terça-feira, 19 de abril de 2022

ASATRU - A RELIGIÃO DOS POVOS NÓRDICOS Ásatrú é o nome moderno para uma antiga religião, cujas origens remontam à idade da pedra. Na Era do Touro, por volta de 4.350 a.C, o homem deixava de ser nômade para se transformar em lavrador.

 ASATRU - A RELIGIÃO DOS POVOS NÓRDICOS
Ásatrú é o nome moderno para uma antiga religião, cujas origens remontam à idade da pedra. Na Era do Touro, por volta de 4.350 a.C, o homem deixava de ser nômade para se transformar em lavrador.


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Ásatrú é o nome moderno para uma antiga religião, cujas origens remontam à idade da pedra. Na Era do Touro, por volta de 4.350 a.C, o homem deixava de ser nômade para se transformar em lavrador. A energia fecundadora da terra desafiou a compreensão do homem primitivo, que via no milagre da procriação da vida algo de divino, que somente as fêmeas podiam reproduzir. Então conceberam a terra como um ser dotado de alma e consciência própria "Nerthus" a "Mãe Terra". Surgia assim a religião primordial européia, como uma crença Matrifocal e Xamanística. Porém essa religião não permaneceu inalterada, como uma fé viva, evoluiu e se adaptou às necessidades espirituais dos povos daquela época até a Era Viking, sem perder no entanto, o vínculo com suas antigas raízes.

Em nórdico arcaico Ásatrú significa "Verdadeiro para com os Aesir", entretanto, o Ásatrú não era praticado apenas pelos Aesir, mas também pelos Vanir e por alguns povos da progênie Jotnar. Este nome foi dado aos Islândeses quando estes conseguiram o reconhecimento legal em 1972. O Godhi ( sacerdote, chefe ) Islândes e Skald ( poeta ), conhecido como Alhesargodhi Sveinbjorn Betteinsson, liderou os Asatruares do primeiro grupo Heathenista legalmente reconhecido na Islândia há aproximadamente um milênio, na época do reconhecimento oficial pelo Parlamento Islândes ( Althing ) do Ásatrú como uma religião válida e verdadeira. "Trú" também significa Fidelidade, Fé ou Confiança.

HISTÓRIA
O Ásatrú foi por muito tempo a religião de diversos povos do Norte da Europa. Escandinavos (Dinamarqueses, Noruegueses, Suecos e Escandinavos), Frisios, Húngaros, Anglo Saxões (ancestrais, juntamente com os Gaelicos, dos Ingleses), os Teutões (predecessores dos Alemães), os ancestrais dos Holandeses, os Godos (Visigodos, Ostrogodos, etc), os Eslavos, Longonbardos e os Russos. Suas raízes são Indo-Europeias e isto significa que tem as mesmas raízes das religiões e culturas dos Celtas e Hindus. Apesar das falsas alegações sem nenhuma prova acadêmica ou evidência arqueológica de supostas Tradições Familiares e linhagens ininterruptas, a religião foi totalmente obliterada por uma campanha genocida e violenta praticada pelo antigo Cristianismo. Os Antigos Nórdicos eram povos fortes, mas mesmo com uma intensa tradição cultural, não intencionavam converter outros povos às suas crenças. O declínio do Ásatrú começou mesmo antes do fim do Século VI, quando as novas religiões de origem Cristã, estavam em franca expansão na Europa. Um pequeno grupo de missionários cruzou o Canal do grande continente para as ilhas britânicas trazendo a fé Cristã para Kent.

Os Padres Cristãos trabalharam intensamente na parte ocidental da Bretanha e substituíram os templos dos deuses heathenistas por pequenas igrejas de madeira, tijolos e pedras. Cruzes esculpidas se ergueram em toda parte em nome da fé cristã. Por volta de 731 da Era Comum, um cristão "brilhante" no novo monastério de Jarrow no norte da Inglaterra, conhecido como o venerável Bede, se dispôs a escrever um livro cobrindo o crescimento da Nova Fé de uma ponta a outra da Inglaterra. Apesar de a religião heathenista não estar ainda morta na Bretanha, seus dias estavam contados. No continente, muitos dos Germanos já haviam rejeitado os velhos deuses ( ou convertidos sob a ponta da espada em óbvias ameaças de morte desta nova "religião de amor" ), com poucas exceções como os Saxões, os Frisios e os Dinamarqueses. Por volta dos séculos X e XI o povo da Noruega se converteu por influência dos Reis Cristãos, Olaf Tryggvarsson e Olaf-o-Sagrado. Estes dois batalharam sem cessar contra os deuses heathenistas, esmagando seus ídolos, queimando seus templos, expulsando seus seguidores ou expondo estes a mortes dolorosas em nome de Cristo.

Alguns daqueles que foram expulsos, se estabeleceram na Islândia, aonde não havia reis, e portanto não havia perseguições. Mas mesmo na Islândia, as chamas do heathenismo estavam se apagando, e no ano 1000 da Era Comum, O Parlamento ou Assembléia Islândesa, sob pressão de diversos reis cristãos da Escandinávia através de ameaças de guerra, e boicote do comércio, tornaram o Cristianismo a religião oficial da Islândia, mas com muito mais tolerância para com a Velha Religião, aonde as escrituras e imagens não foram esmagadas ou destruídas.

Em 1015, a Dinamarca também esqueceu suas velhas raízes, quando Canute O Dinamarquês conquistou a Inglaterra e preparou-se totalmente para se tornar um pilar da Igreja Cristã. Os Suecos foram os mais teimosos em sua fé na religião heathenista, mas por volta de 1164, um bispo Cristão governou em Uppsala, o antigo forte de Odin e FreyR, e destruiu o Antigo Templo de Uppsala construindo no lugar uma Igreja Cristã, que ainda existe atualmente e é vista hoje em dia, como um monumento amaldiçoado, em memória ao genocídio praticado pelo Cristianismo a todos os predecessores do Ásatrú.

Como uma religião etno-cultural, Ásatrú foi parte da cultura, e mais do que isso, parte da alma dos povos norte europeus, e não morreu realmente. Ela sobreviveu entre as comunidades Góticas, e Anglo-Saxãs em um sincretismo com o Cristianismo e o Heathenismo chamado de Arianismo Católico, e mesmo os Cristãos Islândeses ainda respeitavam os espíritos da terra que foram os Landvaetter. Entretanto tal religião foi perseguida e completamente exterminada pelos Agentes da Igreja Cristã como uma religião herética e este parecia ser o fim do culto Aesir no Norte da Europa.

Entretanto a tirania cristã não durou para sempre. A Era das Trevas, quando a Cristandade esteve em total domínio político, terminou com a Renascença, e na Era Moderna, a humanidade pode ver novamente uma nova luz de liberdade. O maior e mais importante tributo ao fim de tal escuridão foi quando o ultimo rei cristão da França foi decapitado e alguém gritou na multidão:

"Jacques de Molay - Teu sangue está vingado!!!"

(A Coroa Cristã Francesa foi uma das piores inimigas do heathenismo e da Civilização Viking).

Durante o inicio do Século XX, o Partido Nacional Socialista na Alemanha sob a Liderança de Adolf Hitler e com a aprovação do Papa, tentou perverter o Ásatrú tomando parte de seus símbolos religiosos nas crenças racistas Nazistas. Tal blasfêmia morreu ao findar a Segunda Guerra Mundial, apesar de alguns grupos neo-nazistas estarem ainda hoje tentando continuar com tais práticas.

Esta atividade não está de nenhum modo relacionada com a restauração do Ásatrú como o Culto Aesir em sua Antiga Glória!

Cada estudo runológico feito na Alemanha do Século XIX e XX esteve manchado com elementos não tradicionais, misturados com elementos teosóficos e do extremismo racista, resultando em um esoterismo germânico nazista não tradicional praticado por pessoas como Guido Von List.

E como sempre, a Islândia teve um papel importante na restauração do Ásatrú. Eles preservaram suas escrituras e lendas das mãos danosas da inquisição cristã e em 1972, o Sacerdote ( Godhi ) e Poeta ( Skald ) Sveinbjorn Betteinsson, após muita pressão política no parlamento Islandês ( thing ), conquistou reconhecimento legal do Tradicionalismo Religioso Nórdico Pre-Cristão como religião válida e a nomeou Ásatrú, que significa: Fé, Confiança ou Lealdade para com os Deuses!

SISTEMA DE CRENÇAS
Ásatrú é uma religião Etno-Cultural.
Religiões Etno-Culturais são a forma mais sublime de expressão da cosmologia, visão de mundo, espiritualidade e Cultura de um povo. A cultura é o elemento mais importante de um povo ou nação e é de fato a alma desta nação. Outros exemplos de Religiões Etno-Culturais são o Hinduismo, Druidismo, Judaísmo, Taoismo, Vodu, Candomblé e Shintoismo

As comunidades religiosas Ásatrú são chamadas de Kindreds ou Hearths. "Padres" ou sacerdotes são chamados de Gothi (Godhi, Goði ou Goþi), e as "Madres" ou sacerdotisas são chamadas de Gythia (Gydhia, Gyðia ou Gyþia).

Lenda da Criação
Da mesma forma que as demais religiões o Ásatrú também tem a sua versão para a criação do universo. Um poema Volüspá ( Profecia da Vidente ), conta a estória da criação da seguinte maneira:

"Entre Muspelheim ( A Terra do Fogo ) e Niflheim a terra ou ( País do Gelo), havia um espaço vazio chamado Ginnungigap. Fogo e gelo moveram-se em direção um ao outro e quando colidiram, o universo passou a existir. Odin, Vili e Vê, antes de criar o mundo, tiveram que matar um gigante cuja presença preenchia todo o universo, seu nome era Ymir e era o pai de toda prole Jotnar, que se portava muito destrutivamente. Com o corpo de Ymir, fizeram a terra, com seu sangue, fizeram o mar, com seus pelos, fizeram as árvores, com seu crânio, fizeram a abóbada celeste ou o universo, aonde repousam as estrelas, e com seus miolos, fizeram as nuvens no céu. Com os cílios de Ymir, fizeram um grande cercado em torno de nosso mundo chamado de Midgard, do qual mantém de fora os Thurses, ou seres de fora de nosso mundo, cuja natureza é destruidora e nociva."

O Homem
Para o Ásatrú, a humanidade é literalmente descendente dos Deuses. Conta a lenda que uma deidade, Rig, visitou a terra e foi o pai da raça humana. Os Deuses deram o OdreidthR ( o êxtase ) de presente aos seres humanos para os diferenciar dos outros animais, e também para ser a ligação eterna entre os homens e os Deuses.

Valores de Vida
Seguem as "Nove Nobres Virtudes": Coragem, Verdade, Honra, Fidelidade, Disciplina, Hospitalidade, Labor, Auto-Confiança ( Independência ) e Perseverança.

Família
A família é muito valorizada e honrada. Rejeitam qualquer forma de discriminação baseada em etnia, sexo, linguagem, nacionalidade, raça, orientação sexual, ou "outro critério separativo".

Moralidade
O Ásatrú de fato não tem um conjunto definido de Mandamentos, mas uma não definida moralidade heróica. Possuem entretanto, alguns elementos que poderiam ser considerados como conduta virtuosa e que levariam à admiração a nossa sociedade moderna. Honra, Coragem, Realidade em vez de Aderência a um Dogma, Lealdade para com a família, sua comunidade e Deuses. Em vez de Sincretismo e tradição; prazer, modéstia e compaixão.

Ásatrú e Ecologia
Para o Ásatrú, a Natureza é extremamente sagrada. Consideram a terra como a mãe que nutre a vida com os frutos vindos dos seu seio. Respeitam os animais, e não os matam indiscriminadamente só para se divertir, nem para fins religiosos. Pois os animais mortos em sacrifícios rituais, não são destruídos completamente pelo fogo, são assados, consumidos e apenas compartilhados com os Deuses. Os Povos Nórdicos se retiravam freqüentemente para as florestas, em busca do sagrado. Para eles, cuidar da natureza é cuidar do corpo de Nerthus e do bem estar de Jord.
OS DEUSES NÓRDICOS
As crenças do Ásatrú são politeístas, Zoomórficas, Antropomórficas e Animistas, como a maioria das religiões Indo-Européias em sua forma original. O Ásatrú, como religião politeísta, cultua três tribos divinas ou "Panteões de Divindades"

Os Aesir
São os Deuses da tribo ou clã, representando a Realeza e a Ordem.

Os Vanir
São Deuses associados ao clã mas que não fazem parte deste, representam a fertilidade da terra e as forças da natureza.

Os Jotnar
São Deuses, mas que são referidos como gigantes. Representam o caos e a destruição. Estão constantemente em guerra contra os Aesires em uma batalha chamada Ragnarok ( O crepúsculo dos Deuses ), em que muitos dos Deuses irão morrer, o mundo chegará ao seu fim e renascerá.

Para os nórdicos, a magia era parte do cotidiano. Não tinham ordens e iniciações – era vista como uma habilidade que poderia ser aprendida por qualquer um que tivesse acesso (normalmente, a nobreza ou famílias tradicionais); por isso, ao invés de uma única palavra significando “magia”, seu idioma antigo possui várias descrevendo práticas bem específicas cada (embora alguns pesquisadores assumam que a palavra “fjölkynngi” – algo como “conhecimento” – seria usada para a magia em geral).

É importante frisar que temos muito pouco registro escrito das práticas magísticas escandinavas antigas – a maioria era passado de forma oral. As práticas contemporâneas são reconstruções, partindo de poemas dedicados às runas, relatos mitológicos e diversos sistemas ocidentais. Assim como tudo em relação a tradições e práticas nórdicas, existem divergências e conflitos entre diferentes autores, e nem sempre as práticas de hoje parecerão “coerentes” de um ponto de vista acadêmico.

Outro aviso importante é que a Magia Nórdica é um “sistema pagão“. Está intimamente amarrado com a religiosidade pagã nórdica (ásatrú, heathen, forn siðr, entre outras denominações), sendo impossível dissociar um do outro. Quando removida de uma relação com a espiritualidade nórdica e seus símbolos, muito pouco do potencial das práticas é acessado e uma quantidade grande do conhecimento é perdido. Em outras palavras: nenhuma forma de magia nórdica deveria ser praticada por pessoas que não seguem a religiosidade pagã germânica.

Os diferentes tipos de práticas magísticas não eram isolados entre si. Embora determinadas classes e épocas favorecessem um ou outro, não era incomum um praticante saber várias e inclusive elas se misturavam o tempo todo durante feitiços e rituais. Todos os tipos de magia tinham os mais amplos usos, e entre os relatos mitológicos, literários e arqueológicos vemos desde encantar uma espada, obter eloqüência, descobrir mentiras, controle climático, amor, curas até maldições.