Eleguá
Eleguá é uma das deidades da religião iorubá. Na Santeria é sincretizado com o Santo Menino de Atocha ou com Santo Antônio de Pádua.
Elegua é o dono dos caminhos e do destino, é o que abre ou fecha o caminho para a felicidade. É muito travesso. Seu nome significa o príncipe mensageiro.
O Orixá[editar | editar código-fonte]
Elegua é o porteiro de todos os caminhos, da montanha e da savana, é o primeiro dos quatro guerreiros junto a Ogum, Oxum e Oxóssi. Tem 201 caminhos e suas cores são o vermelho e o preto.
Vale a pena esclarecer que Eleguá é conhecido como dos 201 e 401 pois se move entre os anjos que estão a direita (os 401) e os que estão a esquerda (os 201). Tem o poder sobre ambos os lados, controla os reinos do mal e do bem, cria o equilíbrio entre as duas forças, uma vez que tem domínio sobre elas.
Mais notável é a coincidência sobre os diversos panteões da cultura global a existência de uma deidade que sempre recebe as oferendas primeiro que o restante das deidades. Deidade muito dado a fazer Armadilhas. Deidade que comanda exércitos. Deidade favorecida pelo Deus superior de cada Panteão. Como exemplo Ganexa na religião Hindu representado com uma cabeça de elefante ou na região nórdica da Europa Loki.
Família[editar | editar código-fonte]
Em um de seus caminhos foi filho de Okuboro e Añagui, reis da região de Egbá e em outro de Obatalá e Yembo, irmão de Dada, Ogum, Oxu e Oxóssi.
Oferendas e danças[editar | editar código-fonte]
A Eleguá se oferece peixes e jutia defumada, milho assado, coco, manteiga de corojo, aguardente, tabaco ou cigarro, doces e balas de todo tipo.
Seus elekes (fio-de-contas) são de contas vermelhas e pretas alternadas. Para eles, se sacrificam cabritos, galos, frangos, franguinho de leite, jutia, ratos pretos ou vermelhos, e em algumas ocasiões que mereçam outros animais, o que supõe cerimônias mais complexas. (Cuba e Santo Domingo, hutía é um mamífero roedor pode ser paca ou cotia, pois os ratos acima vermelhos ou pretos, são provavelmente preás)
Pataki (Itan) de Eleguá[editar | editar código-fonte]
Furioso com os seus descendentes ao saber que Ogún havia querido ter relações com sua própria mãe, Obatalá ordenou executar a todos os varões. Quando nasceu Xangó, Eleguá (seu irmão) levou-o escondido para sua irmã mais velha, Dadá, para que o criasse. Em pouco tempo nasceu Orula, o outro irmão, Eleguá, também temeroso da ira de Obatalá, o enterrou ao pé de uma árvore e lhe levava comida todos os dias. O tempo passou e um belo día Obatalá caiu enfermo. Eleguá buscou rápido a Xangó para que o curasse. Logo que o grande médico Changó curou seu pai, Eleguá aproveitou a ocasião para implorar de Obatalá o perdão de Orula. Obatalá cedeu e concedeu o perdão. Xangó cheio de alegria cortou a árvore e dela entalhou um belo tabuleiro e junto com ele, deu a seu irmão Orunmila o dom da adivinhação. Desde então Orunmila diz: “Maferefum (benção) Eleguá, maferefum Xangó, Elegbara”. Também pela mesma razão a ékuele (moeda usada na Guiné Equatorial) de Orunmila leva na soldadura um fragmento do colar de Xangó (branco e vermelho) por uma ponta. Desde então Orunmila é o adivinhador do futuro como interprete do oráculo de Ifá, dono do tabuleiro e conselheiro dos homens.