sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Umbandistas PODEM COMER CARNE na sexta-feira da Paixão?

 Umbandistas PODEM COMER CARNE na sexta-feira da Paixão?


Pode ser uma imagem em preto e branco de uma ou mais pessoas e textoPara o Umbandista que exerce sua função de membro (Assistência ou Médium) de Umbanda, a sexta-feira Santa, é uma data com fundamento católico.
Portanto não há proibição de nada!
Para a Umbanda, por não termos louvor a esta data e por entendermos como história de vida de um Mestre, isso não faz parte dos nossos fundamentos.
De fato deveríamos abdicar não somente da carne, mas de tudo aquilo que nos atrasa e limita nesta passagem terrena.
Uns creem que praticando o jejum da carne (VERMELHA) estão se penitenciando, dando sua contribuição e passam os outros dias em "perdição humana", sem o mínimo de amor ao próximo. E isso ninguém critica ou trás para discussão...
A data segundo o Catolicismo, remete a um dia de jejum relacionado ao sofrimento da crucificação e morte carnal de Jesus Cristo, que sofreu por todos nós para nos redimir dos pecados da humanidade e tornar a salvação possível. É uma forma de penitência que os Católicos encontraram de eternizar e trazer as pessoas à reflexão sobre o imensurável amor de Jesus por nós.
Simboliza na realidade, a abnegação dos prazeres da carne de um modo muito maior que apenas a “carne-alimento”.
Já a Umbanda, não possui um livro ou codificação que instrua seus adeptos a seguirem o mesmo preceito. Entretanto, como é uma religião que normalmente, traz consigo o sincretismo com o Catolicismo, tal ato se torna comum em algumas Casas de Umbanda. Existem vertentes Umbandistas com trabalhos moral, social e cultural, que defendem a exclusão do sincretismo.
À estas e todas as outras religiões e vertentes, também devemos respeito.
A ingestão durante o ano é de acordo com cada um. Diferente dos dias de trabalho (antes das Giras), onde a ingestão de carne é desaconselhável por questões energéticas e vibracionais por interferirem negativamente no momento do passe, desenvolvimento ou tratamento espiritual. Pois o desgaste é muito maior, a digestão leva horas e precisamos ter consciência de que necessitamos de todo nosso aparelho carnal, em bom funcionamento para exercermos a incorporação. Veja bem: É desaconselhável e não proibido.
Com a conscientização de um sentido maior deste período, se tem em mente que uma forma edificante e sensata de reflexão se faz quando pensamos com profundidade em tal ato.
O “abrir mão” de comer carne por um dia, tem sido trocado por um dia em jejum de iras, de julgamentos, de egoísmos e tantos outros baixos pensamentos e atos. E já não é tarefa fácil. Tudo fica mais difícil se falarmos na caridade (que não se concretiza em apenas um dia), caminho que nos ilustra com muito mais fidelidade o amor de Cristo por nós.
A carne é descartada das mesas sem sofrimento algum, afinal, a troca é por um dia apenas e sempre é por um bom peixe, (mais por motivo cultural que religioso). Algumas pessoas mal sabem a razão desse jejum e simplesmente não comem carne porque esse ato se tornou uma tradição familiar. O consumismo mais uma vez engolindo o sentido verdadeiro de uma tradição.
Onde está a penitência?
Precisamos ter Cristo como exemplo diário em nossas vidas, para que no futuro não seja necessário um dia específico para pensarmos na compaixão que Ele teve por nós. Que tenhamos sempre MUITO RESPEITO aos antigos costumes, mas que junto com eles, possamos cada vez mais agregar sentidos maiores para criarmos consciências cada vez mais elevadas.
Que seja um dia COM OU SEM carne, mas com reflexão, sede de melhora, amor ao próximo e gratidão, muita gratidão é o que fará o sofrimento de Nosso Senhor Jesus Cristo não ter sido em vão.
Para o Umbandista, Jesus está mais vivo do que nunca e Ele não retornará, pois nunca nos deixou.
Que em comunhão familiar nesta sexta-feira, você possa ter saúde para poder desfrutar e agradecer tudo o que lhe foi proporcionado de acordo com o seu merecimento e que você encontre no seu semelhante, mais que razões para se doar de coração incondicionalmente.
Que prevaleça o respeito às formas de conexão com o Sagrado.
Não vai comer carne? Não julgue quem vai comer. Vai comer carne? Não julgue quem não vai comer.
Lembre-se: Mais vale o que alimenta a nossa alma; nossas intenções e atos.
Que seja um dia de união, reflexão, respeito e bênçãos; Como TODOS os dias devem ser.
Alimente-se de amor ao próximo, da caridade, do bem e pratique o jejum da raiva, do rancor, da maledicência, do julgamento, da hipocrisia e da soberba.
(Adaptação do texto de Jackelline Furuuti)