sexta-feira, 29 de junho de 2018

TENHO MEDO DE PERDER O CONTROLE DURANTE OS TRANSES VIVENCIADOS NA UMBANDA. ISSO PODE OCORRER?

Neste Brasil, diariamente, novos simpatizantes chegam em centenas aos terreiros de UMBANDA e costumam se dividirem em dois grandes grupos. Os primeiros desejam conquistar, e porque não dizer “ganhar” algo que alivie suas dores físicas, emocionais ou espirituais. Uma segunda parcela destes visitantes, são aqueles que poderiam se beneficiar dos ensinamentos da UMBANDA, para estes o compromisso de antanho parece chamá-los de forma abrupta e a verdade é que apenas uma pequena parcela destes últimos, serão trabalhadores genuínos da UMBANDA.

Os que são “chamados” geram outros dois grupos, aqueles que compreendem o momento e aceitam o “chamado” e os que declinam, alegando “não estarem preparados”. Para os que decidem pela UMBANDA como um caminho de desenvolvimento espiritual, passam então a lidar com uma série de incertezas e a produzirem novas descobertas diariamente. Este turbilhão de informações e sensações pouco a pouco posiciona o candidato em seu caminho particular de aprendizado e os anos irão lhe conferir esclarecimento e frentes de serviços dignos em diferentes momentos junto a sua comunidade. Por sua vez, os que declinam, tem na guarda e perseverança de seus “protetores espirituais” o eterno recomeçar, sempre em direção de um breve despertar.

Dentre as incertezas e descobertas que se apresentam constantemente ao candidato e independente da mecânica UMBANDISTA que estejam inseridos, o chamado transe inconsciente, é o assunto mais temido e por vezes mais desejado. Isto em parte se dá, pelo imaginário popular que sempre vinculou a presença de espíritos ao então simbólico diabo e ao “alerta” gerado pelo cérebro do médium-iniciante, uma vez que seus “segredos” mais escondidos possam ser revelados. O que podemos afirmar, é que os espíritos comprometidos com o adiantamento moral de seus cavalos de UMBANDA, não desejam subjugá-los ou maltratar seus corpos. Inevitavelmente algum ajuste vibratório deverá ocorrer e isso poderá produzir alterações fisiológicas temporárias, como: sonolência, descontrole espacial, fadiga ou cansaço físico, algumas dores localizadas, necessidade de consumo de um alimento específico ou certa irritabilidade.

A chamada incorporação inconsciente ou privação total dos sentidos (audição, visão, tato, olfato e paladar), como uma espécie de “apagão” é raríssima nos tempos de hoje. Os bons espíritos nos informam que desde os anos 70, já não encarnam médiuns com estas propriedades. Talvez algum missionário, ao estilo de Chico Xavier ainda possa contar com este padrão vibratório (mediunidade), mas nesta época em que o espírito já é reconhecido, não há mais necessidade de “marionetes” da espiritualidade.

O mais comum encontrarmos em terreiros são incorporações parciais (semi-mecânico) o que se pode observar, pela mudança no padrão psicomotor e mental do médium, produzindo efeitos psíquicos, falas e trejeitos incomuns. Esse movimento alterado psicomotor e a conexão mental “médium x guia” é o que definitivamente sela os tantos “estereótipos” encontrados nos muitos terreiros. Estes estados particulares são chamados de “estados alterados de consciência”.

Somente o tempo irá conduzir o médium-iniciante através das experiências a um “transe” mais completo afim de atender seu trabalho. Voltamos a frisar que o médium que insiste em “cair”, em “não se lembrar” ou em fazer afirmações futuras sem apresentar fundamentação e que não resiste a primeira interrogativa sobre seus guias, é porque não consegue de fato uma incorporação ainda homogênea e precisam retomar sua caminhada de aprendizado em outras funções do terreiro de UMBANDA.

O terreiro de UMBANDA é lugar consagrado pelos dois mundos e oferta toda condição física, emocional e espiritual para que o médium-iniciante, pouco a pouco se livre dos seus medos mais comuns e, pela prática continuada dos rituais, consiga se entregar passivamente à direção psíquica dos espíritos que são responsáveis por sua evolução. Os filhos-de-terreiro, possuem uma sensibilização sobre seus corpos sutis diferenciada dos outros médiuns. Esta diferenciação pode requerer séculos de preparação no mundo astral, até o candidato oferecer a condição vibratória ideal para os espíritos atuarem neste plano de vibração. Assim, tornamos a insistir que mesmo os médiuns que possuem algum “compromisso” com o movimento de UMBANDA, necessitam de uma preparação adequada para os trabalhos que desejam realizar.

Este preparo a que se submete o médium-iniciante no astral antes de encarnar, faz com que cada um seja diferente do outro e não havendo uma “lição” ou “bula” única, o médium somente poderá se encontrar pelo seu próprio esforço, sua dedicação e sua resignação serão os aceleradores naturais destes processos. Nossas observações dizem que um filho-de-fé em geral, precisa de pelo menos 7 anos de trabalhos continuados na UMBANDA, para conseguir suas primeiras conquistas reais no campo do intercâmbio mediúnico.

Em um terreiro de UMBANDA, dizemos que a incorporação é a “posse” mais ou menos intensa que um espírito possa exercer sobre o corpo de um medianeiro. Assim, a certa distância o espírito irradia suas vibrações sobre o médium, que as capta com facilidade em face as precipitações a que foi exposto inicialmente. Deste ponto em diante, milhares de combinações se estabelecem, mas em geral é o manancial de memória do médium que é utilizado para a fixação dos trejeitos e dos recursos que poderão ser usados pelo espírito comunicante.

Em verdade, não há uma “entrada” do espirito no corpo do médium-iniciante, há um “encaixe” vibratório, pelo afastamento temporário do corpo etérico do médium. Na maioria das vezes os médiuns são totalmente conscientes, em alguns casos podem se ver de pé, ao lado do corpo durante os atendimentos, pode também receber e fazer visitas de espíritos familiares, em casos especiais ser levado a locais de atendimento para que possa trazer imagens que servirão de base para explicações aos consulentes, mas em todos os casos, o médium não deixa de perceber seu corpo, podendo inclusive distorcer a intenção do espirito comunicante (muito comum em médiuns em fase de aprendizado). 

Em todos os casos os dirigentes dos trabalhos devem se dispor a atender todas as dúvidas, oferecendo orientações necessárias. Principalmente aquelas que reportam a entraves ideológicos, tão explorados pelas religiões circulares.

Por todas estas razões, concluímos que não há qualquer risco de o médium-iniciante perder o controle do seu corpo, o que por certo cancela também os excessos praticados por muitos médiuns. Compreendemos a dificuldade que os candidatos têm em aceitar participarem do movimento de UMBANDA, principalmente por estas especificações. 

Estamos certos, de que os que persistirem, paulatinamente irão quebrar verdades cristalizadas a milênios em suas mentes e, então, um novo olhar irá nascer, fazendo com que a Divindade se manifeste por meio de seus prepostos em suas consciências. Só, então os “filho-de-santo”  poderão caminhar em direção a “benção” de servirem como intermediário de espíritos superiores. Até lá, muito trabalho será necessário, pois não há na Terra um médium totalmente pronto.


 Zi fio, antes de encerrar este pequeno texto, é preciso falar sobre o que ocê chamou de precipitações. Na UMBANDA chamamos de banhos de ervas, queima de pólvora, chás, tinturas, sacudimentos e secagem de ervas ou ainda qualquer mandiga que possa acelerar a percepção do fio-de-fé, para com espíritos que mantém compromisso, do lado de cáZio fio, a verdade é que os banhos aumentam a resistência da malha de proteção astral, desobstruem os chacras de comunicação, aliviam as cargas eletromagnéticas contrarias a sensibilização do cavalo, aceleram as camadas externas dos átomos que compõe as células, melhorando sua capacidade de servirem de “antena” para nós espíritos. Mas isso somente ocorrerá em dois casos, ou mió três casos,zi fio. O primeiro é a condição do médium-iniciante ser um autêntico médium de UMBANDA (coisa diferente daqueles que percebem ou sentem os espíritos), segundozi fio, tudo a de depender das ações dos interessados, se não houver uma conversão prévia de intenção e um sincero desejo de servir, nada poderá ser feito. Por fim o terceiro grupo, onde a mediunidade é de PROVA e não de AUXÍLIO, neste caso, talvez o médium não seja ideal para esclarecimento aos consulentes e deve ser esclarecido quanto a isso.
 Fio-de-fé, pede para este povo não parar de rezar, tá fartando reza no mundo. As pessoas ainda não pararam com a ideia de que não há troca que possa ser feita com o mundo dos espíritos. Ou mudam por si mesmos, ou nunca verão o mundo dos espíritos como desejam.
 Mesmo a amada UMBANDA não pode mudá ninguém, a UMBANDA é caminho, fala para eles Zi fio.


Muita Paz, Muita Luz.