sexta-feira, 29 de abril de 2022

Ìyàmìs Ìyàmì é o termo que designa as terríveis ajés, feiticeiras. Pelo seu grande valor no equilíbrio, na manifestação da justiça.

 Ìyàmìs
Ìyàmì é o termo que designa as terríveis ajés, feiticeiras.
Pelo seu grande valor no equilíbrio, na manifestação da justiça. 


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Ìyàmì é o termo que designa as terríveis ajés, feiticeiras.
Pelo seu grande valor no equilíbrio, na manifestação da justiça. No desempenho que a elas são atribuídas pela hierarquia, conhecimento e manifestação que influência de certa forma as demais entidades, já que nelas estão contidas o conhecimento dos primeiros, aqui as coloco junto com informações dos orixás.

As Ìyàmìs representam o aspecto sombrio do próprio ser humano: a inveja, o ciúme, o poder a qualquer preço, desmedido, a ambição, a fome, o caos, o descontrole. Mas como tudo tem sua polaridade não poderia ser diferente com as Ìyàmìs, pois elas são capazes de realizar grandes feitos quando devidamente agradadas.

A crendice popular atribui as mulheres velhas o poder das Ìyàmìs, o que não é verdade, pois as mulheres por si só pelo fato da maternidade estão todas vinculadas desde o nascimento com as Ìyàmìs independente da idade.
As Ìyàmìs são tenazes, vingativas e atacam em segredo. Dizer seu nome em voz alta é perigoso, pois elas ouvem e se aproximam pra ver quem fala delas, trazendo sua influência.
As Ìyàmìs são frequentemente denominadas Eleyé, dona do pássaro.

O pássaro é o poder das Ìyàmìs, pois é recebendo-o que elas se tornam ajé. Neles elas se materializam, se manifestam.
É ao mesmo tempo o espírito e o pássaro que vão fazer os trabalhos maléficos.

Bruxa e pássaro.
Estes espíritos são impessoais, nunca tiveram corpo humano nem o terão, fazem parte do homem e da natureza ao mesmo tempo, espécie de parasitas que aparecem junto com o homem no mundo por causa de sua existência, não têm consciência, são alimentados pelo pensamento humano, pelas ideias malignas e os temores, por isso se tornam consideravelmente perigosas no plano astral.
Podem ter sexo masculino ou feminino e sempre vem em casal, representando o equilíbrio, a dualidade existente em todos os planos. Durante as expedições do pássaro, o corpo da bruxa permanece em casa, inerte na cama até o momento do retorno da ave.

Para combater uma ajé, bastaria, esfregar ataree no corpo deitado e indefeso. Quando o espírito voltasse não poderia mais ocupar o corpo maculado por seu interdito.

A palavra Ìyàmìs por si só, em realidade não identifica à mulher com o lado escuro de seu poder, como uma bruxa, muito pelo contrário é um modo de exaltar e homenagear sua capacidade de engendrar apelando a seu lado protetor maternal, pois significa: Minha mãe!!! Esta forma de referir-se a qualquer mulher expressa um sentido de reverência àquela que serve de ponte entre os antepassados e os vivos, bem como também reflete seu importante papel maternal. Desse modo todas as divindades femininas são chamadas também ìyàmìs, mais não no sentido de bruxas, senão por tratar-se de uma homenagem verbal às grandes mães espirituais.
As Ìyàmìs possuem uma cabaça e um pássaro.

A coruja é um de seus pássaros. A pena da coruja é utilizada em ritos das Ìyàmì, na finalidade de obter proteção contra os perversos espíritos da noite, ameaças e inveja. É este pássaro quem leva os feitiços até seus destinos. Ele é pássaro bonito e elegante, pousa suavemente nos tetos das casas, nos galhos das árvores, e é silencioso.

Se as Ìyàmìs dizem que é pra matar, eles matam, se elas dizem pra levarem os intestinos de alguém, levarão. Elas enviam pesadelos, fraqueza nos corpos, doenças, dor de barriga, levam embora os olhos e os pulmões das pessoas, dão dores de cabeça e febre, não deixam que as mulheres engravidem e não deixam as grávidas darem à luz.
As Ìyàmìs costumam se reunir e beber juntas o sangue de suas vítimas.

Toda Ìyàmìs deve levar uma vítima ou o sangue de uma pessoa à reunião das feiticeiras. Mas elas têm seus protegidos, e uma Ìyàmìs não pode atacar os protegidos de outra Ìyàmìs.

As Ìyàmìs são muito astuciosas e para justificarem suas cóleras, elas institui proibições. Não as dá a conhecer voluntariamente, pois assim poderá alegar que os homens as transgridem e poderá punir com rigor, mesmo que as proibições não sejam violadas.

Ìyàmìs fica ofendida se alguém leva uma vida muito virtuosa, se alguém é muito feliz nos negócios e junta uma fortuna honesta, se uma pessoa é por demais bela ou agradável, se goza de muito boa saúde, se tem muitos filhos, e se essa pessoa não pensa em acalmar os sentimentos de ciúme dela com oferendas em segredo. É preciso muito cuidado com elas. E só Orunmilá Consegue acalmá-la.

O Culto dos Eguns no Candomblé do sexo feminino recebem o nome de Ìyàmìs Agbá, minha mãe anciã, mas não são cultuados individualmente. Sua energia como ancestral é aglutinada de forma coletiva e representada por Ìyàmìs Oxorongá chamada também de Ìyá Niá, a grande mãe. Esta imensa massa energética que representa o poder da ancestralidade coletiva feminina é cultuada pelas sociedades Gëlèdé, compostas exclusivamente por mulheres, e somente elas detêm e manipulam este perigoso poder.

O medo da ira de Ìyàmìs nas comunidades é tão grande que, nos festivais anuais na Nigéria em louvor ao poder feminino ancestral, os homens se vestem de mulher e usam máscaras com características femininas, dançam para acalmar a ira e manter, entre outras coisas, a harmonia entre o poder masculino e o feminino.

O mito da bruxa que voa na vassoura acompanhada por pássaros macabros é quase mundial, com pequenas diferenças dependendo da cultura e folclore local.

As Ìyàmìs são executoras da lei num sentido inverso, isto é, procurar o bem a partir do mau.

Toda pessoa que tenha certa inclinação às características negativas para os demais está alimentando estas forças e com isso fortalecendo Ìyàmìs que a seu tempo a própria energia negativa da pessoa se converta em seu próprio juiz.
Ìyàmì Oxorongá posará suas patas em cima de sua cabeça.
Não há nenhum ebó capaz de vencer o trabalho destas entidades, o que se pode no máximo é apaziguar-lhes e isso é porque interagem em nossas entranhas, em estado latente.

Sua função se torna importante, pois tendem a regular o comportamento do ser humano através de seus medos.
Quem deseja que Ìyàmìs Oxorongá não se torne um obstáculo em sua vida deve frear os sentimentos de inveja, ciúmes, rancor, bem como qualquer pensamento negativo para seus semelhantes.

Fundem-se a ideia que as Ìyàmìs se reúnem em assembleia numa mesa presidida por Oso, onde se conspiraria e especularia sobre as maldades a realizar enviando os Ajogun após o questionamento se foi feito ou não os ebós marcados por babalaos através de Ifá, deste modo servem de reguladores do comportamento frente às dívidas geradas ante as divindades, por causa de ter rompido o equilíbrio existente de alguma maneira seja numa vida anterior ou na presente.

A Ìyàmì Aye pertence todo sangue derramado na terra e também quem controla o sangue menstrual a que quando aparece revela a presença próxima destas criaturas, o que explicaria as dores típicas e o que costuma ter as mulheres nessa etapa.

Isto também é outra razão pela qual nos sacrifícios para Orixá o sangue não deve tocar a terra, existindo um método ritual que evita isso, e também explica por que as mulheres em período menstrual, com sua regra, devem manter-se afastadas do culto.

Ao suceder qualquer das duas coisas ou ambas, seria um tabu e a cerimônia estaria quebrada, devendo conferir no oráculo alguma alternativa.

Costuma-se oferecer-lhes preferencialmente as vísceras, pois se considera que é sua comida favorita, as que se preparam sempre depois de qualquer sacrifício para os Orixá de um modo especial e são apresentadas em pratos de barro forrados com ewe Lara.

Os agrados para Ìyàmìs são conhecidos como Iyala e significa na melhor e sugestiva interpretação ... que o mal desapareça.

Se lhes oferece também, durante qualquer sacrifício, um eko que serve para proteção, pois as acalma quando é despejado na terra, este representa o poder feminino, pois entre outros ingredientes leva: plumas que simboliza muitos filhos e proteção e o sangue, que representa a menstruação e a vida.
Presume-se que a palavra Aje utilizada como bruxa prove da contração de Iya +Je, a mãe que come, aludindo a seu voraz apetite, sempre atraída pelo cheiro do sangue e vísceras. Ela pode vir sob a forma de mosca, pássaro, gracioso ou inclusive outros animais.

Em síntese, todo ser humano deve a vida a uma mulher. Se todas as mulheres juntas decidissem não mais engravidar, a humanidade estaria fadada a desaparecer.
Esse é o poder de Iyá Mi, mostrar que todas as mulheres juntAs decidem sobre o destino dos homens.

Mãe poderosa, mãe do pássaro da noite.
Grande mãe com quem não ousamos coabitar Grande mãe cujo corpo não ouso olhar. Mãe de belezas secretas que esvazia a taça. Que fala grosso como homem, grande, muito grande, no topo da árvore Iroko, Mãe que sobe alto e olha para a terra Mãe que mata o marido, mas dele tem pena.
Iyá Mi é a sacralização da figura materna, por isso seu culto é envolvido por tantos tabus.

As denominações de Ìyàmì expressam suas características terríveis e mais perigosas e por essa razão seus nomes nunca devem ser pronunciados. Quando se disser um de seus nomes, todos devem fazer reverencias especial para aplacar a ira das grandes Mães e, principalmente, para afugentar a morte.

As feiticeiras mais temidas entre os yorubás e nos candomblés do Brasil são as Àjé e, para referir-se à elas sem correr nenhum risco, diga apenas Eleyé, Dona do Pássaro.

O aspecto mais aterrador das Ìyàmìs e o seu principal nome, com o qual se tornou conhecida nos terreiros, é Oxorongá, uma bruxa terrível que se transforma no pássaro de mesmo nome e rompe a escuridão da noite com seu grito assustador.
As Ìyàmìs são as senhoras da vida, mas fundamental da vida é a morte.

Quando devidamente cultuadas, manifestam-se apenas em seu aspecto benfazejo. Não podem, porém, ser esquecidas, nesse caso lançam todo tipo de maldição e tornam-se senhoras da morte.

O lado bom de Ìyàmìs é expresso em divindades de grande fundamento, como Apàöká, a dona da jaqueira, a verdadeira mãe de Odé Oxossí.

Dizem que o deus caçador encontrou mel aos pés da jaqueira e em torno dessa árvore formou-se a cidade de Kêtu.
Os assentamentos de Ìyàmìs ficam juntos as grandes árvores como a jaqueira e geralmente são enterrados, mostrando a sua relação com os ancestrais, sendo também uma nítida representação do ventre.

As Ìyàmìs, juntamente com Exú e os Eguns são evocados nos ritos de Ipadé, um complexo ritual que, entre outras coisas, ratifica a grande realidade do poder feminino na hierarquia do Candomblé, denotando que as grandes mães é que detém os segredos do culto, pois um dia, quando deixarem à vida, integrarão o corpo das Ìyàmìs, que são as mulheres ancestrais.

À meia-noite ninguém deve estar na rua, principalmente em encruzilhada, mas se isso acontecer deve-se entrar em algum lugar e esperar passar os primeiros minutos. Também o vento, afefe de que Iansã é a dona, pode ser bom ou mau, através dele se enviam as coisas boas e ruins, sobretudo o vento ruim, que provoca a doença que o povo chama de ar do vento. Ofurufu, o firmamento, o ar também desempenha o seu papel importante, sobretudo á noite, quando todo seu espaço pertence a Eleiye, que são as Ajés, transformadas em pássaros do mal, como Agbibgó, Elùlú, Atioro, Oxorongá, dentre outros, nos quais se transforma a Ajé-mãe, mais conhecida por Ìyàmì Osoronga.

Mitologia
Bruxa e pássaro.
Trazidas ao mundo pelo odu Osa Meji, as Ajés, juntamente com o odu Oyeku Meji, formam o grande perigo da noite.
Eleiye voa espalmada de um lado para o outro da cidade, emitindo um eco que rasga o silêncio da noite e enche de pavor os que a ouvem ou vêem.

Todas as precauções são tomadas. Se não se sabe como aplacar sua fúria ou conduzi-la dentro do que se quer, a única coisa a se fazer é afugentá-la ou esconjurá-la, ao ouvir o seu eco, dizendo Oya obe l’ori, que a espada de Iansã corte seu pescoço, ou então Fo, fo, fo ,voe, voe, voe.
Em caso contrário, tem-se que agradá-la, porque sua fúria é fatal.

Se é num momento em que se está voando, totalmente espalmada, ou após o seu eco aterrorizador, dizemos respeitosamente A fo fagun wo’lu, saúdo a que voa espalmada dentro da cidade, ou se após gritar resolver pousar em qualquer ponto alto ou numa de suas árvores prediletas, dizemos, para agradá-la Atioro bale sege sege, Atioro que pousa elegantemente, e assim uma série de procedimentos diante dos donos do firmamento à noite.

Nos primórdios da criação, Olodumaré, o Ser Supremo que vive no orun, mandou vir ao aiyé, universo material três divindades: Ogun, senhor do ferro, Obarixá senhor da criação dos homens e Odu, a única mulher entre eles. Todos eles tinham poderes, menos ela, que se queixou então a Olodumarê.

Este lhe outorgou o poder do pássaro contido numa cabaça igbá eleiye e ela se tornou então, através do poder emanado de Olodumarê, Ìyáwon, nossa mãe para eternidade, também chamada de Ìyámi Oxorongá, minha mãe Oxorongá.
Mas Olodumarê a preveniu de que deveria usar este grande poder com cautela, sob pena de ele mesmo repreendê-la.
Mas ela abusou do poder do pássaro. Preocupado e humilhado, Obarixá foi até Orumilá fazer o jogo de Ifá, e ele o ensinou como conquistar, apaziguar e vencer Odu, através de sacrifícios, oferendas e astúcia.

Obarixá e Odu foram viver juntos. Ele então lhe revelou seus segredos e, após algum tempo, ela lhe contou os seus, inclusive que adorava Egun. Mostrou-lhe a roupa de Egun, o qual não tinha corpo, rosto nem tampouco falava.

Juntos eles adoraram Egun. Aproveitando um dia quando Odu saiu de casa, ele modificou e vestiu a roupa de Egun.
Com um bastão na mão, Obarixá foi à cidade, o fato de Egun carregar um bastão revela toda a sua ira e falou com todas as pessoas. Quando Odu viu Egun andando e falando, percebeu que foi Obarixá quem tornou isto possível. Ela reverenciou e prestou homenagem a Egun e a Obarixá, conformando-se com a supremacia dos homens e aceitando para si a derrota.
Ela mandou então seu poderoso pássaro pousar em Egun, e lhe outorgou o poder: tudo o que Egun disser acontecerá.
Odu retirou-se para sempre do culto de Egungun.

O conjunto homem-mulher dá vida a Egun, a ancestralidade, mas restringe seu culto aos homens, os quais, todavia, prestam homenagem às mulheres, castigadas por Olodumarê através dos abusos de Odu. Também por esta razão é que as mulheres mortas são cultuadas coletivamente, e somente os homens têm direito à individualidade, através do culto a Egun.
A posição das feiticeiras, Iyami Oxorongá no sistema planetário, são atribuídos como os espíritos do mal que operam durante a noite para trazer sofrimentos e padecimentos aos seres humanos.

Assim como ao demônio, é esperado de nós que tenhamos medo das feiticeiras e nos mantenhamos à distância delas.

Elas podem frustrar os esforços de todas as outras divindades que falharam em lhes dar o reconhecimento adequado.
Não são totalmente más. Elas administram o mais justo sistema de justiça. Elas não condenam sem um julgamento apropriado e imparcial. Se alguém se aproxima delas com uma acusação contra alguém, elas considerarão todos os lados antes de chegar a uma decisão.

Orunmilá nos conta porque e como elas não destroem ninguém a não ser que a pessoa tenha atravessado o juramento feito entre Orinxalá, Orumilá e as feiticeiras. As feiticeiras não matam e lhes presta homenagem.

Orunmilá revelou que as feiticeiras foram a princípio mais atenciosas que os meros mortais. Foram os seres humanos que as ofenderam primeiro, matando seu único filho.
Acontece deste modo que a feiticeira e a mortal vieram como irmãs ao mundo ao mesmo tempo.
A mortal teve dez filhos enquanto a feiticeira teve apenas um.
Um dia a mortal estava indo ao único mercado disponível naquele tempo.
Estava situado na fronteira entre o céu e a terra.
Os habitantes do céu e da terra o usavam para comércio comum, de modo que a leiga indo ao mercado, pediu à feiticeira que cuidasse dos seus dez filhos durante sua ausência.
A feiticeira tomou conta muito bem dos dez filhos da mortal e nada aconteceu a nenhum deles. Então foi a vez da feiticeira ir ao mercado.
Seu nome então era Iyami Osoronga em Yorùbá e Iyenoroho em Bini.
Tendo ela partido para o mercado, também pediu para sua irmã, para cuidar de seu único filho durante sua ausência.
Enquanto ela estava fora, as dez crianças da mortal sentiram vontade de matar um passarinho para comerem.
OgbOrí falou a suas crianças que se eles quisessem a carne de um passarinho, ela iria ao mato buscar um para comerem, mas que eles não deveriam tocar no único filho da feiticeira.
Enquanto a mãe foi ao mato, suas dez crianças juntaram-se e mataram o único filho da feiticeira e assaram sua carne para comer.
À medida que as dez crianças de OgbOrí assassinavam o filho da feiticeira, o poder sobrenatural deu a ela um sinal de que nada estava bem em casa.
Ela rapidamente abandonou as compras no mercado e retornou para casa apenas para descobrir que seu filho tinha sido assassinado.
Ela não conseguia compreender nada, porque sua irmã foi ao mercado e ela foi bem sucedida cuidando das dez crianças sem nenhum transtorno, mas quando foi sua vez de ir ao mercado, sua irmã negligenciou seu único filho.
Ela chorou amargamente e decidiu abandonar a casa aonde viveu com sua irmã.
Elas tinham um irmão com o qual elas vieram ao mundo ao mesmo tempo, mas que preferiu morar no meio da floresta, porque ele não desejava ser incomodado por ninguém.
Quando Irókò ouviu a feiticeira chorando, ele a convenceu a revelar o que estava acontecendo, e ela lhe contou como os filhos de sua irmã OgbOrí assassinaram o seu único filho, sem sua mãe ser capaz de impedi-los.
Irókò consolou-a e lhe garantiu que a partir daí ele se alimentariam dos filhos de OgbOrí. Foi a partir daí que, com o auxílio de Irókò, a feiticeira começou a picar as crianças de OgbOrí uma após as outras.
Ọrúnmìlá interferiu para impedir a feiticeira de destruir todas as crianças.
Foi Ọrúnmìlá que apelou a Irókò e a feiticeira e pediu-lhes que aceitassem, a fim de parar o assassinato dos filhos dos mortais.
É deste modo que Ọrúnmìlá introduziu o sacrifício, Ètutu de oferendas às senhoras da noite, o qual envolvia um coelho, ovos, fartura de óleo e outros itens comestíveis.
Da mesma maneira como Bará nós não podemos nos opor as feiticeiras sem o suporte principal adequado.
Nós apenas tentamos descobrir por meio do oráculo o que nós podemos lhes dar para angariar seu apoio e no instante em que o fizermos lhes dar o que mais elas pedirem, elas com frequência descem novamente sobre alguém que não entendeu este aspecto da existência humana, eles são os que caem com facilidade vítimas de bruxaria.

Ọrúnmìlá foi o único capaz de cativar a mulher.
Assim que ele foi abordado para a tarefa, fez os sacrifícios necessários e ao invés de ir ao Ìlú Omuo, com um exército, ele foi com um cortejo dançante o qual adentrou reto para dentro da cidade.
Quando as mulheres viram o longo cortejo de homens maravilhosamente vestidos e mulheres dançando na cidade com melodiosa música, elas perceberam que era momento de voltar para a casa de Ifé.
Antes de elas compreenderem o que estava acontecendo, eles já estavam todos de volta a Ifé e havia reconciliação e júbilo geral.
Este incidente ilustra que não é fácil derrotar as forças das feiticeiras por meio de agressão sem apelar para uma autoridade superior. A maneira mais fácil de proceder para com elas é por meio da persuasão.
Ọrúnmìlá não resolve nenhum problema através de confronto a menos que todos os meios possíveis de conciliação tenham falhado.
Até mesmo nesse caso, ele frequentemente solicita o auxílio das divindades mais agressivas para fazer o serviço para ele.
E ele é uma divindade muito paciente.
Ele diz que só pode reagir depois de ter sido ofendido trinta vezes e até neste momento, levar no mínimo três anos para se sentir ofendido, depois ainda dando ao ofensor ampla oportunidade de arrepender-se.

A única força capaz de sobrepujar o poder das feiticeiras é a terra.
Em Ose-Osa, Osemolura, temos a informação de como o próprio Deus proclamou que o solo, Oto ou Ale, seria a única força que destruiria qualquer feiticeira ou divindade que transgredisse algumas das leis naturais. Isto foi proclamado na época quando um Curandeiro do Céu chamado Eye to yu Oke to Yoi Orun tinha se comprometido na destruição das divindades terrestres devido à suas condutas perversas na terra.
Osemolura, quem transportou a mãe das feiticeiras para o mundo, porque nenhum outro tentou fazê-lo, o juramento que ewe Lara. fez a feiticeira submeterem-se ao solo.
O juramento foi submetido em oposição a injustificável destruição de vidas humanas. Conta-nos porque as feiticeiras não têm poderes para destruírem o filho sincero de Deus, ambos são seguidores de votos de Ọrúnmìlá.
O enorme poder manuseado pelas anciãs da noite, lhes foi dado na época em que Deus vivia livre e fisicamente com as divindades.
Foi dado a feiticeiras o poder exclusivo de manter vigia sempre que Deus estivesse tomando seu banho pouco antes do galo cantar.
Era proibido ver Deus despido.
As feiticeiras divinas eram as únicas a quem foi dada esta autoridade.
Elas frequentemente davam sinal ao galo que Deus já tinha tomado seu banho, depois disso o galo cantava pela primeira vez na manhã.
Deus não abandona o restante da sua criação à mercê das anciãs da noite.
Por meio de Osa-Ose, Ọrúnmìlá revelará como Deus conta conosco para nos proteger contra os poderes das feiticeiras.
Havia uma linda moça no palácio de Deus que estava pronta para casar.
Ogun, Ossaim e Ọrúnmìlá estavam interessados na garota. Deus consentiu em dar a mão da moça em casamento ao admirador que provasse ser merecedor de sua mão.
A tarefa a ser cumprida como prova para a mão da moça, era colher um tubérculo de Inhame da fazenda divina sem quebrá-lo.
Ogun foi o primeiro voluntário a realizar a tarefa.
Ele foi à fazenda e desenraizou o tubérculo.
Tão logo ele o puxou, quebrou-se, o que logicamente descartava a sua candidatura.
Ossaim foi o próximo a tentar sua sorte e também passou pela mesma experiência.
Foi à vez de Ọrúnmìlá ir até a fazenda.
Mas ele não se direcionou diretamente para a fazenda. Ele decidiu descobrir porque aqueles que tenta
ram antes dele falharam e o que fazer para ser bem sucedido.
Ele consultou o oráculo e durante a consulta foi informado do que era desconhecido a todos, Deus tinha nomeado as anciãs da noite para zelar pela fazenda.
Eram elas portanto, as responsáveis pelos inhames mágicos arrancados quebrarem.
Ele foi recomendado a fazer um banquete para elas com àkarà, ẹkọ e todos os itens de coisas comestíveis, e um grande coelho, e taMbém para servir o banquete na fazenda à noite.
De acordo, ele executou o sacrifício de noite.
Naquela noite todas as guardiãs da fazenda divina banquetearam-se com a comida.
Na mesma noite, Ọrúnmìlá teve um sonho no qual as feiticeiras enviaram alguém para lhe dizer para não ir a fazenda no dia seguinte. Ele deveria ir um dia depois.
No dia seguinte elas fizeram a chuva cair pesadamente sobre o solo a fim de amolecê-lo.
Depois disto todas as feiticeiras fizeram um juramento solene de não encantar o inhame de Ọrúnmìlá a quebrar.
O terceiro dia, Ọrúnmìlá foi à fazenda e arrancou o inhame com sucesso e o entregou a Deus, que instantaneamente cedeu a garota para ele em casamento.
Apenas Ọrúnmìlá, que nunca se lança em algo sem pensar e bem antes de agir, ele sabia que era apenas acalmando e conquistando a confiança das feiticeiras que ele poderia pegar o que ele queria.

força energética
A força energética contida no ovo, esta associada à energia vital Bará, motivo pelo qual, tanto o ovo como Bará, são responsável direto pela ligação, principalmente no culto de Iami Oxorongá, mas também em muitos dos Orixás, principalmente Oxum, Iemanjá, Euá, Oia...
direcionada não apenas a fertilidade, mas a arte curativa, quer purificando ou quebrando as forças negativas.
A gema, sangue germinal unido-se à clara, transformam-se em um único ser vivo, individual no interior do ovo, da mesma forma que o processo do interior do útero, não diferente dos rituais, na mesma ideia de união do casal cósmico: Òbátálà e Iyémowo.
O poder contido no ovo, criado por Olodumarê, surgindo dele a vida, simbologia importante e representante do poder de Ìyàmi-Oxorongá, a mãe universal.
O ovo depois de manipulado energeticamente pode ser usado para neutralizar larvas e fluidos negativos.
A limpeza utilizando o ovo com cor de casca e "sexo" adequado pode purificar a pessoa dando mais amplitude a seu Ori.
Abrindo caminho, desobstruindo e determinando rumos, tirando maus espíritos, doenças e até mesmo Ikú do caminho.
Induzindo para obter fertilidade, atrair dinheiro, produtividade nos negócios e apaziguamento quando utilizado em ebós.
O ovo quando cozido é utilizado inteiro sobre as oferendas das divindades, tendo somente a função de neutralizar doenças negativas.
Já quando cozido e esfarinhado mistura-se ao ekuru, também esfarinhado, é utilizado com a finalidade de engambelar, dar de comer a terra, oferecendo as Iami-Oxorongá, Bará e a familia de Nanã, com a finalidade de abundância e paz.
O ovo cru quando utilizado inteiro em oferenda tem a função de tranquilizar e refrescar.
Quando os ovos crus são quebrados e, ou passados diretamente na cabeça, eles têm a função poderosa de purificar e livrar qualquer negatividade que esteja sobre o Orí da pessoa.
Quando passados simbolicamente o ovo cru no corpo de uma pessoa e atirados no chão para quebrar, tem por finalidade desobstruir os caminhos, tirando as dificuldades da vida, macumba ou qualquer força contrária que esteja no perispirito, como também eliminar obsessores.

O ovo de galinha cru, tem a finalidade de purificar e tranquilizar.

O ovo de galinha cozido, tem a finalidade de tirar doenças.

O ovo de galinha esfarinhado, tem a finalidade de neutralizar a negatividade do ambiente, atrair prosperidade e abundância.

O ovo de pata cru, tem a finalidade de enfraquecer a força da morte, doenças graves e perdas.

O ovo de codorna, tem a finalidade de neutralizar feitiços,mandingas e olho grosso.

O ovo de galinha d’Angola, tem a finalidade de abrir caminhos financeiro, sorte, prosperidade riqueza e sucesso nos negócios.

O ovo de pombo, tem a finalidade de propiciar calma e fertilidade.

Títulos de ìyàmì

Agba: Poderosa Mãe ancestral associada ao poder feminino.

Ajé : Poderosa Mãe administradora do Poder Sobrenatural. Este devido ao seu culto que é realizado na lua nova e utiliza de poderes sobrenaturais para combater à agressividade, feitiço. Por ser o ciclo mais escuro da lua.

Iyá Mi Ajé = minha mãe feiticeira também conhecida por Ìyàmìs Oxorongá , é a sacralização da figura materna, por isso seu culto é envolvido por tantos tabus. Seu grande poder se deve ao fato de guardar o segredo da criação. Identificada no jogo do merindilogun pelo odu Ôxê .
Iyami Ajé na forma de pássaro, Coruja Rasga-Mortalha ou coruja rasgadeira, pousa nas árvores favoritas durante a noite, principalmente na jaqueira, Artocarpus heterophyllus. Contam os antigos africanos que quando a coruja rasgadeira sobrevoa fazendo seu ruído característico ou aproxima-se de uma casa é porque alguém vai morrer.

Ako: Poderosa Mãe que é o pássaro Ako. Título referente ao 3º dia da lua cheia e a seu culto exatamente na sociedade das Geledes. Título de quem assume o posto de primeira dama desta sociedade.

Alaiye: Poderosa Mãe proprietária de toda extensão Terrestre.

Apaki: Poderosa Mãe que mata. Uma referência ao fato que ao decorrer da vida acontece a morte.

Araiye: Poderosa Mãe que controla todos os espíritos da Terra, encarnados e desencarnados.

Arajado: Poderosa Mãe que olha para o Céu. Uma referencia ao fato da Terra esta coberta pelo Céu.

Asiwòró: Poderosa Mãe canalizadora das energias nos ritos tradicionais.

Ayala: Poderosa Mãe esposa daquele que é o Céu. Uma referencia ao fato da Terra ser coberta pelo Céu o próprio Orixalá.

Buruku: Poderosa Mãe Antiga. Uma referência ao planeta na sua antiguidade existencial.

Egeleju: Poderosa Mãe dos olhos delicados.

Ekunlaiye: Poderosa Mãe que inunda a Terra com Água.

Eleje: Poderosa Mãe proprietária do fluxo da vida o sangue.

Elesenu: Poderosa Mãe Proprietária de todos os órgãos internos, vísceras.

Eleye: Poderosa Mãe Proprietária dos Pássaros.

Ilunjó: Poderosa Mãe que dança o ritmo da morte. Uma referência ao ritmo tocado para Ogun aquele que dança o ritmo da morte.

Iya-Ori: Poderosa Mãe das Cabeças,uma alusão ao fato de está relacionada aos rituais de sacrifício animal sobre uma cabeça. Titulo que é também cultuada nos ritos de bori.

Iyelala: Poderosa Mãe senhora dos sonhos,relacionada a revelação de situações através de sonhos.

Iyemonja: Poderosa Mãe senhora que possui muitos filhos como cardumes de Peixes, uma alusão à sua qualidade anfíbia e à quantidade de seres humanos existentes na terra comparada à quantidade de peixes existentes no Mar. Titulo relacionado a Egun.

Iyemowo: Poderosa Mãe que é o próprio dinheiro de suas filhas, uma alusão a grande quantidade de búzios que utiliza em suas roupas este titulo é cultuada no culto de Orixalá.

Kekere: Poderosa Mãe pequena do universo. Uma referência ao fato de Iyami ser a administradora da vida na auxiliando Olodunmare.

Koko: Poderosa Mãe Anciã, uma referência à antiguidade do planeta.

Logboje: Cabaça Existencial no Universo, uma referencia ao planeta Terra.

Malè: Poderosa mãe que não permite o mal chegar na noite, uma alusão as noites que sobrevoa na sua forma de pássaro nos lugares em que é invocada e reverenciada com louvores e saudações. Título este muito reverenciada nas rodas de Xangô, Egungun, quando e enquanto dançam em volta da fogueira ao Ar livre, fato memorável ao poder sobrenatural que possibilita Xangô como o grande Egungun ancestral voltar à Terra possuindo seus Eleguns durante as festividades.

Naré: Poderosa como o próprio ventre.

N'la: Poderosa grande Mãe, uma referência à grandeza do planeta Terra e seu culto elementar.

Oduwà: Poderosa Mãe proprietária do recipiente da existência, o mundo.

Oga Igi: Poderosa Mãe que faz o alto das árvores de trono. Uma referência ao fato dos Pássaros pousarem no cume das grandes árvores.

Oloriyàmi: Poderosa Mãe proprietária das águas, referência aos mares e a água do útero.

Olotojú: Poderosa Mãe que espia do alto ao fato dos pássaros pairarem no ar e observarem tudo de cima.

Omolu: Poderosa Mãe, a filha sagrada de Deus. Título que é cultuada ao lado de Obaluaiê.

Omolulu: Poderosa Mãe rainha das formigas, ao fato de estar associada ao subsolo, título este em que é também cultuada no culto de Obaluaiê.

Onilé: Poderosa Mãe proprietária da Terra, referente a reverencia e aos rituais realizados dentro da terra. Outra referencia é ao fato de ser o lugar mais próprio de se cultuar toda classe de espíritos, na qual Ela é a grande apaziguadora desses espíritos ou forças rebeldes. Numa única função de tranquilizar, apaziguar ou neutralizar qualquer tipo de força oculta agressiva.

Oru-Alé: Poderosa Mãe da madrugada e da noite.

Osupa: Poderosa Mãe que controla as forças da lua.

Oxorongá: está sempre encolerizada e sempre pronta a desencadear sua ira contra os seres humanos. Está sempre irritada, seja ou não maltratada, esteja em companhia numerosa ou solitária, quer se fale bem ou mal dela, ou até mesmo que não se fale, deixando-a assim num esquecimento desprovido de glória. Tudo é pretexto para que Ìyàmì se sinta ofendida.
Tudo que é redondo remete ao ventre e, por consequência, as Ìyàmìs.
O poder das grandes mães é expresso entre os Orixás por Oxum, Iemanjá e Nanã Buruku, mas o poder de Ìyàmìs é manifesto em toda mulher, que, não por acaso, em quase todas as culturas, é considerada tabu.

Petekun: Poderosa Mãe que é povoada, uma referência a relação com Bará.

Oriki
Ìyá kéré gbo ìyámi o
Pequeninas mães, ó idosas mães

Ìyá kéré gbohùn mi
Pequeninas mães, ouçam minha voz

Ìyá kéré gbo ìyámi o
Pequeninas mães, ó idosas mães

Ìyá kéré gbohùn mi
Pequeninas mães, ouçam minha voz

Gbogbo Eléye mo Ìgbàtí
Todas as senhoras dos pássaros quando eu

Ìgbàmú ile
Cumprimo a terra

Ìyá kéré gbohùn mi
Pequeninas mães, ouçam minha voz

Gbogbo Eléye mo Ìgbàtí
Todas as senhoras dos pássaros da noite

Ìgbàmú ilê
Todas as vezes que comprimo a terra

Ìyá kéré gbohùn mi
Pequeninas mães, ouçam minha voz

Curiosidades
ANIMAL : Abelha.
AVE : Coruja.
COME: Aves pequenas, víscera de animais, ovos.
QUATRO PÉ : Coelho.
INTERDITO : Pimenta da costa.