segunda-feira, 20 de junho de 2022

Filhos não tem culpa dos pais que tem. As instituições mudam. As pessoas mudam. Os tempos mudam. O amor ao próximo, é fácil de ser proferido e poetizado, mas nem tanto de ser praticado. Não preguemos o ódio nunca.

 Filhos não tem culpa dos pais que tem. As instituições mudam. As pessoas mudam. Os tempos mudam. O amor ao próximo, é fácil de ser proferido e poetizado, mas nem tanto de ser praticado. Não preguemos o ódio nunca.


Pode ser uma imagem de textoOS FAMILIARES

Texto por Jünnýperos
O texto que trago é longo, e acaso leiam, gostaria de ressaltar umas coisas:
Filhos não tem culpa dos pais que tem. As instituições mudam. As pessoas mudam. Os tempos mudam. O amor ao próximo, é fácil de ser proferido e poetizado, mas nem tanto de ser praticado. Não preguemos o ódio nunca.

- ATENÇÃO - NOTA PERMANENTE -
O texto não por intenção lançar uma versão definitiva sobre o assunto, ofender ou ir contra qualquer outra versão desse conhecimento já existente, pelo contrário, a intenção é agregar conhecimento com base no que já existente na esperança da partilha e fortalecimento da egregora mágica. Agradeço a todos a atenção, espero que a leitura desse texto embora simples, possa lhe ser útil de alguma forma. Grato.
OS FAMILIARES
Popularizado desde a antiguidade por motivos diversos o familiar tomou seu lugar com um histórico digno de um conto de bruxas. Um conceito em voga, sobretudo somando o carinho e cuidado que as pessoas desenvolveram para com seus amigos, sejam eles, mamíferos, aves, repteis, anfíbios, batráquios, insetos e outros. Mas de onde vem o conceito exatamente? O que torna um ser um familiar: o que o difere de um animal comum? As referencias mais evidentes do que se pode pensar transbordam na mídia em todos os círculos, desde literatura, jogos virtuais, cinema e outros: uma alusão obvia para bruxos, mas não tanto para leigos, por exemplo, no direito das crianças da trilogia “Harry Potter” possuírem um bicho de estimação. Poderia ser apenas um detalhe corriqueiro, mas é visível a conexão que essas crianças têm com seus pequenos seres . Mas as questões mais importantes podem ser na verdade se existe uma forma mais exata de definir o que seria um familiar, quais suas origens e obviamente, como e quem poderia ter um.
Hoje, há quase que um consenso de que familiares são espíritos de companhia e/ou animais que acompanham bruxos, mas essa definição por si só tem um viés vago, o que não é nem de longe algo negativo, pode até mesmo ser útil para se adaptar as visões mais variadas que se possa ter sobre o familiar.
O triangulo totem-bruxo-familiar
O totem como manifestação espiritual tendo até mesmo papel importante como guia espiritual e/ou protetor, pode formar um pilar energético em certos eventos magísticos, dependendo da vertente do bruxo em questão, onde o familiar poderia atuar como um auxiliar na conexão com o totem, ou até mesmo num plano superior fornecendo um ponto de vista diferenciado, também auxiliando o bruxo se projetando astralmente. Mas, tecnicamente é possível determinar de uma forma simples o que seria um familiar? Quanto mais se interage com ramos e vertentes diferentes da magia, mais temos acesso a novos conhecimentos, tradições e vivencias, onde aprendemos um pouco de uma visão sobre o mundo, espiritualidade e magia. Segue abaixo algumas teorias como exemplo da diferenciação do familiar de um mascote tradicional.
Teoria do animal nascido familiar: nessa teoria, o animal em questão é especial, ele é um familiar quer possua ou não um aliado bruxo, mas só manifestará todo o seu potencial quando este estiver dentro do contexto magico, tendo uma “consciência” de que seu “dono” é ou não um bruxo, não dispensando certos atributos ligados a magia com leigos, não obstante os protegendo como pode. Nesse tipo de visão, caso o bruxo deseje, pode criar um “batismo de familiar” para que este se torne ciente que pode atuar por completo para com suas capacidades magisticas.
Teoria do familiar evocado num animal preexistente: nessa teoria o animal em questão é convertido em familiar através de consideração ou ritual, fato também mencionado comumente na goetia onde diversos daemons podem conceder um familiar, onde há margem para interpretações variadas, como um familiar que possua corpo somente no plano etéreo, mas no caso de plano físico, crê-se que seja necessário um ser para servir de receptáculo o que o enquadra nos exemplos a seguir. Não somente na goetia, mas o familiar pode ser invocado de outras formas, segundo a linha magica que se segue, onde A) um animal passa a vestir uma roupagem espiritual do familiar, como um atributo adicional; B) O animal se torna morada de um espirito familiar, que age como um duplo etéreo, algo como uma simbiose espiritual ou como um novo desenho de seu espirito. C) O animal passa por uma literal substituição espiritual, como uma troca de essência se tornando outro ser totalmente diferente.
Teoria do animal familiar reencarnado : nessa concepção o familiar seria reencarnação ao menos em parte da essência de um ancestral, tendo surgido na vida do praticante de artes magicas para auxilia-lo e prestar socorro em atividades diversas.
Teoria do familiar incorpóreo: nessa concepção, o familiar não possui corpo físico, não compulsoriamente que isso dispense uma efigie ou imagem de representação, para melhor compreensão do mesmo. Este familiar que pode ter as mesmas origens dos anteriores difere no fato apenas de não possuir corpo físico, o que lhe dá a possibilidade de possuir praticamente qualquer aparência. Estes, no entanto não devem de forma alguma ser confundidos com servidores caotes, diferindo por possuir consciência e uma origem totalmente diferente.
DEMONIZAÇÃO DO FAMILIAR: MORTE DE BRUXOS E FAMILIARES PELA INQUISIÇÃO
Dentre todos os familiares o gato talvez seja o maior representante da perseguição da igreja, a ponto de pessoas criarem um “passado falso” em sites catequistas, onde as condenações da igreja, perseguições e inquisição sequer teriam existido, tamanho é a vergonha dos atos cometidos em nome da ignorância, causando a morte de milhares de inocentes. Dentre as tristes passagens estão bulas (Vox in Rama) do papa Gregório IX com o objetivo de reprimir as heresias, com a promulgação de dois documentos, no qual o segundo, o “Licet ad capiendos” de 20 de abril de 1233, que era dirigida aos dominicanos, que passaram a liderar o trabalho de investigação, julgamento, condenação e absolvição dos “hereges”. Este segundo documento instituiu oficialmente a Inquisição como hoje é conhecida. Ligando gatos ao paganismo e, pouco mais tarde aos muçulmanos por terem simpatia pelo animal, também incluíram as parteiras, que comumente carregavam a imagem de um gato, símbolo da deusa Bastet, em outras palavras buscavam argumentos para condenar todos aqueles que poderiam oferecer risco hegemonia Cristã. Por volta do século XIII, em uma de suas várias bulas, o papa Gregório IX determinou que os gatos fossem exterminados. A paranoia causada pela Inquisição acabou aumentando o numero de mortos devido a diminuição da população felina que acabou ajudando na propagação dos roedores que transmitiram as bactérias Yersinia pestis, causadoras da Peste Negra em diversas regiões da Europa.
Os acusados de heresia, na maioria mulheres, eram vigiadas e onde vissem a presença de um gato de estimação (em especial preto) poderiam valer-se disso como prova de que esta seria praticante de bruxaria, sendo condenados a morte tanto o gato, quanto a dona, fato inclusive mostrado em diversas iluminuras e pergaminhos inquisitórios. Evidentemente por toda a história sempre houveram pessoas que se valeram dos mais absurdos argumentos para condenar familiares e seus “donos” como fato ocorrido como no exemplo a seguir:
JOAN PRANTICE (Joan Prentis) executada através do uso da condenação pela lei de bruxaria de 1563. juntamente com Joan Cunny e Joan Upney em Chelmsford – Essex em 5 de julho 1589. Acusada ao relatar sobre seu familiar, um furão chamado Bidd. Durante ao interrogatório teria mencionado os nomes de Elizabeth Mott e Elizabeth Whale, não resultando em penalidades para as mesmas, e no fim, um total de 31 pessoas terminaram acusadas. A lei determinava pena de morte capital, no caso de “uma bruxa causar a morte de outra pessoa através de magia”. Prantice, Cunny e Upney foram mortas por enforcamento. A filha de Joan Cunny, chamada Avis, também considerada culpada escapou da execução imediata por estar grávida. O fato além de documentado possui ilustrações retratando as condenadas.
MATTHEW HOPCKINS no século XVII, também causou muitas mortes tendo acusado pessoas de muitas coisas relacionadas a magia, dentre elas, de possuírem familiares. Ele era um advogado filho de um clérigo puritano chamado James Hopkins, se dizia enviado do parlamento inglês, onde de forma cruel pode ter causado a morte de cerca de no mínimo 200 mulheres, exigindo em seguida, pagamento pelas mortes da comunidade onde as “bruxas” eram descobertas. Há gravuras em jornais onde Hopckins esta presente obtendo a confissão de bruxas, onde estas citam seus familiares pelos nomes próprios, chamados pelos jornais locais de “imps”.
FAMILIARES UMA QUESTÃO DE RESPEITO E CUIDADO
Para quem está interessado em possuir um familiar indico cuidado na escolha, buscando aquele que sentir uma conexão especial e disponha de responsabilidade para cuidar, alimentar, manter sua saúde e higiene, e protege-lo com carinho e respeito. Terá então uma adorável companhia, que como dizem “não saberá ler ou falar, mas lhe dirá as coisas mais importantes através de um olhar”.