sexta-feira, 29 de abril de 2022

OYÁ ONIRA Onira, tradução em yorubá: senhora ou rainha de Ira. Onira, a ninfa das águas doces.

 OYÁ ONIRA

Onira, tradução em yorubá: senhora ou rainha de Ira.
Onira, a ninfa das águas doces.


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OYÁ ONIRA

Onira, tradução em yorubá: senhora ou rainha de Ira.

Onira, a ninfa das águas doces.
Na verdade Onira orixá é um "independente". Acho que foi no Brasil que se ligou uma Iansã Onira, exatamente por ela ser guerreira também, e por ela ter os Eguns ligação com. Mas é uma mãe da água doce, como Oxum, daí a sua identificação com ela.

Em Cuba, chega-se a associar um Onira Ogum.
Onira é uma ninfa das águas doces e seu culto aqui no Brasil é confundido com o culto de Oya (Iansã), por ser uma grande guerreira, também é saudada como a Iansã, pois existe uma afinidade entre as duas divindades, mas seus cultos não chegaram a fundirem-se. Seu culto na África era totalmente diferente.

Tem ligação com o culto um Egun, por sua ligação e laços de amizade com Oya. Também tem laços de amizade com Oxum, pois foi Onira quem ensinou Oxum Opara (oxum que caminha com Oyá) um guerrear. É uma Òrìxà muito perigosa por sua ligação e caminhos com Oso Oya Onira.

Mas é uma ninfa, mãe da água doce, como Oxum, daí a sua identificação com ela. Segundo a lenda, foi Onira quem ensinou Oxum a lutar.

Onira reina no mundo dos mortos e tem ligação direta com Obaluaiyè e Ògún

Sua ligação maior é com Oxum Opará, que recebeu de Onira ensinamentos para lutar e ser guerreira.
Opará tornou-se amiga inseparável de Onira.
Comem juntas no bambuzal ou nos rios e aprenderam os fundamentos dos Eguns.

Sendo assim, essa qualidade de Oxum “Oxum Opará”, também tem relação direta com os Eguns.
Quando “Onira ” e “Opará” se juntam, se tornam muito perigosas pois têm em dobro a força e a sabedoria dos guerreiros.

Oxum Opará ou Apará é um caminho de Oxun ,jovem e guerreira, companheira de Ògún e Xangò, estando ligada diretamente com os caminhos de Oxaguiam, o jovem guerreiro. Onira está Ligada a Oxaguiã, Oxum, Ogum, Ode, Obaluaye ....

Onira Não veste roupas de cores quentes, tendendo sempre ao rosa, amarelo, azul claro ou salmão para quebrar o branco total, mas geralmente rosa. Isso devido ao seu caráter explosivo e também ter um enredo muito grande com Oxalá, porque foi esse caminho de Onira que deu a Oxaguiã, o poder sobre o atòri. Quando essa Ya se manifesta é de costume colocarem preso em suas costas ou em sua saia um atòri.

Onira pode usar rosa com dourado, assim como azul claro. Suas aparamentas são delicadas e não possuem cores fortes, usa espada, e abebé, e também tem o direito de usar o eru, pois é uma rainha. Suas indés podem ser alternadas de cobre e douradas.

Lenda de Onira

Conta-se, que existia nas terras de Irá, uma linda moça chamada Onira Ela sempre comandava seu povo com sabedoria. Mas, ela tinha um grande problema: adorava lutar e se sentia bem em matar seus inimigos.

Onira era descontrolada quando tinha em punho sua adaga de guerra. Certo dia enlouqueceu de vez, chegou a um vilarejo e matou todos que ali encontrou.

Os sábios da cidade de Irá resolveram procurar Oxalá para que Ele na condição de Rei, mandasse que Onira parasse de matar.

Onira recebeu o recado que Oxalá queria vê-la e foi até Ilê Ifé (palácio de Oxalá).

Oxalá assustou-se, pois as roupas de Onira eram vermelhas, de tanto sangue de suas vítimas. Ela ajoelhou-se e perguntou o que o grande Rei queria.

Oxalá mandou que trouxessem uma grande quantidade de Efun (seu pó branco sagrado), e jogou-o sobre Onira.
Na mesma hora suas vestes de cor vermelha, tornaram-se rosa, por causa da mistura do pó branco com o sangue.

Então, Oxalá ordenou que Onira não mataria mais ninguém, que ela jamais vestiria vermelho em publico, e que rosa seria sua cor.

E como ela era uma moça tão quente, mandou que fosse morar nas águas junto com Oxum. E lhe disse:

Onira minha filha, és uma moça tão bela, tão doce, por que matas? Onira disse que sentia-se bem quando tirava a vida de alguém, mas que sabia que isso não é certo. Foi então que Oxalá teve uma ideia. Já que Onira gostava de lidar com a vida e com a morte, teria, assim como Oyá o domínio sobre os Eguns.

Não tiraria mais a vida de ninguém, apenas iria conduzir os que já se foram. A partir daquele momento iria morar na cachoeira com Oxum. Onira obedeceu e foi morar na cachoeira.

Oxum ria e debochava dela, mas queria ser sua amiga.
Porém, Onira muito mal humorada, não queria papo.
Até que um dia Onira adormeceu sobre uma pedra, olhando Oxum banhar-se e as águas do rio subiram e Onira estava morrendo afogada.

Oxum vendo o que estava acontecendo, mergulhou e foi salva-la, mas Onira estava quase morta.

Oxum faz um feitiço e na mesma hora Onira reviveu e transformou-se em uma espécie de lava que correu rio a fora.
Onira transformou-se em um rio de fogo.

Oxum pensou que Onira havia morrido e chorou por horas, sem saber o que diria a Oxalá, já que ele a incumbiu de tomar conta da moça atrevida. Foi então que surgiu uma borboleta linda, de cor salmão com tons alaranjados, que voava ao redor de Oxum.

Ela tentou pegar a borboleta que voou para dentro da floresta.
Oxum seguiu a borboleta que parou em frente a uma árvore e tomou a forma da linda Onira. Sem acreditar no que via, ouviu Onira dizer:

A Trasformação de Onira

“Por que choravas minha amiga, estou aqui viva, e graças a você! Na hora que eu estava morrendo você fez um feitiço e dividiu comigo todo seu encanto, agora sou uma ninfa (mulher encantada), assim como você, tenho poderes de transformação.

Posso ser um rio de fogo nos meus momentos de ira, posso ser um búfalo quando eu quiser ficar sozinha, e me transformar na mais bela borboleta quando estiver feliz.”

Oxalá ficou feliz ao saber do acontecido, ela ficou mas sabia, e que toda esta mudança jamais acalmaria Onira.

]Que por dentro ela ainda seria aquela guerreira incansável.
Mandou então que ela fosse morar com Oyá para aprender a dominar os Eguns.

Depois, Onira mudou-se e foi viver com Oxóssi pois como fora criada por caçadores, sabia caçar como ninguém.

Depois, Onira morou com quase todos os Orixás, aprendendo tudo que eles sabiam fazer.

Ela é presença ilustre nas festas dedicadas a Oxalá.
Esse caminho está ligado ao culto de Oyá, porém é um orixá próprio, que foi atribuído ao culto de Oyá. Onira é companheira de Opará, contudo aparece algumas vezes na figura também de mãe de crianção de Logun, porém acredito que seja Logunere, quem criou Logun, e não Onira. Senhora dos ventos, Onira é dona do vento que faz curva, por isso alguns fundamentos desse orixá são feitos em barrancos e falésias. Associada a água, por sua ligação com Oxum, Ogum e Oxaguiã

Onira e o rei de Irá
Na cidade de Ira, morava o Alafin Ira, ou o rei de Ira, que tinha muitas esposas, porém não tinha amor por nenhuma delas, as achava burras porém elas eram ótimas tecelãs, e mantinham a economia do reino.

Então ele chamou seu Conselheiro e pediu que fosse a todas as aldeias atrás da mulher mais bela e prendada. Então o Conselheiro seguiu de aldeia em aldeia atrás da suntuosa esposa que Alafin tanto queria, após andar muitas léguas, o Conselheiro já com sede, viu de longe uma jovem, carregando na cabeça uma trouxa, então ele correu em direção a ela e pergunta se ela tem um pouco de água para lhe dá, a moça no mesmo momento tira de dentro da trouxa, uma cabaça com um pouco de água, vendo a atitude doce e gentil, o Conselheiro consegue vê que a moça era nobre, além de bela, porém só faltava o principal, o fator que a diferenciasse das outras. Ele decide então conversar com ela, e a leva imediatamente para a cidade de Irá, chegando lá, todas as canditas mostravam seu dotes ao rei, e quando chegou a vez da moça, ela se apresenta ao rei:

- Sou aquela que será a rainha de Ira, sou filha do vento e da água.

- E tú o tens a mostrar? - Diz o rei sem muita paciência.

- Sei que o povo de Irá é famoso por seus tecidos de cores diferentes, porém não conseguem fazer todas as cores - Diz ela de olhos baixos

- Como ousa dizer isso, não existe no mundo quem consiga reproduzir as cores que existem na natureza.

- Sim, existe alguém capaz disso! - Fala a moça.

- Então mostre!

- A moça tira de sua trouxa o camaleão, e o coloca em cima de sua roupa e o animal então se torna da mesma cor, e assim em tudo que ele encosta.

O rei fica maravilhado com a inteligência da moça, e a torna a rainha de Ira, sendo chamada a partir daquele momento de Onira.

A Senhora dos corais te deixará empolgado e cativante. Ajudará no amor e dinheiro. Atire-se e não tenham medo de mudanças.

Simbologia:
Oyá Oníra é representada pelo Ìrùkéré (cetro com pêlos). Dia: quarta-feira, bom para compras. (aquisição de imóveis).

Oferenda:
Omolókun ati isu: feijão fradinho com ovos e inhame.

Cores:
Rosa, branco e coral que simbolizam fascínio e atraem resistência.

Características do Orixá:
Oyá Oníra é das denominações de Yánsàn. Para os yorubás, Oníra é representada pela Àfòpinà dàra mimo (Linda borboleta sagrada), pois segundo um Ìtàn (mito) yorùbá , Oyá Oníra transformou-se em uma linda borboleta com ajuda de Exu, para encantar seu marido Xangô

Onira caminha com Oxum, Odé, e Oxoguian, que devem ser assentados. É responsável por tudo que evapora. É a senhora da brisa que circunda a cachoeira. Veste rosa claro, azul claro, salmão, e branco. Primeiro são feitos os fundamentos de Oxum, como o banho na cachoeira, Ebó para Oxum, com Omolokun, canjica e acaça. Assenta-se em uma bacia de cobre.Come cabra, Konken, pombo, frangas amarelas ou brancas.

Onira come na água. Tem que colocar seu Ybá dentro de uma bacia de louça ou ágata, com água de poço ou cachoeira. As comidas ficam em volta. Quando se acaba
de dar comida, esquenta-se a santa, colocando um prato
com uma mecha acesa de algodão embebida no azeite doce, sobre o seu Ybá. Ao terminar a obrigação, arreia-se um Omolokun com 5 ovos e 9 Akarajés em volta.

Seu Ebó Principal é um Balaio que é feito para as duas Iyabas:
1 cesto enfeitado
2 bonecas vestidas e paramentadas, uma de Oxum e outra de Oya.
1 Omolokun;1 Ebô; 1 prato de Akarajés; frutas; bolos; doces; flores; presentes para Oxum; presentes para Oya; fitas amarelas, rosas, e brancas; Obis; Orobôs; 2 talhas com água, mel, e azeite doce; 1 Ojá amarrado com laço amarelo; 1 Ojá amarrado com laço rosa; velas

Características dos Filhos de Onira

Seus filhos e Filhas são impulsivaose suas filhas carregam suas características
São capazes em momentos de comoção doar sem pensar, tudo o que tem, mas se a pessoa fizer uso indevido daquilo que ela doou, ela vai pra cima, sem mais delongas.
Se ela for traída então piorou, são capazes de tudo na hora de raiva; mas acabando esses momentos de impulsividade momentânea são pessoas maravilhosas, prestativas.
Possuem um pouco de dificuldade em guardar segredos, mas, em determinadas ocasiões, sabem manter a regra.
Roupa e Aparamentas

São guerreiras por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é a sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra o seu amor e a sua alegria contagiantes na mesma proporção que exterioriza a sua raiva, o seu ódio. Dessa forma, passou a identificar-se muito mais com todas as actividades relacionadas com o homem, que são desenvolvidas fora do lar; portanto não aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel feminino tradicional. è a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento.

O facto de estar relacionada com funções tipicamente masculinas não afasta das características próprias de uma mulher sensual, fogosa, ardente; ela é extremamente feminina e o seu número de paixões mostra a forte atração que sente pelo sexo oposto. Teve muitos homens e verdadeiramente amou todos. Graças aos seus amores, conquistou grandes poderes e tornou-se orixá.

Seus filhos possuem assim como orixá, características tanto de Oyá quanto de Oxum, são fortes e determinados, românticos. São muito prestativos e fazem um pouco de cada coisa. Tem grande capacidade de adaptação e também ótimas mães ou pais. São doces e se magoam muito fácil, rancorosos. Cheios de iniciativa, vão a frente, mesmo que todos digam que não vai dá certo, eles vão e fazem. São ótimos chefes, porém tem dificuldade em receber ordens. São super vaidosas, e tem muito bom gosto. Amam a família e procuram sempre

Para seus filhos viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas, tudo para elas é festa. Escolhem os seus caminhos mais por paixão do que por reflexão. Em vez de ficar em casa, vão à luta e conquistam o que desejam.

São pessoas atiradas, extrovertidas e diretas, que jamais escondem os seus sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam.