domingo, 15 de maio de 2022

TUM! TUM! TUM! Os Tambores tocavam Chamando os homens para a batalha. O exército inimigo a frente E ela na dianteira do seu próprio, Ela era Onira, Rainha de Irá. TUM! TUM! TUM!

 TUM! TUM! TUM!
Os Tambores tocavam
Chamando os homens para a batalha.
O exército inimigo a frente
E ela na dianteira do seu próprio,
Ela era Onira, Rainha de Irá.
TUM! TUM! TUM!


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Os Tambores tocavam
Chamando os homens para a batalha.
O exército inimigo a frente
E ela na dianteira do seu próprio,
Ela era Onira, Rainha de Irá.
TUM! TUM! TUM!
Ela se lançou sobre o inimigo
Quando o sol estava no meio do céu
E quando a lua nasceu
Ela ainda brandia a espada.
Gostava de ouvir o "bleach"
Que é o som da carne sendo cortada
Pelo aço da espada,
Gostava de ouvir os gemidos de dor
E observar o vazio nos olhos
Daqueles que morriam em sua mão.
Ela era Onira
E Onira era duas pessoas dentro de uma.
No Palácio era pomposa dama
Cheia de mimos e agrados
Mas na guerra era sanguinária, má e cruel.
Após a última batalha ela mais uma vez
Obteve a Vitória
Mas ela não comemorou, não,
Com a Vitória a guerra acabou
E ela queria mais, queria a matança.
O reino entrou em um período de paz
Mas Onira não estava em paz,
Sua mente perturbada desejava
Sentir o cheiro do sangue
E ouvir os gritos da guerra.
Mas sem inimigo como ela poderia ter esse prazer?
Os servos estavam preocupados,
A rainha estava visivelmente louca,
Abraçava a si mesmo e se balançava,
Falando sozinha, olhando em volta como
Se procurasse algo que nunca encontrava.
Um dia foi aconselhada a ir galopar
Pelos vilarejos de seu reino,
Quem sabe o ar puro lhe traria paz.
Então ela foi, e foi sozinha.
Quando chegou na primeira aldeia
O povo imediatamente a cercou,
Todos a admiravam e a amavam,
Bendiziam a Rainha guerreira.
Ela desceu do cavalo e foi cercada pela multidão
Que a saudava, a abraçava
E a ela entregava presentes.
Mas Onira não estava bem,
O falatório da multidão a estava perturbando.
Alguém a tocou no ombro
E quando se virou para ver quem era
O que viu foi o campo de batalha,
Os soldados matando uns aos outros.
Fechou os olhos e respirou fundo
Quando reabriu viu que quem a havia tocado
Era apenas um dos plebeus que lhe entregava uma flor.
Ela sorriu e apanhou a singela flor
Mas então o barulho do povo aumentou,
Mais pessoas vinham ver a Rainha,
E no meio da multidão ela ouviu TUM! TUM! TUM!
O tambor de guerra a convocando para a luta,
Mas não havia tambores ali, o som vinha
De dentro da cabeça dela.
Piscava os olhos e via o povo sorridente
Então piscava novamente e via o exército inimigo
De armas em punho vindo para matar.
De repente Onira berra, da seu brado feroz
"HEEEEEEEEEEEEEEEEYI!"
Saca a espada e começa a atacar a pessoas,
Homens, mulheres e crianças,
Mas massacra, os despedaça!
Aos olhos dela não haviam camponeses ali
Aos olhos de Onira ela estava na guerra!
Ela cortou, dilacerou, assassinou cada inimigo
Que sua espada alcançou,
E aos olhos dela eram horríveis
Eram demônios!
Ela tinha de matar, era matar ou morrer!
E então quando degolou o último
Passou a mão no rosto para limpar o suor
E quando abaixou a mão
Nao se viu na guerra, não,
Ela voltou a realidade
E viu a sua volta centenas de cadáveres
De todos os moradores da aldeia,
Sim ela os matou.
Onira ficou tão horrorizada com
O que tinha feito que montou no cavalo
E fugiu para o Palácio.
Quando se aproximou viu o Palácio
Pegando fogo,
Era claramente um ataque!
Estavam atacando sua gente!
Ela salta do cavalo ja com a espada na mão
E passa a massacrar todos os invasores,
Inimigos cruéis que invadiram sua casa.
Ela segue pelos corredores matando um a um
Sem piedade, sem exitar.
Quando acaba de se livrar dos inimigos
Sua visão clareia
E ela não vê fogo, o Palácio estava intacto,
E nao havia inimigos,
Os que ela matou era seus servos
Seus amigos e parentes.
"O que eu fiz? Por Olodumare o que eu fiz?"
Mas ela não para,
As alucinações se tornam frequentes
E quaisquer pessoa que se aproximasse
Era imediatamente assassinada.

As pessoas sobreviventes decidem pedir ajuda
E correm até a cidade de Ifé
Onde morava o sábio Oxalá.
Elas contam a ele o que rainha fazia
E no que havia se tornado o reino.
Oxalá ordena que seus filhos
Capturem Onira e a tragam até ele.
Foi difícil mas os filhos de Oxalá
São todos guerreiros e logo
Trouxeram a mulher amarrada
E a atiraram aos pés de Oxalá.
De Onira só se via os olhos,
Todo o restante de seu corpo
Estava banhado em sangue.
Oxalá a observa e então entende.
"Está mulher viveu tempo demais na guerra, a violência em demasia a enlouqueceu."
Ele pega o casco de um caramujo
E despeja o conteúdo em cima de Onira,
O que cai é um pó branco, efun.
O branco do pó quando toca o vermelho do sangue
Se torna cor de rosa.
Onira da um longo suspiro
E seus olhos clareiam,
Olha em volta agora sem ver mais guerra
E seus olhos encontram os de Oxalá.
Ele conta a ela tudo o que havia acontecido
E explica que o pó Branco dá a ela paz,
Mas não é uma cura,
Onira ainda é instável e sempre será.
"Mas se sou assim... Como posso governar?"
Oxalá com pesar responde "Não pode, não mais."
Ela concorda abandonar o trono de Irá
E é levada para longe
Para as terras de uma outra Rainha,
A soberana Oxum
Que fazendo um favor a Oxalá
Aceita por Onira como sua dama de companhia.
Mas Onira se torna uma mulher triste
Amargurada por ter perdido a coroa
E por ter ferido o povo que tanto amava.
Um dia Oxum ao obsevar Onira tão cabisbaixa
A convida para passear, para nadar no rio.
Onira vai mas não entra na água,
Apenas observa Oxum nadar.
Na tranquila tarde quente ela adormece,
Oxum se distraí e então ouve o som
De algo caindo na água,
Era Onira que adormecida caiu no rio.
Oxum vai até ela e procura, mergulha nas águas
Atrás de achar Onira
Mas não a encontra.
Quando Oxum volta a superfície
O que vê é uma nuvem de borboletas que pairam no ar.
Oxum sorri e reconhece nelas o espírito de Onira.
Onira morreu nas águas
Mas não morreu de verdade.
A nuvem de borboletas pousa na margem do rio
E todas juntas tomam a forma do corpo de Onira,
Sim Onira vive
Pois ela ali renasceu,
Ela se tornou Orixá.

Para sempre o rosa,
Para sempre Efun
Nunca mais a violência
E na companhia de Oxum
Para sempre a paz.
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Espero que tenham gostado!
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Muito obrigado