segunda-feira, 4 de abril de 2022

História de uma Maria Padilha das Almas Tereza invadiu a igreja de uma forma como nunca havia feito antes.

 História de uma Maria Padilha das Almas
Tereza invadiu a igreja de uma forma como nunca havia feito antes.


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Tereza invadiu a igreja de uma forma como nunca havia feito antes.

Não se benzeu e nem ao menos olhou para a imagem de Cristo, que de sua cruz, agonizante, parecia olhar diretamente para ela enquanto avançava pela nave.
Precisava falar com o padre Olavo nesse instante, não havia tempo a perder.
- Padre!
- seu grito ecoou pelas paredes repletas de símbolos aos quais ela sempre dera imenso valor, mas que nesse momento nada mais eram que meras imagens que apontavam-lhe o dedo culpando-a pelo pecado gravíssimo que cometera.
- Padreee!
A voz subira de tom a ponto de atrair imediatamente o coroinha que estava a dormitar atrás do altar.
- Dona Tereza!
O padre Olavo foi atender um doente que precisa de extrema unção!
A mulher sentou-se em uma cadeira da primeira fila e desatou em copioso pranto.
O menino sem saber o que fazer correu para a rua e encontrou o padre que vinha já bem perto.
- Dona Tereza está chorando como louca lá na igreja, o caso deve ser sério! - Olavo sentiu um baque no peito.
- O que teria acontecido?
Alguém teria descoberto?
- Tudo bem Jonas, pode ir para casa que eu cuido disso.
Apressou o passo e da porta ouviu o choro da mulher.
- Tereza, o que houve?
- Com um salto ela levantou-se e com o dedo estendido para ele gritou:
- Eu estou grávida, cafajeste!
Grávida de você!
Como pode deixar isso acontecer?
Você me jurou que isso não seria possível, que não podia ter filhos.
O que faço agora?
Meu nome será lançado na lama!
E meu marido?
Meus filhos?
- Calma!
- ele tentava ganhar tempo enquanto em sua cabeça as imagens passavam em turbilhão.
- O que faria com essa louca?
Fora ela quem o seduzira, enfiara-se em sua cama, nua, em uma tarde que gostaria de esquecer.
Tentara-o com seu belo corpo e se entregara de forma avassaladora. Porque dizia que o filho era seu?
Ele mesmo sabia de seus amantes, ditos em momentos de confissão muito antes da tarde fatídica.
-Vamos sentar, respire fundo!
Como sabe que é meu?
- Falava pausadamente tentando inspirar confiança
- Não pode ser de seu marido ou... de outro?
- Só o que me faltava era isso
- o tom subira novamente - me engravida e ainda me chama de vagabunda.
Nunca mais dormi com homem algum depois de nosso encontro, meu marido viaja muito e nas poucas vezes que esteve em casa, não me entreguei a ele, por amor a você!
- Depois de pensar um pouco falou:
- Então não há alternativa além do aborto, procure uma dessas velhas rezadeiras e dê um jeito nisso, o que espera que eu faça?
- Precisamos fugir, eu abandono tudo para ficar ao seu lado!
- desesperada segurava a batina do padre com força
- Teremos nosso filho longe daqui!
- Tentando ganhar tempo Olavo tirou as mãos dela de sua roupa. dirigiu-se ao altar e tamborilou com os dedos sobre a branca toalha, virou-se com raiva:
- Nunca! Vire-se! Você foi a culpada, me levou para a perdição agora quer acabar comigo?
Como posso largar o sacerdócio e viver com uma prostituta que deita em qualquer cama com qualquer um?
- Tereza deu um grito de ódio e partiu para cima do padre.
Havia um punhal em sua mão.
A lâmina afiada foi cravada no abdômen do rapaz que caiu de joelhos.
Tereza continuava com a arma na mão manchada com o sangue do padre e foi com ela que cortou a própria jugular, tendo morte quase instantânea.
Por muitos anos o espírito de Tereza foi torturado pelas visões dessa e de outras vidas em que sempre causara sofrimento e mortes.
Ao atingir um nível de compreensão adequado ao caminho evolutivo, tornou-se Maria Padilha das Almas, e ainda hoje busca ajudar a todos que a procuram tentando fazer com que novas almas não se percam como ela se perdeu por diversas vezes.
Somente quem já teve contato com essa grande pomba-gira,
sabe dos conselhos firmes dados por ela e da tristeza que ainda deixa transparecer em suas incorporações. Laroiê a Padilha das Almas!