É NECESSÁRIO OFERENDAR REGULARMENTE TODAS AS ENTIDADES E ORIXÁS?
Observamos, em larga escala, uma corrente de umbandistas que centralizam toda sua prática espiritual em torno de oferendas aos guias e Orixás. Entre eles, alguns até mesmo se “viciaram” nestes ritos, ao ponto de somente conseguirem se conectar com o sagrado se presentearem algum elemento material. Embora concordamos que as firmezas e ofertas possuam o seu fundamento, não são condições essenciais para recebermos as graças do Alto. Mais importante, é o bom coração, disposto a se melhorar como pessoa e ser instrumento da espiritualidade.
Vamos compreender, primeiro, que as entidades e os Orixás não precisam das oferendas. Eles não comem, não fumam, não bebem; não necessitam de nada do plano físico. São utilizados, em realidade, somente as energias de cada elemento depositado. Energias que serão manipuladas, potencializadas e direcionadas em benefícios do próprio filho. Somos nós, em momentos específicos, que recorremos às firmezas e ofertas para reestabelecer algum equilíbrio.
Por esta razão, não recomendamos oferendar os guias e os Orixás sem nenhum critério, nem nenhum motivo. Não é algo a ser feito aleatoriamente, nem por mero capricho, mas uma atividade sagrada, fundamentada na lei de Umbanda. Deixe para que os próprios guias, quando julgarem necessário, orientem que seja realizado alguma firmeza ou oferenda. Lembre-se de que tudo, na religião, é energia, possui uma razão de ser. A vela, oração e copo de água e fé já são suficientes para mais de 90% dos casos.
Além disso, não busque receitas na internet de oferendas, ritos, firmezas. Não é o local apropriado para este tipo de aprendizado. Para cada caso individual, elementos e procedimentos diferentes podem ser orientados. Deixe que no próprio terreiro onde foi prescrito a oferta lhe seja dito como realizá-la. Não saia de lá sem compreender exatamente como deve agir. Se for pedir orientação na WEB, receberá tanta informação diferente e divergente que ficará ainda mais confuso.
E quando for ofertar, que seja feito no silencioso respeito. Você não está ali para ostentar, nem demonstrar quão abundante são os elementos depositados, muito menos para tirar fotos para receber curtidas nas redes sociais. Está a fortalecer uma relação íntima e particular entre você e aqueles que te acompanham. Não há porque expor para meio mundo. Saiba, a vaidade corrompe o propósito de qualquer rito, interfere em grande medida nas energias oferecidas.
Os falangeiros de Umbanda não aceitam barganhas. Se crê que basta doar bebidas e fumos para que todos os seus desejos materiais sejam realizados, está bastante enganado. O terreiro não é um balcão de serviços, as entidades não são seus serviçais. É preciso, antes de tudo, merecimento para qualquer conquista na vida. Afinal, eles são guias espirituais, no sentido amplo da palavra: aproximam-se de nós para ensinar, orientar, doutrinar, guiar-nos em nosso processo evolutivo.
Saravá a todos!
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