segunda-feira, 28 de março de 2022

COMPREENDENDO A ENERGIA KUNDALINI (Por Ramatis)

 COMPREENDENDO A ENERGIA KUNDALINI
(Por Ramatis)


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(Por Ramatis)

Por AJ Chagas

Entre as inúmeras forças que emanam do Sol, fertilizando e interpretando as próprias energias dos orbes físicos que compõem o seu sistema planetário, a pedagogia espiritual do Oriente destaca três que são as mais importantes e úteis ao conhecimento da humanidade atual. Essas três manifestações energéticas emanadas do Sol, que é o centro principal da vida na Terra, jamais se transformam noutras formas de energias, pois tais elementos são tipos específicos, à parte, que atendem exclusivamente às necessidades e funções que mencionamos. São elas: Prana, Fohat e Kundalini.

Resumidamente Prana é a energia ou vitalidade em potencial responsável por todas as manifestações da vida no Universo. O prana está em todos os fenômenos do mundo exterior da matéria, assim como também nutre a vida no mundo oculto espiritual, mental, astral e etéreo. Prana é palavra de origem sânscrita e traduzida textualmente, quer dizer “sopro de vida”, ou energia vital. Para os orientais e principalmente entre os hindus ela possui significação mais ampla, sendo considerada a manifestação centrífuga de um dos poderes cósmicos de Deus. Para a escolástica hindu só há uma vida, o prana, tido como a própria vida do Logos. Prana é a vida manifestada em cada plano de atividade do espírito eterno; é o sopro vital de cada coisa e de cada ser. Prana, do sânscrito, de “pra”, para fora, e de “na”, respirar, viver, significa a energia cósmica, força total e dinâmica, que vitaliza todas as coisas e todos os planos de atividade do Espírito imortal; onde se manifesta a vida, aí existe Prana

POSSÍVEIS CORRELAÇÕES DO PRANA COM OS BÓSONS (*)

Na matéria ele é a energia que edifica e coordena as moléculas físicas, ajustando-as de modo a comporem as formas em todos os reinos, como o mineral, o vegetal, o animal e o hominal. Sem prana, sopro indispensável, não haveria coesão molecular nem a consequente formação de um todo definido, pois é ele que congrega todas as células independentes e as interliga em íntima relação sustentando as formas. A coesão celular formada pelo prana assegura a existência de uma consciência vital instintiva, garantindo uma unidade sensível e dominante, que atua em todos os demais planos internos da Vida.

(*) Gauge Bosons - mediadores

Outra força é o Fohat, que é conhecida no Ocidente por eletricidade, e que pode transformar-se em calor, magnetismo, luz e força ou movimento.

Por Kundalini ou fogo serpentino, infere-se que é energia solar muito vigorosa, que se concentra no seio da Terra e depois flui violentamente para a periferia, ativando as coisas e os seres num impulso dinâmico de alto poder transformativo e criativo. A Kundalini é um combustível poderoso, que flui da intimidade terráquea ou das zonas de maior ebulição primária, onde as energias criadoras do planeta fundem-se num abraço selvático e agressivo, embora elas sejam o sustentáculo da vida rudimentar no orbe. É força primária e hostil como a seiva que sobe pelo “cavalo selvagem” onde se enxerta a muda superior; vem do centro da Terra e na sua ondulação retilínea lembra de fato uma serpente de fogo e a sua característica denominação de “fogo serpentino”.

CONFORMAÇÃO E FUNÇÃO NO CHACRA BÁSICO

Localiza-se junto ao plexo sagrado, e durante o seu giro apresenta-se à visão astral apenas com 4 raios, formando sugestiva figura de uma cruz no seu centro etérico, a qual se apresenta numa cor vermelha alaranjada, com algumas fulgurações escarlates, em tons fugitivos incandescentes, por vezes num tom sanguíneo suave, semelhante à linfa da vida física que é o próprio sangue humano. O chacra kundalíneo, básico ou fundamental como é mais conhecido, aliás, o mais primitivo e singelo de todos na sua manifestação algo “física”, é um dos principais modeladores das formas e dos estímulos da vida orgânica.

O PRANA E OS ESTÁGIOS CONSCIENCIAIS

O espírito, ao “baixar” do seu mundo espiritual para formar sua individualidade consciente no mundo material, submete-se a um processo gradativo ou inerente a cada plano da vida, sendo um fenômeno uniforme em todo o Universo. No mineral, essa “consciência” em formação permanece estática e adormecida, mas depois evolui para a irritabilidade de “consciência” do vegetal ainda em “sonho”; em seguida, vivendo novos estágios de adaptações, ela alcança o estado de consciência instintiva animal; e, finalmente, atinge o raciocínio glorioso do homem. Entretanto, em todo esse modelamento progressivo e demorado, o prana, energia vital, é o fio dadivoso que une as contas de imenso colar de moléculas para plasmar as múltiplas formas da vida. Recorrendo a rude exemplo, diríamos que assim como o cimento une os tijolos de um edifício, o prana é a liga, o elo vital, ou o elemento oculto, que associa os átomos, as moléculas e as células para compor o Universo.

PERIGOS DO DESPERTAMENTO DO CHACRA BÁSICO

De todos os chacras o mais perigoso de ser “desperto” prematuramente é o chacra básico, sede da Kundalini ou do fogo serpentino, pois sem a garantia de uma boa graduação espiritual o homem que o “abrir” perde-lhe o domínio ante o primeiro descontrole emotivo ou mental em desfavor alheio, enquanto sua ira, desejo de vingança ou maus pensamentos são quase que imediatamente concretizados sobre as vítimas em mentalização. Trata-se de energia violenta e agressiva, embora criadora, que em fuga atinge maleficamente o perispírito e alucina-lhe as células perispirituais; destrambelha os nervos do imprudente e depois de desencarnado atira-o nos charcos do astral inferior como o animal ferido por mil aguilhões. São forças que alimentam a vida primária, selvática e vigorosa; constituem-se na forma do éter físico grosseiro, em ondas, para alimentar a natureza animal, se o seu dono não for um espírito superior. Quando muito desenvolvido, mas de insuficiente controle, pode levar o homem à loucura, porque a sua ação muito forte acicata o desejo sexual, semeando a satisfação aberrativa. Quando essa energia sobe e irriga o centro frontal do homem inferior, alimenta-lhe o orgulho da personalidade terrena, cujo símbolo é mesmo a figura da serpente, tão material que se arrasta pelo solo, age perfidamente e termina hipnotizando o adversário invigilante. Quando, em vez da fronte, atinge o coração sem o devido controle espiritual emotivo, isso aviva os maus sentimentos, dá-lhes força e estímulos para a dureza cordial.

USO INDEVIDO, EXEMPLOS:

Rasputin desenvolveu o chacra básico ou kundalíneo e deu maior vazão ao fogo serpentino; e isso lhe permitiu acentuado poder sobre as mulheres; mas em face de sua graduação espiritual inferior, ele só aproveitou essas forças para fins egocêntricos e de absoluto usufruto pessoal.
Hitler hipnotizava as multidões e impressionou homens de talento, apesar do seu exagerado narcisismo, flagrante alucinação mental e a paranoia perigosa sob o mais frio egolatrismo. Em vidas anteriores, ele despertara mais cedo a Kundalini e assim ampliou o seu poder sobre os demais homens. Mas ele não possuía a capacidade moral e a ética evangélica para sobreviver à violência das próprias forças desencadeadas, embora fosse vegetariano (*), abstêmio e de pouca aventura sexual, pois, acima de tudo, era profundamente cruel e vingativo.

(*) Não se deve considerar, pela atual interpretação/classificação dos conceitos, que Hitler fosse à época um vegetariano estrito, quiçá com ambições ou virtudes éticas à causa animal, conforme publicação recente do historiador Rynn Berry, intitulada "Hitler: Neither Vegetarian Nor Animal Lover".

A EVOLUÇÃO NATURAL

Em sentido contrário aos maus exemplos, temos as almas lúcidas, ternas e angélicas, que alcançaram o desenvolvimento natural e o progresso dos seus centros de forças em concomitância com o seu próprio crescimento espiritual, como Jesus, Buda, Krishna, Teresinha de Jesus, Francisco de Assis, Antônio de Pádua, Gandhi, Ramakrishna, Dom Bosco, São Jerônimo e outros, cujo potencial assombroso eles utilizaram em favor da felicidade alheia. A kundalini também é utilíssima, pois em função normal e disciplina biológica própria do homem superior, ele reativa os demais chacras através do fluxo do seu fogo serpentino, que se acumula e se distribui à altura do plexo sagrado. Sob o comando de um espírito superior, como Buda, Jesus ou Francisco de Assis, cuja vida foi de absoluta função sacrificial em favor da humanidade, a energia primária do chacra kundalíneo ou básico sublimou-se pela contínua aplicação somente às coisas elevadas, fazendo que os seus resíduos deletérios baixassem para o subsolo do próprio planeta de onde provieram. Disciplinada e sob direção moral superior em criatura evangelizada ela ativa os centros de forças do perispírito e faculta o desenvolvimento mais breve da mediunidade. Se o fogo serpentino é controlado e desviado da sua ação agressiva e ativadora sexual inferior, mantendo-se o homem sob a castidade e o discernimento espiritual, então o fluxo vitalizante e sublimado sobe em proporção benfeitora pela coluna vertebral até o cérebro, irrigando energeticamente até fazer redobrar as atividades mentais do mundo superior. Torna o homem lúcido, dinâmico e portentoso ao nível das vibrações crísticas e, então, a força do kundalíneo se exerce pela intimidade espiritual no homem, atraindo a mulher pela ternura, bondade e desejo de servi-la desinteressadamente, sem qualquer cogitação do desejo sensual.

POSSO DESPERTAR ESTE CHACRA?

Os mestres espirituais do Oriente evitam de ensinar o método de desenvolver o chacra kundalíneo, a fim de que os homens de paixões do mundo inferior não sejam suas vítimas por lhes faltar a força moral superior. De outro modo, eles serão vítimas de sua própria imprudência, tal qual já aconteceu a diversos magos do passado, que subestimando o poder das forças planetárias desatadas através do seu próprio corpo etérico, terminaram destruindo-se no vórtice das mesmas e sem poder controlá-las, tal qual o cavalo indócil que, em disparada, arrasta a carruagem mal sustida pelo cocheiro debilitado. A prudência nos aconselha a silenciarmos quanto aos métodos disciplinares do seu desenvolvimento, pois seria imprudente revelar o uso de energias poderosas capazes de afetar o seu portador imaturo e também o próximo. Não se confia um barril de pólvora ao fumante inveterado. Como bem exemplificado por André Luiz a Chico Xavier em Missionários da Luz: “Não provoqueis o desenvolvimento prematuro de vossas faculdades psíquicas. Ver sem compreender e ouvir sem discernir pode ocasionar desastres vultosos ao coração. Buscai, acima de tudo, progredir na virtude e aprimorar sentimentos. Acentuai o próprio equilíbrio e o Senhor vos abrirá a porta dos novos conhecimentos”!

∆JC