LINHA DOS MARINHEIROS NA UMBANDA
(Dia 13/12 - dia dos Marinheiros)
LINHA DOS MARINHEIROS NA UMBANDA
(Dia 13/12 - dia dos Marinheiros)POVO DO MAR:
Muitas são as entidades que fazem parte do Povo do Mar: marinheiros, marujos, corsários, piratas e capitães são os mais famosos. Mas também temos caboclos e caboclas do mar, caiçaras, pescadores, pretos e pretas velhas do mar, calungas (exus marinhos), sereias e tritões (o sereia macho), encantados que vivem nas profundezas abissais e os encantados marinhos típicos, que estão divididos em centenas de famílias, falanges e legiões.
Voltando para a Umbanda, a Sétima Falange da Segunda Linha (Iemanjá) dentro da Umbanda tradicional é chefiada por Seu Calunga do Mar. Ele é o comandante dos Calungas ou Exus Marinhos.
Muito numerosos e pouco conhecidos, eles possuem os segredos mais antigos da magia e tomam a forma de marinheiros, marujos, capitães, almirantes, piratas, caiçaras e outros membros do universo marinho.
Estas entidades possuem uma tradição espiritual toda especial e tremendamente poderosa.
(Ed Pellizzari - Templo de Umbanda Mãe Divina)
A Linha dos Marinheiros na Umbanda engloba espíritos que trabalham no auxílio a encarnados e desencarnados, a partir do seu magnetismo aquático e de seus conhecimentos sobre a manipulação do Mistério das Águas.
Nela se apresentam espíritos que em últimas encarnações foram marinheiros de fato, navegadores, oficiais, pescadores, povos ribeirinhos, canoeiros, piratas, bucaneiros, escravos, corsários, mulheres do cais, piratas mulheres, etc.
É o arquétipo do homem (mulher) litorâneo/a, daquele que sobrevive do mar e dos rios.
A Linha dos Marinheiros tem a Regência direta dos Orixás Yemanjá e Omolu.
Yemanjá rege “a parte de cima” do mar e Omolu rege “a parte de baixo”.
Yemanjá rege o mar (“calunga grande”) e dá sustentação e amparo aos espíritos que nele viveram de forma positiva, extraindo de suas águas recursos para alimentar vidas.
Omolu rege a terra (“calunga pequena”) e sustenta o eterno vai-e-vem das águas. Mas também atrai para os seus domínios os espíritos que se utilizaram do mar de forma negativa, alimentando apenas seus instintos inferiores.
Esta Linha de Trabalho é também chamada de “Povos da Água” e está relacionada a outras Mães das Águas: Oxum (águas doces), Nanã (lagos e lagoas), Yansã (água da chuva), Oyá-Tempo (água do sereno), Ewá (rios e lagoas). Mas sua principal Regente é Yemanjá.
Eles (linha ou falange) tem sua origem na linha de Yemanjá e são chefiados por uma Entidade conhecida por TARIMÃ
Os Marinheiros trabalham ainda sob influência das Forças Naturais que enfrentam no mar, tais como: as calmarias (Mistério de Oxalá); os raios (Mistério de Xangô); os tufões (Mistério de Yansã); os ciclones (Mistério de Oyá-Tempo); os bancos de areia (Mistério de Omolu); os recifes de corais (Mistério de Obá); os sargaços (Mistério de Oxóssi); as correntes marinhas (Mistério de Ogum).
Para lidar com essas energias, os Marinheiros precisam do conhecimento e da licença dos Orixás Regentes.
Portanto, ser um Marinheiro de Umbanda requer “preparo”!...
Nos Terreiros, a chegada dos Marinheiros traz uma alegria contagiante. Abraçam a todos, brincam com um jeito maroto, gingando pra lá e pra cá, PARECENDO embriagados, pois são muito brincalhões e normalmente bebem muito durante os trabalhos
Mas NÃO estão embriagados, como se poderia pensar. É o seu magnetismo aquático que os faz ficar “balançando”.
Cada elemento tem o seu magnetismo. E os espíritos que se manifestam naquela Irradiação têm magnetismo idêntico.
O que faz o mar ondular é o magnetismo característico de Mãe Yemanjá, Regente Divina dessas águas e da Linha dos Marinheiros. Logo, os Marinheiros têm esse magnetismo “ondulante”.
Ao incorporar em seu médium, o Marinheiro “bambeia”, ele se movimenta como quem se equilibra no tombadilho de um navio ou de um barco em alto mar. Desta forma, ele libera energias em formas onduladas, é através dos seus “balanços” que lembram os movimentos de uma pessoa embriagada. (Se ficarmos algum tempo no mar, vamos entender melhor isso: ao voltar para terra firme, sentiremos estar “balançando”, “bambeando”, ainda sob o efeito do movimento ondulante do mar.)
Os “balanços” dos Marinheiros liberam ondas de forte magnetismo aquático que desagregam acúmulos negativos de origem externa e interna, equilibram nosso emocional e mental e nos dão condições de gerar coisas positivas em nossas vidas. Trazem mensagem de esperança e muita força,dizendo que se pode lutar e desbravar o desconhecido,do nosso interior ou do mundo que nos rodeia se tivermos fé,confiança e trabalho unido em grupo (nunca andam sozinhos, quando em guerra unem-se em legiões,fazendo valer o principio de que a união faz a força,o que os torna imbatíveis nesse sentido).
Seu trabalho é realizado em descarrego,consultas,passes, no desenvolvimento dos médiuns e em outros trabalhos que possam envolver demandas (seu trabalho é parecido com o dos Exus).
Vale lembrar que as águas simbolizam as nossas emoções e estão ligadas à origem da vida.
Nas Giras de desenvolvimento o magnetismo dos Marinheiros é um potente equilibrador emocional do médium, colaborando de forma essencial no processo.
A Linha atua preferencialmente na diluição de cargas trevosas e em trabalhos voltados para a cura emocional do consulente, muitas vezes com a ajuda de seres Elementais da Água que são atraídos com tal propósito. O contato com esses seres realiza uma potente limpeza em nosso campo magnético, uma verdadeira “explosão” de energia equilibradora.
Os Marinheiros são Magos dos Mistérios Aquáticos. Atuam de forma única dentro da Umbanda, na manipulação de energias que nos libertam de bloqueios íntimos e nos dão equilíbrio emocional. Pode parecer pouco, mas hoje a própria ciência analisa e admite os efeitos dos distúrbios emocionais como geradores de várias enfermidades. De modo que a cura emocional é o primeiro grande passo para outras conquistas.
Os Marujos lidam com os consulentes de forma simpática e extrovertida, “quebrando o gelo” e deixando o assistido muito à vontade, o que facilita a recepção dessas energias equilibradoras e curadoras.
A descarga de um terreiro, consulente ou dos próprios médiuns, uma vez efetuada será enviada ao fundo mar com todos os fluidos nocivos que dela provem. Os marinheiros são destruidores de feitiços, cortam ou anulam todo mal e embaraço que possa estar dentro de um templo, ou ainda, próximo aos seus frequentadores.
Como os Marinheiros vivem na irradiação aquática do mar, quando incorporam, parece-lhes que é o solo que está se movendo. Daí, com funções inversas, o álcool lhes dá estabilidade e equilíbrio para ficarem parados e darem atendimento às pessoas. O álcool tira o equilíbrio de uma pessoa. Mas, assim como o veneno de cobra é o único antídoto contra picadas de cobras, com os Marinheiros a ingestão de bebida alcoólica lhes dá estabilidade. Porém, esse consumo precisará ser controlado e restrito a uma dose mínima! Lembre-se: dentro de um trabalho espiritual, o excesso de bebida nunca se justifica. O Guia é um espírito que se preparou e obteve a permissão da Lei Divina para vir nos ajudar; é um mago que sabe como manipular os elementos e usa o mínimo necessário, pois não precisa de “quantidade”. Quando há excesso, isso se dá pela ignorância (despreparo), ou então pela vaidade do médium."
Bebem whisky, vodka, vinho, cerveja, cachaça ou rum.
Fumam charuto, cigarro, cigarro de palha, cigarrilha, cachimbo, e outros fumos.
Vestimentas: Alguns marinheiros usam quepes, boinas, lenços, chapéis de palha. Sim, nem todos os marinheiros possuem o uniforme branco como vemos nas imagens, muitos usam bandanas na cabeça, brincos, eram marinheiros da idade média, que viviam de pirataria, corso, alguns espíritos dessa falange se apresentam com roupas de bucaneiros, outros eram escravos durante as navegações.
Não sigam estereótipos ou paradigmas, muitos médiuns com certeza, com medo de fugirem do padrão, usam acessórios que não é solicitado pelo seu marujo e sim porque a regra do terreiro exige tal, enquanto outros só querem ter os capitães do mar.
A saudação a esta linha é: Hei Marujada!
Guias: Azul Claro/ Azul Claro e Branco/ e raramente Azul claro, Branco e Vermelha.
Alguns nomes conhecidos de entidades desta linha:
Capitão dos Mares,
Marinheiro Sete Espadas,
Marujo Crispim,
Marinheiro Sete-Marolas,
Pirata do Mar,
Martim Pescador,
Seu Sete-Mares,
Maria do Cais,
Chico do Mar,
Zé Pescador,
Seu Marinheiro Japonês
Seu Iriande,
Seu Gererê,
Mané Jangadeiro,
Tiago,
Tonhão,
João Marina,
Martim Parangola,
Martim Ignacio,
Gerson,
Sete Jangadas,
Jorge, entre outros.