terça-feira, 5 de abril de 2022

A RELAÇÃO DE SINCRETISMO ENTRE OGUM E SÃO JORGE GUERREIRO

 

 A RELAÇÃO DE SINCRETISMO ENTRE OGUM E SÃO JORGE GUERREIRO



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O sincretismo religioso de figuras santas e divindades entre crenças é muito comum e, como esperado, poderosos orixás também possuem equivalentes em outras religiões, como é o caso de Ogum e São Jorge Guerreiro, sendo a associação de ambos ocorrida dentro da Igreja Católica. Na realidade, não somente Ogum, mas todos os 16 Orixás presentes na umbanda e no candomblé possuem seus equivalentes dentro do cristianismo, em um sincretismo desenvolvido ainda no período colonial Brasileiro e intimamente ligado à escravatura.

A ORIGEM DO SINCRETISMO RELIGIOSO

Durante o período de colonização, quando chegaram os primeiros escravos africanos e colocaram seus pés em terras tupiniquins, estes trouxeram consigo suas próprias crenças, sua religião e suas divindades. Uma grande parcela dos escravos africanos a desembarcarem no país, pertenciam às regiões onde hoje estão a Nigéria, Benin e Togo e, de sua origem iorubá veio também a cultura do Candomblé. Entretanto, uma vez que a religião oficial e predominante entre seus senhores e império a quem até então a terra pertencia era o cristianismo, o culto a qualquer outra religião era terminantemente proibido.

Aquele que era pego cultuando dividades fora do cristianismo era severamente punido e, desta forma, os escravos se viram impedidos de reverenciarem a quem eles mais desejavam clamar por ajuda. Sendo assim, encontraram secretamente uma outra forma de homenagear e orar por seus orixás sem que fossem punidos por isso, realizando associações entre as santidades presentes na religião do homem branco e as reverenciadas pelos escravos. Entre suas comunidades, os negros continuavam a cultuar seus próprios deuses, podem utilizando a imagens de santos cristãos, livrando-se das punições de seus senhores, os quais desconheciam os rituais do povo africano.

OGUM E SÃO JORGE GUERREIRO

Assim também ocorreu com Ogum e São Jorge Guerreiro, o poderoso Orixá que foi facilmente associado com outra figura de imenso espírito guerreiro do cristianismo. Na cultura africana, Ogum é conhecido por sua força e sua maneira impetuosa perante a injustiça; lembrado por ser o portador do ferro e do fogo, representa uma força e sede insaciável por batalhas, as quais sempre obtém vitórias. Na história, o orixá guerreou incessantemente contra reinos vizinhos, saqueando e devastando muitos outros, conquistando o trono a seu filho posteriormente. São Jorge, por sua vez, detém a mesma reputação de grande guerreiro e defensor dos justos, tendo dado nome a diversas cidades e até mesmo a exércitos. Conta a lenda que este cavaleiro, vindo da Capadócia, foi o responsável por derrotar um grande dragão que assolava os cidadãos de Silena, na Líbia.

Em alguns casos também é possível encontrar a imagem de Ogum associada a nomes como Santo Antônio, o que acontece com frequente pois com a numerosa quantia da santos e figuras cristãs, não era incomum que os Orixás fossem relacionados a mais de uma entidade.

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