sábado, 11 de setembro de 2021

Caboclo das Sete Encruzilhadas

 Caboclo das Sete Encruzilhadas


Pode ser uma imagem de 1 pessoa e textoO Chefe, Caboclo das Sete Encruzilhdas, fora em vida anterior, o Frei Jesuíta Gabriel Malagrida, grande taumaturgo e humanista. Famoso pelas suas peregrinações no Nordeste do Brasil, pelas curas que efetuava com imposição de mãos, pela criação de casas beneficentes que acolhiam viúvas e ex-prostituas e pelo controle das forças naturais por meio de sua prece, queimado em Portugal, acusado de prática de bruxaria pela Inquisição, por ter previsto o terremoto que destruiu Lisboa no ano de 1755, e ter anunciado que esse terremoto era a ira divina que castigava os pecados dos portugueses. E que após, reencarnou em solo brasileiro como um indígena. Elevando-se, Ele, o Chefe, Caboclo das Sete Encruzilhadas, ao espaço na vida maior, encontrava-se chorando na intersecção dos SETE CAMINHOS do espaço, sem saber por onde seguir, e que nesse momento, Jesus, em sua inefável doçura, apontou-lhe o caminho e a sua divina missão de instituir o culto que mais tarde, Ele, chamou de UMBANDA. E desse acontecimento, Ele, tirou seu bárbaro nome, ou seja, seu nome representa os SETE CAMINHOS do espaço, donde ele se encontrava quando veio-lhe Jesus. O Chefe, Caboclo das Sete Encruzilhadas, alto mensageiro do Cristo, o mais humilde arauto de Deus, foi incumbido pelo Senhor Deus, de transplantar a Árvore do Evangelho, da Palestina ao rincão de São Gonçalo, criando a Umbanda como religião brasileira. Baixou somente, e tão somente, por meio de seu aparelho mediúnico o Sr. Zélio Fernandino de Moraes, e após o desencarne do seu aparelho, nunca mais se manifestou. E que, se houvesse pessoa ou local para se manifestar, seria UNICAMENTE, em sua TENDA, a TENDA ESPÍRITA NOSSA SENHORA DA PIEDADE, localizada hoje, em conjunto com a CABANA DE PAI ANTÔNIO, em Boca do Mato, Cachoeiras de Macacú, Rio de Janeiro. Sua divina presença hoje é verificada pelo surgimento espontâneo de uma borboleta azul, no recinto das Sessões, ou em seu entorno.

PONTO CANTADO:
"Chegou, chegou, chegou, com Deus chegou, chegou o Caboclo das Sete Encruzilhadas."

História do Caboclo Sete Encruzilhadas

Naquela ocasião, tendo o dirigente determinado que Zélio ocupasse um dos lugares à mesa, em determinado momento dos trabalhos, tomado por uma força desconhecida e superior à sua vontade, contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer um dos integrantes da mesa, Zélio levantou-se e disse: "Aqui está faltando uma flor!", retirando-se ato contínuo da sala. Retornou em poucos momentos, trazendo uma rosa, que depositou no centro da mesa. Esse gesto causou um princípio de polêmica entre os presentes. Restabelecida a "corrente", manifestaram-se, em vários dos médiuns presentes, espíritos que se identificaram como de indígenas ou caboclos e de escravos africanos. O dirigente dos trabalhos convidou esses espíritos a se retirar advertindo-os acerca do seu (deles) atraso espiritual.
De acordo com entrevista do próprio Zélio,[1] nesse momento ele sentiu-se novamente dominado pela estranha força, que fez com que ele falasse, sem saber o que dizia. Ouvia apenas a sua própria voz, perguntando o motivo que levava o dirigente dos trabalhos a não aceitar a comunicação daqueles espíritos, e porque eram considerados "atrasados" apenas pela diferença de cor ou de classe social que revelaram ter tido na última encarnação.
Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis pela mesa procuraram doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que estaria incorporado em Zélio, desenvolvendo uma sólida argumentação. Um dos médiuns videntes perguntou então:
"-Afinal, porque o irmão fala nesses termos, pretendendo que esta mesa aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? E qual é o seu nome, irmão?"
A resposta de Zélio, ainda tomado pela misteriosa força, foi:
"-Se julgam atrasados estes espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa deste aparelho (o médium Zélio), para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem, e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E, se querem saber o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."
O médium vidente insistiu, com ironia: "-Julga o irmão que alguém irá assistir ao seu culto?" Ao que a entidade respondeu: "- Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei!"
Ainda de acordo com o relato de Zélio, no dia seguinte, a 16 de novembro, na residência de sua família, na rua Floriano Peixoto n° 30, em Neves, ao se aproximar a hora marcada, 20 horas, já ali se reuniam os membros da Federação Espírita, visando comprovar a veracidade do que havia sido declarado na véspera, alguns parentes mais chegados, amigos, vizinhos, e, do lado de fora da residência, grande número de desconhecidos.
Às 20 horas, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas, declarando que, naquele momento, se iniciava um novo culto em que os espíritos dos velhos africanos, que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para trabalhos de feitiçaria, e os índios nativos do Brasil poderiam trabalhar em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social. A prática da caridade (amor fraterno), seria a tônica desse culto, que teria como base o Evangelho de Cristo e como mestre supremo, Jesus.
Após estabelecer as normas em que se processaria o culto, deu-lhe também o nome, anotado por um dos presentes como Alabanda em homenagem ao Orixá Mallet, da Linha de Ogum, espírito do Oriente que trabalhou durante anos também com o Sr. Zélio de Moraes. O nome pelo qual se popularizaria, entretando, seria o de Umbanda, que em grego significa "Deus conosco", ou "Deus ao nosso lado."
Ver artigo principal: Umbanda
Fundava-se, naquele momento, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, assim denominada "porque assim como Maria acolhe o filho nos braços, também seriam acolhidos, como filhos, todos os que necessitassem de ajuda ou conforto".
Após responder, em latim e em alemão, às perguntas de sacerdotes ali presentes, o Caboclo passou à parte prática da sessão, promovendo a cura de enfermos e fazendo andar aleijados. Antes do término dos trabalhos, manifestou-se um preto-velho, Pai Antônio, tendo este guia ditado o ponto hoje cantado em todo o Brasil:

"Chegou, chegou, chegou com Deus,
Chegou, chegou o Caboclo das Sete Encruzilhadas."[2]

Estava fundada a Umbanda no Brasil. Anos mais tarde o dia 15 de novembro seria considerado como Dia Nacional da Umbanda.
A Umbanda foi fundada no dia 15 de Novembro de 1908 e dez anos mais tarde, o Caboclo das Sete Encruzilhadas declarou que a iniciava a segunda parte de sua missão: a criação de sete templos que seriam o núcleo a partir do qual se propagaria a religião de Umbanda. A tarefa ficou completa com a fundação da Tenda São Jerônimo (a Casa de Xangô), em 1935.
Em 1939, o caboclo determinou que se fundasse a Federação Espírita de Umbanda, posteriormente denominada como União Espiritista de Umbanda do Brasil,[3] visando atuar como núcleo central doutrinário e congregar os templos umbandistas.
A entidade trabalhou até meados da década de 1970, quando Zélio faleceu, aos oitenta e quatro anos de idade. Segundo Zilmeia de Moraes (filha de Zélio) após o seu falecimento, a entidade não mais se manifesta em terreiros, estando atualmente incumbido apenas de zelar pela religião.
Na visão umbandista o caboclo foi, em uma das suas anteriores encarnações, o padre jesuíta Gabriel Malagrida.