O trono da sabedoria
Muitos dirão que esse trono pertence a Xangô, ou Orunmilá, mas acredito fielmente que essa força deva ser atribuída a Oxóssi.
Você dirá: “Mas Oxóssi é teimoso, insistente e avoado! Como pode ter o trono da sabedoria?” E eu digo: por isso mesmo. Dentre os orixás ele é o que se transforma continuamente, aprendendo com situações e sempre disposto a entender o outro.
Oxóssi virou patrono da natureza por conta de sua teimosia. O ego de sua pontaria lhe tirou o juízo e começou a caçar indiscriminadamente. Queria animais mais raros e mais perigosos, mas não perdoava nem o mais inofensivo coelho. As peles eram sua glória. Até o dia que sua habilidade causou a extinção de todos os animais.
Olodumaré então diz que a sede desenfreada do garoto orgulhoso causou este mal, mas que o reverteria desde que Oxóssi se tornasse o patrono destes animais. Desde então se tornou o protetor dos caçadores que caçam apenas para comer! E perseguidor dos caçadores orgulhosos que caçam por fama.
Outra lenda diz que Yemonjá alertou Oxóssi que poderia caçar todos os animais, menos um: a cobra. Ela alertou o rapaz que a cobra era sagrada, DAN, e não poderia ser caçada. Ele finge concordar, mas a proibição da mãe o deixa tentado a ir atrás da grande serpente encantada. Na ausência dela ele vai até a floresta e se depara com a criatura mágica gigantesca que com seu arco atravessa e mata.
Carrega o corpo da jiboia até em casa e a Débora no jantar. Ao voltar pra casa Yemonjá não encontra Oxóssi. Só o rastro de uma cobra que trocara de pele ali mesmo e foi mata a dentro. Oxóssi que comera Oxumaré, que é um imortal, foi devorado por este. Oxóssi então se torna Orixá.
Muitaaas são as lendas desse caçador, que durante seus Itans mostra a face do menino teimoso, o jovem desafiador e o rei astuto que se tornou. OKÊ ARÔ! Que os segredos do mato, da prosperidade e da felicidade estejam sempre conosco.