sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Ewá

Ewá é a divindade do rio Yewa. Na Bahia é cultuada somente em três casas antigas, devido à complexidade de seu ritual. As gerações mais novas não captaram conhecimentos necessários para a realização do seu ritual, daí se ver, constantemente, alguém dizer que fez uma obrigação para Ewá, quando na realidade o que foi feito é o que se faz normalmente para Oxum ou Oyá. O desconhecimento começa com as coisas mais simples como a roupa que veste, as armas e insígnias que segura e os cânticos e danças, isso quando não diz que Ewá é a mesma coisa que Oxum, Oyá e Yemoja. 

Ewá usa ofá que utiliza na guerra ou na caça. No seu ritual é imprescindível, dentre outras coisas, o iko (palha da costa), existe mesmo um ese Ifa do odu Otuamosun, que fala de Ewá saindo de uma floresta de iko. O seu grande ewo (coisa proibida) é a galinha.

Na África, o rio Yewá é a morada dessa deusa, mas sua orígem gera polêmicas. A quem diga que, a exemplo de Oxumaré, Nanã, Omulú e Iroko, Ewá era cultuada inicialmente entre os Mahi e foi assimilada pelos Iorubás e inserida em seu panteão. Havia um Orixá feminino oriundo das correntes do Daomé chamado Dan. A força desse Orixá estava concentrada em uma cobra que engolia a própria cauda, o que denota um sentido de perpétua continuidade da vida, pois o círculo nunca termina. Ewá seria a ressignificação de Dan ou uma de suas metades --A outra seria Oxumaré. Existem, porém, os que defendem que Ewá já pertencia à mitologia Nagô, sendo originária na cidde de Abeokutá. Estes, certamente, por desconhecer o panteão Jeje --No qual o Vodun Eowa, da família Danbirá, seria o correspondente da Ewá dos Nagô, --Confundem Ewá com uma qualidade de Yemonjá. Erram porque Ewá é um Orixá independente, mas sua orígem não se esclarece sequer entre os Jeje, pois em respeitados templos de Voduns afirma-se que Eowa é Nagô.

Ewa é simbolizada pelos raios brancos do sol, da neve, o sumo branco das folhas, o branco do arco-íris, os espermatozóides, a saliva e, ainda, o rio Yewa e a lagoa do mesmo nome. Orixá dos astros, guerreira valente, é também a Orixá das florestas. É uma Santa muito difícil de aparecer no Brasil, ela requer muita consciência. Não roda na cabeça de homem.

Ewá é uma bela virgem que entregou seu corpo jovem a Xangô, marido de Oyá, despertando a ira da rainha dos raios. Ewá refugiou-se nas matas inalcançáveis, sob a proteção de Oxóssi, e tornou-se guerreira valente e caçadora habilidosa. Conseguiu frustrar a vingança de Oyá, afastou de si a morte certa.

As virgens contam com a proteção de Ewá e, aliás, tudo que é inexplorado conta com a sua proteção: a mata virgem, as moças virgens, rios e lagos onde não se pode nadar ou navegar. A própria Ewá acreditam alguns, só rodaria na cabeça de mulheres virgens (o que não se pode comprovar), pois ela mesma seria uma virgem, a virgem da mata virgem dos lábios de mel.

Ewá domina a vidência, atributo que o deus de todos os oráculos, Orunmilá lhe concedeu.

Ewá foi uma cobra muito má e por isso foi mandada embora. Acabou encontrando abrigo entre os Iorubás, que a transformaram em uma cobra boa e bela, --A metade feminina de Oxumarê. Por esse motivo, Oxumarê e Ewá, em qualquer ocasião, dançam juntos.

Orixá das águas, deusa do rio Iewá. Santa guerreira, valente. Roupas vermelhas, usa espada e brajás de búzios com palha da costa. É dos orixás mais belo. Gosta de pato, também de pombos. (


Existem no entanto, os que defendem que Ewá já pertencia à "Mitologia Nagô", sendo originária na cidade de Abeokutá. Estes, certamente, por desconhecer o panteão Jeje - No qual o Vodun Ewá, seria o correspondente da Ewá dos Nagô - Confundem Ewá com uma qualidade de Yemanja. Erram porque Ewá é um Orixá independente, mas a sua origem não se esclarece sequer entre os Jejes, pois em respeitados templos de Voduns se afirma que Ewá é Nagô.


Qualidades do Orixá Ewá



Ewá Gebeuyin: A primeira a surgir no mundo. Veste vermelho maravilha e amarelo claro. Come com Omolu, Oyá e Oxum. Nas tempestades ela pode se transformar numa serpente azulada. Faz os banhos de ervas darem positivamente e traz a abundância de alimentos.


Ewá Gyran: É a deusa dos raios do sol. Controla os raios solares para que eles não destruam a terra. É a formação do arco-íris duplo que aparece em torno do sol. Metade é Ewá e a outra é Bessem. Platina, rubi, ouro e bronze vão em seu assentamento. Come com Omolu, Oxum e Oxossi.


Ewá Awò – A Senhora dos mistérios do jogo de búzios. Divindade pouco cultuada na Brasil, tem enredo com Oyá, Oxóssi e Ossaim.


Ewá Bamio- A Senhora das pedras preciosas, ligada a Ossaim.

Ewá Fagemy- A Senhora dos rios encantados, Ela é quem tem o poder de fazer surgir o arco íris e tem por obrigação sustentá-lo no céu. Ligada a Airá, Oxum e Oxalá.

Ewá Salamim- A Senhora guerreira, jovem, habitante das florestas, muito feminina e charmosa, ligada a Odé e Yemanjá.



Dia da semana: Sábado.

Cores: Vermelho Vivo, Coral e Rosa.

Símbolos: Ejô (cobra) e Espada, Ofá (lança ou arpão).

Elementos: Florestas, Céu Rosado, Astros e Estrelas, Água de Rios e Lagoas.

Domínios: Beleza, Vidência (sensibilidade, sexto sentido), Criatividade.

Saudação: Ri Ro Ewá!