Olá, gente!
Depois de um "longo e tenebroso inverno" com quase nenhuma postagem, vamos dando continuidade aos nosso temas, até porque já estou cansado de receber mensagens me indagando sobre quando vamos continuar a escrever.
Sem mais delongas, vamos ao nosso tema mais atual.
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E aí, eu parei lá no outro tema com aquele monte de conceitos sobre orixás e tenho certeza de que você (como eu mesmo por muitas vezes) já deve ter se perguntado: E qual é a aplicação prática para todo esse conhecimento sobre Energias Cósmicas, Orixás Cósmicos, Energias de Raiz, Vibração Original, Raios da Criação ou sei lá mais quantos nomes vão inventar para isto tudo? No que isto tudo influencia os trabalhos de Terreiro, Centros, Barracões, etc?
Quer saber mesmo? Quase nada!
Quase nada do que se fale ou se descreva sobre as possibilidades do que venha a ser compreendido como Orixás, sejam eles Cósmicos, da Natureza, Espíritos de Grande força, etc., interfere no seu trabalho prático com a mediunidade, esteja ela apontada para os Cultos Africanos, para o Kardecismo, para a Umbanda, a Quimbanda, etc.
Esses conceitos só são criados e aceitos por nós (cada um à sua maneira) para que se criem (ainda que subjetivamente) elos de ligação entre os cultos, religiões e filosofias à Energia Mãe (Deus, Zambi, Olorun, Alah, Jeová, etc.,) de alguma forma, e isto acabe por "assegurar" (entre aspas mesmo) que se está praticando uma forma de culto religioso, porque devido à subjetividade e diversificação de cada explicação do que ou quem seriam os Orixás e até mesmo DEUS, tanto em relação ao que já se conhece por diversos autores, quanto ao que ainda venham a criar, e devido também ao fato (este sim bem mais concreto) de que, seja qual for a forma de se entender Orixás e Deus, sempre há os que se beneficiem e encontrem certo "amparo espiritual" por sua crença, havendo também os que não, ainda que (per)sigam as mesmas crenças, é possível que talvez todos esses conceitos não passem disto mesmo: puras crenças pessoais que agradam ou não ao subjetivismo de cada um e por conta deles são ou não aceitos.
Pô!! Então você abre um tema colocando "n" páginas falando sobre Orixás e depois vem dizer que esse conhecimento não nos ajuda em nada de nossas práticas espiritualistas? Perguntaria você que está prestando atenção no que lê, não é mesmo?
Em primeiro lugar eu usei a expressão "QUASE nada", lembra-se?
E por que Quase nada?
Porque a não ser pela visão energética e cósmica do que seriam essas forças que também chamamos orixás, todas as demais aqui citadas "morrem", em aplicação prática, na exposição de seus conceitos, já que por elas entenderíamos o que seria "Orixá" (dentro dessas concepções) e ponto final, praticamente acabou por aí restando talvez a curiosidade sobre como cultuá-los ou "adorá-los" (aí já virou Culto a Orixá o que não é mais Umbanda), ao passo que o estudo dos Orixás enquanto ENERGIAS ou VIBRAÇÕES ORIGINAIS, nos dá amparo para podermos entender uma série de "fenômenos" que se nos apresentam via mediunidade, alguns dos quais já expostos no capítulo anterior e outros mais que espero poder deixar mais claros a partir de agora.
A partir daqui, pessoas que não tenham a mente aberta para "novos" ensinamentos e experiências, por favor não leiam, ok?
Vamos imaginar uma cena: Você chegou no Terreiro e, médium honesto e ciente de sua responsabilidade com a prática que vai exercer assim que começarem os trabalhos, procura se isolar do burburinho, dos comentários não relativos à prática; procura também elevar seus pensamentos para que sua AURA resplandeça em luzes e, por este meio, busque atrair para si energias e entidades que com essas luzes compactuem ou se sintonizem.
Inicia-se a Sessão ou gira, normalmente pela defumação e você age mentalmente, buscando ainda mais contatos positivos e firmes com um ALTO ASTRAL, deixando de lado o máximo do que esteja acontecendo no Terreiro em sua parte material e procurando se contatar com o que acontece na parte espiritual que, como já dissemos, é mais importante em mais de 90% do que acontece ali, a seu lado físico.
Repentinamente e em um momento adequado, você começa a sentir que está perdendo o controle total de seus movimentos e se desequilibrando como se as pernas estivessem bambas ou o cérebro perdendo o comando natural de seus membros e repara também que esse desequilíbrio, tanto começa pelas pernas (ilusão) como por um certo torpor mental que em diferentes graus (depende de cada um) faz parecer que um processo de labirintite (Já sentiu? Se não pergunte a quem já) começa a se delinear.
De repente seu joelho se dobra e num brado forte o Caboclo "X" se mostra presente sem que você tenha tido tempo sequer de frear esses impulsos. Este é o momento em que a entidade tem, normalmente, o maior controle sobre o físico do médium e pode perdurar ou não, em virtude de uma série de situações às quais não vou me prender agora porque o objetivo é focar exatamente este momento – o do primeiro e maior contato físico, em todos os casos, da entidade dominante com o seu médium.
Após este brado, os semi-inconscientes e os mais conscientes (para aquela determinada entidade, já que esse estado pode variar de entidade para entidade) percebem que as sensações de comando físico por parte do Espírito podem persistir em maior ou menor grau (dependendo, como já disse), mas o importante é que a tonteira e o desequilíbrio cessam e se o médium for mais consciente (menos tomado), pode ele mesmo levantar-se e dar continuidade a seus próprios movimentos intuídos, mas não mais comandados, pela entidade ali presente, assim como também poderá, continuando sob o processo de domínio corporal pela entidade, sentir-se meio que estranho, vendo seu corpo se movimentar sem seu controle.
Independentemente de qual seja a forma em que a entidade atue no seu psiquismo e nos seus controles motores, esse processo momentâneo de incorporação envolve uma série de requisitos que até mesmo uma grande parte das entidades que dele se valem não têm a menor idéia de como funciona. Como para eles o ato é quase que automático, nem chegam a parar para analisar os porquês de, por exemplo, ser mais fácil "entrarem" em certos médiuns e mais difícil em outros, estando ambos nas mesmas condições mediúnicas, ou o porquê de num determinado local, poderem facilmente dominar e "entrar" em mais de um médium com a mesma facilidade.
Nem mesmo eles percebem como se processa a conexão áurica ou a conexão através dos chakras, seus e os dos médiuns que usam para se comunicarem, de forma que não são todos os Espíritos que lhe poderão fornecer maiores dados sobre esse mecanismo que, se compreendido mais a fundo, pode ajudar bastante ao médium (ainda que seus amigos espirituais nem se dêem conta disto) a melhorar ainda mais os contatos com seus amigos "do lado de lá", processo que tentaremos analisar de forma bem acessível para que você possa, talvez entendendo melhor, passar a sentir mais e melhor esse processo de incorporação, tão exigido nos Terreiros de Umbanda que se esmeram na prática da MEDIUNIDADE e não na prática do ANIMISMO.
Antes ainda de maiores análises, devo lembrá-lo(a) de que nós atraímos para nosso convívio entidades espirituais que se assemelhem a nós mesmos, seja em idéias, em práticas, crenças, caráter, personalidade, etc, etc, como nos ensina a Lei dos Semelhantes, querendo isto dizer que quanto mais semelhantes formos às entidades que de nós se aproximarem (ou elas de nós), maiores serão os elos de contato energético e, certamente, maiores e melhores as sintonias vibratórias entre nós e eles, antes ainda de pensarmos em aprimorar nossas mediunidades para isto ou aquilo, ou por esta ou aquela corrente de pensamentos.
Como se dá então o processo de mediunização, levando-se em conta a incorporação ou psicopraxia, entendendo-se que estamos falando de incorporação permitida e até requerida e não forçada como nos casos de "invasão" obsessiva?
Fatores a serem considerados:
1- Fator Inicial necessário – semelhanças, tanto sob forma de caráter e personalidade, quanto psíquicas e comportamentais, o que por si só já cria elos de correspondência;
2- Flexibilidade na expansão da Aura que pode ser até inconsciente e provocada de fora para dentro, mas que também pode ser controlada pela mente do médium;
3- Semelhanças entre as energias que formam o Corpo Astral ou Espiritual da entidade e o padrão vibratório das energias que a Aura do médium projeta e que é sentido no Astral sob formas repulsivas ou atrativas para esta ou aquela qualidade de Espíritos – este é um fator bem mutável e pode variar de acordo com o estado psíquico e orgânico do médium a cada dia e até a cada hora;
4- Correspondências energéticas nas Vibrações Originais (como vimos no texto sobre orixás cósmicos) entre as energias (mônada, alma, etc) que compõem o Espírito desencarnado e o Espírito do médium, o que também facilita o uso da carcaça material pela entidade "visitante", já que essa carcaça material foi adaptada a essas energias ao longo do tempo, desde o nascimento ou até antes.
Então, tentando esmiuçar isso aí, esses são os fatores que podem facilitar ou até dificultar o melhor ou menor contato psíquico e motor entre médium e Espírito. A partir do momento em que esses fatores se somarem em prol da mediunização, maiores as possibilidades de contatos mais firmes acontecerem.
O item 1, creio que nem é preciso explicar muito porque pra quem entende que SEMELHANTE ATRAI SEMELHANTE já entendeu tudo.
No item 2, e como já explicamos, a expansão da Aura cria zonas energéticas menos densas, principalmente em sua borda (parte mais externa), o que facilita tanto a corpos espirituais como outros tipos de energias poderem adentrar esse escudo básico.
Processos de expansão de Aura por técnicas de relaxamento, quando controlados por médiuns treinados, facilitam a "entrada" da entidade e evitam choques vibratórios daqueles que vemos quando, para incorporar, o médium leva quase que uma surra de tanto que sacoleja.
Aliás, abrindo um parêntese, esses excessos de sacolejos podem ser devidos, não só à inexperiência do(a) médium (que se contrai por medo - e também à sua Aura - mas até mesmo em função das primeiras reações de seu sistema nervoso que em médiuns não preparados podem criar sensações de tonturas, desequilíbrios e até vômitos, etc.), mas também às diferenças vibracionais entre ele e a entidade que tenta se achegar e adentrar seu psiquismo sem qualquer afinidade energética primária.
Podemos observar bem mais claramente este processo dos sacolejos, já em médiuns mais experimentados, nas incorporações de obsessores em sessões de descarga por atração e encaminhamento, ocasião em que o(a) médium acaba por atrair para si entidades que não se coadunam com suas vibrações, criando-se muitas vezes choques vibratórios.
Isto não costuma ocorrer em médiuns de características somente psicofônicas, já que estes não passam pelo processo mais profundo de incorporação que envolve muito mais a interação energética entre médium e Espírito.
O item 3 nos fala de semelhanças entre as energias que formam o Corpo Astral ou Espiritual da entidade e o padrão vibratório das energias que a Aura do médium projeta porque essa Aura que como já explicamos resulta de uma projeção energética criada dentro do corpo físico e sofre influência, tanto de características de personalidade, quanto de estado de espírito, quanto de saúde e até mesmo do que o médium comeu ou bebeu em determinado momento, de forma que essa energia projetada é resultante de um somatório de processos que acontecem, tanto no corpo físico como no psiquismo do encarnado e, dependendo deste resultado, ela nos pode facilitar melhores contatos, tanto com "luminares" quanto com o mais Baixo Astral. E quando digo que este é um fator mutável, quero dizer que, DEPENDENDO desses fatores que criam essa energia final (até do que se come, como disse) a Aura poderá apresentar em determinados momentos, padrões energéticos melhores ou piores para contatos diríamos, extrafísicos.
Uma observação importante aqui é que essas variáveis no padrão vibratório da Aura não parecem incomodar Espíritos de baixa vibração em suas chegadas, mas atrapalham demais a tentativa de chegada e de trabalhos dos entes menos densos, menos materializados.
Quer testar? Coma um bom churrasco e tome umas cervejinhas, mesmo que não seja em excesso, e depois vá para o Centro ou Terreiro trabalhar e tente dar passagem para entidades reconhecidamente "de luz", aquelas que são menos densas e por isto mesmo já apresentam mais dificuldades naturais para incorporar (DE FATO) e depois analise por si.
Já para os amigos Exus e Pomba Giras, isto praticamente não apresenta problema algum. Por que será, heim???
E o item 4 nos fala, novamente, das correspondências energéticas que possam existir na formação espiritual entre encarnado e desencarnado (e elementais também, não podemos nos esquecer disto), lembrando-nos do que já foi explicado no capítulo anterior.
E como é que isto pode nos afetar?
Lembrando-nos de que correspondências nas Vibrações Originais podem envolver a interação com Espíritos, tanto de padrão evolutivo maior do que o nosso, quanto menor (sim, porque até os piores kiumbas, como chamamos alguns Espíritos Obsessores, provocadores, beligerantes, etc, são provenientes das mesmas fontes energéticas que nós, que nos consideramos menos kiumbas, e por isto mesmo também trazem em suas formações as mesmas Vibrações Originais ou os mesmos Orixás) e por isto mesmo, dependendo das semelhanças de que trata o item 1 (caráter, personalidade, psiquismos, comportamentos, crenças, etc.) sentindo-se atraídos por um certo encarnado e tendo ainda por cima estreita relação energética por conta de Vibrações Originais semelhantes ou correspondentes, "tomam conta do pedaço" com a maior facilidade e, como já explicado nos textos sobre obsessores, no Volume III, capítulo 10, se forem espertos, vão "comendo a carne" devagarzinho e soprando ao mesmo tempo pra que a dor só seja sentida quando não houver mais tempo pra que o encarnado em questão se livre deles.
Talvez seja uma boa hora de você dar uma paradinha por aqui e reler, com muita calma e atenção, o texto do Cap 10 acima citado que tem como título: PROCESSOS OBSESSIVOS III - OBSESSÕES ESPIRITUAIS.
Se você ainda não baixou os livros, clique no link abaixo e leia esse texto aqui mesmo no Blog:
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NOTA:
Este texto, ainda incompleto aqui, é parte de um dos que compõem o próximo volume de UMBANDA SEM MEDO. Qualquer cópia para fins comerciais está desautorizado antecipadamente pelo autor que sou eu mesmo, Claudio Zeus.
Cópias deste, assim como dos demais deste Blog, serão admitidas desde que a fonte exata seja divulgada.
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