sexta-feira, 29 de abril de 2022

Baianos na Umbanda Na década de 50, época que a Umbanda se consolida em São Paulo, houve um enorme fluxo migratório para esta região, pois estava sendo esculpido uma das maiores metrópoles do mundo, tornando-se um grande canteiro de obras.

 Baianos na Umbanda
Na década de 50, época que a Umbanda se consolida em São Paulo, houve um enorme fluxo migratório para esta região, pois estava sendo esculpido uma das maiores metrópoles do mundo, tornando-se um grande canteiro de obras.


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Na década de 50, época que a Umbanda se consolida em São Paulo, houve um enorme fluxo migratório para esta região, pois estava sendo esculpido uma das maiores metrópoles do mundo, tornando-se um grande canteiro de obras.

Com a quantidade de pessoas vindas de diversas partes do país era enorme, destacando-se os nordestinos, que vieram na maioria para trabalhar nas obras de construção civil, como “peões” urbanos, assim como nos mais diferentes ramos da indústria automobilística, então também em total expansão, especialmente ocupando os postos de trabalho não qualificado.

No imaginário popular dessa cidade, o nordestino foi portanto associado ao trabalho duro, à pobreza, ao analfabetismo, aos bairros periféricos, à vida precária, de um modo genérico, a tudo que é considerado inferior ou brega.

Com o inchaço populacional e os crescentes problemas, inerentes ao processo de metropolização, o senso comum, marcado pelo preconceito, passa a procurar o “culpado” pelo ônibus lotado, pela falta de emprego, enfim pelas mazelas da cidade. E a culpa é recorrentemente atribuída ao “intruso”, o “cabeça chata ignorante”, o nordestino.

Assim como o oriental é indiscriminadamente rotulado de “japonês”, o nordestino é o “baiano”. Na vida cotidiana da cidade se percebe o caráter negativo dessa designação: “isso é coisa de baiano”, “que baianada você fez” etc.

Ainda que elementos culturais originários da Bahia e do Nordeste tenham sido valorizados pela mídia (no carnaval, na música popular), fenômeno de alguma forma expresso na proliferação dos candomblés em São Paulo, o termo “baiano” (nordestinos, em geral) ainda continua sendo pejorativo. Não obstante, o baiano alcançou grande popularidade na Umbanda.

A Umbanda caracterizou-se por cultuar figuras nacionais associadas à natureza, à marginalidade, à condição subalterna em relação ao padrão branco ocidental.

O nordestino é o “subalterno” da metrópole, o tipo social “inferior” e “atrasado”, e por isso objeto de ridicularização, mas também de admiração, pois igualmente representa aquele que resiste firmemente diante das adversidades.

O Baiano representa a força do fragilizado, o que sofreu e aprendeu na "escola da vida" e, portanto, pode ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência do nordestino migrante parece ser responsável pelo fato de os baianos terem se tornado uma entidade de grande freqüência e importância nas giras paulistas e de todo o país, nos últimos anos.

Os baianos da Umbanda são pouco presentes na literatura umbandista. Povo de fácil relacionamento, comumente aparece em giras de Caboclos e pretos velhos, sua fala é mais fácil de se entender que a fala dos caboclos.

Conhecem de tudo um pouco, inclusive a Quimbanda, por isso podem trabalhar tanto na direita desfazendo feitiços, quanto na esquerda.

Quando se referem aos Exus usam o termo "Meu Cumpadre", com quem tem grande afinidade e proximidade, costumam trazer recados do povo da rua, alguns costumam adentrar na Tronqueira para algum "trabalho". Enfrentam os invasores (kiumbas, obsessores) de frente, chamando para si toda a carga com falas do gênero "venha me enfrentar, vamos vê se tu pode comigo".

Buscam sempre o encaminhamento e doutrinação, mas quando o Zombeteiro não aceita e insiste em perturbar algum médium ou consulente, então o Baiano se encarrega de "amarrá-lo" para que não mais perturbe ou até o dia que tenha se redimido e queira realmente ser ajudado.

Costumam dizer que se estão alí "trabalhando" é porque não foram santos em seu tempo na terra, e também estão alí para passarem um pouco do que sabem e principalmente aprenderem com o povo da terra.

São amigos e gostam de conversar e contar causos, mas também sabem dar broncas quando vêem alguma coisa errada.

Nas giras eles se apresentam com forte traço regionalista, principalmente em seu modo de falar cantado, diferente, eles são “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé.

Os Baianos na Umbanda são “doutrinados”, se assim podemos dizer, apresentando um comportamento comedido, não xingam, nem provocam ninguém.

Os trabalhos com a corrente dos Baianos, trazem muita paz, passando perseverança, para vencermos as dificuldades de nossa jornada terrena.

A Entidade pode vir na linha de Baianos e não ser necessariamente da Bahia, da mesma forma que na linha das crianças nem todas as entidades são realmente crianças.

Os Baianos são das mais humanas entidades dentro do terreiro, por falar e sentir a maioria dos sentimentos dos seus consulentes.

Talvez por sua forma fervorosa de se apresentar em seus trabalhados no terreiro, aparentem ser uma das entidades, mais fortes ou dotadas de grande energia (e na verdade são), mas na umbanda não existe o mais forte ou fraco são todos iguais, só a forma do trabalho é que muda.

Adoram trabalhar com outras entidades como Erês, Caboclos, Marinheiros, Exus, etc.

São grande admiradores da disciplina e organização dos trabalhos.

São consoladores por natureza e adoram dar a disciplina de forma brusca e direta diferente de qualquer entidade.

Saiba mais sobre os Guias Baianos na Umbanda

Os Baianos na Umbanda representam um povo alegre que adora desmascarar qualquer mal.

Quem aparece em um terreiro com pensamento cético, durante uma gira de Baiano sairá de lá surpreso com o que irá escutar.

Eles são especialistas em afastar o mal da vida daqueles que os procuram, são espontâneos, alegres mas também diretos e sinceros quando necessários.

Esses Guias da Umbanda trabalham um diálogo mais fácil de ser entendido por nós, pois comparados às demais entidades, desencarnaram a pouco tempo.

Os Baianos simbolizam todo o povo nordestino que carregou dessa vida o espírito humilde e batalhador.

Essa Linha surgiu para sustentar a sabedoria do povo sertanejo, e recebeu esse nome não por causa do Estado da Bahia, mas pelo motivo que foi a partir dali que o país ganhou sua atual identidade.

Ou seja, ela é uma homenagem aos povos que contribuíram para a rica formação da nação, e que apesar do jeito simples carregam em suas veias a inteligência da miscigenação de brancos, índios e negros.

Essas entidades da Umbanda conhecem com mais afinidade as dificuldades de nosso tempo pois também passaram por elas.

Eles são na sua maioria migrantes, que carregaram na mala e no peito a esperança de uma vida melhor em outras terras do Brasil.

Esses Guias aceitaram a missão de ajudar os outros porque acreditam no melhor do ser humano, e sabem que as piores algemas são as que os outros lançam sobre seus irmãos.

Eles enxergaram na Umbanda branca um meio de colocarem para fora todo o conhecimento que receberam em seu tempo de vida da cultura do seu povo, dizem que não puderam ser Santos na terra, mas ainda podem contribuir ao próximo através do seus olhares simples e honestos sobre todas as circunstâncias da vida.

Por terem lutado arduamente enquanto estiveram nesse plano, os Baianos adoram desfazer magias negras, e é muito difícil haver algo que eles não possam lidar.

As características do Guia Baiano

Pertencente à Linha da Orixá Iansã, o Baiano da Umbanda também possui estereótipo de cangaceiro.

Não são todos os terreiros que os incluem com essa imagem nesta Linha, mas a grande maioria assim o faz.

Alguns locais apontam os cangaceiros como auxiliares dos Baianos, mas outros os veem como pertencentes à mesma Linha.

O Baiano carrega a força acolhedora, é um Ser de Luz que age na direita mas que conhece muito bem as necessidades de proteção que a esquerda possui.

Seu axé é identificado com uma grande energia positiva, ele atende de forma muito amigável, adora contar “causos” mas está a todo momento atento a traços de vibrações negativas que procuram persuadir e rebaixar as pessoas.

Sua conversa é de linguajar simples e muito fácil de compreender.

Com o sotaque nordestino carregado, ele instruirá com facilidade sobre os melhores caminhos a se tomar.

Porém, pode também ser meio grosso quando julgar essa importância.

Pois, há muitas pessoas que vão à gira querendo um passe mas na verdade também precisam de um puxão de orelha.

Costuma afastar energias ruins através de seus movimentos enérgicos e das famosas “benzidas” tão populares entre o povo nordestino, mas também é responsável por limpeza energética e curas diversas.

Sendo assim, ao participar de uma gira de Baianos, aprenda a escutar sinceros conselhos, libere seu coração para que eles possam expulsar da sua vida os sentimentos ruins jogados sobre você e principalmente: permita-se também contar seus “causos” para que eles possam orientá-lo da melhor maneira, pois com certeza entenderão como ninguém a sua necessidade e saberão acolher os seus problemas como se fossem deles próprios.

Os objetos mais comuns a utilizarem são: chapéu de couro, guia de coquinho e lenços de tecido.

Nomes de Baianos na Umbanda

O interessante sobre as falanges dos Baianos é que eles costumam se apresentar da mesma maneira de quando estavam encarnados, tendo assim uma maior liberdade de expressão nos terreiros.

As mais comuns são: João do Coco, Zé Baiano, Zé do Coco, Manoel do Facão, Pedro da Bahia, Simão, Maria do Rosário, Baiana do Balaio e Maria Quitéria.

Quando apresentados também como cangaceiros temos: Maria Bonita, Lampião, Corisco, Severino e Zé da Peixeira, Zé da Faca.

Oferendas aos Guias Baianos

Importante: toda oferenda deve ser orientada por alguém responsável do Candomblé ou Umbanda, cada Orixá ou Guias possuem suas peculiaridades que devem ser respeitadas e guiadas por quem os conhecem após anos de prática na religião.

As oferendas aos Baianos são a base de coco, por isso eles apreciam muito a cocada e também o aipim com melaço. As campinas são os principais pontos de natureza para a entrega da oferenda.

Dias dos Baianos
Costuma-se comemorar no Dia do Nosso Senhor do Bonfim – 02 de fevereiro – o dia dos Baianos. Já o seu dia da semana comemora-se na segunda-feira.

Saudação aos Baianos
“Salve o povo da Bahia, Salve o Senhor do Bonfim!” ou “É da Bahia!”.

Os Guias Baianos surgem para manter a proximidade da cultura de um país entre os homens, são diversos ensinamentos passados pelo tempo que carregam uma forte energia positiva que trazem autoconhecimento, paz, amor, saúde, proteção e prosperidade para a vida de todos que os buscam.

Características dos Baianos

Comidas: Coco, cocada, farofa com carne seca.

Bebem: Água de coco, cachaça, batida de coco.

Fumam: Cigarro de palha.

Trabalham: Desmanchando trabalhos de magia negra, dando passes, etc,.

São portadores de fortes orações e rezas. Alguns trabalham benzendo com água e dendê.

Cor: laranja ou qual for definida pela entidade

Apresentação: Usam chapéu de palha ou de couro e falam com sotaque característico nordestino. geralmente usam roupas de couro.