domingo, 29 de agosto de 2021

É possível curar pela ação fluídica?

 É possível curar pela ação fluídica?


Pode ser uma imagem de 2 pessoasÉ possível curar pela ação fluídica?

Sim, pois são de natureza fluídica tanto o perispírito como o corpo físico e o espírito pode agir sobre os fluidos.

É por ação fluídica que se dá a "cura espiritual", quer seja obtida por via mediúnica, ou através de passes, água fluidificada, irradiações ou, mesmo, de uma simples oração.

"A oração da fé salvará o enfermo", diz Tiago (5:15) e Kardec explica:

"A prece, que é um pensamento, quando fervorosa, ardente, feita com fé, produz o efeito de uma magnetização, não só chamando o concurso dos bons Espíritos, mas dirigindo ao doente uma salutar corrente fluídica."

"Curai os enfermos", dizia Jesus aos discípulos (Mt 10:8), conclamando-os a fazer curar por ação fluídica. Numerosos são, no Evangelho, os relatos sobre Jesus e seus apóstolos curando assim. Allan Kardec examina alguns deles no capítulo XV; de "A Gênese", mostrando que Jesus não fazia milagres, mas curava pela ação fluídica.

O agente da cura pode ser um encarnado ou desencarnado pois todos os espíritos tem no seu próprio perispírito um reservatório de fluidos (bons ou maus) e os emanam podendo direcioná-los a outros seres.

Os fluidos bons podem servir como agente terapêutico.

É muito comum a faculdade de curar por influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício.

Quem estiver saudável e equilibrado pode beneficiar fluidicamente os enfermos (com passes, irradiações, água fluidificada, etc.)
Aprendendo e executando, desenvolverá seu potencial de ação sobre os fluidos.

A mediunidade de cura, porém, bem mais rara, é espontânea e se caracteriza "pela energia e instantaneidade da ação."

O médium de cura age "pelo simples contato, pela imposição das mãos, pelo olhar, por um gesto, mesmo sem o concurso de qualquer medicamento."

O poder curativo estará na razão direta:

1. da pureza dos fluidos produzidos (o que depende das qualidades morais, pureza das intenções, etc.)

2. da energia da vontade (o desejo ardente de ajudar provoca maior emissão fluídica e dá ao fluido maior força de penetração)

3. da ação do pensamento (dirigindo os fluidos na sua aplicação).

Para que a cura se dê:
1. o fluido, como matéria terapêutica, tem de atingir a matéria orgânica a fim de repará-la;

2. a corrente fluídica pode ser dirigida para o local enfermo pela vontade do curador (que age como bomba calcante);

3. ou pode ser atraída pelo desejo ardente e confiança do enfermo (que age como bomba aspirante);

4. às vezes, é necessária a simultaneidade das duas ações e, doutras, basta uma só.

A fé é uma força atrativa; quem não a possui, opõe à corrente fluídica uma força repulsiva ou, pelo menos de inércia, que paralisa ou dificulta a ação fluídica.

Podemos entender, agora, porque Jesus, ao curar alguém, dizia: "Se tiverdes fé" ou "A tua fé te salvou."

Os efeitos curadores

Na cura por efeitos físicos, a alteração é no corpo, visível de imediato, passível de constatação pelos sentidos físicos ou aparelhamento material.

Obs.: A produção de efeito físico requer ectoplasma, que só o encarnado emana; ele mesmo o emprega na cura ou serve de fonte para que um espírito realize o efeito físico curador.

Na ação sobre o perispírito, a cura só poderá ser avaliada depois, pelos efeitos que vierem a ocorrer no corpo físico, posteriormente.

Obs.: Ectoplasma: é o nome que, em linguagem espírita, se dá a uma substância que se exterioriza do ser humano. Acredita-se que seja força nervosa (plasma exteriorizado, matéria neuro-orgânica-etérica). Todos a possuímos (em menor quantidade) e quem a exterioriza abundantemente é denominado ectoplasta ou médium de efeitos físicos. Sai do corpo do médium (através dos poros) mas, principalmente, pelos orifícios naturais (boca, narinas, ouvidos, órgãos genitais) e das extremidades do corpo (alto da cabeça e pontas dos dedos), sendo mais freqüente da boca (palato, gengivas e bochechas).

A ação fluídica cura qualquer doença?

"Fundada em leis naturais", a faculdade de curar "tem limites traçados pelas mesmas." A ação fluídica pode: "dar sensibilidade a um órgão existente, fazer dissolver e desaparecer um obstáculo ao movimento e à percepção, cicatrizar uma ferida, porque então o fluido se torna um verdadeiro agente terapêutico; mas é evidente que não pode remediar a ausência ou a destruição de um órgão."

"Há, pois, doenças fundamentalmente incuráveis, e seria ilusão crer que a mediunidade curadora vá livrar a humanidade de todas as suas enfermidades."

Um mesmo médium cura todos os tipos de doenças?

"não há curadores universais", porque: os fluidos refletem as qualidades do médium e os fluidos de cada médium poderão servir para esta ou aquela afecção orgânica mas não para todas.

Todas as pessoas podem ser curadas?

É lícito buscar a cura. Mas não se pode exigi-la, porque dependerá:

a) das condições de atração e fixação dos fluidos curadores por quem os irá receber (fé, afinidade fluídica);

b) do merecimento ou necessidade espiritual do enfermo.

Quando uma pessoa tem merecimento, ou sua existência precisa continuar, ou as tarefas a seu cargo exigem boa saúde, a cura poderá ocorrer em qualquer tempo e lugar e, até , mesmo, sem intermediários (aparentemente, porque ajuda espiritual sempre terá havido).

Mas, às vezes, o bem do doente está em continuar sofrendo aquela dor ou limitação que o reajusta e equilibra espiritualmente; então, pensamos que, nossa prece não foi ouvida; mas a prece sempre terá produzido algum benefício (alívio, conforto, calma, coragem).

A doença é uma terapêutica da alma, dentro do mecanismo da evolução humana. É a filtragem, no corpo, dos efeitos prejudiciais dos desequilíbrios espirituais. Funciona, também, como processo que induz à reflexão e disciplina. Enquanto não produziu seus efeitos benéficos, não deve ser suprimida.

De todos os enfermos que o procuravam, Jesus curou somente aqueles em quem os efeitos purificadores da enfermidades já haviam atingido seu objetivo reequilibrante, ou aqueles que já apresentavam condições para receberem esse auxílio no corpo físico.

Se não formos curados

"Se, porém, mau grado aos nossos esforços, não o conseguirmos (ficar curados), devemos suportar com resignação os nossos passageiros males." (ESE)

"Lembremo-nos de que lesões e chagas, frustrações e defeitos em nossa forma externa são remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus." (Emmanuel)

Quando curados, sejamos gratos

Jesus curou um grupo de 10 leprosos e apenas um retornou para agradecer. O Mestre indagou: - Não foram dez os limpos? Onde estão os outros nove? (Lc 17:17)

Jesus não fazia questão do agradecimento pessoal. Mas quis ensinar:

a) A cura sempre representa uma concessão da misericórdia divina, que permitiu recebêssemos de outrem recursos para nos refazermos e sairmos da situação dolorosa e prejudicial em que estávamos.

b) Quem é curado precisa reconhecer isso e ser grato a Deus e a quem se fez intermediário dessa bênção. Não ser grato pela cura revela que a pessoa não entendeu quanto lhe foi concedido e, provavelmente, não saberá valorizar nem conservar a bênção recebida. A falta de gratidão ante a cura física revela que a pessoa ainda não alcançou a cura mais importante e definitiva: a do espírito.

Para não haver recaída

Encontrando no Templo ao paralítico que havia curado no tanque em Betesda, Jesus lhe diz:
- Olha que já estás curado; não peques mais para que não te suceda alguma coisa pior. (Jo

5:14).

Restabelecido o equilíbrio fluídico, é preciso que a pessoa o mantenha pelos bons pensamentos, sentimentos e atos. Senão, poderá gerar novas lesões orgânicas ou predisposição para enfermidades.

A cura do corpo só se consolidará e terá um caráter mais duradouro se corrigirmos nossas atuais condições materiais e espirituais, que geraram a enfermidade.

Mesmo assim, será uma cura temporária, porque o corpo não dura para sempre e, um dia, todos iremos desencarnar.

Cura verdadeira e definitiva é a do espírito

"Curai os enfermos", pedia Jesus aos seus discípulos, mas completava:

"Anunciai-lhes: A vós outros está próximo o reino de Deus." (Lc 10:9)

Que não apenas curassem corpos mas orientassem os enfermos para o entendimento e cumprimento das leis de Deus.

Porque a verdadeira cura, a do espírito, não se dá apenas pela eliminação dos sintomas da doença física, a qual é tão somente uma conseqüência.

A verdadeira saúde é o equilíbrio e a paz que, em espírito, soubermos manter onde, quando, como e com quem estivermos. E só depende de nosso ajuste espiritual às leis divinas.

Reforma íntima, esforço para o bem, com o cultivo da fé, do estudo, da oração e da fraternidade, são o maior preventivo de enfermidades e o melhor fator de segurança para o nosso bem estar.

Empenhemo-nos em curar males físicos, se possível. Lembremos, porém, que o Espiritismo "cura sobretudo as moléstias morais." Não queiramos dar maior importância à cura de corpos do que ao fim principal do Espiritismo, que é "tornar melhores aqueles que o compreendem"

(RE 1859, pg. 183)

Com a cura física, talvez a pessoa se afirme na fé e desperte para o bem. Às vezes, porém, assim que se vê curada, se atira de novo ao desregramento, voltando a se prejudicar.


Mas quem aprende que precisa se aprimorar espiritualmente e nisso se empenha, quer alcance ou não a cura do corpo, encontrará o caminho para a cura verdadeira e duradoura, a manutenção do equilíbrio em seu espírito, o seu "eu" imortal.

Diz Divaldo P.Franco: "Muitas vezes Jesus aplicou a terapia para diminuir as mazelas humanas, contudo, sempre dizendo aos recém-curados: vai e não voltes a pecar . . . isto é, não se comprometa moral e emocionalmente, para que não lhe aconteça algo pior. Só existe doenças porque há doentes. No instante em que se renove interiormente, o indivíduo não terá mais doenças. Libertamo-nos de uma doença, sendo acometidos por outra, em virtude dos fenômenos cármicos, por nossas dívidas. O Espiritismo tem sido mais um consultório para atender corpos do que uma Doutrina de psicoterapia para libertar almas: não que isso seja negativo, mas não é fundamental. O médium curador é um indivíduo que possui uma energia típica podendo trabalhar nas células, fazendo com que a pessoa recupere o equilíbrio momentaneamente perdido. Poderá atuar no campo da degenerescência celular, contribuir na área psicológica, psiquiátrica, tendo como fundamento essencial trabalhar o ser como indivíduo integral, para, em se transformando, não ter necessidade de depurar-se através da dor e, ao contrário de sofrer, amar. As dívidas que tenha, resgatará pelo bem que realize e, não, pelas lágrimas que verta."

Fonte: grupoallankardec.blogspot.com