça ser muito tempo, nesse tempo atrás a umbanda que é religião fundamentada no Rio de Janeiro teve contato com os Encantados da Jurema e do serrado, então dentro da Umbanda veio gente que tinha sangue de índio e sangue misturado e essas pessoas que conheciam o nome de Norato Cobra grande e Maria caninana os convidaram para fazer parte da Gira da Umbanda e da Quimbanda.
Aqui no sudeste nós que temos mania de mudar o nome das coisas, pois sabemos que somos todos muito metidos a besta, acabamos mudando o nome de Norato cobra grande para Exu Kainana e Maria Caninana para pombagira Kainana.
Assim a vida é e assim a vida segue pois não só no Cabaré que se fez o espírito da esquerda, na linha da esquerda também tem muitos que vieram das ocas dos índios e das canoas flutuantes do Rio Amazonas.
Para aqueles que trabalham com Exu Kainana eles digam que confiem em seu Exu pois como Norato sempre foi amigo de todos também será seu amigo na vida e na morte.
Mas para aqueles que trabalham com pombagira Kainana eles digo para terem cuidado porque hoje em dia Maria é impossibilitada pelas leis da espiritualidade de fazer mal as pessoas, porém ela é muito esperta e quando ela quer... ela faz.

Bendito sejam os Encantados!
Saravá aqueles que se tornaram Exus de Umbanda!

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Arte e texto por Felipe Caprini
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Espero que tenham gostado!
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