terça-feira, 3 de agosto de 2021

OS INIMIGOS DESENCARNADOS

 OS INIMIGOS DESENCARNADOS


Pode ser arte de 2 pessoasO espírita tem ainda outros motivos de indulgência para com os seus inimigos.

Primeiramente, sabe que a maldade não é o estado permanente dos homens, mas que é devida a uma imperfeição momentânea e, do mesmo modo que a criança se corrige dos seus defeitos, o homem mau um dia reconhecerá os seus erros e se tornará bom.

Sabe também que a morte apenas o livra da presença material de seu inimigo e que este pode persegui-lo com seu ódio, mesmo após ter deixado a terra. Sabe qualquer vingança que faça não atingirá o seu objetivo, ao contrário, ela terá por efeito produzir uma irritação ainda maior. Capaz de passar de uma existência à outra.

Cabia ao Espiritismo provar, pela experiência e pelas leis que regem as relações do mundo visível com o mundo invisível, que a expressão extinguir o ódio com sangue é completamente falsa, pois a verdade é que o sangue realimenta o ódio, mesmo além- túmulo, na erraticidade.

O Espiritismo apresenta, em vista disto, um argumento positivo, uma utilidade prática no perdão e no sublime ensinamento do Cristo:

Amai os vossos inimigos.

De fato, não há coração perverso que não se deixe tocar pelas boas ações, mesmo a contragosto.

Pelas boas ações, elimina-se o motivo da vingança contra um inimigo e pode se fazer dele um amigo antes e depois de sua morte.

Com os maus procedimentos o homem irrita seu inimigo, que então se constitui em instrumento da justiça de Deus, para punir aquele que não perdoou.

Podemos assim ter inimigos entre os encarnados e os desencarnados.

Os inimigos do mundo invisível manifestam sua maldade pelas obsessões e subjugação às quais tantas pessoas estão sujeitas e que são algumas das várias provas da vida, contribuindo para adiantamento do homem no globo terrestre e que, por isso, deve aceita-las com resignação e como consequência da natureza inferior do nosso planeta.

Se não houvesse homens maus na terra, não haveria Espíritos maus ao seu redor. Devemos ter, portanto, indulgência e benevolência para com os inimigos encarnados e desencarnados.

Livro Evangelho Segundo o Espiritismo, págs 138 e 139.